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CONSELHO DA COMUNIDADE

E CONTROLE SOCIAL:
Formação de Conselheiros

MÓDULO 2
Panorama sobre a
atuação dos Conselhos
da Comunidade
EXPEDIENTE

GOVERNO FEDERAL Revisão Textual


Supervisão: Evillyn Kjellin
Presidente da República Victor Rocha Freire Silva
Luiz Inácio Lula da Silva Vivianne Oliveira Rodrigues
Vice-Presidente da República Design Instrucional
Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho Supervisão: Milene Silva de Castro
Flora Bazzo Schmidt
Ministro da Justiça e Segurança Pública
Gabriel de Melo Cardoso
Enrique Ricardo Lewandowski
Joyce Regina Borges
Secretário da Secretaria Nacional de Políticas Penais– SENAPPEN
Design Gráfico
André de Albuquerque Garcia
Supervisão: Mary Vonni Meürer de Lima
Diretora da Escola Nacional de Serviços Penais – ESPEN Airton Jordani Jardim Filho
Stephane Silva de Araújo Cleber da Luz Monteiro
Giovana Aparecida dos Santos
Equipe ESPEN Guilherme Comerão Stecca Almeida
Haynara Jocely Lima de Almeida Julia Morato Leite Lucas
Renata Cristina Gonçalves
Sonia Trois
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Tiago Augusto Paiva
Coordenação Geral Programação
Luciano Patrício Souza de Castro Supervisão: Alexandre Dal Fabbro
João Pedro Mendonça de Araujo
Financeiro
Luan Rodrigo Silva Costa
Fernando Machado Wolf
Luiz Eduardo Pizzinatto
Consultoria Técnica EaD
Audiovisual
Giovana Schuelter
Supervisão: Rafael Poletto Dutra
Coordenação de Produção Angie Luiza Moreira de Oliveira
Caroline Daufemback Henrique Dilney Carvalho da Silva
Francielli Schuelter Eduardo Corrêa Machado
Jacob de Souza Faria Neto
Coordenação de AVEA Kimberly Araujo Lazzarin
Andreia Mara Fiala Marcelo Vinícius Netto Spillere
Marília Gabriela Salomao Dauer
Maycon Douglas da Silva

Apresentação
Áureo Mafra de Moraes

Conteúdo
Tatiana Whately de Moura

Todo o conteúdo do curso Conselho da Comunidade e Controle Social: Formação de Conselheiros,


da Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo federal –
2022, está licenciado sob a Licença Pública Creative Commons Atribuição - Não Comercial - Sem Derivações
4.0 Internacional. Para visualizar uma cópia desta licença, acesse: https://creativecommons.org/licenses/by-
BY NC ND
nc-nd/4.0/deed.pt_BR.
ESCLARECIMENTO

A partir de 1º de janeiro de 2023, o Departamento Penitenciário Nacional


(DEPEN) passou a ser denominado Secretaria Nacional de Políticas Penais
(SENAPPEN), instituída pelo Art. 59 da Medida Provisória nº 1.154; porém,
devido ao fato de o material deste curso ter sido produzido antes da vigência
da referida medida provisória, há conteúdos em que a atual SENAPPEN
é mencionada como DEPEN. É possível, ainda, que outros órgãos gover-
namentais federais citados nos materiais, como ministérios, secretarias
e departamentos, disponham de uma nova estrutura regimental e uma
nova nomenclatura e sejam mencionados de maneira diferente da atual.
SUMÁRIO

Apresentação............................................................................................................................................... 5
Objetivos do módulo.............................................................................................................................................5

1. Atuação além da Lei de Execução Penal............................................................ 7


1.1 Conselhos da Comunidade e suas práticas ............................................................................................. 7

2. Ampliação das funções dos Conselhos da Comunidade......... 14


2.1 Materiais orientadores para atuação dos Conselhos da Comunidade........................................ 14

3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil...................................................... 26


3.1 Levantamento realizado pelo CNJ........................................................................................................... 26

3.2 Instalação dos Conselhos da Comunidade......................................................................................... 28

3.3 Perfil dos(as) conselheiros(as)..................................................................................................................30

3.4 Organização interna dos Conselhos da Comunidade..................................................................... 33

3.5 Estrutura dos Conselhos da Comunidade........................................................................................... 35

3.6 Atividades realizadas pelos Conselhos da Comunidade............................................................... 40

Síntese do módulo............................................................................................................................. 44

Referências.................................................................................................................................................. 45
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

APRESENTAÇÃO

Neste módulo, será apresentado um panorama dos Conselhos da Co-


munidade no Brasil e como sua atuação ultrapassa o rol de atividades
estabelecidas na Lei n° 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução
Penal). Serão apresentados materiais orientadores, elaborados pelo Po-
der Judiciário e Executivo, quue ampliaram as funções desses conselhos,
de forma a direcionar uma atuação mais completa como órgão da execução
penal responsável tanto pelo controle social quanto pela interlocução
da sociedade civil e o Sistema Penal. Por fim, serão apresentados dados
de uma pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Justiça em 2020
com os Conselhos da Comunidade no Brasil. Este módulo demonstra
as possibilidades de organização e atuação dos conselhos.

Objetivos do módulo

• Caracterizar diferentes formas de atuação dos Conselhos da Comunidade.


• Identificar as principais premissas dos materiais orientadores das ati-
vidades dos conselhos que ampliam aquelas previstas em lei.

• Identificar o panorama da organização, do perfil e da atuação dos


conselhos no Brasil.

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UNIDADE 1

Atuação além da Lei de


Execução Penal
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FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

1. ATUAÇÃO ALÉM DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL

Nesta unidade, serão apresentadas as atividades realizadas pelos Con-


selhos da Comunidade que ultrapassam aquelas previstas pela Lei de
Execução Penal (LEP), que podem envolver uma assistência direta às
pessoas privadas de liberdade ou em parceria com outros órgãos pú-
blicos, privados e com organizações da sociedade civil.

1.1 Conselhos da Comunidade e suas práticas


Apesar de a Lei de Execução Penal prever como função dos conselhos
entrevistar pessoas presas, não há direcionamento sobre como encaminhar
eventuais questões identificadas nessas entrevistas, nem como realizar
outras tarefas previstas, como enviar relatório ao juiz e diligenciar a obten-
ção de recursos materiais e humanos para a melhor assistência ao preso.

O que deveriam fazer os Conselhos da Comunidade ao identificar,


por exemplo, questões relacionadas à necessidade de contato com fa-
miliares, com a Defensoria Pública; questões relacionadas a trabalho,
estudo, tortura, necessidade de movimentação interna ou transferência
de unidade etc.? Deveriam apenas ser incluídas no relatório mensal,
que é encaminhado ao juiz e ao Conselho Penitenciário?

Foto: © [Kues1] / Freepik.

Daufemback (2011) aponta que as necessidades identificadas pelos con-


selheiros no cotidiano demandam uma atuação direta de assistência ao
preso, em substituição ao trabalho que deveria ser realizado pela admi-
nistração prisional. E, nesse mesmo sentido, a maioria dos conselheiros
da região sul (57%) apontam, como experiências exitosas dos conselhos,
as práticas de projetos de inclusão social (DAUFEMBACK, 2011).

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FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Ou seja, é possível constatar, na prática, uma ampliação das funções


dos Conselhos da Comunidade em relação ao que está previsto na Lei
de Execução Penal.

QR CODE

Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet)


no QR Code ao lado para assistir ao vídeo sobre a atuação dos
conselhos para além da Lei de Execução Penal, ou acesse o link:
https://youtu.be/pQaP4Dy4i5A.

As atividades que aparecem entre as desenvolvidas pelos Conselhos da


Comunidade da região sul são as seguintes.

Atividades desenvolvidas pelos


Conselhos da Comunidade da região sul

1 Visita à unidade prisional.

2 Relatório da situação prisional ao juiz


e às demais autoridades.

3 Reuniões dos conselheiros.

4 Reuniões com juiz corregedor.

5 Reuniões com a direção da unidade prisional.

6 Reuniões com a equipe técnica da unidade prisional.

7 Projetos de assistência social com os encarcerados.

8 Projetos de educação com os encarcerados.


MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 8
6 Reuniões com a equipe técnica da unidade prisional.

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FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
7 Projetos de assistência social com os encarcerados.

8 Projetos de educação com os encarcerados.

9 Projetos de saúde.

10 Atividades com as famílias.

11 Atividades com egressos do Sistema Prisional.

12 Atividades relacionadas às penas alternativas.

13 Atividades com os funcionários do Sistema Prisional.

14 Atividades de formação para a comunidade.

15 Informativo sobre o Sistema Prisional.

16
Pesquisa científica ou projetos de extensão
universitária em parceria com entidades de ensino.

Alguns Conselhos da Comunidade têm se destacado por sua atuação


diferenciada, que supera as atividades previstas na Lei de Execução Penal.
Losekann (2011) cita alguns exemplos, veja a seguir.

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Atividades diferenciadas de Conselhos da Comunidade

O Conselho da Comunidade de Cachoeira

1
do Sul (RS) identificou a falta de oferta de
trabalho para as pessoas presas e
implantou, no entorno do presídio local,
uma pequena fábrica de lajotas para a
constituição de uma cooperativa social de
apenados para a venda da produção.

O Conselho da Comunidade de Porto


Alegre mobilizou familiares das pessoas

2
presas para seminário de abrangência
estadual para discutir problemas e
soluções encontradas pelas famílias
e organizou reivindicações para
o Poder Executivo gaúcho.

O Conselho da Comunidade de Vitória

3
da Conquista editou uma cartilha
sobre “O Direito Penal ao Alcance
de Todos”, com um conjunto de
informações mínimas destinadas
às pessoas privadas de liberdade.

É possível identificar vários outros exemplos de atuações diversificadas


de conselhos por meio de cobertura na mídia e sites de Conselhos
da Comunidade.

Um exemplo é o trabalho com mulheres presas, da juíza responsável do


Conselho da Comunidade de Taubaté, premiado pela Câmara dos De-
putados (Resolução CD 21/2017), com a medalha Mietta Santiago 2018.

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O Conselho da Comunidade de Taubaté implementa uma


série de projetos junto às unidades prisionais, como mutirão de
análise processual; implantação de canil e gatil, com parceria
com a prefeitura para controle de zoonoses e como uma forma
de viabilizar o trabalho de pessoas presas; horta mantida pelos
presos para alimentação da unidade prisional; viveiro de mudas
para reflorestamento; massagem de bebês para conectar mães
presas a seus bebês; etc.

QR CODE

Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet)


no QR Code ao lado para assistir ao vídeo sobre os exemplos de
atuação diferenciada de Conselhos da Comunidade, ou acesse o
link: https://youtu.be/BVEuT4IBaQ0.

Uma matéria veiculada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo


sobre a atuação desse conselho aponta que o trabalho proporcionou
melhora no ambiente prisional, além da diminuição expressiva de faltas
disciplinares, de fugas e de atritos entre presos e funcionários.

A juíza de execução penal responsável pela instituição desse conselho afirma:

“Tenho 25 anos de Magistratura e 20 na Execução Criminal,


mas posso dizer que minha atuação como juíza se divide em antes e
depois dessa experiência. Com o apoio da população, consegui solu-
cionar questões que, sozinha, não conseguiria.” (SÃO PAULO, 2017).

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FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Se quiser conhecer um pouco mais sobre o Conselho de Comunidade


de Taubaté, acesse os links a seguir.

SAIBA MAIS

Saiba mais sobre projetos realizados pelo Conselho da Comuni-


dade de Execução Penal de Taubaté (CCEP), disponível em: http://
ccep-taubate.org.br/portfolio/, e pelo Conselho da Comunidade:
trabalho pela ressocialização de presos (TJSP), disponível em:
https://www.sintese.com/noticia_integra_new.asp?id=417400.

A partir das visitas aos estabelecimentos penais e das entrevistas reali-


zadas com pessoas presas, os Conselhos da Comunidade têm atuado de
maneiras diversas com o fim de estabelecer mecanismos para execução
direta de ações em prol das pessoas privadas de liberdade (com ou sem
recursos próprios) e encaminhamento das questões à administração
prisional ou também têm atuado com parcerias com outras pastas do
Poder Executivo, além da apresentação de relatórios prevista em lei.

Práticas dos Conselhos da Comunidade

Apresentar relatórios
mensais ao juiz da
execução e ao
Conselho Penitenciário.

Com recurso próprio.


Visitar os
estabelecimentos penais.
Execução/
Entrevistar implementação de ações.
pessoas presas.
Sem recurso próprio.

Encaminhamento de
questões ao Executivo.

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UNIDADE 2

Ampliação das funções dos


Conselhos da Comunidade
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2. AMPLIAÇÃO DAS FUNÇÕES DOS CONSELHOS DA COMUNIDADE

Nesta Unidade, será abordada a incorporação de novas práticas dos


Conselhos da Comunidade e a ampliação de suas funções nos materiais
orientadores, elaborados por órgãos dos Poderes Judiciário e Executivo.

2.1 Materiais orientadores para atuação dos Conselhos da Comunidade


É possível identificar evidências de que novas formas de atuação passaram
a ser incorporadas de uma maneira mais institucionalizada por atores
com posições estratégicas e norteadoras na execução penal.

Assim, essas maneiras de atuação ampliam as funções do Conselho da


Comunidade e pautam sua atuação em uma lógica inspirada em insti-
tuições participativas. Veja abaixo algumas novas formas de atuação.

Novas formas de atuação participativa dos Conselhos

1 Composições mais diversificadas.

2
Novas formas de entrada no conselho com
publicação de editais e práticas que incluem a
transformação de conselhos em espaços decisórios.

3
Práticas de encaminhamento de
demandas a órgãos competentes e,
ainda, de execução de políticas.

O conselho Penitenciário do Rio Grande do Sul, por exemplo, iniciou,


em 2001, um processo de articulação com os Conselhos da Comunidade,
por meio do Programa de Articulação Comunitária e organizou, junto aos
Conselhos da Comunidade de Camaquã e Lajeado, um manual, com o
intuito de instrumentalizar as funções dos Conselhos da Comunidade,
de maneira crítica e participativa (RIO GRANDE DO SUL, 2004).

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Foto: © [Monkey Business Images] / Shutterstock.

A Corregedoria-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul uniu-se a essa ini-


ciativa em 2004, publicando o manual, junto ao Conselho Penitenciário,
com o intuito de que a comunidade passasse a exercer um papel decisivo
no encaminhamento de soluções para os problemas da execução penal
(RIO GRANDE DO SUL, 2004).

O manual apresenta formulações legais para a organização dos conse-


lhos, indicações de procedimentos junto às organizações da comunidade,
modelos de regimento e de estatuto, e roteiro para elaboração de rela-
tórios de visitas de fiscalização.

“É importante que os conselhos assumam um papel de representação


da comunidade na implementação das políticas penais e penitenci-
árias no âmbito municipal. É necessário assumir uma função política,
de articulação e participação das forças locais e, ainda, de defesa de
direitos e de implementação de políticas locais de reinserção social do
apenado e egresso e, não apenas, aquela de natureza assistencial.”
(RIO GRANDE DO SUL, 2004, p. 8).

Esse manual menciona, em sua introdução, a importância das comu-


nidades no controle e na execução das políticas públicas, referendada
pela Constituição Federal.

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Ele também apresenta os Conselhos da Comunidade com uma


função de articulação dos recursos, de fiscalização, de luta pela
preservação de direitos, de ressocialização e de representação
das comunidades na execução da política penal e penitenciária.

No Manual do Conselho da Comunidade, publicado pela Corregedoria-


-Geral de Justiça e pelo Conselho Penitenciário do Rio Grande do Sul,
consta, ainda, um modelo de estatuto com um rol de atribuições do
conselho que vão além daquele proposto na Lei de Execução Penal.

Tal modelo inclui atividades relacionadas à execução direta de ações para


a promoção dos direitos das pessoas presas.

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Exemplos de ações diretas de promoção


dos direitos das pessoas presas

1
Dar assistência ao reeducando e à sua
família, com ou sem participação de
outras pessoas ou instituições;

2
Estimular a readaptação socialdos
sentenciados por meios adequados
a cada caso;

3
Providenciar a realização de cursos de
alfabetização, educação integrada, ensino
supletivo, qualificação profissional e outros;

4 Procurar encaminhar a emprego o preso


em liberdade condicional e o egresso;

5
Cooperar para a manutenção do
estabelecimento penal da comarca
com recursos da comunidade;

6 Buscar o apoio de órgãos federais,


estaduais e municipais;

7
Buscar a integração do Poder Judiciário
e do Ministério Público das comarcas que
não possuem estabelecimentos penais.

Apesar de haver efetivamente uma dependência do Conselho da Co-


munidade em relação à figura do juiz, para instalação do Conselho da
Comunidade, há o reconhecimento da necessidade de implementação
de ações que garantam uma ação autônoma desses conselhos.

Esse manual aponta que os Conselhos da Comunidade precisam se


articular com o Poder Judiciário para sua formação e com a adminis-
tração prisional para sua execução, mas recomenda que estes devem
buscar preservar sua autonomia para que possam exercer suas funções
de forma independente.

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Foto: © [Pressfoto] / Freepik.

Dados do Ministério da Justiça, identificados em material sistematizado


das regiões Norte e Sudeste, do levantamento realizado, em 2008,
junto aos Conselhos da Comunidade, indicam que existem conselhos
que foram criados por iniciativa da comunidade e não do juiz, ou seja,
a população procurou o juiz, buscando a instalação do conselho.

Sobre a criação de conselhos e o Manual da Corregedoria-Geral de


Justiça do Rio Grande do Sul, você deve saber algumas informações
importantes, veja a seguir.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE


A CRIAÇÃO DE CONSELHOS

O Manual da Corregedoria-Geral de Justiça do Rio Grande do


Sul é direcionado aos interessados em criar o conselho, de uma
maneira geral, e inclui como primeiro passo “Procurar o(a) Juiz(a)
da Execução, o Ministério Público e qualquer outro órgão da Exe-
cução da comarca, a fim de que esses colaborem no fomento da
organização do Conselho da Comunidade, conforme previsto na
LEP” (RIO GRANDE DO SUL, 2004, p. 10).

Em relação à composição dos conselhos, o Manual do Rio Grande


do Sul recomenda que os interessados em instituir o Conselho da

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FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Comunidade solicitem a colaboração do Juízo de Execução para


que “oficie às várias entidades, sem fins lucrativos, assim como as
previstas na LEP, das comarcas que são abrangidas pelo estabe-
lecimento penal da região, para que estas indiquem um membro
de seus quadros para compor o Conselho da Comunidade” (RIO
GRANDE DO SUL, 2004, p. 10).

O Manual recomenda, ainda, que os interessados em instituir o


Conselho da Comunidade façam uma apresentação aos indicados,
reforçando a importância e os ganhos sociais que se terá quando
se envolverem com a questão.

Alguns Conselhos da Comunidade possuem vedação sobre par-


ticipação de egressos e familiares de pessoas presas (informação
identificada na ata da 137ª reunião do Conselho da Comunidade
da comarca de São Paulo, em que houve votação pela vedação
da entrada de egressos e familiares de pessoas presas no Con-
selho da Comunidade).

Contudo, o Manual do Conselho da Comunidade publicado pela


Corregedoria-Geral de Justiça e pelo Conselho Penitenciário do
Rio Grande do Sul recomenda a presença de presos ou familiares
na composição dos conselhos.

Isto, uma vez que a “participação dos usuários destinatários de sua


intervenção pode contribuir tanto para um maior envolvimento
dos presos nas atividades desenvolvidas pelos Conselhos da Co-
munidade, quanto para que estas se desenvolvam a partir de suas
reais necessidades” (RIO GRANDE DO SUL, 2004, p. 9), item que
também foi incorporado por roteiro publicado pela Corregedo-
ria-Geral de Justiça de Minas Gerais.

Além disso, também é importante destacar que a Corregedoria-Geral


de Justiça de Minas Gerais publicou, em 2008, um Roteiro de Instala-
ção e Funcionamento do Conselho da Comunidade muito similar ao
publicado no Rio Grande do Sul, em relação ao papel dos conselhos,
incluindo algumas funções.

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 19


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
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Funções do Conselho

Criação de conselhos Parcerias com


independentes. universidades.

Participação de presos
Utilização de espaços ou familiares na
na mídia. composição
dos conselhos.

Ampliação da
Articulação com
abrangência dos
o Conselho
conselhos para as
Penitenciário Estadual.
penas alternativas.

Neste roteiro, a Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais também


inclui um modelo de edital de convocação (a todos os interessados) para
a composição do Conselho da Comunidade.

SAIBA MAIS

Veja o roteiro de instalação e funcionamento completo, disponível


em: https://www.tjmg.jus.br/data/files/DC/20/85/42/9289C-
510878DD8C5A04E08A8/roteiro_conselho_comunidade.pdf.

Em dezembro de 2012, ocorreu em Brasília o I Encontro Nacional dos


Conselhos da Comunidade, o qual contou com a participação de repre-
sentantes de diversas entidades, como: conselhos de todas as unidades
federativas; representantes de associações de familiares e amigos de
pessoas presas; conselhos penitenciários estaduais; conselhos profis-
sionais; comitês de combate à tortura; ouvidorias estaduais do Sistema
Penitenciário; organizações não governamentais; movimentos sociais;
etc., além de pessoas da comunidade.

Os objetivos desse Encontro estão descritos a seguir.

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 20


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Objetivos do Encontro

1
Avançar no amadurecimento das
identidades, atuações e perspectivas
dos Conselhos da Comunidade.

2
Promover a articulação nacional de pautas
comuns na direção do controle e
participação social na execução penal.

3
Ampliar a visão e qualificação dos
conselheiros sobre as políticas públicas.
(ROCHA, 2017, p. 109).

No mesmo sentido dos esforços das Corregedorias-Gerais do Rio


Grande do Sul e de Minas Gerais, o Ministério da Justiça, em parceria com
o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, publicou em
2018 um Manual de Procedimentos para os Conselhos da Comunidade,
com os seguintes objetivos gerais:

Oportunizar a participação dos presos cumpridores de penas


e medidas alternativas, egressos e familiares nos programas
assistenciais, de educação, formação para o trabalho e colocação
profissional, existentes na rede social.

Fomentar a criação de programas, projetos e serviços voltados


especificamente a presos, cumpridores de penas e medidas
alternativas, egressos e familiares.

Diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor


assistência ao preso ou internado, em caráter excepcional.

Colaborar com os órgãos encarregados da formulação da


Política Penitenciária.

Realizar eventos com a participação de profissionais, especialistas,


representantes de entidade públicas e privadas.

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 21


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Contribuir para o cumprimento das condições especificadas na


transação penal, na suspensão condicional do processo, na suspensão
condicional da execução da pena, bem como na sentença concessiva
do livramento condicional, na fixação do regime aberto e das
medidas alternativas.

Orientar e apoiar o cumprimento de penas e medidas em meio aberto.

Orientar e auxiliar o benefício do livramento condicional.

Orientar e apoiar o egresso com o fim de promover sua inclusão social.

Fomentar a participação da comunidade na execução penal.

Diligenciar a prestação de assistência material ao egresso.

Representar a autoridade competente em caso de constatação de


violação das normas referentes à execução penal e obstrução das
atividades do conselho.

Orientar e apoiar a vítima, seus familiares e o agressor.

Contribuir para o desenvolvimento de programas e projetos


temáticos, em especial aqueles voltados à prevenção da
criminalidade, ao enfrentamento e à violência.

Apoiar as ações de outros Órgãos da Execução Penal.

Fonte: Adaptado de Brasil (2018, p. 16-17).

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 22


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Em um esforço para reconhecer as diversas iniciativas de atuação dos


Conselhos da Comunidade, o Ministério da Justiça incluiu, em seu Manual
de Procedimentos para os Conselhos da Comunidade, um conjunto de
atividades que vai muito além do estabelecido na Lei de Execução Penal.

PODCAST

O Ministério da Justiça e Segurança Pública não tem res-


ponsabilidade normativa em relação aos Conselhos da Co-
munidade, por se tratarem de órgãos instituídos em Poderes
distintos, mas o manual tem uma característica orientadora
importante, que pode auxiliar os Conselhos da Comunidade
no direcionamento de suas funções. E essa iniciativa tem sido
reforçada recentemente por ações do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), voltadas ao fortalecimento dos Conselhos da
Comunidade, por entendê-los como importante mecanismo
de assistência, comunicação e defesa dos direitos das pessoas
privadas de liberdade.

Em 2020, o CNJ realizou um levantamento junto aos Conse-


lhos da Comunidade no Brasil, para compreender melhor o
panorama desses conselhos, suas características, composi-
ção, estrutura, práticas e desafios (BRASIL, 2020). A partir do
cenário identificado, o CNJ elaborou um manual de fortaleci-
mento dos Conselhos da Comunidade, com vistas a amplificar
o conhecimento, por parte de conselheiros(as) e da sociedade
de forma geral, sobre a realidade da execução penal no Brasil
e sobre o papel fundamental da sociedade civil no controle
sobre o Estado nesse contexto (BRASIL, 2021). As atividades
desenvolvidas pelos Conselhos da Comunidade são, majorita-
riamente, em prol das pessoas presas.

Os conselheiros são pessoas que concordam em exercer atividades em


prol das pessoas presas de maneira voluntária. Algumas atividades pos-
suem caráter claramente assistencialista, mantendo uma lógica histórica,
mas outras estão relacionadas à identificação de demandas e problemas
do cotidiano prisional e à indicação dessas necessidades às instâncias
competentes para providências, bem como ao acompanhamento do
encaminhamento. Assim, é necessário:

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 23


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

“Situar a ação dos Conselhos da Comunidade num contexto mais


amplo da política de participação social do governo federal, bus-
cando realçar suas potencialidades de incidência na transformação
das condições inaceitáveis a que vem sendo submetidos os sujeitos
apenados nos moldes atualmente estabelecidos pela política penal
brasileira.” (BRASIL, 2018, p. 5).

Ou seja, se, por um lado, há uma lacuna normativa quanto às possibilidades


de atuação dos Conselhos da Comunidade em relação às irregularidades
e eventuais outras demandas identificadas nas visitas, por outro lado,
verifica-se, também, que muitos conselhos conseguiram superar essas
dificuldades, organizaram-se e desenvolveram atividades que vão além
das previsões legais.

Esses conselhos apresentam, desse modo, a possibilidade de atuar


na aproximação da comunidade e das pessoas em conflito com a lei,
sejam elas privadas de liberdade ou em cumprimento de penas alternativas,
aproximando-se do modelo de defesa presente na lógica participativa
dos conselhos de políticas.

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 24


UNIDADE 3

Os Conselhos da
Comunidade no Brasil
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

3. OS CONSELHOS DA COMUNIDADE NO BRASIL

Nesta Unidade, será apresentado um panorama dos Conselhos da Comu-


nidade no Brasil, detalhando características de instalação, perfil dos(as)
conselheiros(as), organização interna, estrutura e atividades dos conselhos.
Os dados apresentados nesta Unidade são referentes à pesquisa realizada
em 2020 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) (BRASIL, 2020).

3.1 Levantamento realizado pelo CNJ


O Conselho Nacional de Justiça realizou, em 2020, um levantamento
sobre os Conselhos da Comunidade no Brasil, com aplicação de ques-
tionários (surveys), que foram respondidos por representantes de 404
Conselhos da Comunidade em todo o Brasil. Um segundo levantamento,
realizado pelo Ministério da Justiça, em 2008, identificou a existência
de 639 Conselhos da Comunidade.

A hipótese é que alguns podem ter encerrado suas atividades


entre um levantamento e outro, mas, certamente, outros tam-
bém foram criados nesse período, de modo que, possivelmente,
o número de conselhos existente no país é superior ao número
que participou da pesquisa.

De todo modo, ela apresenta um panorama importante sobre o perfil


dos conselheiros, as características dos Conselhos da Comunidade,
suas práticas e seus desafios (BRASIL, 2020).

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 26


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Conselhos da Comunidade por regiões

RR
AP

AM PA
MA CE
RN
PB
PI
PE

AC AL
RO TO SE

BA
MT

DF
GO

MG
ES
MS

SP RJ

PR

SC

RS

Região Sul do país, com a participação de 197 (48,8%) Conselhos da Comunidade.


81 (20%) Conselhos da Região Centro-Oeste.
63 (15,6%) da Região Sudeste.
42 (10,4%) do Região Nordeste.
21 (5,2%) do Região Norte.

Apesar da possibilidade de haver mais conselhos, do que consta na


pesquisa, nas demais regiões, há realmente um movimento regional
no Sul do país de incentivo à instalação de Conselhos da Comunidade,
especialmente no estado do Paraná (138 conselhos participantes).

O Rio Grande do Sul foi o primeiro estado a criar uma federação es-
tadual dos Conselhos da Comunidade — Federação dos Conselhos da
Comunidade da Área Penitenciária do Rio Grande do Sul (FECCAPEN/
RS) —, e estimulou os estados de Santa Catarina e Paraná a criarem
suas próprias federações durante o I Encontro Nacional dos Conselhos
da Comunidade, em 2008 (ROCHA, 2017).

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 27


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

A Federação dos Conselhos da Comunidade do Estado do Paraná


(FECCOMPAR) foi instituída em 2013, após Santa Catarina ter instituído
também sua federação, e passou a incentivar a criação de Conselhos da
Comunidade nas comarcas do Paraná, que tem conselhos instalados
em 160 das 161 comarcas do estado.

SAIBA MAIS

Veja a relação de Conselhos da Comunidade do Paraná cadas-


trados na FECCOMPAR, disponível em: https://www.feccompar.
com.br/documentos/cadastrados.pdf.

3.2 Instalação dos Conselhos da Comunidade


Apesar de a maioria dos Conselhos da Comunidade que participaram da
pesquisa realizada pelo CNJ terem sido criados há mais de uma década,
39% deles afirmaram que interromperam suas atividades em algum
período desde a sua instalação. Isso se deve em grande parte ao caráter
voluntarioso das atividades desenvolvidas pelos conselheiros e à depen-
dência na sua disponibilidade.

Foto: © [Rawpixel.com] / Freepik.

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 28


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

A instalação dos Conselhos da Comunidade cabe ao juízo da execução


e, subsidiariamente, ao juízo criminal da comarca, por meio de uma
Portaria Judicial, seguida da posse dos conselheiros (FERREIRA, 2014).
Apesar de a instalação dos conselhos caber formalmente ao Judiciário,
diferentes atores podem tomar iniciativa para a sua criação.

De acordo com o levantamento realizado pelo CNJ, 83% dos con-


selhos foram instalados por iniciativa do Judiciário; 10% por iniciativa
da sociedade civil; 4% do Ministério Público; e 3% de outros atores,
como órgãos relacionados à segurança pública, prefeitura etc.

Apesar de os Conselhos da Comunidade serem órgãos da execução


penal e, por isso, entidades de direito público, eles não possuem do-
tação orçamentária e poder postulatório.
Postulatório
A capacidade postulatória
é a capacidade de fazer
Para superar a dificuldade de falta de recursos, os Conselhos da
valer e defender as suas
próprias pretensões ou de
Comunidade têm se constituído como figuras dotadas de per-
outrem em juízo, ou seja, sonalidade jurídica de direito privado, por meio da inscrição no
a qualidade para pleitear Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Essa formalização
algo ao juiz. de pessoa jurídica possibilita aos conselhos a criação de conta
bancária, captação de recursos, estabelecimento de convênios
etc. (FERREIRA, 2014).

De acordo com o levantamento do CNJ, 82% dos Conselhos da Co-


munidade possuem a inscrição de pessoa jurídica. Há, entretanto,
uma diferença regional entre os conselhos que possuem ou não perso-
nalidade jurídica. A justificativa mais frequente entre os conselhos que
não se constituíram com personalidade jurídica foi o desconhecimento
dos trâmites burocráticos para a inscrição.

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 29


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Conselhos com personalidade jurídica por região

Sul 189 8

Sudeste 31 32

Centro-Oeste 77 4

Nordeste 21 21

Norte 12 9

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Possui PJ Não possui PJ

Fonte: Adaptado de Brasil (2020).

A maioria dos conselhos (72%) também possui regulamentação


interna, como regimento interno, estatuto social ou outro instru-
mento normatizador.

3.3 Perfil dos(as) conselheiros(as)


A Lei de Execução Penal estabelece que os Conselhos da Comunidade
devem ser minimamente compostos pelos membros descritos a seguir.

Composição mínima dos Conselhos

Um assistente social
Um representante da Um advogado indicado Um defensor público escolhido pela
associação comercial pela seção da Ordem dos indicado pelo defensor Delegacia Seccional do
ou industrial. Advogados do Brasil. público geral. Conselho Nacional de
Assistentes Sociais.

Na falta dos membros previstos, fica a critério do juiz da execução a


escolha dos integrantes do Conselho da Comunidade.

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 30


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

O levantamento realizado pelo CNJ aponta que a composição dos Con-


selhos da Comunidade é variada, com diversos tipos de profissionais e
cidadãos ligados ao tema. Advogados, assistentes sociais e representantes
da associação comercial ou industrial estão presentes na maioria dos
Conselhos da Comunidade, conforme previsão da LEP.

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 31


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Composição dos Conselhos da


Comunidade - porcentagem de conselhos
com representação de cada categoria

Advogado/a e/ou representante da OAB 90,3%

Assistente Social 63,9%

Representante da associação
54,7%
comercial ou industrial

Juiz 44,8%

Servidor/a de Secretaria Municipal 35,9%

Promotor/a de Justiça 34,7%

Defensor/a Público/a 31,7%

Servidor/a do Poder Judiciário 30,2%

Representante de instituição de ensino 27,7%

Agente penitenciário 24,8%

Representante de outras entidades de classe 24%

Representante de outros órgãos


17,8%
de segurança pública

Diretor/a de unidade prisional 16,8%

Representante de ONG 16,8%

Outros/as servidores de unidade prisional 7,9%

Servidor/a do Ministério Público 7,7%

Servidor/a da Defensoria Pública 6,9%

Familiar de pessoa privada de liberdade 5,4%

Servidor/a de Secretaria Estadual 4,7%

Pessoa egressa do sistema prisional 3%

Outros 39,9%

Fonte: Adaptado de Brasil (2020).

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 32


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Os dados apontam para uma participação de atores cuja atuação está


diretamente ligada à pauta prisional e para uma baixa participação da
sociedade civil e de agências das demais políticas públicas com as quais
as políticas penais possuem interface.

Constata-se uma baixa participação de egressos do Sistema Pri-


sional e de familiares de pessoas privadas de liberdade. Existem
conselhos que vedam essa participação, o que é contraditório com
a finalidade de participação social que fundamenta a existência
desse órgão.

Outro ponto de atenção é a participação de profissionais que traba-


lham em unidades prisionais, como diretor ou agentes penitenciários,
uma vez que a participação desses atores pode apresentar um desafio
para desempenhar o papel de fiscalização e controle social. Vale res-
saltar que, entre a categoria “outros”, há a menção recorrente a entidades
religiosas, como a Pastoral Carcerária.

3.4 Organização interna dos Conselhos da Comunidade


O levantamento do CNJ aponta que a forma de entrada mais comum nos
Conselhos da Comunidade é por iniciativa voluntária da pessoa interes-
sada ou autoindicação — 42,3% dos conselhos contam com integrantes
que ingressaram desse modo. Outras formas recorrentes são indicação
do magistrado (em 38,3% dos conselhos), chamamento público (31,9%)
e indicação de outros conselheiros (30,6%).

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 33


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Formas mais comuns de ingresso nos Conselhos

Iniciativa voluntária dos interessados 42,3%

Indicação do juiz 38,4%

Chamamento público 31,9%

Indicação de outros conselheiros 30,7%

Indicação pelos órgãos de classe 21,8%

Indicação de outros órgãos com


19,1%
assento no Conselho da Comunidade

Consulta a organizações que trabalham


8,9%
com direitos humanos e temas correlatos

Outros 9,2%

Fonte: Adaptado de Brasil (2020).

A maioria expressiva dos Conselhos da Comunidade (86%) possui


diretoria constituída, e os dados sobre sua constituição indicam uma
estrutura interna relativamente similar entre os conselhos.

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 34


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Composição usual das diretorias dos Conselhos

Presidente – 85,8% dos conselhos

Vice-presidente – 77,2%

Tesoureiro – 80,9%
$

Secretário – 82,4%

A maioria desses conselhos que possuem diretoria constituída ado-


taram eleições entre os conselheiros para escolha da diretoria (88%
dos conselhos possuem diretoria constituída). Sobre o conselho fiscal,
55% dos Conselhos da Comunidade optam por essa forma de controle
das atividades financeiras, fiscalizando as ações praticadas pelos admi-
nistradores e opinando sobre as contas da organização.

Em relação à periodicidade de reuniões, 42,8% dos Conselhos da Co-


munidade reúnem-se mensalmente; 33,1% não possuem periodicidade
definida para as reuniões; 15,8% realizam reuniões conforme a demanda;
6,6% não realizam reuniões; 0,7% realiza encontros quinzenais; e 0,7%
realiza encontros semanais (BRASIL, 2020).

3.5 Estrutura dos Conselhos da Comunidade


A existência de recursos materiais adequados pode qualificar o tra-
balho e o funcionamento dos Conselhos da Comunidade, enquanto
que a precariedade material pode ocasionar uma série de dificuldades
para a efetiva atuação do órgão (FERREIRA, 2014). Sobre esse assunto,
os percentuais apresentados na pesquisa estão detalhados a seguir.

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 35


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Espaços do Conselho

1 54% dos Conselhos da Comunidade


possuem sede.

2 44,7% utilizam espaço cedido pela vara de


execução penal (VEP).

3 16,4% utilizam espaço cedido pelo fórum


(por setor externo à VEP).

4 11,8% possuem sede alugada.

5 5% possuem sede própria.

6 7,8% utilizam espaço cedido pela prefeitura.

7 8,2% utilizam espaço cedido por


outras entidades (CNJ).

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 36


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

O levantamento realizado pelo CNJ indica uma precariedade na disponi-


bilidade de equipamentos necessários para a realização do trabalho dos
Conselhos da Comunidade. 47% dos conselhos apontaram não possuir
equipamentos para seu funcionamento. 60,6% dos conselhos apontaram
não possuir móveis, equipamentos e veículo para seu funcionamento.
Apenas 20,7% avaliaram que os equipamentos do órgão são adequados
e em quantidade suficiente.

Dados sobre os equipamentos que os Conselhos da


Comunidade possuem

Não possui equipamentos 47%

Computador 40,3%

Impressora 36,4%

Armário 34,7%

Internet 32,2%

Mobiliário de uso individual 29,2%

Telefone 26,2%

Mobiliário de uso coletivo 17,6%

Sala de atendimento em espaço privativo 15,6%

Sala de reunião em espaço privativo 9,4%

Veículo próprio 8,2%

Câmera fotográfica 6,9%

Equipamentos para videconferência 5,7%

Sala privativa para a Diretoria 4,2%

Outros 16,1%

Fonte: Adaptado de Brasil (2020).

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 37


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Quase um quinto (19%) dos conselhos indicam não possuir recursos


financeiros. A maior parte dos conselhos possui recursos provenientes
de penas pecuniárias (73,3% dos conselhos).

Dados sobre a origem dos recursos financeiros dos


Conselhos da Comunidade

Penas pecuniárias 73,3%

Não possui recursos 19,3%

Doações de pessoas físicas 11,9%

Doações de pessoas jurídicas 8,4%

Convênio/subvenção com o município ou com 5,4%


municípios vizinhos sem estabelecimento penal

Projetos financiados por órgãos governamentais 2,7%

Convênio ou subvenção com o estado 1,7%

Projetos financiados por organizações não 1%


governamentais
Projetos com pessoas em medida de segurança
e seus familiares 0,7%

Outros 8,4%

Fonte: Adaptado de Brasil (2020).

Os recursos humanos são fundamentais para o funcionamento dos Con-


selhos da Comunidade e apenas 35% deles indicaram possuir profissionais
contratados, sendo a maior parte relacionada a funções administrativas.

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 38


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Profissionais usualmente contratados pelos Conselhos

1 Assistente administrativo (18,3% dos conselhos).

2 Secretário(a) (9,9%).

3 Contador(a) (7,4%).

4 Estagiário(a) (7,9%).

Entre os contratados pelos Conselhos para exercer funções técnicas,


veja a seguir alguns.

Profissionais usualmente contratados pelos


Conselhos para exercer funções técnicas

Assistentes sociais
(em 9,9% dos conselhos).

Psicólogos(as) (4,7%).
Objetivo

Advogados(as) (1,7%).

Pedagogos(as) (1,0%).

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 39


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Em contrapartida, há mais profissionais técnicos que trabalham voluntaria-


mente nos Conselhos da Comunidade, sendo o número mais expressivo.

Profissionais usualmente trabalham de forma


voluntária nos Conselhos para exercer funções técnicas

Assistentes sociais
(em 9,9% dos conselhos).

Advogados(as) (30,2%).
Objetivo

Assistentes sociais (24,0%).

Psicólogos(as) (11,6%).

A dificuldade de contratação de equipes fixas foi apontada na pesquisa


como uma das barreiras ao funcionamento sustentável e autônomo
dos conselhos, que acabam por depender da ação voluntária de vários
profissionais (BRASIL, 2020).

3.6 Atividades realizadas pelos Conselhos da Comunidade


No levantamento realizado pelo CNJ, foram identificados os tipos de
ações a que se destina o empreendimento dos recursos financeiros.

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 40


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Sobre as ações realizadas pelo conselho, de uma maneira geral, e não


apenas relacionadas ao emprego de recursos financeiros, verifica-se que
o rol de funções previstas na LEP não é exaustivo.

A inspeção de unidades prisionais, previstas na lei, é a ação


mais frequente entre os conselhos (72,7% realizam inspeções),
seguida de investimento de recursos na infraestrutura de uni-
dades prisionais (55,6%) e diligência para obtenção de recursos
materiais e humanos para melhor assistência às pessoas privadas
de liberdade (46,7%).

Vale destacar que, entre as ações realizadas pelos conselhos, há a cola-


boração com os órgãos responsáveis pela formulação da política peni-
tenciária, realizada em 24,2% deles.

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 41


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Ações usualmente realizadas pelos Conselhos

Realiza inspeção em unidades prisionais 72,7%

Investe recursos na infraestrutura de unidades prisionais 55,6%

Diligencia a obtenção de recursos materiais e humanos


para melhor assistência às pessoas privadas de liberdade e 46,7%
em medida de segurança, em caráter excepcional

Fomenta a criação de Programas, Projetos e Serviços


voltados especificamente a pessoas privadas de 43,3%
liberdade, cumpridores de penas e medidas alternativas

Atende familiares das pessoas privadas de liberdade 41,3%

Diligencia a prestação de assistência material


à pessoa egressa do sistema prisional 39,1%

Apoia a ação de outros órgãos da execução penal 38,1%

Realiza denúncias sobre violações de direitos 37,8%

Orienta e apoia o cumprimento de


penas e medidas em meio aberto 37,6%

Representa à autoridade competente e em caso de


constatação de violação das normas referentes à 37,1%
execução penal e obstrução das atividades do conselho

Contribui para o desenvolvimento de


programas e projetos temáticos, em especial 36,8%
aqueles voltados à prevenção da criminalidade

Fomenta a participação da
comunidade na execução penal 36,8%

Atende prestadores de serviços à comunidade 35,1%

Orienta e apoia a vítima e seus familiares 32,6%

Atende pessoas egressas do sistema prisional 32,6%

Atende cumpridores de penas e medidas em meio aberto 30,4%

Realiza eventos com a participação de profissionais, especialistas


e representantes de entidades públicas e privadas 28,2%

Orienta e auxilia o benefício do livramento condicional 27,4%

Realiza trabalho em grupo (ex: grupos reflexivos) 26,2%

Contribui para o acompanhamento do cumprimento


das condições especificadas no processo judicial 25,7%

Colabora com órgãos encarregados da


formulação da política penitenciária 24,2%

Atende pessoas monitoradas com


tornozeleira eletrônica 22%

Realiza ações de justiça restaurativa 14,8%

Atende pessoas em medida de


segurança e seus familiares 13,1%

Outra 50%

Fonte: Adaptado de Brasil (2020).

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 42


CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS

Em geral, as ações dos conselhos são definidas por meio de deliberações


entre os seus membros (65%). Uma parcela menor (20%) define as
ações por deliberação exclusiva da diretoria. Apenas 7% têm suas ações
definidas por determinação da vara de execução penal.

Veja a seguir retomada dos principais pontos deste módulo.

MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 43


SÍNTESE DO MÓDULO

Neste módulo, foram apresentadas as formas de atuação dos Conselhos


da Comunidade que ultrapassam aquelas previstas na Lei de Execução
Penal. Além das visitas às unidades prisionais, das entrevistas a pessoas
privadas de liberdade e do encaminhamento de relatórios mensais ao
juiz da execução e às demais autoridades, os conselhos realizam pro-
jetos de assistência social, saúde, educação e trabalho com as pessoas
presas, projetos com egressos(as), com familiares de pessoas privadas
de liberdade, atividades relacionadas às penas alternativas, atividades
de formação, entre outras. Essas atuações diversas passaram a ser re-
conhecidas e recomendadas em materiais orientadores elaborados por
diferentes órgãos públicos e voltados à organização das atividades dos
Conselhos da Comunidade.

Também foram apresentadas, neste módulo, as características de insta-


lação, perfil, organização interna, estrutura e atividades dos Conselhos
da Comunidade no Brasil, com base em pesquisa realizada em 2020
pelo Conselho Nacional de Justiça.

Verificou-se uma concentração de Conselhos da Comunidade na região


sul do país; a maioria dos conselhos possuem inscrição de pessoa jurídica
(82%) e Diretoria constituída (86%); os integrantes mais frequentes dos
conselhos são advogados(as) e assistentes sociais; pouco mais da metade
dos conselhos possuem sede (54%); 47% não possui equipamentos
para as atividades do conselho; e as atividades mais frequentemente
desenvolvidas pelos Conselhos da Comunidade são inspeções em uni-
dades prisionais (72.7%), investimento de recursos na infraestrutura de
unidades prisionais (55.6%) e de assistência material (46.7%).

Você finalizou o Módulo 2!


No próximo módulo, serão abordadas as diferenças entre os Conselhos da
Comunidade e os Conselhos de Políticas Públicas, destacando a importância
que ambos exercem no controle social em suas respectivas áreas.

44
REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 7210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução


Penal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.
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BRASIL. Ministério da Justiça. Manual de procedimentos: conselhos da


comunidade. Brasília, DF: Ministério da Justiça, [s.n.], 2018.

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munidade no Brasil”. Conselho Nacional de Justiça, Programa das Nações
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Conselhos da Comunidade. Conselho Nacional de Justiça, Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento, Departamento Penitenciário
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DAUFEMBACK, V. Questões sobre o contexto e a atuação dos Conselhos


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FERREIRA, J. C. Os Conselhos da Comunidade e a reintegração social.


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