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no Sistema Prisional
MÓDULO 1
Atenção às mulheres presas
EXPEDIENTE
Conteúdo
Carlos Rodrigo Martins Dias
Todo o conteúdo do curso Mulheres no Sistema Prisional, da Secretaria Nacional de Políticas Penais
do Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo federal – 2022, está licenciado sob a
Licença Pública Creative Commons Atribuição - Não Comercial - Sem Derivações 4.0 Internacional.
BY NC ND
Para visualizar uma cópia desta licença, acesse: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR.
ESCLARECIMENTO
Apresentação.................................................................................................................................................6
Objetivos do módulo 6
nal (SISDEPEN) 15
Síntese do módulo������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 36
Referências����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������37
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
APRESENTAÇÃO
Olá, cursista!
Objetivos do módulo
1.1 Introdução
O Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional
(SISDEPEN), de julho a dezembro de 2021, informa quantas pessoas
presas existem no Brasil. Referente à tipificação criminal, as mulheres
em situação de prisão respondem e incidem, majoritariamente (14.715
ou 55,86%), por tráfico de drogas, de acordo com a Lei n° 6.368/76 e
a Lei n° 11.343/06. A maioria delas (13.711) possuem apenas o ensino
fundamental incompleto.
É importante mencionar que o Brasil dos séculos XVII e XIX nos legou
como herança a compreensão política, filosófica e social de justiça cri-
minal. Nessa lógica, Borges (2019) destaca que o código penal brasi-
leiro, vigente entre 1500 e 1822, era regido pelas Ordenações Filipinas,
que já trazia intersecções entre gênero, pertencimento racial (ex-escravi-
zado), configuração de crime e cumprimento da pena, evidenciando que
somente em 1830 a lei criminal no Brasil foi promulgada.
Para a autora em destaque, ter pessoas presas se tornou algo tão co-
mum que quando nos propomos a pensar sobre sistema prisional e,
consequentemente em reformá-lo, prevalece a ideia de aumentar o
número de vagas, excluindo a de implantar políticas penitenciárias de
reinserção social – acesso a saneamento básico, saúde, educação, trabalho,
Por essa razão, o sistema prisional tem sido alvo de investimento significa-
tivo por parte do poder público, especialmente quando se trata do cárcere
feminino. Devido a esse fato, é fundamental destacar que, na realidade
brasileira, há raros registros de rebeliões em penitenciárias femininas.
QR CODE
SAIBA MAIS
7.865
9.530
Faixa etária
6.864
81
8 a 24 anos
562 25 a 29 anos
30 a 34 anos
3.960 35 a 45 anos
6.759 46 a 60 anos
61 a 70 anos
Mais de 70 anos
6.659 Não informado
64 Deficiência física
Deficiência
8 Deficiência física: cadeirantes
17 Deficiência auditiva
28 Deficiência visual
3 Deficiências múltiplas
Nacionalidade
É importante refletir sobre o fato de que a Lei nº 11.343 não visualiza o tráfico
de drogas de forma orgânica e totalizante, desconsiderando seu efeito eco-
nômico ao atingir traficantes de baixo potencial.
Tipos Penais
QR CODE
SAIBA MAIS
Legislação vigente
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
2. LEGISLAÇÃO VIGENTE
É visível e assertivo dizer que o Estado brasileiro apoia e fomenta
políticas públicas visando a melhoria do encarceramento feminino.
Portanto, nessa unidade, trataremos dos principais dispositivos que nor-
teiam a atenção específica dada às mulheres em privação de liberdade.
Foto: cnj.jus.br.
SAIBA MAIS
“Regra 48
2. Os instrumentos de restrição não devem ser utilizados em mulheres
em trabalho de parto, nem durante e imediatamente após o parto.
Regra 58
2. Onde forem permitidas as visitais conjugais, este direito deve ser
garantido sem discriminação, e as mulheres presas exercerão este
direito nas mesmas bases que os homens. Devem ser instaurados
procedimentos, e locais devem ser disponibilizados, de forma a garantir
o justo e igualitário acesso, respeitando‑se a segurança e a dignidade.
Regra 81
3. As presas devem ser atendidas e supervisionadas somente por
agentes femininas. Entretanto, isso não impede que membros homens
da equipe, especialmente médicos e professores, desempenhem suas
atividades profissionais em unidades prisionais ou nas áreas desti-
nadas a mulheres.” (UNODC, 2015, grifo nosso).
Foto: cnj.jus.br.
“Observações preliminares
PODCAST
Ressalta-se que essa política tem entre suas principais metas a garantia
de estrutura física de unidades prisionais adequada à dignidade da mulher
em situação de prisão, conforme a Resolução nº 9, de 18 de novembro de
2011, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP),
que versa sobre a necessidade de aperfeiçoamento das diretrizes para
elaboração de projetos, construção, reforma e ampliação de unidades
penais no Brasil. Considerando o cuidado dedicado às especificidades
das mulheres em situação de prisão, destaca-se que:
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Foto: © [Tânia Rêgo] / Ag. Brasil.
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Fonte: coopavam.
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Foto: © A crítica.
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Veja a seguir uma retomada dos principais pontos abordados neste módulo.
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REFERÊNCIAS