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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

Andressa Martins dos Santos

Heloise Aparecida Secco

Psicologia do Esporte: descrição e a prática do profissional que atuam no futebol de


campo

São Paulo

2021
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

Andressa Martins dos Santos

Heloise Aparecida Secco

Psicologia do Esporte: descrição e a prática do profissional que atuam no futebol de


campo

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no formato


artigo ao Curso de Psicologia da Universidade São Judas
Tadeu como parte dos requisitos para obtenção do grau
de psicólogo.

Área de concentração: Cognitivo-Comportamental

Orientadora: Dra. Gisele Maria da Silva.

São Paulo

2021

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Título do trabalho: Psicologia do Esporte: descrição e a prática do profissional que atuam no
futebol de campo

Resumo: A Psicologia do Esporte é uma área em constante desenvolvimento que busca


identificar os fatores psicológicos que podem influenciar no rendimento de um atleta
profissional. A atuação do psicólogo se faz necessária visando o trabalho multidisciplinar, para
elaborarem planejamentos de prevenção e intervenção eficazes e que alcancem os objetivos
estabelecidos. Levando em consideração a importância da atuação do psicólogo do esporte no
alto rendimento, há quantidade escassa de pesquisas que investiguem o perfil dos profissionais
atuantes da área. Dado a situação, essa pesquisa teve como objetivo compreender o perfil de
profissionais psicólogos que atuam no futebol de campo, assim como buscou descrever os
protocolos que são utilizados na prática profissional e os tipos de intervenções adotados. Foram
observados nos resultados que a maioria dos psicólogos do esporte estão localizados na região
Sudeste e possuem somente a especialização na área do esporte. Aparentemente, 50% dos
profissionais apresentam-se no início da carreira no futebol, assim como os outros 50% dos
profissionais são veteranos nesta modalidade. Os maiores campos de atuação estão
direcionados para o futebol masculino, de alto rendimento e nas categorias de base, sendo a
visita domiciliar e as entrevistas de desligamento os protocolos menos utilizados e engajamento
acadêmico e questões relacionadas à torcida são as demandas menos trazidas para os
atendimentos. A abordagem mais usada pelos psicólogos esportivos é a terapia cognitivo-
comportamental, os profissionais não costumam produzir materiais científicos e a maior parte
dos psicólogos possuem uma sala própria na instituição esportiva em que atuam, respondendo
ao gerente de futebol. Além disso, os profissionais que atuam com categorias de base ficam
responsáveis por mais de uma equipe. Sendo assim, esta pesquisa auxiliou realizar a
compreensão do perfil e a descrição dos protocolos que são utilizados por profissionais da
psicologia do esporte que atuam no futebol de alto rendimento no Brasil.
Palavras-chave: psicólogo esportivo, alto rendimento, modalidades esportivas.

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Abstract: Sport Psychology is an area in constant development that seeks to identify the
psychological factors that can influence the performance of a professional athlete. The role of
the psychologist is necessary with a view to multidisciplinary work, in order to develop
effective prevention and intervention plans that reach the established objectives. Taking into
account the importance of the role of the sport psychologist in high performance, there is a
scarce amount of research that investigates the profile of professionals working in the area.
Given the situation, this research aimed to understand the profile of professional psychologists
who work in field soccer, as well as to describe the protocols that are used in professional
practice and the types of interventions adopted. It was observed in the results that most sport
psychologists are located in the Southeast region and only have specialization in the field of
sport. Apparently, 50% of professionals present themselves at the beginning of their football
career, as well as the other 50% of professionals are veterans in this sport. The largest fields of
action are directed to men's football, high-performance and in the youth categories, with home
visits and disconnection interviews being the least used protocols and academic engagement
and issues related to fans are the demands least brought to the services. The approach most
used by sports psychologists is cognitive-behavioral therapy, professionals do not usually
produce scientific materials and most psychologists have their own room in the sports
institution where they work, reporting to the football manager. In addition, professionals who
work with base categories are responsible for more than one team. Thus, this research helped
to understand the profile and description of the protocols that are used by professionals in sport
psychology who work in high-performance football in Brazil.
Keywords: sport psychologist, high performance, sports types.

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Sumário

1. Resumo 3
1.1. Abstract 4
2. Introdução 6
3. Objetivos 10
3.1. Objetivo geral 10
3.2. Objetivos específicos 10
4. Metodologia 11
4.1. Desenho do estudo 11
4.2. Participantes 11
4.3. Instrumentos 11
4.4. Riscos 11
4.5. Benefícios 11
4.6. Procedimentos de coleta de dados 12
4.7. Procedimentos de análise de dados 12
5. Resultados e discussão 13
6. Considerações finais 39
7. Referências bibliográficas 41
8. Anexos 48
8.1. TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 48
8.2. Questionário Sociodemográfico e Complementar 50
8.3. Carta-Convite 63

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2. Introdução

O termo “esporte” surgiu no século XIV junto aos marinheiros que saíam do porto para
praticar atividades físicas. Eles utilizavam expressões como “fazer esporte”, “desportar-se” e
“sair do porto” para descrever seus passatempos de exercício físico (Tubino, 1993, p. 9), mas
a prática esportiva é muito mais antiga que isso, já que na Grécia Antiga eles utilizavam os
Jogos Gregos como maior ocorrência esportiva da época (Tubino, 1993, p. 11).

É muito comum que o esporte seja utilizado como sinônimo da prática de atividade
física já que utiliza de atividades motoras, esforço físico etc., embora a depender da atividade
física, as intensidades do uso dessas características sejam moderadas. A prática esportiva,
então, depende de uma série de fatores para serem classificadas como esporte (Barbanti, 2006).
Ainda que haja definições que classifiquem o surgimento do esporte para fins educacionais
ainda nos tempos primitivos, também existem definições que estabelecem a aparição do esporte
como um fator biológico e não histórico (Tubino, 1993, p. 13). Embora divergentes, essas
definições concordam que, para haver esporte, é necessário que haja a competição (Barbanti,
2006).

Sociólogos, então, definem o esporte competitivo conforme sua organização e


imposição de regras. Ou seja, um jogo de futebol entre São Paulo e Corinthians, duas potências
do futebol paulista, é considerado esporte, mas dois amigos chutando uma bola, não. O esporte,
seguindo esta definição, torna-se uma atividade física institucionalizada (Barbanti, 2006). Mas
apesar de existir diferentes definições e compreensões acerca da definição do que é o esporte,
este por sua vez é um fenômeno amplamente cultural e profundamente humano, importante
para o desenvolvimento e compreensão cultural de cada época (Tubino, 1993).

Com a alta adesão do público ao esporte, diversos campos do conhecimento


despertaram interesse em estudar à fundo o fenômeno do esporte, o que não foi diferente com
a Psicologia. A Psicologia do Esporte nasceu da educação física, a partir do momento que
educadores físicos passaram a identificar e investigar as demandas com os atletas (Vieira,
Vissoci, Oliveira & Vieira, 2010). Embora falar de uma Psicologia Esportiva pareça
relativamente algo novo, na Grécia Antiga, filósofos como Aristóteles e Platão se debruçavam
em procurar maiores compreensões sobre atividades motoras e de percepção através da
conceituação de mente e corpo (Barreto, 2003). E, no início do século XX, começaram a
aparecer discussões sobre o quanto fatores psicológicos influenciavam a performance do atleta,

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já que a anatomia do corpo humano não era mais o fator principal para o alto desempenho
(Vieira, Vissoci, Oliveira & Vieira, 2010).

Conforme o interesse em compreender como os fatores psicológicos impactavam o


desempenho do atleta em boa forma física, surgiram em diversas regiões do mundo na década
de 1920 estudos mais específicos sobre a Psicologia do Esporte. Em 1925, surgiu na
Universidade de Illinois o primeiro laboratório de Psicologia do Esporte criado pelo americano
Coleman Griffith (Vieira, Vissoci, Oliveira & Vieira, 2010).

Mas embora a Psicologia do Esporte tenha aparecido e ganhado força em meados da


década de 1920, no Brasil seu surgimento se deu após o estabelecimento da Psicologia como
Ciência e Profissão (Carvalho, 2016), e um marco da Psicologia do Esporte no país se deu com
João Carvalhaes enquanto psicólogo do São Paulo Futebol Clube, onde permaneceu por 20
anos (Rubio, 2007).

A Psicologia do Esporte se estabeleceu como uma área teórica e prática, com o objetivo
de investigar e analisar os aspectos emocionais e comportamentais no ambiente do esporte,
assim como entender de que forma as questões psicológicas podem afetar o desempenho de
um atleta e como a prática esportiva pode influenciar diretamente na saúde mental dos mesmos.
Os psicólogos, por sua vez, têm interesse em ampliar seus conhecimentos para atuação acerca
das interações no contexto esportivo e de todos os aspectos psicológicos desenvolvidos no
esporte (Sonoo, Gomes, Damasceno, Silva & Limana, 2010).

A atuação do psicólogo do esporte ocorre em três principais áreas: o ensino, a pesquisa


e a intervenção. Em ensino, é importante que haja a possibilidade de elucidar os conhecimentos
e habilidades da técnica do esporte para que profissionais da área possam, da melhor forma,
compreender comportamentos e emoções no contexto esportivo. Em relação à pesquisa, é
comum a exploração acerca de possíveis intervenções psicológicas, de acordo com as
características de cada atleta, para a prática segura de competições e treinamentos. Por último,
a intervenção, que possui funções de avaliar e diagnosticar, realizar treinamentos mentais e
demais técnicas (Weinberg e Gould, 2017). Mas ainda que possam atuar em três áreas
diferentes, há quatro campos de trabalho em que o psicólogo esportivo pode conduzir as suas
atuações: o esporte escolar, esporte recreativo, esporte de reabilitação e o esporte de rendimento
(Samulski, 1992).

O esporte de alto rendimento é uma prática que envolve atletas profissionais,


treinamentos rigorosos e competições importantes. Os atletas têm o esporte como profissão e,

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com isso, dedicam a maior parte de seu tempo para chegar ao alto rendimento, superando uma
prática amadora do esporte (Rubio, 2004). O principal papel do psicólogo do esporte no alto
rendimento se remete a busca por aspectos psicológicos que possam interferir no rendimento
dos atletas ou do grupo esportivo. Dessa maneira, a compreensão e transformação desses
aspectos deverão ampliar o desempenho dos mesmos de forma adequada para que possam
atingir os seus objetivos (Rubio, 1999). Além disso, o profissional poderá ampliar ou
desenvolver os aspectos psicológicos dos atletas como a motivação, ansiedade, autorregulação
emocional, atenção, concentração, liderança, trabalho em equipe, estresse e traços de
personalidade (Vorraber, 2010; Conde, 2020), assim como a satisfação, o alto rendimento, a
autoestima, interações sociais, o estado de humor, entre outros (Campos, Alves, & Nakano,
2016), e que são amplamente trabalhados em diversas modalidades esportivas, assim como
futebol.

Uma das modalidades de alto rendimento mais socialmente fenomenais no Brasil é o


futebol. O futebol brasileiro possui uma representatividade de identidade que engloba os
sentimentos de milhares de pessoas, demanda uma ampla gama de significados e tem a sua
prática social estabelecida no Brasil (Mascarenhas, 2012). Muitos dos envolvidos na
modalidade futebolística, ao longo do tempo, entendem a importância de a Psicologia obter o
seu espaço para o trabalho de preparação dos atletas (Castellani, 2014), além de compreender
que o trabalho em equipe (psicólogos, comissão técnica, nutricionistas, entre outros) é
fundamental durante o planejamento da prática, tanto o pré-planejamento, como durante jogos
e treinamentos e no pós-planejamento (Souza et al., 2020).

Mensurando o alto rendimento da prática futebolística e os principais aspectos


psicológicos de atletas, a Psicologia do Esporte busca usar técnicas de treinamento mental para
auxiliar os jogadores, como o controle emocional para domínios de emoções (a raiva, o medo,
a ansiedade e a frustração), e técnicas para ampliar a motivação (Castellani, 2014). Contudo, a
preparação psicológica envolve a formação de características que agregam o perfil do atleta e
que podem se desenvolver como aspectos de qualidade durante os treinos e as competições
para o controle emocional (Ribeiro & Baptista, 2018).

Embora a atuação do psicólogo voltada ao atleta seja mais comum, a Psicologia do


Esporte atua em um extenso espaço, atingindo não só a comissão técnica, mas também a
comissão de arbitragem. O surgimento da arbitragem no futebol se deu em 1868, mas a atuação
do árbitro dentro dos gramados só foi acontecer no ano de 1881, onde a presença dos

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assistentes, mais conhecidos como bandeirinhas, se deu somente depois de quase um ano de
atuação dentro dos gramados (Sousa, 2016).

Segundo Sousa (2016), há quatro pilares que influenciam o alto desempenho do árbitro:
o pilar físico, já que os profissionais são submetidos às orientações de um instrutor físico,
melhorando a atuação dos árbitros em avaliações físicas e também o desempenho dentro de
campo; o pilar técnico, que envolve a participação em palestras e treinamentos que englobam
o conhecimento do Livro de Regras, treinamento de linguagem corporal e verbal como
estratégia de controle da partida, estudo dos regulamentos, a ética no futebol etc.; o pilar social
que por sua vez interage também com os outros pilares e tem como fundamento a harmonia
pessoal e a boa atuação da arbitragem; e o pilar mental, focado na promoção da saúde, controle
emocional e controle do stress.

Dentro de campo, árbitros e assistentes sofrem inúmeras cobranças, já que o espetáculo


da partida depende, também, do desempenho da arbitragem (Pereira, Santos & Cillo, 2007).
Por este motivo, o profissional da Psicologia do Esporte atua no serviço de escuta, oferece
apoio e incentiva o árbitro a fazer uma releitura das partidas com o intuito de adquirir melhores
práticas para sua atuação dentro dos gramados (Sousa, 2016).

Diante do cenário esportivo e da importância da atuação do psicólogo neste ramo, é


escasso na literatura pesquisas acerca do perfil dos profissionais atuantes nesta área. Por este
motivo, essa pesquisa teve como propósito compreender o perfil de profissionais psicólogos
que atuam no futebol de alto rendimento, assim como, descrever os protocolos e as ações que
são adotadas na prática profissional. Acredita-se que, a partir deste estudo, os dados obtidos
poderão contribuir para reflexão sobre a atuação do psicólogo que trabalha com atletas de
futebol de alta performance.

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3. Objetivos

3.1. Objetivo Geral:

Essa pesquisa teve como objetivo compreender o perfil de profissionais psicólogos que atuam
no futebol de alto rendimento.

3.2.Objetivos Específicos:

● Compreender os dados sociodemográficos dos psicólogos que atuam no esporte de alto


rendimento (modalidade do futebol de campo);

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4. Metodologia

4.1.Desenho do estudo

Este estudo caracterizou-se como pesquisa de campo, descritiva, transversal e de


caráter quantitativo.

4.2.Participantes

O estudo foi composto por 56 participantes, psicólogos, de ambos os sexos (39 do


sexo feminino e 17 do sexo masculino) com idades entre 24 e 59 anos (média = 37 e desvio
padrão = 8,99) que tivessem vínculo de trabalho com clubes brasileiros e federações
estaduais compondo as comissões estaduais de arbitragem. Critérios de inclusão: ser
psicólogo, de ambos os sexos e que atuasse no futebol de alta performance. Critérios de
exclusão: foram excluídos da amostra os participantes que não possuíam vínculo
empregatício à um clube esportivo/federação estadual de arbitragem ou que durante o
andamento da coleta de dados, por algum motivo, necessitaram interromper a sua
participação.

4.3.Instrumentos

Constituiu-se a partir da aplicação de dois instrumentos, sendo: (1) questionário


sociodemográfico e (2) questionário contendo perguntas específicas do fazer profissional do
psicólogo na modalidade do futebol de campo (Anexo 2).

4.4.Riscos

Esta pesquisa apresentou riscos mínimos para o bem-estar físico e mental dos
participantes. Caso o participante tenha se sentido desconfortável, pôde interromper o
procedimento a qualquer momento, sem prejuízo para ambas as partes. Caso houvesse
necessidade de um acompanhamento psicológico, foi indicado o atendimento regular e gratuito
do Centro de Psicologia Aplicada (CENPA) da Universidade São Judas (Contato: R. Marcial,
45 - Mooca, São Paulo - SP, 03169-040. Telefone: (11) 2799-1831).

4.5.Benefícios

Como benefício direto para os participantes da pesquisa, podemos citar a tomada de


reflexão sobre a atuação de psicólogos do esporte no futebol de alta performance, considerando
as particularidades desta profissão. Além disso, como benefício indireto os participantes

11
contribuíram para o avanço das pesquisas científicas, ampliando então o conhecimento acerca
do perfil profissional dos profissionais que atuam na Psicologia do Esporte.

4.6.Procedimentos de coleta de dados

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da
Universidade São Judas Tadeu (CAAE: 46640921.0.0000.0089) e teve início após a aprovação
deste órgão colegiado. Devido a pandemia do COVID-19, o procedimento de coleta de dados
foi realizado totalmente no formato online.

Os participantes foram convidados nas redes sociais (Facebook, Instagram e Whatsapp)


através de uma carta convite (Anexo 3), e a partir disso, foram direcionados para um formulário
Google (https://forms.gle/jR9yQ3bXJKR9MUqa8).

Neste formulário, o(a) participante pôde optar por concordar ou não com o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Anexo 1), que estava disponível para ser salvo
em PDF e/ou para impressão do mesmo caso os participantes quisessem ter esse documento
em mãos. Caso o participante não concordasse com o TCLE, o mesmo seria redirecionado para
o fim da pesquisa. Para os participantes que aceitaram prosseguir para a próxima etapa do
formulário, tiveram que responder as perguntas de cunho sociodemográfico e complementares.
A aplicação teve duração média de 10 minutos.

4.7.Procedimentos de análise de dados

Os dados obtidos foram agrupados em uma planilha do Microsoft Excel e analisados


de maneira descritiva e quantitativa. apresentando-os em frequência e porcentagem.

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5. Resultados e discussão

Conforme descrição dos objetivos, esta pesquisa visou compreender o perfil


profissional de psicólogos do esporte que atuam no futebol de alto rendimento. Para tanto, os
dados foram divididos em 12 tabelas, após serem analisados de maneira descritiva e
quantitativa, no qual estes dados foram apresentados em frequência e porcentagem.

A Tabela 1 buscou compreender variáveis relacionadas aos dados sociodemográficos


dos participantes, como segue:

Tabela 1
Perfil Sociodemográfico dos participantes
Região Total % Sexo feminino Sexo
Masculino
Sudeste 36 64,28% 28 8
Nordeste 10 17,85% 5 5
Sul 9 16,07% 6 3
Centro-Oeste 1 1,78% 0 1
TOTAL 56 100% 39 17

Idade Total de participantes %

Até 29 anos 12 21,42%

Até 39 anos 25 44,64%

Até 49 anos 13 23,21%

Até 59 anos 6 10,71%


TOTAL 56 100%

Anos de formação em Total de participantes %


Psicologia

Entre 5 meses a 2 anos 6 10,71%

13
Entre 3 anos a 5 anos 5 8,92%

Entre 6 anos a 8 anos 10 17,85%

Entre 9 anos a 11 anos 9 16,07%

Entre 12 anos a 14 anos 5 8,92%

Entre 15 anos a 17 anos 8 14,28%

Entre 18 anos a 20 anos 6 10,71%

Entre 21 anos a 23 anos 3 5,35%

Entre 27 anos a 29 anos 1 1,78%

Superior a 30 anos 2 3,57%


TOTAL 56 100%

Última formação acadêmica


Total de participantes %
realizada

Doutorado 6 10,71%

Mestrado 11 19,64%

Especialização/Pós graduação 28 50%


em Psicologia do Esporte

Graduação em Psicologia 3 5,35%

Cursos de Formação 8 14,28%


TOTAL 56 100%

Atuação em outra área da Total de participantes %


Psicologia

Docente (Ensino Superior e 12 21,42%


Pós Graduação) e área clínica

14
Docente (Ensino Superior e 5 8,92%
Pós Graduação)

Área clínica 34 60,71%

Gestão de Pessoas 1 1,78%

Não atua em outra área 4 7,14%


TOTAL 56 100%

Os resultados indicaram que a região Sudeste apresenta maior concentração de


psicólogos atuantes no futebol, sendo 64,28% da amostra, enquanto a região Centro-Oeste do
país concentra o menor número de profissionais atuantes (1,78%). Estes resultados corroboram
com o estudo da agência de gestão, finanças e marketing esportivo Pluri Consultoria (2020),
no qual apontou que a cidade de São Paulo, situada na região Sudeste, é o estado que mais
abrange clubes de futebol profissionais. O Nordeste apareceu em segundo lugar (17,85%),
indicando que os clubes que trabalham com a modalidade do futebol têm buscado o trabalho
do psicólogo para compor suas equipes de apoio. Essa crescente já havia sido prevista no estudo
realizado por Vilarino, Dominsk, Andrade, Felden e Andrade (2017), o qual indicou notável
crescimento na elaboração de pesquisas na área de psicologia do esporte na região do Nordeste.

Ao analisar questões referentes a idade dos participantes, os dados indicaram que a


maioria (44,64%) dos psicólogos possuem idade de até 39 anos (média = 37 e desvio padrão =
8,99). De acordo com Rubio (2002), desde o início dos anos 2000, houve uma crescente no
número de psicólogos que procuraram o esporte como atuação profissional, curiosamente, ano
que o Conselho Federal de Psicologia regulamentou a prática desta área. Aparentemente, esse
fato contribuiu para o aumento não só do interesse dos profissionais, mas também de ofertas
de empregos em clubes esportivos. No futebol, João Carvalhaes já iniciava seu trabalho na
modalidade em meados de 1950, fazendo com que houvesse contribuições significativas na
ampliação dos estudos acerca do futebol de campo (Hernandez, 2011).

Com relação aos anos de formação em Psicologia, os resultados indicaram que 80,31%
dos profissionais estão formados em psicologia há mais de seis anos. E levando este dado em
consideração, a é muito importante para que os profissionais deem continuidade aos estudos
(Paiva & Carlesso, 2019). Apesar disso, o estudo de Epiphanio (1999) salienta a necessidade

15
de os cursos de formação em psicologia perceberem a Psicologia do Esporte como uma das
áreas que se pode atuar, bem como gerar investimento e incluí-la nas grades curriculares dos
cursos universitários.

Pensando em uma formação à frente, ou seja, na especialização do esporte, Pinho


(2016), reforça que ao se aprofundar nos temas do público, o psicólogo poderá transitar entre
teoria e prática. Para o autor, ao inserir um psicólogo clínico sem maiores conhecimentos para
atuar no contexto esportivo traria uma vasta gama de problemas. Esta informação é reforçada
a partir do reconhecimento da área pelo Conselho Federal de Psicologia no ano de 2000
(Resoluções CFP nº14/2000 e nº13/2007) (Souza & Picoli, 2018) pois, aparentemente, os
profissionais estão buscando ajustar-se ao sugerido, considerando que a especialização pode
ajudar o profissional a tomar decisões mais eficazes de acordo com as adaptações definidas.
Nesse sentido, é significativo notar que a maioria da amostra, sendo 50% dos participantes da
pesquisa realizaram, ao menos, uma especialização/pós-graduação em psicologia do esporte, e
que 30,35% dos profissionais continuaram sua formação através de programas de pesquisas de
mestrado e doutorado.

Parece que, embora os psicólogos estejam vinculados ao trabalho no esporte, as


atuações profissionais não se limitam apenas a esse contexto. Os resultados indicaram que
60,71% se dividem entre o esporte e os atendimentos clínicos e, além disso, 21,42% incluem,
não só esporte e clínica, mas também, a docência. A área clínica é um campo de atuação que
pode acolher diferentes indivíduos para entender mais a fundo sobre a sua demanda e
subjetividade (Dutra, 2004). Normalmente, pela especialização do profissional no esporte, o
público inclui atletas que buscam compreender os problemas psicossociais que possam estar
prejudicando o seu rendimento e/ou prática esportiva (Barreto, 2003). Os resultados reforçaram
o que Vieira, Vissoci, Oliveira e Vieira (2010), observaram quanto a atuação na psicologia do
esporte, na qual, embora haja outros focos de atuações profissionais, há duas grandes
especialidades: a psicologia clínica (com foco em programas de intervenção) e a psicologia
educacional (focada no ensino e na pesquisa – área responsável em compreender as
investigações realizadas em laboratórios, transcrever os dados através das publicações para que
os mesmos direcionem a intervenção do profissional que atua direto na prática).

16
Tabela 2
Vínculo profissional, renda e carga horária de trabalho
Vínculo profissional Total de participantes %

CLT – Consolidação das Leis 30 53,57%


do Trabalho

PJ – Pessoa Jurídica 16 28,57%

Profissional não-remunerado 3 5,35%

Estágio 1 1,78%

Contrato conforme demanda 6 10,71%


(Contrato informal e
voluntariado)
TOTAL 56 100%

Renda mensal Total de participantes %

Inferior à 1 salário 3 5,35%

1 a 2 salários 11 19,64%

3 a 4 salários 14 25,00%

5 a 6 salários 8 14,28%

7 a 8 salários 5 8,92%

9 salários 1 1,78%

Superior a 10 salários 6 10,71%

Depende do período de 2 3,57%


convocação

Não recebe remuneração 6 10,71%


mensal

17
TOTAL 56 100%

Carga horária Total de participantes %

10 horas semanais 14 25%

15 horas semanais 7 12,50%

20 horas semanais 9 16,07%

25 horas semanais 2 3,57%

30 horas semanais 9 16,07%

Superior a 40 horas semanais 15 26,78%


TOTAL 56 100%

A primeira variável indicada na Tabela 2 apontou o vínculo profissional dos


participantes deste estudo que, com 53,57%, são CLT (Consolidação das Leis de Trabalho).
Trata-se da formalização de trabalho entre o profissional e a instituição de atuação, em que
ambos devem cumprir com as leis estabelecidas, ocasionando tanto para o empregador quanto
para a empresa maior segurança e condições de trabalho, além de benefícios (de Lima, Bentes
& Stolfi, 2014). Por outro lado, 28,57% atuam como PJ (Pessoa Jurídica), no qual trabalham
por conta própria sem quaisquer obrigações formalizadas, embora não recebam nenhum tipo
de benefício além da remuneração de um serviço prestado. Já 10,71% possuem contratos
informais ou realizam as suas tarefas como voluntários, enquanto 5,35% são profissionais que
não recebem nenhum tipo de retorno salarial pelo trabalho realizado. Entende-se que embora a
maioria dos psicólogos do esporte estejam em boas posições profissionais no mercado de
trabalho, existem muitos outros (46,41%) que estão contratados dentro de outras condições
que, muitas vezes podem não compor os mesmos benefícios e recompensas financeiras de um
contrato realizado em carteira assinada. De acordo com o estudo de Carvalho (2009), a
Psicologia do Esporte é uma área que caminha, ao longo dos anos, através de muita dedicação
e esforço, mas que, infelizmente, tem um retorno demorado ou negativo que podem gerar
frustrações aos profissionais.

Com relação a renda mensal, 25% recebem até dois salários-mínimos,


aproximadamente 61% dos profissionais recebem valores superior a três salários-mínimos e
18
3,57% recebem suas remunerações de acordo com o período de convocação. Entretanto, ainda
há um total de quase 11% de profissionais que não recebem remuneração mensal. Segundo o
estudo de Paiva e Carlesso (2019), às vezes no esporte, tanto para treinadores quanto para
psicólogos do esporte, a carreira profissional pode iniciar sem nenhuma remuneração, uma vez
que no Brasil nem todas as modalidades esportivas ou esportes de alto rendimento oferecem
bonificações. Ao investigar os dados de forma mais detalhada, observa-se que há uma
concentração de psicólogos do esporte (11%) que são bonificados com valores superiores a 10
salários-mínimos, representando os profissionais que parecem ser mais bem bonificados
quando comparados ao demais participantes desse estudo.

O último aspecto investigado na Tabela 2 indicou que a carga horária dos participantes
não é homogênea, indicando que há variações no formato de prestação de serviços por parte
dos psicólogos. Aparentemente, 25% dos profissionais trabalham até 10 horas semanais, 32%
entre 15 e 25 horas semanais, 16,07% dedicam-se 30 horas por semana e, por último, os
profissionais de tempo integral, com tempo superior a 40 horas semanais (26,78%). Podemos
considerar que, o tempo de trabalho vincula-se com o fortalecimento da área, sendo que, quanto
mais o psicólogo atua, mais tempo conseguirá para se dedicar às demandas profissionais dos
atletas, assim como aponta Machado (2009) ao associar o crescimento de um trabalho
psicológico esportivo com a dedicação e seriedade que o mesmo terá na instituição esportiva,
independentemente de sua formação esportiva inicial e de sua área de atuação, seja ela escolar,
recreativa, de reabilitação, projetos sociais ou de alto rendimento.

Tabela 3
Relatórios a instituição de trabalho
Entrega de relatório Total de participantes %
Sim 41 73,21%

Não 15 26,78%
TOTAL 56 100%

Tipos de relatórios %

19
Relatórios sobre aspectos 4,61%
individuais do atleta

Relatórios sobre aspectos da 10,76%


equipe

Ambos os relatórios 26,15%


(individuais e coletivos)

Relatórios de atividades 58,46%


realizadas (gerais)

*A Tabela 3 referente aos relatórios a instituição de trabalho (tipos de relatórios) possibilitou aos participantes que
preenchessem mais de uma opção, fazendo com que os resultados ultrapassassem o total de 56 indicações dos participantes.

Em relação as entregas de relatórios acordadas com as instituições esportivas, os


resultados apontaram que a grande maioria dos psicólogos (73,21%) apresentam as
informações coletadas a partir da elaboração de um documento formal. Desses profissionais,
um total de 58,46%, mencionaram confeccionar relatórios que discorrem informações das
atividades gerais realizadas com a equipe e 26,15% elaboram relatórios que contemplam
informações de cunho pessoal ou coletivo. Esses resultados indicam o quão as instituições têm
buscado formalizar através de registros oficiais os dados obtidos por meio das intervenções
psicológicas. Os relatórios devem, sempre, respeitar as questões éticas de sigilo profissional
com o compromisso de não emitir as informações obtidas ou apenas fornecê-las a quem lhe é
permitido (Cunha, 2000), uma vez que de acordo com Medeiros e Lacerda (2017), há uma
exigência em que profissionais do esporte possuam uma comunicação ativa com estas demais
áreas que estão atuando com os mesmos atletas, para que, assim, haja uma integração dos
saberes e das especificidades de cada esportista, além de possibilitar conhecer a dinâmica do
trabalho realizado por outros profissionais e como os atletas se adequam em cada área (Paiva
& Carlesso, 2019).

20
Tabela 4
Atuação profissional no futebol de campo
Tempo de atuação no Total de participantes %
futebol de campo

Até 1 ano 11 19,64%

2 anos a 4 anos 17 30,35%

5 anos a 7 anos 11 19,64%

8 anos a 10 anos 8 14,28%

11 anos a 13 anos 2 3,57%

14 anos a 16 anos 3 5,35%

Superior a 17 anos 4 7,14%


TOTAL 56 100%

Modalidades de atuação Total de participantes %

Arbitragem 7 12,50%

Futebol feminino 4 7,14%

Futebol masculino 37 66,07%

Futebol feminino e masculino 6 10,71%

Futebol feminino, masculino e 1 1,78%


arbitragem

Futebol masculino e 1 1,78%


arbitragem
TOTAL 56 100%

Nível de competitividade Total de participantes %

21
Alto rendimento 52 92,85%

Amador 2 3,57%

Iniciação esportiva 2 3,57%


TOTAL 56 100%

Categorias de atuação Total de participantes %

Categorias de base 23 41,07%

Equipe adulta (profissional) 15 26,78%

Categorias de base e equipe 9 16,07%


adulta (profissional)

Comissão de arbitragem 5 8,92%

Categorias de base e comissão 1 1,78%


de arbitragem

Equipe adulta (profissional) e 3 5,35%


comissão de arbitragem
TOTAL 56 100%

Atuação de mais de um Total de participantes %


psicólogo na equipe

Sim 29 51,78%

Não 27 48,21%
TOTAL 56 100%

Modalidades %

Atletismo 21,42%

Basquete 32,14%

Lutas 58,92%

22
Canoagem 3,57%

Ciclismo 8,92%

E-sports 10,71%

Futebol de salão (Futsal) 26,78%

Apenas futebol de campo 16,07%

Ginástica 23,21%

Halterofilismo 3,57%

Handebol 5,35%

Hipismo 16,07%

Natação 41,07%

Remo 5,35%

Rugby 8,92%

Tênis 32,14%

Tiro 8,92%

Triatlo 10,71%

Vôlei 19,64%

Vôlei de praia 5,35%

Badminton 3,57%

Motovelocidade 3,57%

23
Outras modalidades (Beisebol, 25%
esgrima, futebol americano,
golfe, skate, escalada,
goalball, tênis de mesa, surf,
bodyboarding, poker, tênis de
mesa paralímpico, crossfit,
bobsled)
*A tabela modalidades refere-se aos esportes em que os profissionais atuam além do futebol de campo e/ou atuaram
anteriormente

Uso de Protocolos %
Psicológicos

Avaliação psicológica com 62,50%


uso de testes restritos ao
psicólogo (SATEPSI)

Avaliação psicológica com 67,85%


escalas validadas para o
público do esporte

Avaliação psicológica com 33,92%


escalas não-validadas para o
público do esporte

Anamnese 96,42%

Entrevista de ingresso 64,28%

Entrevista de desligamento 32,14%

Dinâmica em grupo 83,92%

Atendimento individual 96,42%

Reunião com o treinador 96,42%

Reunião com a instituição 75%

Atendimento familiar 64,28%

24
Visita domiciliar 14,28%

Observação de jogos 92,85%

Observação de treinos 96,42%

Reabilitação 69,64%

Mapeamento social 33,92%

Problemas com alimentação 41,07%

Intervenções específicas 10,71%


(atendimento ao alojamento,
atendimento de luto por perda
de parente, rastreio cognitivo,
análise sociométrica, treinos
cognitivos a auxílio na
aplicação de testes)

Demandas dos atletas %

Torcida 1,41%

Questões familiares 8,72%

Questões afetivas 6,83%


(relacionamentos)

Rendimento Esportivo 12,73%

Metas e expectativas de futuro 10,37%

Adaptação à instituição 5,89%

Relacionamento com o 8,25%


treinador

Suporte Social (amigos da 3,77%


vida pessoal e equipe)

25
Estratégias de Enfrentamento 9,66%
e Resiliência

Bem-estar emocional 9,66%

Bem-estar e recuperação física 7,78%

Engajamento Acadêmico 1,65%

Feedback de Rendimento 5,89%

Patologias Psicológicas 7,31%


(ansiedade, depressão, etc)
TOTAL 100%
*A Tabela 4 referente as modalidades, uso de protocolos psicológicos e demandas dos atletas possibilitou aos participantes
que preenchessem mais de uma opção, fazendo com que os resultados ultrapassassem o total de 56 indicações dos participantes.

Como pode ser observado, a Tabela 4 apontou que o tempo de atuação no futebol de
campo concentra-se entre dois e quatro anos com 30,35% dos participantes da amostra, sendo
que 19,64% têm até um ano de trabalho (aproximadamente 50% até quatro anos). Embora
pareça que a maioria dos profissionais iniciaram as suas atuações há pouco tempo na
modalidade, também aproximadamente 50% dos participantes atuam há mais de cinco anos.
Isto mostra que as instituições esportivas estão contratando psicólogos novatos para atuar no
futebol de campo e que a área possui maior visibilidade do que no passado, levando em
consideração que, o número de psicólogos novatos é igual ao número de psicólogos veteranos
no futebol de campo. Nota-se, ao longo dos anos que grande parte da comissão técnica como
treinadores, dirigentes, atletas e até mesmo a diretoria dos clubes de futebol de campo
demonstram maior interesse e aceitação pela psicologia do futebol, mesmo que estes solicitem
a atuação do profissional apenas em situações emergenciais (Castellani, 2014). Mas embora
isso ocorra, o futebol de campo parece continuar sendo uma das modalidades mais acessíveis
para os psicólogos do esporte.

A variável modalidades de atuação apontou que o futebol é o que mais abre espaço de
atuação profissional, sendo que 66,07% indicaram que atuam somente com o futebol masculino
e 80,34% atuam com o futebol masculino e outras modalidades. Observa-se, então, que o
futebol masculino possui uma maior atenção e maiores oportunidades de trabalho. Este

26
resultado corrobora com o estudo de Vilarino, Dominsk, Andrade, Felden e Andrade (2017),
no qual cita que a modalidade futebolística é um dos maiores grupos nos campos de intervenção
e atuação, e que pode gerar empregos em diferentes setores do esporte.

Ao analisar o nível de competitividade que os psicólogos atuam, o alto rendimento


permanece sendo a área da modalidade que mais abre oportunidades para inserção desse
profissional (92,85%). Apesar disso, o estudo de Frades, Oliveira, Varoli e Carneiro (2020),
alerta que o profissional de psicologia do esporte que atua com o alto rendimento ainda possui
muitas dificuldades para atuação. De acordo com os autores, essa dificuldade não ocorre apenas
no processo de inserção profissional, mas também, no espaço de trabalho limitado para
investigação e análise evidenciando desafios relacionados a falta de financiamento em estudos
e a desvalorização deste profissional.

Já em relação as categorias de atuação, observa-se que a maior concentração de


profissionais atua diretamente nas categorias de base com 41,07% dos participantes da
pesquisa, sendo que 58,92% atuam com as categorias de base e outras categorias, indicando
que o trabalho com crianças e adolescentes em formação, nessa modalidade, tem mais espaço
para atuação profissional. O desenvolvimento das intervenções com este público não se limita
apenas ao alto rendimento, mas também a formação pessoal e individual. Os dados obtidos
nestes resultados são importantes, pois o trabalho psicológico com jovens atletas parecem ser
necessários, levando em consideração as diversas nuances que surgem ao iniciarem as
atividades esportivas em um clube de futebol profissional, como a pressão estabelecida por
parte da família do atleta e o desafio de conciliar os estudos com a carreira esportiva (Lindern,
Mester, Strey, Silva & Lisboa, 2017). É importante salientar, ainda, que o clube somente
receberá o selo de certificado de clube formador caso haja alguns profissionais específicos
atuando em conjunto, inclusive o psicólogo. Além disso, com base nos trabalhos realizados nas
categorias de base, torna-se necessário haver profissionais que atuem de acordo com as
diretrizes do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) (Scalon, 2016).

Outro dado importante é que o trabalho psicológico realizado com comissões de


arbitragem parece estar em crescimento, uma vez que 16,07% dos psicólogos indicaram atuar
diretamente com esse público. Segundo o estudo de Costa, Ferreira, Penna, Costa, Noce e
Simim (2010), o trabalho do árbitro em um jogo de futebol engloba tomadas de decisões
atentando-se a aspectos específicos (social, físico, psicológico, técnico) que, ao serem
efetuados de forma errônea, podem designar situações de estresse. Ainda neste estudo, os dados

27
indicaram que os aspectos mais estressantes para este público são os sociais e psicológicos,
ainda que exista uma tridimensionalidade a respeito de todos os fatores, incluindo a vertente
biológica. Nota-se, também, que alguns trabalhos com árbitros têm sido realizados em outras
modalidades e que, atualmente, vem sendo uma área de atuação em crescimento no cenário do
futebol, uma vez que, aproximadamente, um total de 11 psicólogos atuam junto com a
arbitragem no Brasil em nove estados brasileiros (Confederação Brasileira de Futebol, 2020),
assimilando-se com os resultados da presente pesquisa.

Aparentemente, a maior parte dos clubes (51,78%), optam por ter em seu departamento
mais de um psicólogo, favorecendo a compreensão das diversas demandas que são
apresentadas no dia a dia pelo atleta e pela própria equipe. Embora os dados indiquem que a
maioria dos clubes observam a necessidade de o departamento contar com mais de um
profissional, ainda é significativo o número de instituições que acreditam que a presença de
mais de um psicólogo poderia ser vista como desnecessária (Paiva & Carlesso, 2019).

Já as modalidades indicaram que há uma variedade de esportes em que o psicólogo


pode atuar no alto rendimento. Tendo em vista que todos os participantes desta pesquisa atuam
como psicólogos no futebol de campo, e que 16,07% atuam apenas com esta modalidade,
Castellani (2014) reforça a ideia de que embora haja dúvidas acerca do trabalho do psicólogo
do esporte, a psicologia conquistou o seu espaço no futebol de campo, visto que a comissão
técnica e dirigentes de clubes esportivos passaram a valorizar a presença e atuação dos mesmos,
pois aprimoram o rendimento e resultado dos atletas.

Mas embora isto possa ser observado, percebe-se que algumas modalidades possuem
mais oportunidades profissionais do que outras para o desenvolvimento do trabalho
psicológico, como lutas (58,92%), natação (41,07%), basquete e tênis (32,14%), o que nos faz
pensar que há uma quantidade expressiva de psicólogos do esporte com experiências prévias
além do futebol de campo e que, os aspectos psicológicos são tão presentes em outras
modalidades quanto no futebol. O estudo de Cruz e do Nascimento (2019) apontou que 99,97%
dos atletas de muay thai federados, não federados e em nível de iniciação possuem
comportamentos de estresse em todo o período de pré-competição. Corroborando com estes
dados, o estudo de Correa (2016) indicou que atletas de basquete sobre rodas mais novos tem
menos controle de suas emoções em relação aos atletas mais velhos, justamente em questão de
suas experiências prévias no esporte. Dessa forma, entende-se que atletas de alto rendimento,
muitas vezes, demonstram ter quadros de ansiedade e até de depressão, decorrente de situações

28
estressoras no esporte, fazendo-se, então, necessário a orientação psicológica (Reardon et al.,
2019).

A variável uso de protocolos psicológicos apontada na Tabela 4 mostrou a variedade de


ferramentas que um profissional de psicologia do esporte pode utilizar em seus trabalhos nos
clubes de futebol de campo, chamando uma maior atenção para a anamnese (96,42%), o
atendimento individual com o atleta (96,42%), a reunião com o treinador (96,42%), as
observações de treinos (96,42%) e as observações de jogos (92,85%). De acordo com o estudo
de Fleury (2002), a entrevista de anamnese é uma das técnicas mais utilizadas na psicologia do
esporte para realizar um levantamento abrangente de informações a respeito dos profissionais
e do ambiente em que estão inseridos. Além disso, Siqueira e Oliveira (2011) apontam que as
observações de jogos, treinamentos e até do convívio nos arredores da instituição esportiva se
tornou extremamente relevante para a avaliação psicológica de atletas e da equipe. Mas embora
haja uma vasta gama de ferramentas a serem utilizadas por psicólogos do esporte, pois uma das
práticas do psicólogo do esporte é, justamente, a avaliação psicológica de atletas e/ou equipes
(Garcia & Borsa, 2016) e, todos os processos comuns da psicologia parecem estar bem
estabelecidos nas atuações dos profissionais, alguns ainda demonstram estar sendo praticados
com menos frequência, como a visita domiciliar (14,28%) e a entrevista de desligamento
(32,14%), sendo importante compreender os motivos para tal.

A última variável indicada foram as demandas dos atletas presentes nos atendimentos,
e pôde ser observado que os temas de demanda são variados. Embora o rendimento de um
atleta seja uma demanda importante e visivelmente indicada na Tabela 4 com 12,73%, outros
temas além do rendimento também são investigados como as metas e expectativas de futuro
(10,37%), o bem-estar emocional (9,66%), questões familiares (8,72%) e até patologias
psicológicas (7,31%). Já demandas de torcida (1,41%) e engajamento acadêmico (1,65%)
aparentam ser os pontos menos trazidos nos atendimentos. Apesar disso, o estudo de Cunha,
Moreira e Faria (2021) evidencia que a psicologia do futebol busca compreender todas as
variadas demandas psicológicas, pois há contextos esportivos diferentes e cada atleta tem as
suas próprias especificidades. A individualidade de um atleta diz muito a respeito aos seus
aspectos psicossociais, no qual indicam como estes irão se adequar aos treinamentos, como
lidam com as exigências de ser um atleta de alto rendimento e outras situações dentro do
ambiente esportivo, uma vez que os eventos da vida pessoal de um atleta podem encaminhá-lo
para um caminho diferente de outros esportistas que estão passando pela mesma fase no

29
futebol, logo, os resultados podem variar (Silva, 2021). Com isso, todos são aspectos
psicossociais importantes a serem observados.

Tabela 5

Abordagem utilizada para condução do trabalho

Quantidade de
Abordagem %
profissionais
Terapia Cognitivo-
29 52%
Comportamental

Psicanálise 9 16%

Psicologia Positiva 3 5%

Humanista 3 5%

Gestalt 2 4%

Análise do Comportamento 3 5%

Fenomenologia 1 2%

Daseinanálise 1 2%

Reichiana 1 2%

Sistêmica 1 2%

Não utilizam nenhuma 3 5%


abordagem

TOTAL 56 100%

As informações dispostas na tabela 5 ressaltaram que atualmente 52% dos participantes


optam por utilizar a Terapia Cognitivo-Comportamental como abordagem em sua atuação. Fato
este relacionado com os resultados eficazes apresentados em materiais científicos (Lindern,
2016). Embora todas as abordagens possam ser utilizadas nas atuações profissionais, Weinberg
e Gould (2017), informam que a abordagem Cognitivo-Comportamental utiliza da modificação

30
comportamental através de métodos cognitivos, podendo produzir melhorias significativas para
o desempenho esportivo, além do fato de ser baseada em evidências e com índices altos de
validação científica (Rangé, Pavan-Cândido & Neulfeld, 2017).

Tabela 6
Participação de rotinas com a equipe
Respostas dos
Costuma viajar com a equipe %
profissionais
Não 23 41%

Sim 7 13%

Às vezes 26 46%

Costuma participar da preleção realizada Respostas dos


%
pela comissão técnica profissionais
Sim 31 55%

Não 20 36%

Às vezes 5 9%

TOTAL 56 100%

Como mostraram os resultados, há uma participação ativa dos psicólogos em atividades


propostas pela comissão técnica, já que 56% dos profissionais relataram participar da preleção
junto à comissão técnica. Já em relação à participação das viagens, 46% dos profissionais
relataram viajar às vezes com a equipe. Segundo Brandão e Machado (2008), a presença do
psicólogo durante as viagens com o grupo, auxiliam nas demandas que possam atrapalhar a
concentração do atleta quando o esforço deveria voltar-se para a conquista do objetivo em
questão, seja individual ou coletivo, contudo, alguns técnicos ainda acham o trabalho do
psicólogo desnecessário (Dantas, 2013), podendo impactar na ausência do profissional da
psicologia na viagem, não impedindo que o trabalho seja executado, uma vez que as
intervenções do psicólogo podem ocorrer na modalidade on-line.

31
Tabela 7
Acesso a outras áreas para apoio durante intervenções
Acesso a outras áreas para apoio Respostas dos profissionais %
Sim, sempre 23 41%

Algumas vezes (dependendo da demanda) 31 55%

Não 2 4%

TOTAL 56 100%

Com relação as intervenções em conjuntos com outros departamentos de apoio, os


resultados indicaram que praticamente 41% dos participantes da pesquisa realizam
intervenções conjuntas e, um total de 55% dos profissionais optam por intervenções
transdisciplinares dependendo da demanda apresentada pelo atleta ou equipe. Salmuski (2002),
reforça essa conduta e ressalta o trabalho individual como incompleto, havendo a necessidade
de comunicação entre áreas para obtenção de um resultado com maior efetividade. Atualmente,
na área esportiva, os psicólogos compõem equipes multidisciplinares, visando o estudo da
adesão à prática esportiva, lesões etc., compartilhando seus resultados com diversas áreas de
maneira a produzir avanços à ciência (Weinberg & Gould, 2017).

Tabela 8
Setor de Psicologia
Respostas dos
Total de psicólogos no clube %
profissionais
3 7 13%

2 18 32%

1 27 48%

5 2 4%

4 1 2%

6 1 2%

32
Respostas dos
Sala oficial do departamento da Psicologia %
profissionais
Sim 31 55%

Não 21 38%

Sala compartilhada com outros profissionais 3 5%

Trabalho realizado na modalidade on-line 1 2%

Autoridade responsável pelo setor de Respostas dos %


Psicologia Profissionais
Coordenador Científico 7 13%

Gerente de Futebol 26 47%

Setor Médico/Saúde 9 16%

Presidente 12 22%

Comissão Técnica 1 2%

Diretor de arbitragem 1 2%

Respaldo (apoio, amparo) para o trabalho Respostas dos


%
do psicólogo profissionais

Sempre 16 29%

Às vezes 12 21%

Raramente 5 9%

Muitas vezes 22 39%

Nunca 1 2%

TOTAL 56 100%

Foi obtido através dos resultados que 48% dos participantes alegaram haver somente
um profissional da psicologia na equipe. Além disso, 55% dos participantes relataram haver
uma sala destinada ao setor de psicologia, dado este em acordo com o Código de Ética
Profissional do Psicólogo (2005), onde em seu Artigo 9º cita: “é dever do psicólogo respeitar

33
o sigilo profissional, a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das
pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional”.

Em relação ao profissional responsável pela supervisão do setor da Psicologia do


Esporte, 47% dos profissionais participantes assinalaram responder ao gerente de futebol,
levando em consideração que este é diretamente responsável pelas áreas operacionais dentro
dos clubes (Elias, Shamah, Hein, Andrade, Carlet & Voser 2021), o que ressalta, também, a
autonomia adquirida pelos psicólogos em sua prática profissional e a desvinculação da
subordinação dos profissionais da medicina. Kenner (1992) argumenta que a autonomia no
emprego é um dos fatores de maior influência para o prazer na execução das tarefas do trabalho.
Embora 39% dos participantes terem alegado receber apoio do clube para a realização do
trabalho do psicólogo, Castellani, (2014) relata que muitos dos gerentes de futebol optam por
não contratar um profissional da Psicologia por não fazer parte das pretensões do clube, além
do trabalho ser desempenhado, muitas vezes, por membros da comissão técnica.

Tabela 9
Realização de materiais científicos a partir dos resultados obtidos através das intervenções
Desenvolvimento de materiais científicos Respostas dos
%
profissionais
Sim 19 34%

Não 37 66%

TOTAL 56 100%
Tipo de material %
Artigos 16%

Cartilhas 32%

Manuais 21%

Não costumam desenvolver 66%

*A Tabela 9 referente a realização de materiais científicos a partir dos resultados obtidos através das intervenções (tipo de
material) possibilitou aos participantes que preenchessem mais de uma opção, fazendo com que os resultados ultrapassassem
o total de 56 indicações dos participantes.

34
Conforme mostram os resultados obtidos, 66% dos participantes relataram não produzir
materiais científicos. Embora essa pesquisa tenha apontado tal dado, os estudos de Dominsk,
Vilarino, Coimbra, Silva, Casagrande e Andrade (2018), identificaram que o futebol é o
segundo esporte mais investigado pelos psicólogos do esporte, ficando atrás somente do
voleibol. Andrade, Brandt, Dominski, Vilarino, Coimbra e Moreira (2015), relataram que
embora haja um aumento na produção científica de materiais com a temática da Psicologia do
Esporte, ainda se produz pouco sobre o assunto. Levando isto em consideração, é importante
ressaltar a importância existência de estudos experimentais para testagem de métodos aplicados
a intervenções específicas para o aperfeiçoamento das técnicas e do campo de intervenção
(Gomez, Coimbra, García, Miranda & Barra Filho, 2007)

Tabela 10
Quantidade de equipes das categorias de base que ficam sob a responsabilidade de um
profissional

Número de equipes (categorias de base) que


Respostas dos profissionais %
ficam sob a responsabilidade de cada psicólogo
Uma 19 34%
Duas 1 2%
Três 4 7%
Quatro 17 30%
Oito 1 2%
Todas 9 16%
Não atendo as Categorias de Base 5 9%

Profissional para categoria adulta Respostas dos profissionais %


Sim 37 66%
Não 15 27%
Não possui a categoria profissional 4 7%

O psicólogo da categoria profissional é o


Respostas dos profissionais %
coordenador do departamento?
Não 32 57%
Sim 24 43%

35
TOTAL 56 100%

No que diz respeito aos profissionais da psicologia que atendem aos atletas das
categorias de base, 34% dos participantes alegaram ficar responsáveis somente por uma equipe
e 30% alegaram ficar responsáveis por quatro equipes. Devido ao fato de que o papel do
psicólogo para com o atleta enquanto nas categorias de base do clube ser voltado não só para
aspectos que favoreçam o desempenho físico, a presença no dia a dia do atleta proporciona o
monitoramento, também, da disciplina para com o grupo (Dantas, 2011). É importante ressaltar
que a quantidade de profissionais da psicologia deve ser de acordo com a quantidade de atletas,
a fim de prestar um serviço eficiente, visando o trabalho preventivo, já que Salmuski, (1992),
destaca a atuação do psicólogo do esporte como preventiva e terapêutica.

Além da presença do psicólogo ser fundamental para o desenvolvimento do atleta


enquanto nas categorias de base do clube, 66% dos participantes alegaram dispor de psicólogos
voltados para o atendimento às equipes profissionais em seus clubes de atuação. Segundo
Voser, Hernandez, Okubo e Duarte Junior (2017), um dos fatores mais investigados nos atletas
pelos profissionais da Psicologia do Esporte é a motivação, já que esta, nada mais é que o
incentivo para alcançar o objetivo. No mais, conforme sinalizaram os resultados, 57% dos
participantes alegaram que o profissional que coordena o setor de Psicologia do clube não é o
psicólogo atuante junto à equipe profissional.

Tabela 11
Vivência na prática do esporte regular
Foi atleta de alto rendimento ou teve vivência na Respostas dos
%
prática do esporte regular profissionais
Sim 33 59%

Não 23 41%

Acredita que a prática do esporte influenciou na Respostas dos


%
sua escolha pela atuação na Psicologia do Esporte profissionais
Sim 30 54%

Não 20 36%

36
Talvez 6 11%

TOTAL 56 110%

Em relação à influência da prática de esportes para a escolha da área de atuação, 59%


dos participantes informaram já terem sido atletas regulares de alguma modalidade esportiva.
Desses profissionais, 54% acreditaram terem sido influenciados pela atuação como atleta ao
escolher sua carreira profissional. Segundo Figueiredo (2008), isto acontece devido a nossa
constante atribuição de valores e significados, além da capacidade de experimentação,
facilitando a construção da nossa realidade. Caso a escolha da profissão não ocorra através da
atribuição de valores e significados conscientes e inconscientes, o indivíduo poderá vivenciar
situações de desconforto e frustrações durante a prática profissional (Santini & Molina Neto,
2005). Nesse caso, ter participado de atividades esportivas, contribuí para compreensão de
parte das demandas relatadas pelos atletas e entendimento do cenário que o alto rendimento se
estabelece. As vivencias anteriores podem ajudar o psicólogo a ter mais empatia à medida que
o atleta relata suas demandas, já que o profissional exerce um papel não punitivo facilitando a
obtenção de informações para as intervenções (Elliott, Bohart, Watson & Greenberg, 2011).

Tabela 12

Ingresso na área da Psicologia do Esporte através de estágio

Respostas dos
Forma de ingresso no estágio %
profissionais
Estágio associado à graduação/pós-graduação 16 29%

Indicação de outro profissional da área esportiva 4 7%

Processo Seletivo 6 11%

Apresentação de projeto à instituição 4 7%

Outras formas de ingresso 4 7%

Não ingressaram na área por estágio 22 39%

37
Respostas dos
Qual foi o tempo de duração do estágio? %
profissionais
1 a 6 meses 8 14%

7 a 11 meses 1 2%

1 a 2 anos 21 38%

Maior que 2 anos 4 7%

Não fizeram estágio 22 39%

Em relação ao ingresso no campo da Psicologia do Esporte 39% dos participantes não


ingressaram a partir de estágios na área, entretanto, 29% relataram que ingressaram na
profissão através de estágios ofertados pela graduação ou pós-graduação. Noffs, Lizardo e
Silva (2019), salientam a importância da vivência dentro do contexto profissional para aprender
estratégias e desenvolver-se como profissional de excelência. No que diz respeito ao tempo de
duração do estágio, 38% estagiaram de 1 a 2 anos na área, revelando o cumprimento da carga
horária descrita na lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, onde no Art. 11 ressalta: “A
duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos, exceto
quando se tratar de estagiário portador de deficiência.” Quando o estagiário exerce sua função
devidamente assistido por um profissional supervisor habilitado e disponível no período do
estágio, este utiliza métodos e técnicas que contribuem para o aprimoramento das suas
habilidades enquanto profissional (Costa Junior & Holanda, 1996), além de possibilitar
maiores oportunidades, devido a experiencia previamente adquirida.

38
6. Considerações finais

Parece que a maior concentração de psicólogos do esporte é na região Sudeste, assim


como parte significativa destes profissionais possuem apenas especialização/pós-graduação em
psicologia do esporte. A respeito do tempo de atuação destes psicólogos esportivos no futebol
de campo, o número de novos psicólogos do esporte é igual ao número de psicólogos veteranos.
Estes resultados podem indicar que as instituições esportivas estão contratando psicólogos
novatos para atuar no futebol de campo e que a área possui maior visibilidade do que no
passado. Ainda em relação ao futebol, é relevante apontar que o resultado predominante
mostrou que o futebol masculino, o alto rendimento e as categorias de base são as áreas com
maior atenção e oportunidades de trabalho para a psicologia do esporte.

Para trabalhar junto com estes atletas, notou-se que a anamnese, o atendimento
individual com o atleta, a reunião com o treinador, as observações de treinos e as observações
de jogos são os protocolos psicológicos mais utilizados, logo, todos os processos comuns da
psicologia parecem estar bem estabelecidos nas atuações dos profissionais, embora alguns
ainda demonstrem ser praticados com menos frequência, como a visita domiciliar (14,28%) e
a entrevista de desligamento (32,14%), sendo importante compreender os motivos para tal. Já
em relação as demandas, foi observado que embora o rendimento de um atleta ou de toda
equipe seja uma pauta importante e necessária no contexto esportivo do futebol de alto
rendimento, há outros pontos relevantes para serem investigados a respeito, mesmo que
trazidos com menos frequência para os atendimentos, como nos casos de torcida (1,41%) e
engajamento acadêmico (1,65%). Estes mesmos pontos são questões que, indiretamente,
podem afetar o rendimento de um atleta. Por isso, todos os aspectos psicossociais precisam ser
analisados para que o trabalho psicológico seja eficaz e completo.

Em relação à abordagem teórica da Psicologia escolhida pelos profissionais


participantes para aplicação das intervenções, há um destaque para a psicologia cognitivo-
comportamental, devido ao fato de ser baseada em evidências e com altos índices de validação
científica, embora todas as demais abordagens possam ser utilizadas. Além disso, devido ao
crescimento da interação das ciências do esporte, os profissionais relataram acessar outras áreas
a depender da demanda, fato este relacionado com a quebra do trabalho individual e o aumento
do trabalho multidisciplinar que, embora ainda esteja em desenvolvimento para o alcance do
êxito na comunicação, proporciona maior eficácia nas intervenções.

39
Sobre o setor da psicologia dentro dos clubes brasileiros, grande parte dos profissionais
mencionaram haver somente um psicólogo no clube, o que corrobora para a sobrecarga do
profissional. Já em relação ao fato de os profissionais terem relatado haver uma sala destinada
ao setor de psicologia, esta questão retrata o avanço das condições de trabalho para o psicólogo,
uma vez que este deve assegurar um ambiente acolhedor e sigiloso para o cliente. Outro fato
que sinaliza o avanço da psicologia do esporte, é a questão de os participantes terem assinalado
responder ao gerente de futebol, desvinculando a psicologia da medicina (embora faça parte da
ciência da saúde), possibilitando maior autonomia ao psicólogo.

Apesar de haver crescimento significativo na produção de materiais científicos, a


psicologia do esporte ainda produz pouco, fato este confirmado pelos resultados apresentados
neste estudo, onde apenas 34% dos participantes assinalaram produzir algum tipo de material
científico. Devido ao fato de que o futebol é um dos esportes que mais se produz material, faz-
se necessário uma maior atenção para a produção científica deste campo de atuação da
psicologia. Na atuação dos profissionais diante das categorias de base, ainda que 34% dos
profissionais tenham relatado ficarem responsáveis por apenas uma equipe, os resultados
mostraram que 30% dos participantes ficam responsáveis por quatro equipes, sendo um
dificultador do trabalho executado pelo psicólogo, uma vez que o ideal seria haver um
profissional responsável por cada equipe, proporcionando melhor acompanhamento dos
grupos.

Embora a psicologia do esporte tenha ganhado cenário ao longo dos anos, ainda assim
há poucos materiais que debruçam-se aos profissionais da psicologia que estão inseridos nesta
área, portanto, é sugerido pesquisas que envolvam profissionais atuantes de outras modalidades
como maneira de discrição das fraquezas e potencialidades do esporte, assim como novos
estudos a respeito dos profissionais da psicologia do esporte que atuam no futebol de alto
rendimento, levando em consideração que, esta pesquisa proporcionou entender os avanços da
área e do psicólogo esportivo, assim como pontos que devem ser melhorados. Refletindo a
respeito da hipótese deste estudo, entende-se que os psicólogos precisam de, pelo menos,
especialização em psicologia do esporte para atuar no futebol de alto rendimento, além de
experiências prévias no esporte e de técnicas específicas para atuação, de acordo com as
demandas que são apresentadas pelos atletas.

40
7. Referências Bibliográficas

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Weinberg, R. S., & Gould, D. (2016). Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício.


Porto Alegre, RS: Artmed.

47
8. Anexos
8.1.Anexo 1 (TCLE):

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado (a) a participar voluntariamente da pesquisa intitulada como
“Psicologia do Esporte: descrição e a prática do profissional que atuam no futebol de
campo”. Esta pesquisa está em desenvolvimento pelas alunas Andressa Martins dos Santos e
Heloise Aparecida Secco, sob a orientação do Professora Dra. Gisele Maria da Silva, todas
vinculadas à Universidade São Judas, unidade Mooca.

O objetivo da pesquisa é investigar e traçar o perfil detalhado dos profissionais da


Psicologia do Esporte no Brasil.

Sua participação na pesquisa será por meio da resposta em um questionário com


informações relacionadas à sua atuação profissional. Acreditamos que você levará
aproximadamente 10 minutos para responder as perguntas.

As pesquisadoras não mostrarão suas respostas para ninguém, e seus dados pessoais
serão mantidos em sigilo. Os resultados da pesquisa serão analisados e publicados, de maneira
geral, sem qualquer identificação sua, em um congresso ou em uma revista científica.

Obedecendo o que manda a lei, o pesquisador responsável vai arquivar seu questionário
por cinco anos, ficando a disposição apenas para consulta do comitê de ética, quando este julgar
necessário.

Por se tratar de uma atividade simples, essa pesquisa prevê risco psicológico mínimo,
podendo acontecer desconforto em responder muitas perguntas ou falar sobre algum assunto
que não lhe agrade. Se você se sentir assim, poderá interrompê-lo. Fique tranquilo! Não haverá
qualquer prejuízo para você nem para seu trabalho. Se você quiser conversar com o pesquisador
e pedir ajuda para lidar com estas questões de sua vida, saiba que a universidade tem um
atendimento psicológico gratuito para a comunidade e você poderá se inscrever para obter este
atendimento.

A sua participação na pesquisa é voluntária, ou seja, é importante que você saiba que
não receberá qualquer forma de remuneração pela sua participação.

48
Em caso de dúvidas e/ou denúncias em relação às questões éticas da presente pesquisa,
você pode entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas
pelo telefone (11) 2799.1946 ou e-mail: cep@usjt.br.

Se você tiver dúvidas sobre a pesquisa, você pode entrar em contato com a responsável,
Prof. Dra. Gisele Maria da Silva, pelo telefone (11) 99895-6908 ou pelo e-mail
gisele.silva@saojudas.br

Você poderá fazer o download para salvar e/ou imprimir este Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido cujo documento possui a assinatura de todos os pesquisadores.

Gisele Maria da Silva


End.: Rua Taquari, 546. Mooca – São Paulo – SP
E-mail: gisele.silva@saojudas.br
Telefone: (11) 99895-6908

Andressa Martins dos Santos


RA: 81718190
E-mail: andressasantos.8190@aluno.saojudas.br
Telefone: (11) 97093-1713

Heloise Aparecida Secco


RA: 818138506
E-mail: heloiseseco.8506@aluno.saojudas.br
Telefone: (11) 95890-4582

49
8.2.Anexo 2 (Questionário: Perfil profissional de psicólogos do esporte que
atuam no futebol de campo):

1. Nome completo: ________________

2. Gênero
( ) Feminino
( ) Masculino
( ) Outros: ________

3. Idade
( ) 22
( ) 23
( ) 24
( ) 25
( ) 26
( ) 27
( ) 28
( ) 29
( ) 30
( ) 31
( ) 32
( ) 33
( ) 34
( ) 35
( ) 36
( ) 37
( ) 38
( ) 39
( ) 40
( ) 41

50
( ) 42
( ) 43
( ) 44
( ) 45
( ) 46
( ) 47
( ) 48
( ) 49
( ) 50
( ) 51
( ) 52
( ) 53
( ) 54
( ) 55
( ) 56
( ) 57
( ) 58
( ) 59
( ) 60
( ) Outros: ________

4. Quantos anos você possui de formação em Psicologia?


( ) 1 ano
( ) 2 anos
( ) 3 anos
( ) 4 anos
( ) 5 anos
( ) 6 anos
( ) 7 anos
( ) 8 anos

51
( ) 9 anos
( ) 10 anos
( ) 11 anos
( ) 12 anos
( ) 13 anos
( ) 14 anos
( ) 15 anos
( ) 16 anos
( ) 17 anos
( ) 18 anos
( ) 19 anos
( ) 20 anos
( ) 21 anos
( ) 22 anos
( ) 23 anos
( ) 24 anos
( ) 25 anos
( ) 26 anos
( ) 27 anos
( ) 28 anos
( ) 29 anos
( ) 30 anos
( ) Outros: ________

5. Tempo de atuação no futebol de campo:

( ) Até 1 ano
( ) 2 anos
( ) 3 anos
( ) 4 anos

52
( ) 5 anos
( ) 6 anos
( ) 7 anos
( ) 8 anos
( ) 9 anos
( ) 10 anos
( ) 11 anos
( ) 12 anos
( ) 13 anos
( ) 14 anos
( ) 15 anos
( ) 16 anos
( ) 17 anos
( ) 18 anos
( ) 19 anos
( ) 20 anos
( ) Superior há 20 anos
( ) Outros: ________

6. Formação acadêmica (Deve ser marcado o maior grau concluído até o momento):
( ) Especialização pós/graduação em psicologia do esporte
( ) Mestrado
( ) Doutorado
( ) Cursos de formação
( ) Outros: ________

7. Com qual modalidade trabalha?


( ) Futebol feminino
( ) Futebol masculino
( ) Arbitragem

53
8. Qual o nível de competitividade da equipe que trabalha?
( ) Alto rendimento
( ) Amador
( ) Iniciação

9. Tipo de vínculo profissional (atual):


( ) Registro - CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas)
( ) Prestador de Serviços (PJ)
( ) Estágio - Pós Graduação
( ) Profissional Voluntário
( ) Profissional - Não Remunerado
( ) Outros: ________

10. Assinale a renda mensal obtida a partir do trabalho com o futebol de campo:

( ) Inferior à 1 salário mínimo


( ) De 1 a 2 salários mínimos
( ) De 3 a 4 salários mínimos
( ) De 5 a 6 salários mínimos
( ) De 7 a 8 salários mínimos
( ) De 9 a 10 salários mínimos
( ) Superior a 10 salários mínimos
( ) Não recebo remuneração
( ) Outros: ________

11. Região que atua profissionalmente:


( ) Sul
( ) Sudeste
( ) Nordeste

54
( ) Norte
( ) Centro-Oeste

12. Atua em outra área da psicologia?


( ) Docente (Ensino Superior e Pós Graduação)
( ) Área Clínica
( ) Não atuo em outra área. Apenas no esporte.
( ) Outros: ________

13. Você já atuou em quais modalidades esportivas?


( ) Atletismo
( ) Basquete
( ) Beisebol/Softbol
( ) Boxe
( ) Canoagem
( ) Ciclismo
( ) E-sports
( ) Esgrima
( ) Futebol americano
( ) Futebol de salão (Futsal)
( ) Ginástica Artística
( ) Ginástica Rítmica
( ) Golfe
( ) Halterofilismo
( ) Handebol
( ) Hipísmo
( ) Judô
( ) Karatê
( ) MMA
( ) Muay thai

55
( ) Nado artístico
( ) Natação
( ) Polo aquático
( ) Remo
( ) Rugby
( ) Skate
( ) Taekwondo
( ) Tênis
( ) Tiro
( ) Triatlo
( ) Vôlei
( ) Vôlei de praia
( ) Outros: ________

14. Quais são os tipos de atividades realizadas com o futebol?


( ) Avaliação psicológica com uso de testes restritos ao psicólogo (SATEPSI)
( ) Avaliação psicológica com escalas validadas para o público do esporte
( ) Avaliação psicológica com escalas não-validadas para o público do esporte
( ) Anamnese
( ) Entrevista de ingresso
( ) Entrevista de desligamento
( ) Dinâmica em grupo
( ) Atendimento individual
( ) Reunião com treinador
( ) Reunião com a instituição
( ) Atendimento familiar
( ) Visita domiciliar
( ) Observação de jogos
( ) Observação de treinos
( ) Reabilitação

56
( ) Mapeamento social
( ) Problemas com alimentação
( ) Outros: ________

15. Qual a sua carga horária de trabalho?


( ) 10 horas semanais
( ) 15 horas semanais
( ) 20 horas semanais
( ) 25 horas semanais
( ) 30 horas semanais
( ) Superior a 40 horas semanais

16. Costuma entregar relatório a instituição?


( ) Sim
( ) Não

17. Em caso positivo, qual tipo de relatório costuma entregar à instituição?


( ) Relatórios sobre aspectos individuais do atleta
( ) Relatórios sobre aspectos da equipe
( ) Ambos os relatórios (individuais e coletivos)
( ) Relatórios de atividades realizadas (gerais)
( ) Outros: ________

18. Quais demandas são mais atendidas na sua rotina profissional?


( ) Torcida
( ) Questões familiares
( ) Questões afetivas
( ) Rendimento Esportivo
( ) Metas e expectativas de futuro
( ) Adaptação à instituição

57
( ) Relacionamento com o treinador
( ) Suporte Social (amigos da vida pessoal e equipe)
( ) Estratégias de Enfrentamento e Resiliência
( ) Bem-estar emocional
( ) Bem-estar e recuperação física
( ) Engajamento Acadêmico
( ) Feedback de Rendimento
( ) Patologias Psicológicas (ansiedade, depressão etc)
( ) Outros: ________

19. No clube que trabalha atualmente, o departamento de psicologia é composto por mais
de um profissional?
( ) Sim
( ) Não

20. Com quais categorias você atua?


( ) Sub 10
( ) Sub 11
( ) Sub 12
( ) Sub 13
( ) Sub 14
( ) Sub 15
( ) Sub 16
( ) Sub 17
( ) Sub 18
( ) Sub 19
( ) Sub 20
( ) Equipe adulta (profissional)
( ) Comissão de arbitragem
( ) Outros: ________

58
21. Suas condutas interventivas estão baseadas em qual abordagem?
( ) Terapia Cognitivo-Comportamental
( ) Análise do Comportamento
( ) Psicanálise
( ) Gestalt
( ) Fenomenologia
( ) Humanista
( ) Não utilizo nenhuma abordagem para conduzir meu trabalho
( ) Outros: ________

22. Você viaja com a equipe durante os jogos fora de casa?


( ) Sim
( ) Não
( ) Ás vezes

23. Você participa da preleção realizada pela comissão técnica antes dos jogos?
( ) Sim
( ) Não
( ) Outros: ________

24. No clube, existe uma sala oficialmente destinada para a psicologia?


( ) Sim
( ) Não
( ) Outros: ________

25. Nas suas intervenções você costuma acessar outras áreas de apoio?
( ) Sim, sempre
( ) Não
( ) Algumas vezes (dependendo da demanda)
( ) Outros: ________

59
26.O departamento da psicologia responde para:
( ) Gerente de Futebol
( ) Setor Médico/Saúde
( ) Coordenador Científico
( ) Presidente
( ) Outros: ________

27. Você desenvolve materiais de publicação a partir dos resultados obtidos nas suas
intervenções?
( ) Sim
( ) Não

28. Em caso positivo, que tipo de material você costuma desenvolver?


( ) Artigos
( ) Cartilhas
( ) Manuais
( ) Outros: ________

29. Quantos profissionais o departamento de psicologia do seu clube possui?


()1
()2
()3
()4
()5
( ) Outros: ________

30. Se você atende as Categorias de Base: Quantas equipes ficam sob a responsabilidade
de cada psicólogo?
()1
()2

60
()3
()4
( ) Todas
( ) Não atendo as Categorias de Base
( ) Outros: ________

31. Caso o seu clube tenha a categoria profissional, há um psicólogo para essa categoria?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não possui a categoria profissional

32. O psicólogo da categoria profissional é o coordenador do departamento?


( ) Sim
( ) Não

33. Você já foi atleta de alto rendimento ou teve vivência na prática do esporte regular?
( ) Sim
( ) Não

34. Você acredita que a prática do esporte influenciou na sua escolha pela atuação na
Psicologia do Esporte?
( ) Sim
( ) Não
( ) Talvez

35. Você iniciou na área da Psicologia do Esporte através de um estágio?


( ) Sim
( ) Não

36. Caso a resposta seja positiva, como ingressou no estágio?


( ) Processo seletivo

61
( ) Indicação do professor da faculdade/pós-graduação
( ) Indicação de outro profissional da área esportiva
( ) Apresentação de um projeto à instituição
( ) Estágio associado à graduação
( ) Estágio associado à pós-graduação
( ) Outros: ________

37. Qual foi o tempo de duração do estágio?


__________________

38. Na sua opinião, o clube oferece respaldo (apoio, amparo) para o trabalho do psicólogo?
( ) Sempre
( ) Muitas vezes
( ) Ás vezes
( ) Raramente
( ) Nunca

39. O que, na sua opinião, dificulta o trabalho do psicólogo no futebol?


__________________

40. Caso desejar receber os resultados da pesquisa após sua finalização, deixe o e-mail
abaixo:
__________________

62
8.3.Anexo 3 (Carta-Convite):

Olá!

Somos Andressa Martins dos Santos e Heloise Aparecida Secco, alunas da


Universidade São Judas do 5º ano do curso de Psicologia e estamos realizando um estudo que
tem por objetivo compreender o perfil de profissionais psicólogos do esporte que atuam no
futebol de alto rendimento. Para participar do estudo, estamos buscando psicólogos,
especialistas em Psicologia do Esporte, de ambos os sexos, que atuem no futebol de alta
performance e possuam vínculo à um clube esportivo. Se você preenche esses critérios,
gostaríamos de convidá-lo(a) a participar de forma voluntária e sem remuneração, a responder
um questionário no GoogleForms que contém questões acerca de seus dados
sociodemográficos e complementares à sua atuação profissional.

Caso você tenha interesse em participar, por favor, acesse este link:
https://forms.gle/jR9yQ3bXJKR9MUqa8.

Grato(a)!

63

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