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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação á Distância

Plano Contabilístico, SISTAFE e Operações Contabilísticas no SISTAFE

Nome: Idelson A. J. Pessane

Curso: Administração Publica

Disciplina: Contabilidade do Sector Publico

Ano de frequência: 3º

Tutor:

Cuamba, Março de 2024


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Estrutura Aspectos  Índice 0.5
Organizacionais  Introdução 0.5
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clara do problema) 1.0
 Descrição dos
Introdução Objectivos 1.0
 Metodologia adequada ao
objecto do trabalho 2.0
 Articulação e domínio do
discurso académico (expressão 2.0
Analise escrita coerência/coesão
Conteúdo Discussão textual)
 Revisão discussão
bibliográfica nacional e 2.
internacional na área
 Exposição dos dados 2.0
 Contributo teórico e
Conclusão Prático 2.0
 Paginação tipo e tamanho de
Aspectos Formatação letra, paragrafo, espaçamento 1.0
gerais entre linhas
Normas APA 6a  Rigor e coerência das
Referencia edição em citação Citações/referências 4.0
bibliográfica e bibliografia bibliográficas

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Para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 5

2. Objectivos ........................................................................................................................ 5

2.1. Geral ............................................................................................................................. 5

2.1.1. Específicos: .............................................................................................................. 5

3. Metodologias ...................................................................................................................... 5

4. Plano contabilístico ......................................................................................................... 6

4.1. História e Evolução do Plano Contabilístico ............................................................... 6

4.2. Estrutura do Plano Contabilístico: ............................................................................... 7

4.3. Regulamentações e Normas Contábeis Aplicáveis: ..................................................... 7

4.4. Plano Básico de Contabilidade Pública (PBCP) .......................................................... 8

4.4.1. Objectivos................................................................................................................. 8

4.4.2. Competências ........................................................................................................... 8

4.4.3. Sistemas Contabilísticos........................................................................................... 9

5. SISTAFE .......................................................................................................................... 9

5.1. OBJECTIVOS DO SISTAFE ...................................................................................... 9

5.2. Princípios fundamentais ............................................................................................. 11

6. Operações Contabilísticas no SISTAFE ........................................................................... 12

6.1. Execução Orçamental ................................................................................................ 13

6.2. Registo de Receitas e Despesas ................................................................................. 13

6.3. Gestão do Tesouro Público: ....................................................................................... 13

6.4. Registo Patrimonial.................................................................................................... 13

6.5. Controlo Interno e Auditoria ...................................................................................... 13

6.6. Elaboração de Relatórios Financeiros ........................................................................ 14

7. Conclusão ...................................................................................................................... 15

8. Referências bibliográficas ............................................................................................. 16

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1. Introdução

O presente trabalho surge no âmbito da cadeira Contabilidade do Sector Publico, que tem
como tema principal Plano contabilístico e SISTAFE. O plano contabilístico desempenha um
papel fundamental na organização e gestão financeira de entidades, sejam elas empresas,
instituições governamentais ou outras organizações. Ele serve como um conjunto estruturado
de contas contábeis, fornecendo a base para registrar transacções financeiras e preparar
relatórios contábeis essenciais. Ao longo do tempo, o desenvolvimento e a evolução do plano
contabilístico têm reflectido as mudanças nas normas contábeis, bem como as necessidades
específicas de cada contexto, como é o caso de Moçambique.

2. Objectivos
2.1. Geral:
 Analisar a importância do plano contabilístico na organização e Registro de
transacções financeiras em Moçambique.

2.1.1. Específicos:

 Investigar a evolução histórica do plano contabilístico em Moçambique e seu


alinhamento com as normas contábeis internacionais.
 Explorar a estrutura do plano contabilístico e seu impacto na preparação de relatórios
financeiros no contexto do sector público.
 Examinar as regulamentações e normas contábeis aplicáveis ao plano contabilístico
em Moçambique, com ênfase na transparência e na prestação de contas.
 Identificar Operações Contabilísticas no SISTAFE.

3. Metodologias

Para o alcance dos objectivos preconizados em torno do tema recorreu-se aos métodos
bibliográfico e consulta documental que consistiram na leitura e interpretação de obras que
abordam sobre o tema, bem como na consulta de diversos artigos providos da internet. E as
obras consultadas estão devidamente mencionados na última página de trabalho

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4. Plano contabilístico

Marcos Perillo (2018), diz que um plano contabilístico, também conhecido como plano de
contas, é um conjunto organizado de contas utilizadas para registrar transações financeiras e
preparar relatórios contábeis em uma entidade, seja ela uma empresa, uma instituição
governamental ou qualquer outra organização. Esse plano é fundamental para a contabilidade
de uma entidade, pois estabelece a estrutura necessária para organizar as informações
financeiras de forma clara e sistemática.

O plano contabilístico é composto por uma lista de contas contábeis, cada uma delas
representando um tipo específico de transacção financeira ou um elemento do património da
entidade. Cada conta contábil é designada por um número ou código único para identificação
e classificação adequada. As contas contábeis geralmente são agrupadas em categorias, como
ativos, passivos, património líquido, receitas e despesas.

O objectivo principal do plano contabilístico é facilitar o registro e a análise das transações


financeiras, garantindo a consistência e a comparabilidade das informações contábeis ao
longo do tempo. Ele também auxilia na elaboração de relatórios financeiros, como o balanço
patrimonial, a demonstração do resultado do exercício e o fluxo de caixa, fornecendo uma
estrutura organizada para apresentar as informações financeiras de forma clara e
compreensível para os usuários externos e internos da entidade. (Marcos Perillo, 2018)

4.1. História e Evolução do Plano Contabilístico

O desenvolvimento do plano contabilístico em Moçambique remonta aos estágios


iniciais de independência do país, quando foram estabelecidos os fundamentos da
contabilidade governamental para atender às necessidades de gestão financeira do
Estado recém-independente. No período pós-independência, houve um esforço
significativo para desenvolver um sistema contabilístico que reflectisse as realidades
socioeconómicas do país e cumprisse os padrões internacionais de contabilidade.
(Ministério de economia e finanças, 2015).

Ao longo dos anos, o plano contabilístico passou por várias revisões e actualizações para se
adaptar às mudanças nas normas contábeis internacionais e às exigências de uma economia
em constante evolução. Essa evolução foi influenciada por factores como o progresso
tecnológico, as reformas económicas e as demandas por transparência e prestação de contas
na gestão dos recursos públicos.

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4.2. Estrutura do Plano Contabilístico:

Ministério de economia e finanças (2015) refere que a estrutura do plano contabilístico em


Moçambique é projectada para abranger todas as áreas relevantes da contabilidade
governamental, incluindo receitas, despesas, ativos, passivos e património líquido.
Geralmente, o plano é organizado em uma série de contas que reflectem as diferentes
categorias de transações financeiras e eventos económicos que ocorrem no contexto do sector
público.

As contas são agrupadas de acordo com princípios contábeis fundamentais, como o princípio
da competência, que determina o momento apropriado para o reconhecimento das receitas e
despesas, e o princípio da prudência, que orienta a avaliação conservadora dos ativos e
passivos. Além disso, a estrutura do plano contabilístico pode incluir orientações específicas
para sectores ou entidades governamentais particulares, levando em consideração suas
características e necessidades únicas.

4.3. Regulamentações e Normas Contábeis Aplicáveis:

O plano contabilístico em Moçambique é baseado em normas e regulamentações contábeis


estabelecidas pelo Ministério da Economia e Finanças e outras autoridades competentes.
Essas normas são frequentemente alinhadas com os padrões internacionais de contabilidade
aplicáveis ao sector público, como as Normas Internacionais de Contabilidade do Sector
Público (IPSAS), para garantir consistência e comparabilidade das informações financeiras.

Além das normas contábeis, o plano contabilístico também pode incorporar directrizes e
procedimentos específicos para a preparação e apresentação de relatórios financeiros,
incluindo requisitos de divulgação e auditoria. Essas regulamentações visam promover a
transparência, a integridade e a confiabilidade das informações contábeis produzidas pelo
governo moçambicano, fortalecendo assim a governança financeira e a gestão de recursos
públicos.

Em suma, o plano contabilístico em Moçambique desempenha um papel fundamental na


estruturação e padronização da contabilidade governamental, fornecendo um conjunto de
directrizes e regulamentações para orientar as práticas contábeis no sector público e garantir a
prestação de contas eficaz. (Ministério de economia e finanças, 2015).

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4.4. Plano Básico de Contabilidade Pública (PBCP)

Segundo diploma ministerial (n.º 181/2013 do artigo 1) o Plano Básico de Contabilidade


Pública (PBCP) tem o propósito de atender, de maneira uniforme e sistematizada, ao registo
contabilístico dos actos e factos relacionados com a execução do OE sob a responsabilidade
dos órgãos da administração central e local, de forma a proporcionar maior flexibilidade na
gestão e consolidação dos dados e satisfazer as necessidades de informação de todos os níveis
da administração.

São partes integrantes do PBCP:

 Lista de contas;
 Plano de objectos;
 Tabela de operações contabilísticas.

4.4.1. Objectivos

De acordo com Diploma ministerial (n.º 181/2013 do artigo 2) “o PBCP está estruturado de
forma a atender os seguintes objectivos principais”:

 Realçar o estado patrimonial e as suas variações, realocando as contas típicas de


controlo, incluindo as representativas do sistema orçamental, para os grupos de contas
de ordem, de forma a possibilitar o conhecimento mais adequado da situação
económico financeira de uma gestão administrativa;
 Padronizar o nível de informação dos órgãos da administração central e local com a
finalidade de auxiliar o processo de tomada de decisões, ampliando a qualidade dessas
informações e facilitando a elaboração da CGE de forma atempada;

4.4.2. Competências

“O PBCP é estruturado para ser adoptado por todas as UI’s e UGE’s do SISTAFE ou que
venham a integrá-lo, sob a modalidade de uso total, sendo a DNCP o órgão responsável pela
sua administração, a quem compete”. (diploma ministerial n.º 181/2013 do artigo 3):

 Criar, extinguir, especificar, desdobrar, detalhar e codificar contas;


 Emitir instruções sobre a sua utilização, compreendendo os procedimentos
contabilísticos pertinentes;

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 Promover as alterações e ajustes necessários à sua utilização, sempre que solicitada
pelos órgãos da administração ou em função de melhor análise, observada a estrutura
básica, incluindo a tabela de operações contabilísticas e os indicadores contabilísticos.

4.4.3. Sistemas Contabilísticos

O PBCP indica para cada conta contabilística, em nível de escrituração, o sistema


contabilístico a que a mesma pertence, de forma a oferecer maior segurança no momento dos
registos contabilísticos, facilitando a elaboração dos balanços e demonstrativos exigidos pela
(Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro artigo 21). Esses sistemas são classificados em:

 Sistema orçamental;
 Sistema financeiro;
 Sistema patrimonial;
 Sistema de ordem.

5. SISTAFE

Segundo a lei n 9/2002 de 12 de Fevereiro, diz ser Sistema de administração Financeira do


Estado, que foi aprovada pela Assembleia da República de Moçambique, aos 17 de Dezembro
de 2001 e pelo Presidente da Assembleia da República, Eduardo Joaquim Mulembwe e
promulgada em 12 de Fevereiro.

SISTAFE é o novo Sistema de Administração Financeira do Estado, que envolve todo o ciclo
orçamental desde a sua elaboração até a execução final, incluindo todos os subsistemas que o
compõe, nomeadamente: Orçamento, Tesouro Público, Contabilidade Pública, Património e
Controlo interno, integrado de orçamento, programação financeira, contabilidade e controlo
interno do Estado de Moçambique.

5.1. OBJECTIVOS DO SISTAFE

Segundo as alíneas a,b,c,d e e do artigo 3 da Lei n.º 09/2002 de 12 Fevereiro o SISTAFE em


por objectivos:

a) Estabelecer e harmonizar regras e procedimentos de programação, execução, controlo


e avaliação dos recursos públicos;
b) Desenvolver subsistemas que proporcionem informação oportuna e fiável sobre o
comportamento orçamental e patrimonial dos órgãos e instituições do Estado;
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c) Estabelecer, implementar e manter um sistema contabilístico de controlo da execução
orçamental e patrimonial adequado às necessidades de registo, da organização da
informação e da avaliação do desempenho das acções desenvolvidas no domínio da
actividade financeira dos órgãos e instituições do Estado;
d) Estabelecer, implementar e manter o sistema de controlo interno eficiente e eficaz e
procedimentos de auditoria interna internacionalmente aceites;
e) Estabelecer, implementar e manter um sistema de procedimentos adequados a uma
correcta, eficaz e eficiente condução económica das actividades resultantes dos
programas, projectos e demais operações no âmbito da planificação programática
delineada.

O SISTAFE foi aprovado no ano 2002, pela Lei 9/2002 de 12 de Fevereiro e a sua
implementação é apoiada por uma plataforma electrónica – e-SISTAFE, cujo objectivo é
harmonizar regras e procedimentos na gestão financeira pública, alcançar maior eficiência,
eficácia, controlo e transparência no uso dos fundos públicos pelos órgãos e instituições do
Estado.

O SISTAFE está em linha com o plasmado na Constituição da República de Moçambique


(CRM) de 2004, no concernente aos princípios gerais da Administração Pública estabelecidos
no art. 249, que estão expressos da seguinte forma: (i) a Administração Pública serve o
interesse público, e na sua actuação respeita os direitos e liberdades fundamentais dos
cidadãos; (ii) os órgãos da Administração obedecem à Constituição da República e à lei e
actuam com respeito pelos princípios da igualdade, da imparcialidade, da ética e da justiça.

O SISTAFE é um instrumento chave para o Tribunal Administrativo (TA), cujas competências


são: a) julgar as acções que tenham por objecto litígios emergentes das relações
administrativas; b) conhecer dos recursos interpostos das decisões proferidas pelos tribunais
administrativos, fiscais e aduaneiros; c) emitir o relatório e parecer sobre a Conta Geral do
Estado; d) fiscalizar, previamente, a legalidade e a cobertura orçamental dos actos e
contractos sujeitos a jurisdição do Tribunal Administrativo; e) fiscalizar sucessivamente e
concomitantemente os dinheiros públicos; f) fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros
obtidos no estrangeiro, nomeadamente através de empréstimos, subsídios, avales e donativos”
(art.º. 230 nº 1 e nº 2 da CRM de 2004).

A concepção do SISTAFE teve o apoio do Fundo Monetário Internacional e doadores ou


parceiros de cooperação do Governo, com o interesse de desenvolver um sistema moderno e
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integrado, com os seguintes propósitos: estabelecer e harmonizar regras e procedimentos;
desenvolver subsistemas que proporcionem informações precisas e atempadas; estabelecer,
implantar e manter um sistema contabilístico adequado ao registo, organização e avaliação
das actividades; bem como estabelecer, implementar e manter o sistema de controlo interno
eficiente e eficaz (LAWSON et al., 2015 & USAID, 2005).

5.2. Princípios fundamentais

O SISTAFE, conforme a legislação, se fundamenta pelos seguintes princípios: (i) regularidade


financeira, com que a execução do OE deve ser feita em harmonia com as normas preceituado
legalmente, com a obrigação de cumprir zelosamente os prazos estabelecidos; (ii) legalidade,
o qual determina a observância integral das normas legais vigentes; (iii) economicidade – a
necessidade de utilização racional dos recursos postos à disposição e uma melhor gestão de
tesouraria; (iv) eficiência, isto é, minimização do desperdício para a obtenção dos objectivos
delineados; (v) eficácia, que tem a ver com aplicação de recursos de forma efectiva e os seus
efeitos desejados com a medida adoptada em tempo oportuno, interessado na maximização do
seu impacto no desenvolvimento económico e social (MEF, 2015).

De acordo com o seu Regulamento do Decreto no 23/2004, de 20 de Agosto, o SISTAFE


possui um único sistema informático que lhe dá suporte: o “e-SISTAFE”, a fim de atender a
todos os procedimentos previstos para o sistema. O e-SISTAFE foi concebido no sentido de
poder responder com eficácia à conceptualização e operacionalização de 5 subsistemas chaves
que constituem o SISTAFE1, nomeadamente do Orçamento do Estado; Contabilidade
Pública; Tesouro Público; Património do Estado e Controlo Interno. Conforme se descreve
cada subsistema abaixo:

Orçamento de Estado, que regulamenta a elaboração do orçamento do Estado e da


elaboração da lei do orçamento apresentado à Assembleia da República, e a avaliação das
submissões do orçamento das instituições e organismos do Estado;

Contabilidade Pública, que visa a produção e manutenção dos registos contabilísticos das
transacções efectuadas pelas instituições e órgãos do Estado e os seus efeitos sobre o
património do Estado. Entre outras, regulamenta a execução do orçamento do Estado e a
preparação da Conta Geral do Estado;

Tesouro Público, que regula o processo de planeamento financeiro e de gestão de despesas e


pagamentos em relação ao orçamento do Estado, bem como a posição do tesouro do Estado.
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O subsistema abrange ainda a elaboração de estatísticas, a gestão das finanças públicas e a
gestão da dívida interna e externa;

Património do Estado, que regula a coordenação e gestão da propriedade e outros activos do


Estado, a organização de informações relacionadas com o inventário e activos do Estado e
preparação de seu inventário, e;

Controlo Interno, que regula o controlo da boa utilização dos recursos públicos, a aplicação
das regras e métodos de contabilidade e a conformidade com as normas e os procedimentos
legais (artigo 1 da LEI no 9/2002).

O e-SISTAFE, como ferramenta importante na implementação das reformas da GFP, vem


sendo implantado de forma gradual aos níveis Central, Provincial e Distrital. Os seus módulos
operacionais já são utilizados em cerca de 75% dos órgãos e instituições do Estado, com
destaque para os Ministérios, Direcções Provinciais e Secretarias Distritais, sendo que cerca
de 60% de toda a despesa pública é presentemente executada a partir da Conta Única do
Tesouro (LAWSON et al., 2015: 23). Assim, os efeitos do e-SISTAFE, na economia do país e
da sociedade em geral, têm resultados encorajadores, conforme os dados debatidos neste
trabalho, denotando então que a transparência e prestação de contas são observadas do ponto
de vista prático, alinhando-se com a Estratégia da Reforma e Desenvolvimento da
Administração Pública.

Para além da criação do SISTAFE, no superior interesse do bem colectivo, foi adoptada a
estratégia anticorrupção (2006-2010) com o principal propósito de garantir serviços de
qualidade, primando-se pela inclusão, participação e transparência.

Como órgão fiscalizador, foi criado o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), ao
abrigo da Lei no 6/2004 de 17 de Junho, cuja função chave é desenvolver actividades de
controlo no uso de fundos públicos e outros bens pelos órgãos e instituições do Estado.

6. Operações Contabilísticas no SISTAFE

De acordo com CEDSIF (s/d) as operações contabilísticas no SISTAFE (Sistema de


Administração Financeira do Estado) desempenham um papel crucial na gestão financeira e
na prestação de contas do Estado moçambicano. O SISTAFE abrange todo o ciclo orçamental,
desde a elaboração até a execução final, incluindo diversos subsistemas como Orçamento,

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Tesouro Público, Contabilidade Pública, Património e Controlo Interno. Abaixo, são
discutidas algumas das principais operações contabilísticas realizadas no âmbito do SISTAFE:

6.1. Execução Orçamental

A execução orçamental é uma das operações centrais no SISTAFE. Ela envolve o registo de
todas as receitas e despesas de acordo com o orçamento aprovado. As unidades orçamentais
registam as suas operações financeiras no sistema, garantindo que os fundos sejam utilizados
de acordo com as alocações orçamentais e os objectivos estabelecidos.

6.2. Registo de Receitas e Despesas

Todas as receitas e despesas do Estado são registadas no SISTAFE de acordo com os


princípios contabilísticos e as normas estabelecidas. Isso inclui o registo de receitas
provenientes de impostos, taxas, multas, entre outros, bem como despesas relacionadas com
salários, aquisição de bens e serviços, investimentos, entre outros.

6.3. Gestão do Tesouro Público:

O SISTAFE é utilizado para a gestão eficiente do tesouro público, o que inclui a gestão de
fluxos de caixa, o controlo de saldos bancários, a realização de pagamentos e a gestão da
dívida pública. O sistema permite um acompanhamento detalhado das movimentações
financeiras, garantindo a liquidez necessária para o funcionamento do Estado.

6.4. Registo Patrimonial

O SISTAFE também é utilizado para o registo e gestão do património do Estado. Isso envolve
o registo de ativos fixos, como edifícios, equipamentos e veículos, bem como o controlo de
inventários e a avaliação da depreciação dos activos ao longo do tempo.

6.5. Controlo Interno e Auditoria

O SISTAFE é uma ferramenta importante para o controlo interno e a auditoria das operações
financeiras do Estado. O sistema permite o acompanhamento e a análise detalhada das
transacções, facilitando a identificação de eventuais irregularidades, fraudes ou erros
contabilísticos.

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6.6. Elaboração de Relatórios Financeiros

Por fim, o SISTAFE é utilizado para a elaboração de relatórios financeiros, como o Balanço
Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício e a Demonstração dos Fluxos de
Caixa. Esses relatórios fornecem uma visão abrangente da situação financeira do Estado e são
essenciais para a prestação de contas aos cidadãos e às entidades de supervisão.

Em suma, as operações contabilísticas no SISTAFE são fundamentais para garantir a


transparência, a eficiência e a eficácia na gestão dos recursos públicos em Moçambique. O
sistema desempenha um papel central na organização e registo das transacções financeiras do
Estado, bem como na elaboração de relatórios financeiros e no cumprimento das normas
contabilísticas e regulamentações aplicáveis.

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7. Conclusão

O plano contabilístico e o SISTAFE desempenham papéis essenciais na gestão financeira e na


prestação de contas do Estado moçambicano. O desenvolvimento contínuo e a implementação
eficaz desses instrumentos são fundamentais para garantir a transparência, a integridade e a
eficiência na utilização dos recursos públicos. Através da análise histórica, estrutural e
regulamentar apresentada neste trabalho, fica evidente a importância de um plano
contabilístico robusto e de um sistema de administração financeira eficaz para promover o
desenvolvimento económico e social sustentável em Moçambique.

O SISTAFE abrange todo o ciclo orçamental, desde a elaboração até a execução final,
incluindo diversos subsistemas como Orçamento, Tesouro Público, Contabilidade Pública,
Património e Controlo Interno. Abaixo, são discutidas algumas das principais operações
contabilísticas realizadas no âmbito do SISTAFE: Execução Orçamental, Registo de Receitas
e Despesas, Gestão do Tesouro Público, Registo Patrimonial, Controlo Interno e Auditoria,
Elaboração de Relatórios Financeiros.

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8. Referências bibliográficas

CEDSIF. (s/d). Recuperado de https://www.cedsif.gov.mz/cedsifportal/sistafe/. Acesso em


29/03/2024.

LAWSON, A., BAPTISTA, C., PISANI, A., PFLUCKER, H. & CONTRERAS, G. (2015).
Avaliação do Desempenho da Gestão de Finanças Públicas. Relatório de avaliação
PEFA para a República de Moçambique. Relatório final de Dezembro de 2015,
volume 1. Maputo.

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS. DIPLOMA MINISTERIAL N.º 181/2013.

MOÇAMBIQUE. ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. Lei nº 9/2002, de 12 de Fevereiro, Lei


da reforma do Sistema de Administração Financeira: artigos 1, 6.

MOÇAMBIQUE. Decreto n.º 23/2004, de 20 de Agosto, Regulamento do Sistema de


Administração Financeira do Estado.

MOÇAMBIQUE. MINISTÉRIO DE ECONOMIA E FINANÇAS. (2015). REFORMA DA


ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO ESTADO. Relatório de Balanço e
Perspectivas Maputo, Novembro de 2015, elaborado pelo Ministério da Economia e
Finanças, Moçambique.

PERILLO, Marcos.(2018).Plano de contas: guia para estruturar o seu (com


exemplos).recuperado de https://blog.contaazul.com/o-que-e-plano-de-contas/ acesso
em 30/03/2024.

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