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SUMÁRIO

1 PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA DO ATLETA .................................................. 2

2 RENDIMENTO VINCULADO AO PSICOLÓGICO DO ATLETA ...................... 9

3 HABILIDADES PSICOLÓGICAS ................................................................... 20

4 FATORES QUE INTERFEREM NA PERFORMANCE .................................. 31

5 ASPECTOS DA PSICOLOGIA DO ESPORTE .............................................. 38

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 51
1 PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA DO ATLETA

Fonte: www.elartedelaestrategia.com

Ao ouvir treinadores e atletas partilhar os seus pensamentos após as


competições, parece haver uma aceitação crescente de que o domínio psicológico
desempenha um papel central na qualidade do desempenho.
Há uma abundância de frases comumente usadas que as pessoas empregam ao
atribuir o fracasso do seu desempenho em competição, incluindo: São os últimos
centímetros que conta; Simplesmente não estivemos em campo; Jogámos com medo;
As nossas mentes estavam em outro lugar; Não aguentámos a pressão.
Estes tipos de comentários são indicativos de uma crença individual ou coletiva
de que a preparação psicológica, foco e capacidade de gerenciar a excitação e os
níveis de ansiedade em momentos chave, influenciam fortemente a qualidade do
desempenho esportivo. No entanto, os fatos dizem-nos que a maioria dos atletas e
treinadores não dedicam deliberadamente tempo e esforços à prática destas
habilidades psicológicas.
Você já ouviu alguém dizer que estava com medo de fazer determinada prova
que a “cabeça atrapalhou” em um momento difícil, que “faltou cabeça” para aguentar a
pressão e o cansaço, que a ansiedade estava muito alta, que a autoconfiança deixou a
desejar, que estava muito difícil se concentrar, que o jeito da pessoa ser a impediu de
ter um melhor resultado, que as preocupações não a deixaram dormir direito no dia
anterior, ou algo parecido?

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Tudo isso faz parte do universo esportivo, e convivemos com isso nas diferentes
provas e nas mais diferentes modalidades. No entanto, tais aspectos são muitas vezes
negligenciados, como se não fizessem parte da vida do atleta (profissional ou amador).
Quando penso uma preparação esportiva, penso em quatro tipos de
preparações: técnica, tática, física e psicológica. E algo que chama atenção é que
normalmente nos dedicamos a treinar apenas três delas:
 A técnica (a qualificação dos fundamentos, a execução correta dos
movimentos, etc.),
 A tática (conhecer a prova, criar uma estratégia, fazer um plano de treino,
etc.)
 A física (o condicionamento físico, a alimentação correta, a prevenção de
lesão, etc.).
Mas é a preparação psicológica? Na maioria das vezes é deixada de lado, como
se a condição psicológica de um atleta não pudesse ser treinada.

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Justamente por isso falamos de uma preparação psicológica, uma vez que não
envolve apenas intervenções pontuais, ou dicas/ sugestões para o dia prova (que
também são válidas), mas sim um processo de preparação, que começa com uma
avaliação psicológica do atleta que tem como objetivo mapear suas principais limitações
e potencialidades e montar um Programa de Preparação Psicológica, em que
escolhemos os temas, caminhos e estratégias para fazer seu acompanhamento
visando desenvolver suas habilidades e competências psicológicas, deixando-o melhor
preparadas para os treinos e as provas.
Sempre brinco que psicólogo não tem bola de cristal nem varinha mágica. Muitas
vezes as pessoas fazem perguntas do tipo: Antes da prova começo a ficar com medo
de não conseguir terminar e isso compromete toda a minha prova, o que eu faço? E
minha resposta só pode ser: Não sei! É preciso conhecer essa pessoa, sua história, e a
partir daí entender o que acontece e pensar formas de solucionar tal questão. É claro
que existem dicas generalizadas e algumas “fórmulas” que muitas vezes são
divulgadas, mas não podemos nos esquecer de que cada pessoa é única, e que muitas
vezes as fórmulas não se aplicam a todas elas.

Fonte: www.tribunademinas.com.br

Ainda é rara a procura pelo acompanhamento psicológico em atletas amadores


que tem no esporte um lazer ou uma prática não profissional, no entanto, a Psicologia
do Esporte e do Exercício tem muito a contribuir, principalmente para qualificar a prática
esportiva, tornar mais prazerosa, sem grandes medos ou cobranças, o objetivo não é
focar no resultado, mas sempre na qualidade do processo, na crença de que o
resultado é a simples consequência de um processo bem vivenciado.
Fazer atividade física com foco na saúde envolve também a saúde mental das
pessoas, para muitos funciona como uma prática que podemos chamar de terapêutica,
e a preparação psicológica para os atletas é também uma ótima ferramenta de
autoconhecimento e autodesenvolvimento.
Os anos 1990 decretaram uma nova postura nas equipes de diversas
modalidades esportivas por meio do surgimento dos clubes-empresas. Em decorrência
desse tipo de patrocínio, tornou-se possível viabilizar uma nova filosofia organizacional,
em que um dos itens mais importantes deveria ser o reconhecimento da necessidade
de um psicólogo atuante e presente para garantir um rendimento positivo e estável das
equipes.

Fonte: www.escolapsicologia.com

A preparação psicológica dos atletas é uma das temáticas mais discutidas no


mundo do esporte, sendo objeto de estudos no campo do conhecimento das ciências
humanas e sociais. O nível de preparação psicológica se manifesta mediante a
eficiência dos métodos de procedimentos e na eficácia das múltiplas técnicas
empregadas em relação aos atletas.
A mídia ressalta frases comuns ouvidas por comentaristas esportivos e
treinadores de diversas modalidades: Temos que mexer com o psicológico dos
jogadores; É hora de trabalhar a parte psicológica dos atletas; Nesse momento a parte
psicológica conta muito; O emocional fez a diferença nesse jogo; Os atletas sentiram a
pressão emocional e outras tantas pérolas ditas por treinadores de nome no cenário
esportivo nacional.
É preciso constatar que, na atualidade, não existe a formação de psicólogo do
esporte – o que existe são bacharéis e licenciados em psicologia para atuarem nos
seguimentos da psicanálise, da psicologia escolar e da organizacional, além daqueles
que foram formatados para atuarem como psicólogos. Decorre daí que, quando se fala
em psicologia ou psicossociologia do esporte, é usual encontrarmos diferentes
discussões a respeito dos profissionais que atuam no contexto dos esportes de
rendimento.

Fonte: www.3.bp.blogspot.com

O papel dos conhecimentos antropológico, sociológico, psicossociológico


e psicológico nas atividades dos profissionais (treinadores, sociólogos, psicólogos,
preparadores físicos, entre outros) são um referencial fundamental para suas
percepções sobre a sociedade do esporte e, consequentemente, um dos esquemas
conceituais, referenciais e operacionais orientadores de suas ações e intervenções
psicossociológicas.
A emergência do trabalho de um psicólogo processa-se no cenário de uma crise
de aceitação como um reflexo da credibilidade que os psicólogos têm dentro do
ambiente esportivo. Julga-se que a intervenção dos psicólogos não é prioritária no
entrecruzamento dos múltiplos elementos sociais, filosóficos, ideológicos, econômicos,
políticos e culturais de uma totalidade interativa envolvendo instituição/clube, grupos e
pessoas.
Isso significa que o papel do psicólogo em organizar um projeto de preparação
psicológica de atletas – tarefa cujas maiores dificuldades não só residem na
estruturação de um trabalho eficiente como método de procedimentos, mas também na
eficácia das metas e objetivos propostos como técnicas de intervenção psicológica na
preparação dos atletas. Lembremos que nem sempre os dirigentes estão interessados
no trabalho psicológico para os atletas.
É comum ouvir grandes atletas e treinadores dizerem: Temos que nos preparar
psicologicamente para esta partida ou fisicamente o time está bem, mas
psicologicamente vem passando por dificuldades ou, ainda, temos que elevar o moral
para virarmos o jogo.

Fonte: www.image.slidesharecdn.com

Com efeito, quando se diz que o atleta está precisando de melhor preparo físico
para uma competição, sabe-se que o preparador físico será escalado para um trabalho
mais rigoroso com esse atleta, seja definindo nova rotina de treinamento, optando por
um macrociclo ou determinando-lhe que faça exercícios para desenvolver habilidades
motoras necessárias ao seu desempenho: força explosiva, flexibilidade, resistência
muscular localizada, agilidade etc.
Se o atleta está mal – psicológica ou emocionalmente – quem é o profissional
tecnicamente preparado para atuar na solução desse problema? O técnico, o diretor do
clube, o médico ortopedista, profissionais de outras áreas que não a da psicologia do
esporte? Os que conhecem de perto o cotidiano do treinamento do atleta, de equipes
ou clubes de futebol dirão que profissionais sem a devida formação atuam como
“psicólogos” no esporte. Esse problema coloca em discussão inúmeros problemas – um
deles, o papel do psicólogo no mundo do esporte e, mais especificamente, na
preparação das equipes e dos atletas individualmente. Isso justificaria uma análise
sobre tudo aquilo que ocorre no campo do esporte.

2 RENDIMENTO VINCULADO AO PSICOLÓGICO DO ATLETA

Fonte: www.puc-riodigital.com.puc-rio.br

Treinamento psicológico é a prática das habilidades mentais (como autoconfiança,


motivação, controle emocional, comunicação e concentração) que ajudam atletas atingir
bem-estar e alto rendimento. Estudos em psicologia do esporte dos últimos 20 anos
mostram que atletas mais confiantes, mais motivados, que se comunicam melhor e são
mais concentrados lidam melhor com estresse, tem uma melhor relação com companheiros
de equipe e técnicos. Por isso, atletas que dominam essas habilidades têm um melhor bem-
estar e também um melhor desempenho em competições e treinos.
Pesquisas também mostram que essas habilidades podem ser adquiridas e
aperfeiçoadas através do treino. Assim como as habilidades físicas, as habilidades
psicológicas precisam ser treinadas regularmente para que um atleta as domine e possa se
beneficiar de todo seu potencial. O treinamento psicológico consiste de três fases:
Educação: Quando atletas reconhecem a importância do treinamento psicológico
e sua influência no desempenho esportivo.
Aquisição: Quando atletas adquirem as habilidades mentais e aprendem a utilizá-
las.

Fonte: www.sbie.com.br

Treino: Quando atletas são capazes de automatizar as habilidades mentais e


implementá-las em treinos e competições.
Atletas de todas as idades e níveis competitivos podem se beneficiar do treino
psicológico. Atletas iniciantes podem aprender a se manter motivado e se concentrar para
realizar um movimento ou técnica, o que vai ajudá-lo a evoluir mais rápido no esporte.
Atletas de alto nível podem aprender a aperfeiçoar sua técnica e a lidar com o estresse
associado à expectativa do alto rendimento.
Algumas das técnicas mais utilizadas no treinamento psicológico incluem: controle de
ansiedade, estabelecimento de metas, mentalização (visualização) e a autofala. Quando
usadas corretamente e treinadas regularmente são essas técnicas que caracterizam um
atleta com “força mental”.
Diante da demanda crescente pela busca por resultados no esporte de alto
rendimento e próximos de sediarmos o maior evento esportivo do mundo, cada vez
mais a preparação global do atleta brasileiro torna-se indispensável.
E o que faz de um atleta campeão?
Já se sabe que alguns fatores são primordiais como a preparação física,
técnica/tática, estrutura e recursos para treinamento, planejamento, acompanhamento
nutricional e médico. No entanto, aquela bola decisiva perdida, a braçada final, o
segundo que define o primeiro e o segundo lugares estão, muitas vezes, relacionados
ao equilíbrio emocional do atleta.

Fonte: www.hablatinamerica.com

Altos níveis de ansiedade, falta de motivação e baixa autoconfiança são alguns


aspectos psicológicos que podem interferir negativamente a performance de um atleta.
Atualmente no Brasil, clubes, federações, confederações e os próprios atletas
têm recorrido ao psicólogo esportivo para atuar na preparação psicológica visando um
melhor controle destes aspectos.
Uma das etapas deste trabalho compreende o treinamento de cinco habilidades
mentais básicas: ativação, atenção e concentração, mentalização, estabelecimento de
metas e autoconfiança.
Entende-se por ativação o nível de excitabilidade física e/ou mental do atleta e
seu nível ideal é individual. Alguns atletas, dependendo da demanda do esporte e das
características da personalidade, necessitam estar bem ativados para competir, outros
nem tanto. A ativação também pode influenciar a capacidade do atleta em se manter
concentrado na medida em que, se o atleta estiver mais ativado do que deveria a
probabilidade de dispersão aumenta.

Fonte: www.s.glbimg.com

Já a atenção pode ser definida como a habilidade de focar em um determinado


estímulo, e a concentração como a capacidade de mantê-la. Um bom nível de
concentração permite ao atleta uma tranquilidade maior no momento da tomada de
decisão.
A mentalização é considerada hoje uma das ferramentas essenciais no
desenvolvimento da preparação psicológica e apresenta inúmeras possibilidades de
utilização, desde a visualização de estados emocionais favoráveis, auxílio na
recuperação de atletas lesionados até o aperfeiçoamento de gesto técnico esportivo.
O estabelecimento de metas é uma habilidade mental simples, eficaz e
desconhecida por muitos atletas. Muitos nunca estabeleceram metas subjetivas e
objetivos, de curto, médio e longo prazo.
E, por último, a autoconfiança cujo excesso ou falta podem ser extremamente
prejudiciais ao desempenho. Um atleta autoconfiante acredita ser tão capaz de atingir
seu objetivo que lutará arduamente para consegui-lo.
Assim como a parte técnica/tática e física, o treinamento de tais habilidades
mentais deve ser sistemático e incorporado ao dia-a-dia do atleta para que sejam
automatizadas. Desta forma, o atleta estará mais bem preparado para buscar o máximo
de seu rendimento.

Fonte: www.movenoticias.com

A raiz do esporte de alto rendimento tal como o conhecemos hoje remete ao


surgimento do esporte moderno na Inglaterra da Revolução Industrial estando ligado a
fatores políticos, econômicos e sociais. Ele teria surgido da modificação, ou
esportivização de elementos da cultura corporal do movimento das classes populares e
da nobreza inglesa.
Os jogos tradicionais, até por volta de 1800, estavam ligados a festas como
aquelas feitas em homenagem à colheita ou a algum motivo religioso. Com os
processos de urbanização e industrialização, houve mudanças nas condições de vida
da sociedade o que afetou também a maneira como os jogos eram realizados. Fatores
como a redução da jornada de trabalho, a urbanização, a modernização da
comunicação e do transporte e, consequentemente, o aumento do tempo livre foram
determinantes para a expansão da prática esportiva.
Tanto a industrialização como a organização do desporto dizem respeito a um
quadro de transformação mais ampla nas sociedades-estado desde aquela época,
fazendo parte da conjuntura econômica e social. Em especial, o fato de o desporto
passar a ser parte do divertimento da nobreza inglesa estava estritamente ligado a
mudanças quanto à sensibilidade em relação à violência para essa classe social.

Fonte: www.zh.rbsdirect.com.b

A emergência do desporto, como um tipo de confronto relativamente não


violento, estava diretamente ligada ao fato de os ciclos de violência terem abrandado e
os conflitos de interesse passarem a ser resolvidos de acordo com regras aceitas por
ambas as partes. Dessa forma, o desporto advém como uma forma de lazer resultante
da necessidade de sublimação que um alto grau de civilização requer.
O desenvolvimento do esporte, tal como hoje o conhecemos, vem ao encontro
do desejo dos vitorianos de impor certo controle às paixões indômitas, contendo a
agressividade e mobilizando-a para a construção e não para a destruição. O esporte
disciplinado era uma forma de combater uma possível desordem social, um equivalente
moral para a agressividade. O modelo inglês de organização do esporte, construído
concomitante ao processo de racionalização e secularização da sociedade, disseminou-
se, tornando-se um paradigma do esporte moderno.
Dessa forma, a cultura corporal do movimento esportivizou-se incorporando
valores intrínsecos à sociedade capitalista como: a orientação ao rendimento e à
competição, o cientificismo do treinamento, a organização burocrática, a especialização
de papéis, a pedagogização e o nacionalismo.

Fonte: www.agencabrasil.ebc.com.br

Tão rápido e tão ‘ferozmente’ quanto o capitalismo o esporte expandiu-se a partir


da Europa para o mundo. Hoje ele é, em praticamente todas as sociedades, uma das
práticas sociais de maior unanimidade quanto a sua legitimidade social. A grande
expressividade do esporte de alto rendimento em nossa cultura fica evidente em razão
do destaque dado pela mídia a campeonatos e ligas nacionais e mundiais relacionados
aos diferentes tipos de esportes e, em especial aos Jogos Olímpicos com todo o seu
glamour. Se o desporto moderno nasce, de alguma forma, já atrelado ao capital, o
advento do profissionalismo e o Movimento Olímpico Moderno são importantes
analisadores que nos permitem compreender como tal relação foi ficando cada vez
mais forte.
Em 1896 ocorreram os primeiros Jogos Olímpicos dos tempos modernos na
Grécia. O chamado Movimento Olímpico Moderno objetivava a universalização da
instituição esportiva priorizando os aspectos pedagógicos do esporte, o culto ao corpo e
a atividade física a partir de uma competição leal e sadia. O fato de tal movimento
atrelar o esporte à nação é apontado como um dos principais acontecimentos
responsáveis pela forte politização do meio esportivo já que o rendimento nessa área
também passou a ser visto como poder de uma nação. Até os dias de hoje, as grandes
potências econômicas estão à frente no quadro de medalhas olímpicas o que prova o
grande investimento feito na formação de seus atletas e a importância política e
econômica do evento.

Fonte: www.medexint.com

Ainda que a seriedade na forma de encarar o esporte esteja na gênese do


esporte moderno mesmo dentro de uma estrutura amadora, é inegável o papel
desempenhado pelo advento do profissionalismo na tendência mundial a uma
crescente competitividade e seriedade no modo de envolvimento com a prática
esportiva favorecendo cada vez mais uma orientação voltada para os resultados em
diferentes níveis de participação, mas em especial no alto rendimento.
Junto ao fenômeno da profissionalização, veio uma maior exploração econômica
dos eventos esportivos que movimenta vultosas somas de dinheiro no mundo todo.
Hoje os atletas de ponta recebem dinheiro para treinar, fazendo da prática esportiva o
seu meio de sustento. Eles são patrocinados por grandes marcas, tornam-se garotos-
propaganda de empresas dos mais variados setores, já que são ídolos de grande parte
dos consumidores. Acontece que, dessa forma envolvidos com toda a máquina
capitalista, os atletas são muitas vezes tratados como mais uma mercadoria. O
rendimento diz o quanto cada um deles vale. Um exemplo facilmente identificado no
“país do futebol” é o aumento do valor do passe de um atleta na proporção da soma de
gols atingida em um campeonato.

Fonte: www.betaredacao.com.br

A psicanálise evidentemente vem fazer resistência a esta direção mostrando que


é quando o sujeito falha na construção da perfeição que um lugar de enunciação é
possível. Como lembra Wajcman (1998): há sujeito quando há algo que falha no objeto.
O desenvolvimento do esporte moderno teve muitas reações críticas, principalmente de
movimentos sociais de esquerda ao longo da história.
A partir da década de 60 a sociologia e a filosofia começam a ocupar-se do
fenômeno esportivo. O interessante é que, independentemente da abordagem teórica, o
que perpassa essas análises é o fato de encararem a instituição esportiva como forma
de manipular, adaptar, disciplinar, segregar, submeter. Raramente é citada alguma
possibilidade de resistência desde o esporte.
Na cultura esportiva responsável pela formação de atletas de alto rendimento há
todo um discurso e uma prática que visam à superação de limites por parte do atleta,
sejam eles físicos ou emocionais, custe o que custar. Assim, é muito comum ouvirmos
nesse meio que é preciso dar “101%” de sua capacidade nos treinamentos e
competições a fim de se obter o resultado desejado, afinal só há lugar para três no
pódio e os louros são muitas vezes dados apenas ao primeiro. Logo, é preciso estar no
lugar mais alto, é preciso superar-se e para isso há muitos sacrifícios a serem feitos. Há
inegavelmente um ideal de perfeição, de completude, de ir além do que até então era
colocado como um limite para o desempenho. Recorremos ao conceito de narcisismo e
seus desdobramentos em eu ideal e ideal do eu para pensar o atravessamento desse
discurso no laço social contemporâneo.

Fonte: www. imgsapp.pe.superesportes.com.br

A reflexão que pudemos construir ao longo desse trabalho nos permite pensar o
quanto o ideal de superação, que propomos como sendo a utopia esportiva, realmente
em algum momento pode constituir-se num imperativo bastante cruel. Este “ideal da
alta performance custe o que custar” que atravessa o esporte de alto rendimento faz
parte de toda a rede discursiva que nos enlaça, e, estando fortemente presente no
discurso social, podemos pensar que se constitui como um sintoma desse. Atualmente
é impossível pensar o homem sem todas as tecnologias que o circundam e assim
também o é no esporte. Dos programas de computador que auxiliam no scout do jogo
às roupas e acessórios especiais, tudo isso já é parte do cenário esportivo
contemporâneo.
Quando se trata do trabalho psicológico realizado com atletas e equipes
esportivas, a grande maioria das intervenções ainda se pauta em um modelo bastante
positivista. Há a preocupação em treinar as habilidades psicológicas necessárias a um
bom desempenho como a atenção, a concentração, o controle do nível de estresse e
de ansiedade, etc., no entanto, muitas vezes o sujeito atleta, com suas angústias, suas
vivências, seus sonhos, suas expectativas, suas frustrações não são escutadas e dessa
forma o foco do trabalho passa a ser a vitória e não o sujeito.
Então, pensamos na potência da escuta psicanalítica no trabalho com esses
atletas. Ao contrário de muitas teorias psicológicas que com suas técnicas parecem
visar continuar tamponando a falta, a psicanálise, numa interlocução com o treinamento
esportivo, permite resgatar a dimensão desejam tantas vezes negligenciada na
instituição esportiva. Não se trata de assim julgar a pertinência deste ou daquele modo
de treinar ou conduzir a carreira atlética, e sim de permitir que o atleta possa fazer suas
escolhas sendo realmente sujeito da sua história e não apenas sujeitado a um discurso
outrora instituído.
A utopia que vislumbramos neste trabalho é justamente essa possibilidade de o
atleta não figurar como objeto no alto rendimento, de o esporte não ter seus nobres
valores corrompidos pelo capital, e, enfim, de que o desenvolvimento científico, capaz
de criar novas tecnologias esportivas, não substitua o atleta como personagem
principal.
3 HABILIDADES PSICOLÓGICAS

Fonte:www.sheilavaleropsicologia.es

A cada competição, os aspectos psicológicos são fundamentais para


determinar os rumos de grandes decisões. São nesses momentos que se manifestam
positiva ou negativamente essas questões. Muitos atletas se queixam de episódios
ocorridos que evidenciaram a falta de preparo mental para o jogo de tênis.
Esses acontecimentos não são meros detalhes, há inúmeros exemplos de
partidas que foram decididas justamente por consequência de componentes
emocionais, a favor ou contra, os vencedores e derrotados. Sendo assim, quais as
principais habilidades psicológicas que um tenista deve possuir para se tornar um atleta
diferenciado?
Devemos levar em conta os padrões de comportamento e as características
individuais. Comportamentos são aprendidos e as pessoas podem mudar
características ao longo do tempo, qualquer habilidade pode ser desenvolvida. Como o
nome já diz, habilidades são qualidades ou atributos a serem obtidos. Tal como as
habilidades físicas e técnicas, as psicológicas necessitam de tempo, prática, repetição e
conhecimento para que se possa melhorar o desempenho e obter resultados mais
consistentes. Todos os aspectos que vamos listar a seguir podem ser desenvolvidos em
longo prazo e podem até ser transferidos para vida fora do âmbito esportivo.

Fonte: www. scontent-sea1-1.cdninstagram.com

Os esportes competitivos talvez sejam um dos poucos fenômenos sociais em


que as emoções oscilam abruptamente. Se nos espectadores é comum, imagine nos
protagonistas. Desenvolver o equilíbrio emocional é fundamental para um tenista. Um
erro pode ocasionar uma avalanche de sentimentos negativos e levar à derrota. Saber
retornar desses momentos (frequentes) dos jogos é uma habilidade que pode ser
diferencial para uma decisão e até para a carreira de qualquer futuro atleta. A tensão
exacerbada proporciona emoções negativas como raiva, frustração e medo. Como
consequência, pode-se desencadear problemas durante a atuação, incluindo a tensão
muscular e desvio de concentração, que propicia as distrações, lentidão de raciocínio
na execução de golpes, movimentos lentos, entre outros.
Dicas: Utilize o tempo entre os pontos a seu favor. Cerca de 70% de um jogo de
tênis se passa com a bola parada. 30 segundos podem lhe ajudar muito para reduzir
seu ritmo cardíaco e ansiedade. Relaxe os músculos dos braços, respire
profundamente. Usar esse tempo favoravelmente torna-se imprescindível.
Sempre ouvimos alguém dizendo "Concentre-se", "Foco", etc. Você sabe o que é
isso? No esporte, estar concentrado é um dos aspectos importantes para o bom
rendimento. No tênis, é vital. A concentração é um tipo de percepção. A percepção é
basicamente é uma capacidade cognitiva que nos faz reconhecer o mundo ao nosso
redor através dos sentidos (visão, tato, olfato, audição, paladar). Portanto, para
perceber alguns eventos que nos cercam, nosso cérebro utiliza a atenção.

Fonte: www.1.bp.blogspot.com

Nosso ambiente está cercado por vários estímulos que aguçam a nossa
percepção, e a atenção seleciona e codifica alguns deles que nos interessam no
momento. Quando focamos em poucos estímulos, utilizamos a concentração - que
nada mais é do que prestar mais atenção naquilo que é relevante para nós naquele
determinado momento. Ou seja, em quadra seria focar na bolinha, no adversário, nos
pensamentos e nas sensações corporais. Quando você ouvir alguém falar de foco,
lembre-se de um feixe de luz iluminando um local escuro. A falta de concentração em
determinados momentos do jogo é uma das queixas mais frequentes que os psicólogos
do esporte escutam não só de tenistas, mas de atletas de diversas modalidades
(exemplos: como se concentrar e não ficar pensando na torcida, na prova da próxima
semana, no namorado, na festa de aniversário etc).
No tênis as interações são rápidas, as trocas de bolas, o saque, a
movimentação, por isso a concentração é uma habilidade muito influente. Em outros
esportes, o nível de concentração não precisa ser tão exacerbado.
Dicas: Muitas vezes, os jogadores ficam remoendo os erros, pensando neles
durante grande período e esquecem de focar no "Aqui, agora". Isso desconcentra. Os
rituais ajudam muito a manter o foco. Foque-se nos aspectos relevantes ligados ao
desempenho da tarefa no momento que está acontecendo. Tenha pensamentos
positivos.

Fonte: www.scontent.cdninstagram.com

As derrotas podem ensinar mais do que as vitórias. Pouco tempo atrás, Novak
Djokovic era um coadjuvante em relação a Rafael Nadal e Roger Federer. Em diversas
entrevistas, ele disse que aprendeu muito com as suas derrotas. Esse foi seu principal
combustível para se desenvolver, estudar os seus erros e obter a confiança para
perseverar. Alguns adversários são mais do que simplesmente rivais, eles podem
proporcionar indiretamente as condições para a evolução de um atleta.
Encontre o lado positivo em suas derrotas. Se a derrota equivalem ao fracasso,
nunca se ganhará a batalha da confiança com esse tipo de crença. Tenha a capacidade
de aprender muito mais com uma derrota que de com uma vitória.
Dicas: Seu lema deve ser sempre: Ganhando ou perdendo, vou dando outro
passo adiante em busca de evolução. Isso independentemente do resultado de suas
partidas.
Controlar a ansiedade nos momentos mais difíceis, fechar um game, um set, no
match-point, ou, pelo contrário, tentar reverter um placar adverso, quebrar o saque do
adversário quando acabou de perder, são comportamentos típicos que ocorrem durante
os jogos e que naturalmente põem pressão em quem está atuando.
Todo atleta, antes do início de uma partida, sente-se ansioso, agitado,
apreensivo de que possa acontecer algo inesperado. Não é adequado que essas
sensações cresçam e se tornem amedrontadoras a ponto de as pessoas não
conseguirem realizar plenamente suas capacidades. Aceitar que a ansiedade é
inevitável na competição e saber que pode lidar com ela é uma habilidade essencial
para recuperar o controle psicológico na sequência de acontecimentos inesperados ou
distrações. Superar o medo, ele é uma emoção natural do ser humano e pode ser
controlado.

Fonte: www.scontent.cdninstagram.com

O psicólogo do esporte canadense, ensina que, para eficácia dos aspectos


psicológicos - quando eles são transferidos para o ambiente das competições -, os
treinos devem ser o mais semelhante possível às exigências durante o torneio. É
importante treinar saques e outros golpes, mas deve ser dado tempo para treinar
questões mentais. Como isso pode ser feito? Simulando condições típicas competitivas,
treinos mais intensos, com jogadores roubando os pontos, perdendo sets, com torcida a
favor ou contra, com ruído e som alto, com placares adversos etc.
Na preparação para os Jogos Olímpicos de Pequim 2008, a equipe de badminton
chinesa utilizou de muitos treinos simulados, principalmente com o ginásio lotado, para
ensinar aos seus atletas como lidar com a pressão da torcida e adversidade de um
jogo, já que esse esporte é um dos mais populares na China. Portanto, a pressão pelo
ouro olímpico seria inevitável. Os atletas chineses não decepcionaram levaram todos os
ouros da modalidade.

Fonte: www.brasil2016.gov.br

Mesmo os grandes gênios do esporte, em algum momento da carreira, tiveram


obstáculos e percalços e precisaram se superar para reconduzir sua trajetória. Essa
característica é chamada de resiliência, termo que, assim como a palavra estresse, vem
da física, e a psicologia emprega para designar o indivíduo que consegue ultrapassar
grandes adversidades, resistir às pressões e, com muito esforço, reconduzir a sua vida.
Na resiliência, a motivação é componente primordial de todo o processo de superação.
Dicas: Respire profundamente entre os pontos, antes de sacar e quando se
sentir agitado ou distraído.
Confiar em si mesmo e na sua equipe é uma habilidade que deve ser
desenvolvida. Quem não a possui dificilmente consegue se dar bem no tênis.
Autoconfiança é diferente de soberba, é entender que você possui qualidades e
também limitações, é saber utilizar suas qualidades nos momentos negativos e
trabalhar suas limitações nos treinos.
Assim como saber perder, aprender com as derrotas é uma lição importante,
valorizar e usufruir das vitórias também é um comportamento que estimula a
autoconfiança. Compartilhar sua felicidade com os colegas de equipe é uma atitude que
lhe ajudará a desenvolver isso. Nos momentos de crise e adversidade, é necessário se
lembrar das sensações da vitória, do prazer proporcionado ao conseguir um objetivo.

Fonte: www.annaramalho.com.br

Pensar positivo, ter uma atitude positiva, verbalizar coisas positivas é tão
importante em treino quanto em competição. Essas ações repercutem em nosso corpo,
deixando-o mais relaxado e equilibrado para executar os movimentos necessários.
Corpo e mente estão interligados e, por isso, as atitudes negativas também refletem em
nosso corpo. A consequência, entre outros aspectos, é o desequilíbrio e a diminuição
da performance.
Em competição, quanto mais você enfrenta adversidades, mais positivo tem que
ser para construir a sua confiança e autoestima. A confiança está relacionada
diretamente com o êxito percebido. Então, muitas vezes os tenistas só acham
relevantes as vitórias nas partidas, quando o mais importante é sua atitude durante o
jogo, ou seja, há jogos que se vence jogando mal e outros que se for derrotado jogando
bem.
Dicas: Uma estratégia que pode ajudar é o auto diálogo positivo, não só nos
momentos de dificuldade, mas também nos acontecimentos positivos. No auto diálogo,
o objetivo é ajudar os tenistas a controlar os seus pensamentos durante o treino e a
competição para contribuir com o sucesso.
Podemos definir motivação basicamente como os motivos que nos levam às
ações em busca de nossas metas em todos os aspectos de nossas vidas. Pode ser
exemplificada também como a direção e a intensidade de nossos esforços. Sejam eles
estudar para passar no vestibular ou treinar intensamente o ano todo para ganhar um
campeonato. Motivação é uma "energia psicológica" que faz com que nos comportemos
de determinadas maneiras. Para saber o que lhe motiva é imprescindível ter
autoconhecimento. Portanto, quando falamos de motivação não existe "receita de bolo",
pois ela é pessoal, individual e exclusiva. Não há motivação sem busca por metas.
As metas podem tornar nossos sonhos e ambições profissionais palpáveis,
desde que façamos algo para alcançá-las. É preferível, do ponto de vista psicológico,
que se pretenda alcançar metas de atuação em vez de resultados. As metas de
atuação podem ser controladas. Os resultados, não. As metas de atuação são de
esforço, por exemplo: ter uma boa atitude durante o jogo; manter-se confiante nos
momentos difíceis; atacar em bolas curtas; jogar preferencialmente golpes cruzados ou
subir à rede. Esse tipo de meta é mais fácil de executar, depende exclusivamente do
indivíduo. As metas por resultados (ganhar um torneio, chegar às quartas-de-final, dar
um "pneu" no adversário) são mais complexas de se atingir, pois não dependem
fundamentalmente do indivíduo, mas de outras variáveis que não podem ser
controladas e a probabilidade de frustração é muito alta.
Fonte: www.cienciadoesporte.com.br

Dica: Estabeleça metas (de curto, médio e longo prazo) e escreva-as. Elas têm
que ser: específicas (melhorar um golpe), mensuráveis (possível de ser medida), dentro
do controle (possível de ser adquirida com treino), realistas (de acordo com suas
habilidades no momento) e de limite temporal (data para conseguir realizar).
Respeitar o adversário, as regras do jogo, o fair-play, o ambiente competitivo, os
horários da partida, os árbitros, assistentes e colaboradores deve ser um objetivo.
Apesar de o tênis ser um esporte individual, ele é um jogo e necessariamente precisará
de pelo menos outra pessoa para dividir a quadra. Por mais que em determinadas
ocasiões algum adversário tenha um comportamento desrespeitoso, tenha uma atitude
superior e não caia nesse tipo de "catimba".
Dica: Adversários sim, inimigos não.
Saber ler as nuances do jogo do adversário, seus pontos fortes e fracos, e utilizar
estratégias para minimizar as jogadas dele. Isso é inteligência tática. Em competições,
os jogadores deveriam evitar focar em seus pontos fracos (deixe isso para os treinos).
Devem pensar nos pontos positivos de seu jogo, tendo por base os pontos fortes, ou
seja, abusar de suas jogadas de confiança. Quanto mais positivo for durante a
competição, melhor, mesmo que seus pensamentos sejam negativos com relação a si
mesmo.
É importante ter um repertório grande de variação de jogadas e ter paciência
para colocá-las em prática nos momentos adequados. Nem sempre seu estilo de jogo
irá se encaixar com o do adversário. Ter coragem de arriscar pode ser fundamental
quando estiver numa situação como essa. Jogar com simplicidade também ajuda.
Inteligência não é sinônimo de belas jogadas. Em muitos momentos, fazer o
básico para marcar um ponto pode ser a estratégia mais adequada.
Dica: Treine com jogadores com estilos diferentes e tente impor seu jogo. Isso
lhe ensinará a desenvolver inteligência tática.
Habilidade e talento por si só não são os únicos requisitos para uma carreira
vitoriosa. É necessária muita disciplina. Michael Jordan disse certa vez que 90% é
transpiração e 10% inspiração. Pelé frequentemente comenta que após as rotinas
diárias, ele ficava mais tempo treinando faltas com a sua perna esquerda (ele é destro)
e cabeceio (que ele dizia ser seu pior fundamento).

Fonte: www.horadotreino.com.br

Treinar com intensidade, cuidar da alimentação e dormir bem são fundamentais


para qualquer atleta. O treinamento esportivo nada mais é do que repetição de
exercícios. Há um estudo que diz que, para ser especialista em qualquer área, são
necessárias 10 mil horas de prática. Portanto, isso leva anos para ser adquirido.
Fonte: www.i0.wp.com

Infelizmente, algumas coisas terão de ser deixadas de lado em algum momento


na carreira esportiva. Às vezes, o lazer, a convivência com os amigos e até familiares.
Porém, todos os seres humanos necessitam de momentos de relaxamento e de
descanso (físico e mental). Entregar-se a eles faz parte de uma atitude disciplinada.
Desligue do tênis nessas ocasiões e aproveite para fazer algo que não faz com tanta
frequência.
Dica: Disciplina é também sinônimo de paciência, de comprometimento e de
responsabilidades.
Alguns comportamentos podem ser sinônimo de espírito de luta: garra, atitude,
intensidade, coragem, jogar do primeiro ao último ponto com a mesma gana e energia,
manter uma situação emocional construtiva quando as coisas vão mal, acreditar em seu
potencial. Pense nos comportamentos de Nadal em quadra, eles sintetizam essas
características.
Treinar e jogar com intensidade é uma habilidade que requer repetição. Você
dará o melhor de seu jogo quando puder manter um estado de intensidade elevada e
de energia, que se alimenta essencialmente de suas emoções positivas. Os
sentimentos de entusiasmo, inspiração, decisão e desafio são um ponto central para se
desenvolver nessa habilidade. Os treinamentos servem de termômetro para as
competições, ou seja, não há formula mágica. Quanto mais semelhante os treinos
forem das competições, melhor. Dessa maneira, muitas características podem ser
generalizadas e transferidas. O treinamento sem qualidade não lhe capacitará para
competir bem.
Dica: Entre em quadra nos treinos e competições para fazer o melhor que você
pode naquele dia.

4 FATORES QUE INTERFEREM NA PERFORMANCE

Fonte: www.todomundocorre.com.br

O consumo dos suplementos nutricionais tem aumentado significativamente ano


após ano. Certamente este é o resultado do entendimento cada vez melhor do que são
os suplementos, que traziam um verdadeiro estigma de identificação inadequada com
anabolizantes. Hoje, o consumidor começa a entender melhor que os suplementos são
nutrientes isolados que podem atender a necessidades específicas.
Fonte: www.brasilmergulho.com

Em tempos de Olimpíadas sempre existem assuntos que despertam mais


atenção. Certamente, a técnica de aplicação de ventosas, utilizada pelo atleta da
natação Michael Phelps é um desses. A repercussão na mídia foi tanta que repórteres
do mundo todo se subemteram à técnica a fim de produzirem matérias para suas
emissoras. Além disso recebemos diversas.
O exercício é um dos hábitos mais poderosos para melhorar a saúde contra
doenças metabólicas. Não é de hoje que os profissionais da área da saúde falam sobre
os benefícios invisíveis da atividade física e recomendam fortemente sua prática
regular. Mesmo quando não promove a perda de gordura e o tão desejado corpo
perfeito.
O treinamento com pesos objetivando o adequado reequilíbrio entre as forças
musculares é requisito imprescindível dentro de programas de prevenção e reabilitação
de lesões. De acordo com as diretrizes do ACSM (Colégio Americano de Medicina
Esportiva) para atingir tal objetivo é necessário um treinamento em torno de 65% de
repetição máxima.
Dentre os vários mitos relacionados à prática de exercícios físicos, a relação
entre exercícios e crescimento é um dos que ainda carece de maior esclarecimento. Em
primeiro lugar existe a preocupação de que algumas modalidades de exercícios
possam prejudicar o crescimento em jovens durante a fase de desenvolvimento.
Existem muitas informações de fontes nem sempre confiáveis que geram
controvérsias a respeito dos suplementos nutricionais. Tentar esclarecer estas
controvérsias sempre com base no que o conhecimento científico proporciona passa a
ser uma necessidade.
A prática de atividade física mais intensa e ou mais prolongada costuma trazer
alguns problemas para os atletas e praticantes. Um episódio muito frequente é o quadro
inflamatório do dia seguinte, que origina a chamada Dor Muscular de Início Tardio, que
certamente é conhecida de qualquer praticante de corridas longas e das demais
modalidades.

Fonte:www.downloads-mundotri.s3.amazonaws.com

A busca por melhores resultados no meio desportivo é um fenômeno que ocorre


mediante a relação de múltiplas variáveis integradas num contexto de dimensões
diversas e complexas. Estudos apontam que aspectos psicossociais, tais como:
motivação, autoconfiança, ansiedade, concentração, medo do erro, estresse, emoção e
coesão de grupo, exercem influências significativas nas performances dos atletas.
Da mesma forma, indicadores de qualidade de vida são importantes para o
desporto, podendo afetar o desempenho e influenciar nos resultados obtidos em
competições. Para que não ocorram influências negativas, a dimensão psicossocial
necessita ser considerada ao se estruturar o treinamento, pois se percebe que alguns
atletas sofrem conseqüências relevantes diante da pressão psíquica e social que o jogo
exerce.
No contexto de modalidades desportivas coletivas, duas ciências ganham
significativos valores: a Sociologia do Desporto que tem por objeto o estudo das
interações sociais e a Psicologia Desportiva está ligada aos estudos dos fenômenos
psíquicos que norteiam o comportamento individual e coletivo. Logo, a Psicossociologia
do Desporto tem por objeto observar, analisar e discutir o intercâmbio de
comportamento mantido entre o individual, o grupal e o institucional desportivo,
tentando responder a um conjunto de fenômenos interativos e psíquicos que
influenciam os desportistas no desempenho de seus papéis e funções dentro desse
universo.

Fonte: www.static.wixstatic.com

Ao longo de uma temporada o atleta passa por momentos muito bons e outros
menos bons, o que pode estar relacionado por diversos fatores: ansiedade, forma
física, autoconfiança, concentração, stress e, motivação entre outros… Se ao longo de
uma temporada isto acontece inúmeras vezes, o mesmo pode acontecer de um jogo
para o outro, ou mesmo durante o decorrer de um jogo.
O principal fator é a motivação que pode provocar modificações no rendimento e
desempenho do atleta. Este fator está presente nos treinos, nas prelações, e
principalmente nas competições, onde ocorrem vários fatores que podem provocar
alterações no estado do atleta e da equipa.
A motivação caracteriza-se como sendo um processo ativo, intencional, e dirigido
a um objetivo, que depende da interação de fatores pessoais (intrínsecos) e ambientais
(extrínsecos). A motivação é um processo que coordena e dirige a direção e a
intensidade do esforço dos atletas na sua modalidade.
A motivação está associada à palavra motivo, podendo este ser definido como
uma força interior, impulso, intenção, que determina a ação de um indivíduo. Assim
sendo, para compreender a motivação é necessário investigar os motivos que
influenciaram um dado indivíduo a ter aquele comportamento, uma vez que todo o
comportamento é motivado, isto é, é impulsionado por motivos.

Fonte: www.drasimonychiaperini.com.br

São vários os motivos que se interligam. Por um lado, aqueles referentes à


própria prática desportiva e, por outro, aspetos que ultrapassam o próprio desporto. A
diversidade de motivos que influenciam os atletas é formada muitas vezes por
acontecimentos passados e próximos, atuando de variadíssima forma. Os motivos que
influenciam beneficamente um atleta para uma boa performance modificam-se dia a dia,
jogo a jogo, época para época. As razões pelas quais um atleta atua numa modalidade
são extremamente variáveis e não são suscetíveis de se reduzirem a conceitos rígidos.
Não só são diferentes as razões de cada atleta para ingressar numa equipa, como
também os motivos que o fazem atuar durante toda a época
Se um atleta pensar que não é capaz de realizar uma determinada tarefa com
sucesso provavelmente não será capaz de realizá-lo. A autoconfiança é uma das
competências psicológicas essências na competição desportiva para obter sucesso e
altas performances, tal como é importante na prevenção de lesões ansiedade e stress.
Já para Viana (2000), a autoconfiança passa pela convicção do atleta nas suas
capacidades a nível técnico, físico e psicológico para ser bem-sucedido no desporto.
O atleta com autoconfiança é aquele que está seguro de si e da sua competência
real, não demonstra preocupação com o seu rendimento, não revela indecisão, nem se
perturba em situações inesperadas, aceita as críticas do treinador e revela a sua
opinião aos colegas sem evidenciar problemas. A falta de confiança nos atletas é
muitas vezes manifestada através de expetativas negativas e dúvidas quanto à sua
prestação. Estas originam estados de ansiedade, dificuldades de atenção e
concentração, tal como incerteza quanto aos motivos de participação.

Fonte: www.i1.wp.com
Os atletas de sucesso são autoconfiantes. A sua autoconfiança desenvolve-se
com o tempo e, muitas vezes, é o resultado de pensamentos positivos e de
experiências de êxito.
Todos os atletas estão envolvidos no desporto sabe o que significa este conceito.
No entanto, é muito difícil de a descrever. Podemos entender a ansiedade como um
estado emocional angustiante, em que coexistem alterações somáticas e em que se
preveem situações desagradáveis ou não. O que segundo o mesmo autor, quando a
ansiedade está presente numa competição, pode afetar negativamente o desempenho
desportivo do atleta se permanecer por demasiado tempo. Os atletas de futebol
vivenciam variadas situações de ansiedade, como por exemplo erros que cometem
dentro de campo, competições acirradas, pressão do público e adeptos, troca de clube,
salários atrasados, lesões inesperadas, derrotas em partidas decisivas, entre outras.
Assim sendo, os atletas, nestas situações, podem desenvolver respostas de ansiedade,
ou seja, uma resposta física perante uma situação de ameaça real ou de uma situação
interpretada como ameaçadora.

Fonte: www.cardioemotion.com.br

No que respeita ao stress, embora numerosos modelos e definições de stress


psicológico tenham sido propostos, atualmente parece existir um certo consenso em
relacionar o stress com situações que excedem as capacidades físicas e/ou
psicológicas dos indivíduos, como acontece, por exemplo, quando um atleta tem que
competir com um adversário de nível superior. Neste caso, o foco está no equilíbrio
entre as exigências da situação e os recursos (sociais e pessoais) que a pessoa possui
para lidar com as exigências dessa situação.
A concentração é um estado em que a atenção é direcionada apenas para um
objeto e todos os outros pensamentos, desejos, objetivos são excluídos.
Concentração é um estado no qual se está acordado, mas de uma maneira
relaxada, um estado que não é mantido através da força de vontade, mas uma
capacidade de deslocar a sua atenção para o fator definido a ser trabalhado.
A concentração em ambientes desportivos e de atividades física geralmente
envolve focalizar nos sinais relevantes do ambiente, mantendo o foco durante todo o
tempo e estando consciente das mudanças na situação.
A concentração é um dos fatores mais importantes, se não o mais importante,
para o bom desempenho do atleta, e é o que mais sofre a influência de outros aspetos,
como ansiedade, motivação, agressividade. Qualquer fator que consiga manifestar-se
negativamente no atleta prejudica-lhe a concentração. É também o fator que os atletas
adolescentes consideram o mais importante para ser tratado na Psicologia do Desporto.

5 ASPECTOS DA PSICOLOGIA DO ESPORTE

Fonte: www.sinpsi.org.br
Muitos estudos têm comprovado a influência, tanto positiva quanto negativa, dos
aspectos psicológicos na performance de atletas e o despreparo emocional e cognitivo
frente às demandas estressantes do ambiente esportivo. Através da própria experiência
do mestrado, com o levantamento diagnóstico realizado através de entrevistas e
observações, foi possível detectar a falta que a preparação psicológica fez na equipe
investigada, pois o fator psicológico foi decisivo nas fases finais do campeonato. Deste
modo, fica ainda mais evidente a necessidade da inclusão do trabalho psicológico no
esporte, especialmente nas diferentes fases do treinamento e das competições.
Cada etapa da preparação psicológica deve ser específica, considerando-se as
características e demandas desse público e, também da modalidade esportiva em foco
e o momento da preparação na qual se encontra a equipe. O trabalho deve possuir
objetivos claros e bem definidos, sendo essas informações transmitidas aos
participantes do processo, procedimento este importante para a boa aceitação do
psicólogo esportivo na equipe.

Fonte: www.emiliaalvares.com

O treinamento psicológico no esporte pode visar ao desenvolvimento e


aperfeiçoamento de vários aspectos psicológicos, dentre eles: gerenciamento de stress,
estabelecimento de objetivos, aumento da autoconfiança, atenção e concentração,
autocontrole de ativação e relaxamento, utilização de visualização e imagem,
estratégias de rotinas e competitividade, elevação de motivação e comprometimento e
manutenção de níveis adequados dos estados de humor (tensão, depressão, raiva,
vigor, confusão e fadiga).
A competição esportiva exerce uma influência decisiva sobre o comportamento
emocional do ser humano.
A tensão emocional oriunda das altas exigências psicofísicas dos estímulos do
treino e da competição esportiva leva o indivíduo a apresentar comportamentos
contrários à sua condição de atleta.
A prontidão para a máxima performance – ou para se fazer o melhor - deve ser
uma das virtudes do atleta de alto rendimento, virtude esta que pode ser extremamente
abalada diante de um quadro de estresse psicológico.

Fonte:www. i2.wp.com

O estado psicológico do atleta é fator determinante para o seu máximo


rendimento, pois toda ação mecânica relaciona-se diretamente ao estado emocional do
indivíduo.
Essa relação entre movimento e estado emocional deve ser considerada para a
otimização dos processos do treino desportivo. Assim, o sucesso no desporto
dependerá não apenas da preparação dos aspectos físicos (força, velocidade,
resistência, flexibilidade, coordenação), mas também dos aspectos mentais
(concentração, autoestima, motivação, ansiedade).
As influências desses aspectos não se dão separadamente, mas
simultaneamente, pois consideramos que as reações do organismo não ocorrem
exclusivamente de maneira psicológica ou fisiológica, mas em decorrência conjunta
dessas duas partes, ou seja, psicofisiologicamente.
No desporto de alto rendimento, a preparação física, técnica e tática dos atletas
das diversas modalidades encontram-se num nível de desenvolvimento equivalente. O
que faz a diferença entre o vencedor e o perdedor é o estado emocional do atleta ou da
equipe diante das situações do confronto competitivo. Portanto, o estado psicológico
ótimo é necessário para se poder reverter o treinamento para um desempenho
vitorioso.

Fonte: www.i0.wp.com

Mas, afinal, qual seria o estado psicológico ótimo do atleta de alto rendimento?
Uma descrição e análise dos estados psicológicos do atleta foi realizada por
Alexseev (1993), que estabelece três situações que são:
 Estado psicológico da norma, sendo o estado funcional e saudável do
indivíduo, representado pelo equilíbrio emocional para a realização das
tarefas básicas do cotidiano. Esse estado psicológico não é o ideal para
as disputas competitivas, que exigem uma mobilização das forças físicas
e psíquicas do atleta além daquelas exigidas pelo cotidiano. Entretanto, o
estado da norma é fundamental para a conservação da saúde do atleta. O
estado da norma é favorecido pelos seguintes pontos: não sofrer(o
sofrimento provoca o mal funcionamento de todos os sistemas do
organismo humano; assim, deve-se criar mecanismos que substituam o
sofrimento por outras emoções, exemplo: exercícios físicos ou atividades
que supram as necessidades pessoais do atleta, e criação de imagens
mentais positivas); manutenção do bom humor (garantia do otimismo, que
desenvolve no atleta uma expectativa de sucesso, mesmo com todas as
frustrações e reveses); restabelecimento das forças(equilíbrio e
manutenção dos gastos energéticos provocados pelo estresse oriundo do
treinamento, das competições e do cotidiano social; a recuperação física e
mental é importante para a saúde e a qualidade de vida do atleta);
 Estado psicológico da mobilização, é o estado ideal do atleta que lhe
possibilita a intervenção ótima na competição. O atleta de alto rendimento
deve estar continuamente preparado para a execução de tarefas motoras
específicas (exigências da modalidade praticada), para a adaptação a
novos estímulos (treinamento) e para a superação das dificuldades.
Portanto, a integração dos componentes da performance, ou seja, os
fatores físicos (força, velocidade, resistência), emocionais (controle da
ansiedade) e mentais (concentração) é imprescindível para a obtenção do
desempenho máximo ou da vitória. No estado de mobilização, o atleta
consegue manter sob seu controle um elevado nível dos componentes da
performance, do início ao final da competição;
 Estado psicológico patológico, que são as manifestações emocionais
maléficas para o desempenho desportivo e contrárias à situação ideal
psicológica do atleta. Medo, apatia, nervosismo, excesso de ansiedade
dentre outros, representam uma desarmonização psíquica que afeta
diretamente o desempenho do atleta. Associa-se o estado patológico a
uma situação de exaustão psicofisiológica do atleta em relação a suas
atividades (esportivas ou sociais). É o estresse crônico, provocado pelo
excesso de estímulos físicos, emocionais ou mentais. É o esforço extremo
e inútil do atleta para superar as elevadas demandas impostas pelo
excesso de treinamentos e competições.
As desarmonizações psíquicas são responsáveis pelo fracasso do atleta nas
competições. Elas podem se manifestar algumas horas, dias ou semanas antes das
competições, durante as mesmas ou após. Irritação, descontrole, ansiedade, falta de
vontade de competir, desinteresse pela prática esportiva são algumas manifestações da
patologia atlética.
Medidas pedagógicas devem ser tomadas como forma de prevenção para que o
atleta não atinja esse estado patológico que, conforme o grau de desenvolvimento,
poderá inclusive afastar definitivamente o mesmo do meio esportivo.

Fonte: www.vivaocatarinense.com.br

Dentre os pontos básicos dessas ações pedagógicas profiláticas deve-se


enfatizar a competição como um aspecto a mais do treinamento desportivo, não como
uma ameaça a autoestima e auto realização do atleta. A competição deve ser encarada
como uma manifestação espontânea e divertida, fazendo com que os atletas
compreendam a sua natureza lúdica, tornando-a um evento atraente e de grande
satisfação.
Na última Olimpíada observamos que muitas vitórias já tidas como certas
escaparam ao alcance dos nossos atletas.
Diante do que foi exposto seria possível afirmar que a Psicologia do Esporte
brasileira segue hoje, muito proximamente, os passos, avanços e recuos tanto da
Psicologia como do Esporte. Isso representa por um lado o compromisso com a
construção rigorosa da teoria que fundamenta uma prática em desenvolvimento e por
outro a instabilidade das instituições esportivas que dizem desejar o rigor da
profissionalização, mas que ainda convivem com o amadorismo no gerenciamento dos
clubes e grande parte da Federações e Confederações esportivas.
Associada a uma perspectiva competitiva desde o seu princípio, a Psicologia do
Esporte vem conquistando espaço e força em outros contextos como os projetos
sociais, o fitness, a reabilitação, a iniciação esportiva, os programas de qualidade de
vida e a medicina preventiva.

Fonte: www.psico.srv.br

Vale ressaltar que o termo esporte apesar de referir-se a uma prática competitiva
de alto rendimento e profissionalizada ou ao espetáculo esportivo, ele também
contempla a atividade física de uma forma mais ampla e abrangente como as práticas
de tempo livre e as atividades não regulamentadas e institucionalizadas.
Isso significa um deslocamento tanto da produção do conhecimento como da
atuação profissional do psicólogo do esporte. Se na perspectiva do esporte competitivo
a intervenção visa a produção da vitória, na prática de atividades de tempo livre, na
iniciação esportiva não competitiva e na reabilitação o que norteia o trabalho do
psicólogo é a motivação e a adesão, o bem-estar psicológico e o manejo de
pensamentos e sentimentos que levam a busca da atividade física e esportiva em
diversos contextos sociais em cada uma dessas populações.
A diversidade sugerida pelo amplo espectro de settings, de populações e de
expectativas sugere um suporte teórico também variado que explique os diversos
fenômenos estudados. Daí uma ligação estreita com a Psicologia Clínica e a Psicologia
Social. Se no esporte de alto rendimento o esforço dos vários profissionais que
compõem a equipe técnica está voltado para a produção da vitória, nos demais
contextos esportivos a vitória pode estar identificada com a formação de um grupo para
a atividade, com a permanência na prática ou com a compreensão do significado do
processo que desencadeou ou culminou uma necessidade física. Essa ação específica
faz com que a Psicologia do Esporte se diferencie da Psicologia no Esporte.

Fonte: www.3.bp.blogspot.com

Durante quase três décadas grande parte da produção acadêmica da área era
produto da Psicologia no Esporte. Esse quadro apresentou uma grande transformação
no final da década de 1980, com a busca dos interessados pela formação específica
em outros países e a posterior organização de grupos de estudo e instrução de
psicólogos brasileiros.
Como reflexo dessa `formação estrangeira' o que se viu no princípio foi a
utilização de instrumentos de avaliação e técnicas de intervenção à semelhança do que
se fazia nos países onde foram desenvolvidos. Mas, diante da especificidade do
esporte e da realidade brasileiros, esses instrumentos e técnicas foram sendo
adequados e adaptados tanto às condições das instituições esportivas como às
variações culturais presentes na vida dos atletas e cidadãos brasileiros.
O resultado dessa busca pela alteridade pode ser observado na diversidade de
formas de atuação. Partindo da psicanálise, do cognitivismo, do behaviorismo radical,
do psicodrama, da psicologia social, da psicologia analítica ou da gestalt como
referencial teórico, um grupo crescente de psicólogos tem se dedicado a desenvolver a
Psicologia do Esporte brasileira, considerando as particularidades das modalidades no
país e dos atletas que convivem com uma realidade específica.

Fonte: www.abrilveja.files.wordpress.com

A reflexão sobre essas muitas Psicologias do Esporte vem vivendo uma


aceleração desde a criação do registro de especialista em Psicologia do Esporte a partir
de 2000, quando os profissionais da área se aproximaram na tentativa de trocar
experiências e apresentar as diversas formas de pensar e fazer esse campo.
Apesar do crescimento incontestável vivido pela área principalmente na última
década, muito ainda está para ser feito tanto no que se refere à formação específica do
psicólogo do esporte, como em relação ao reconhecimento da importância e
necessidade desse profissional nas diversas frentes em que ele pode atuar.
Há algumas décadas a Psicologia do Esporte no Brasil vem se organizando e se
firmando como uma realidade tanto entre a Psicologia, nos aspectos relacionados com
a formação, como também junto a atletas e equipes esportivas. A partir da resolução
014/00, do Conselho Federal de Psicologia, esse quadro sofreu uma drástica alteração,
uma vez que a Psicologia do Esporte passou a ser considerada como uma
especialidade da Psicologia, regulamentando o exercício profissional e a formação dos
psicólogos desejosos de atuarem junto à Psicologia do Esporte.

Fonte: www.abrilveja.files.wordpress.com

O desenvolvimento da Psicologia do Esporte apontando suas especificidades no


Brasil, bem como sua proximidade com a Psicologia Social e a singularidade do
trabalho clínico nesse contexto. Para tanto descreve as várias áreas onde a atuação do
psicólogo ocorre e a singularidade desse fazer profissional em um país como o Brasil
que apresenta uma estrutura esportiva singular dentro do contexto internacional.
É preciso esclarecer que nem toda psicologia aplicada ao esporte é psicologia do
esporte.

Fonte: www.coachin.com.br

A Psicologia do Esporte tem como meio e fim o estudo do ser humano envolvido
com a prática de atividade física e esportiva competitiva e não competitiva. Esses
estudos podem abarcar os processos de avaliação, as práticas de intervenção ou a
análise do comportamento social que se apresenta na situação esportiva a partir da
perspectiva de quem pratica ou assiste ao espetáculo
A Psicologia no Esporte é a transposição da teoria e da técnica das várias
especialidades e correntes da Psicologia para o contexto esportivo, seja no que se
refere a aplicação de avaliações para a construção de perfis, seja no uso de técnicas de
intervenção para a maximização do rendimento esportivo
Durante quase três décadas grande parte da produção acadêmica da área era
produto da Psicologia no Esporte. Esse quadro apresentou uma grande transformação
no final da década de 1980, com a busca dos interessados pela formação específica
em outros países e a posterior organização de grupos de estudo e instrução de
psicólogos brasileiros.
Como reflexo dessa ‘formação estrangeira’ o que se viu no princípio foi a
utilização de instrumentos de avaliação e técnicas de intervenção à semelhança do que
se fazia nos países onde foram desenvolvidos. Mas, diante da especificidade do
esporte brasileiro, esses instrumentos e técnicas foram sendo adequados e adaptados
tanto às condições das instituições esportivas como às variações culturais presentes na
vida dos atletas brasileiros.

Fonte: www.planaltofitness.com.br

O resultado dessa busca pela alteridade pode ser observado na diversidade de


formas de atuação. Partindo da psicanálise, do cognitivismo, do behaviorismo radical,
do psicodrama, da psicologia social, da psicologia analítica ou da Gestalt como
referencial teórico, um grupo crescente de psicólogos tem se dedicado a desenvolver a
Psicologia do Esporte brasileira, considerando as particularidades das modalidades no
país e dos atletas que convivem com uma realidade específica.
A avaliação psicológica de atletas e a construção de perfis é um dos
procedimentos que maior visibilidade dá ao psicólogo do esporte e maior expectativa
cria em comissões técnicas e dirigentes. É também uma das grandes preocupações
dos profissionais da área por envolver procedimentos éticos ditados pelos Conselho
Federal de Psicologia.
O processo de avaliação psicológica no esporte é conhecido como
psicodiagnóstico esportivo e está relacionado diretamente com o levantamento de
aspectos particulares do atleta ou da relação com a modalidade escolhida. As
investigações de caráter diagnóstico têm como objetivo determinar o nível de
desenvolvimento de funções e capacidades no atleta com a finalidade de prognosticar
os resultados esportivos.
No esporte de alto rendimento, o psicodiagnóstico está orientado para a
avaliação de características de personalidade do atleta, para o nível de processos
psíquicos, os estados emocionais em situação de treinamento e competição e as
relações interpessoais. Com o resultado do diagnóstico pode-se chegar a conclusões
referentes a algumas particularidades pessoais ou grupais que oferecem subsídios para
se fazer uma seleção de novos atletas para uma equipe, para mudar o processo de
treinamento, individualizar a preparação técnico-tática, escolher a estratégia e a tática
de conduta em uma competição e otimizar os estados psíquicos.
Os métodos utilizados para esse fim podem ser tanto da categoria de análise de
particularidades de processos psíquicos nos quais se enquadram os processos
sensórios, sensórios-motores, de pensamento, mnemônicos e volitivos como os de
ordem psicossociais nos quais são estudadas as particularidades psicológicas de um
grupo esportivo, buscando revelar e explicar sua dinâmica.
BIBLIOGRAFIA

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