PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA

FACULDADE DE DIREITO
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

Ana Julia Pina Brehmer

1. Referências:

ROSS, Alf. Sobre o Direito e a Justiça. São Paulo, Edipro, 2003), Capítulo I, Problemas
de Filosofia do Direito, pp. 23-52 e Capítulo III, As fontes do direito, pp. 101-134.

2. Fichamento

O livro "Sobre o Direito e a Justiça" de Alf Ross é um clássico da filosofia do

direito, onde o autor apresenta sua teoria sobre o direito e suas fontes. No Capítulo I,
Ross começa discutindo a questão da natureza do direito, argumentando que o direito é
um fenômeno social, que surge da necessidade de regulação das relações entre os
indivíduos em uma sociedade, que o direito é um sistema de normas que visa
estabelecer uma ordem social justa e racional.

O autor argumenta que o direito não é uma ciência, mas sim uma prática social.
Ele afirma que a filosofia do direito não pode ser uma disciplina normativa, mas sim
uma disciplina descritiva que se concentra na análise do direito como fenômeno social.
Para Ross, o papel da filosofia do direito é analisar as normas jurídicas e sua relação
com a sociedade, a moral e a política.

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 No Capítulo III, Ross discute as fontes do direito. Ele argumenta que as fontes
do direito podem ser divididas em duas categorias: as fontes formais e as fontes
materiais. As fontes formais são as normas jurídicas e as decisões judiciais, enquanto as
fontes materiais são os valores, costumes e práticas sociais que influenciam a criação e a
interpretação das normas jurídicas.

Ross argumenta que as fontes formais do direito são importantes, mas não são
suficientes para compreender o direito como um fenômeno social. Ele defende que é
necessário levar em consideração as fontes materiais do direito, ou seja, os valores,
costumes e práticas sociais que influenciam a criação e a interpretação das normas
jurídicas.

O autor destaca que as fontes materiais do direito variam de acordo com a

sociedade em que estão inseridas. Ele argumenta que os valores, costumes e práticas
sociais que influenciam a criação e a interpretação das normas jurídicas são moldados
pela história, cultura e tradição de cada sociedade. Por isso, a compreensão do direito
deve levar em consideração suas particularidades culturais e históricas.

Ross também discute a relação entre a lei e a justiça. Ele argumenta que a lei não
é sinônimo de justiça, mas é um meio para alcançá-la. Segundo Ross, a justiça não pode
ser definida de forma absoluta, mas sim em relação aos valores, costumes e práticas
sociais de cada sociedade. Assim, a lei deve estar em conformidade com a concepção de
justiça da sociedade em que é aplicada.

O autor destaca que a interpretação das normas jurídicas é um processo

complexo, que envolve a análise das fontes formais e materiais do direito. Ele
argumenta que a interpretação das normas jurídicas deve levar em consideração não
apenas o texto da lei, mas também as suas finalidades e as suas consequências sociais.
Além disso, a interpretação das normas jurídicas deve ser guiada pelos princípios da
coerência e da integridade do direito.

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 Ross ainda discute a relação entre o direito e a moral, afirmando que o direito e a
moral são sistemas distintos, mas que estão interligados visto que o direito é um sistema
de normas que regula as condutas externas dos indivíduos enquanto a moral é um
sistema de valores que orienta as condutas internas dos indivíduos. Mas é importante
lembrar que as normas jurídicas são influenciadas pela moral, já que a moral é um dos
elementos que compõem as fontes materiais do direito.

Em suma, Ross reafirma que o direito é uma prática social que visa a estabelecer
uma ordem justa e racional. Além de argumentar que a compreensão do direito como
fenômeno social exige a análise das suas fontes formais e materiais, bem como das suas
relações com a sociedade, a moral e a política. Para ele, a filosofia do direito deve se
concentrar na análise do direito como um sistema de normas que busca alcançar a
justiça em uma sociedade.

3. Questão problematizadora:

Como a análise das fontes formais e materiais do direito pode contribuir para a
compreensão do direito como fenômeno social?