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MÓDULO 4
Todo o conteúdo do curso Introdução à Justiça Restaurativa: fundamentos básicos para uma nova visão da
justiça, da Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo
federal – 2023, está licenciado sob a Licença Pública Creative Commons Atribuição - Não Comercial - Sem
BY NC ND Derivações 4.0 Internacional. Para visualizar uma cópia desta licença, acesse: https://creativecommons.org/
licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR.
ESCLARECIMENTO
Apresentação................................................................................................................................................. 5
Objetivos do módulo 6
Unidade 1: Introdução........................................................................................................................8
1.1 Gênero 11
Síntese do Módulo������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������40
Referências���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 41
INTRODUÇÃO À JUSTIÇA RESTAURATIVA:
FUNDAMENTOS BÁSICOS PARA UMA NOVA VISÃO DA JUSTIÇA
APRESENTAÇÃO
Olá, cursista!
Objetivos do módulo
Introdução
INTRODUÇÃO À JUSTIÇA RESTAURATIVA:
FUNDAMENTOS BÁSICOS PARA UMA NOVA VISÃO DA JUSTIÇA
1. INTRODUÇÃO
QR CODE
SAIBA MAIS
1.1 Gênero
Antes de entrar no tema de grupos reflexivos, vale muito a pena falarmos
sobre gênero, pois em todas as relações familiares e interpessoais perpassam
discussões cotidianas envolvendo direitos relacionados a esse assunto.
Assim, cabe registrar que a menção sobre gênero neste curso busca trazer
a perspectiva sobre a relação entre mulher e homem, ainda que gênero
seja algo mais amplo e complexo do ponto de vista social. Isso porque
gênero não necessariamente coincidirá com a percepção do sexo no
sentido biológico, haja vista a questão do entendimento de gênero em
relação a travestis, transexuais e outras pessoas identificadas no âmbito
da sigla LGBTQIA+. Essas questões estão sendo debatidas e ressignificadas
para além da questão sexual biológica.
SAIBA MAIS
Extraconjugal 1%
Ex-namorado 7%
Namorado 4%
Familiar 5%
Ex-companheiro 34%
Companheiro 48%
0 10 20 30 40 50
Nesse sentido, o gráfico demonstra que quase metade dos homens que
participaram do projeto, ao cometerem a violência, mantinham vínculo
de convivência com a vítima, e 34% eram ex-companheiros.
BOAS PRÁTICAS
Dependência química
32%
68%
Sim Não
O estudo alerta que “as drogas são substâncias que, em regra, inibem a
razão e, assim, podem potencializar a violência” (VERAS; SILVA, 2018, p. 55).
4% 5%
91%
42%
52%
6%
Ensino médio ou
ensino superior
Sobre o trabalho, questão essencial de análise, haja vista a conexão nas re-
lações afetivas entre poder derivado da atividade laborativa realizada pelo
homem e a submissão da mulher em razão de dependência econômica,
o estudo afirma que 86% desempenham algum tipo de atividade laboral,
12% não recebem qualquer tipo de renda e 2% são aposentados.
Não foi informado quantas das mulheres que foram vítimas da violência
praticada por homens no convívio familiar trabalham, mas o estudo
aponta que:
2%
12%
86%
Estado civil
16%
33%
24%
27%
SAIBA MAIS
Grupos reflexivos
INTRODUÇÃO À JUSTIÇA RESTAURATIVA:
FUNDAMENTOS BÁSICOS PARA UMA NOVA VISÃO DA JUSTIÇA
2. GRUPOS REFLEXIVOS
QR CODE
Maria da Penha ficou paraplégica depois de ter levado um tiro nas costas
enquanto dormia.
Foto: © [Jarbas Oliveira] / Nações Unidas Brasil.
Por fim, como visto, a Lei Maria da Penha trouxe uma nova perspectiva
sobre o tratamento da violência contra as mulheres, acenando para a
necessidade da proteção da vítima e inovando com a criação de espaços
de atenção e acolhimento, nos quais se prevê a realização de programas
de recuperação e reeducação do agressor.
SAIBA MAIS
BOAS PRÁTICAS
Esses aspectos devem ser alinhados previamente em juízo, uma vez que
devem constar na ata da decisão de forma expressa.
QR CODE
BOAS PRÁTICAS
O
ideal é que os grupos contem com a facilitação de dois
profissionais, e recomenda-se que sejam uma mulher
e um homem para grupos com homens, para que se
possa também ressignificar as representações sobre o
gênero a partir da condução dos facilitadores.
BOAS PRÁTICAS
2.3.9 Intervisão
A intervisão vai permitir o trabalho em equipe, com o desenvolvimento
da autoaprendizagem, do autoconhecimento e do desenvolvimento
qualitativo do grupo.
2.3.10 Incidentes
São incidentes de execução quaisquer situações que interfiram no
cumprimento regular da medida, por exemplo: cumprimento irregular,
suspensão do cumprimento e descumprimento.
2.3.11 Cumprimento
O último encontro no grupo deve ser um momento de avaliação de cada
homem perante os demais participantes, o que demanda aos facilitadores
estarem atentos ao fim do cumprimento de cada um dos integrantes,
promovendo esse rito de desligamento.
PODCAST
Indica-se a realização de encontros trimestrais por um
ano ou semestrais por dois anos. Além disso, as experi-
ências devem buscar meios de realizar pesquisas quanti/
qualitativas em relação à sua prática, com instituições
externas e autônomas.
Por fim, como proposta de iniciação dos trabalhos com grupos reflexivos,
apesenta-se o quadro de Prates (2013, p. 95), com adaptações para
complementação de atividades para os encontros não documentados.
• Justiça e LMP;
• Escuta;
2
• Implicações sobre a suspensão do processo;
• Acolhimento;
• Percepções sobre o papel da mulher na violência;
• Esclarecimentos.
• Sentidos atribuídos à participação no grupo.
• Gênero e violência;
5
• Implicações sobre a suspensão do processo;
• Discussão em grupo.
• Percepções sobre o papel da mulher na violência;
• Sentidos atribuídos à participação no grupo.
• Gênero e violência;
6
• Justiça e LMP;
• Discussão em grupo.
• Percepções sobre o papel da mulher na violência;
• Sentidos atribuídos à participação no grupo.
7 • Masculinidades;
• Gênero e violência de gênero.
• Discussão em grupo.
• Gênero e violência;
10
• Propaganda Axe;
• Percepções sobre o papel da mulher na violência;
• Filme “Homem com H”.
• Sentidos atribuídos à participação no grupo.
• Gênero e violência;
11
• Implicações sobre a suspensão do processo;
• Filme “Fale sem Medo”.
• Percepções sobre o papel da mulher na violência;
• Sentidos atribuídos à participação no grupo.
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MÓDULO 4 | Grupos reflexivos para homens autores de violência contra a medos
• Relacionamentos, mulhere afetos. • Discussão em grupo. 38
• Gênero e violência; • Discussão em grupo
• Família (paternidade); direcionada para a questão
INTRODUÇÃO À JUSTIÇA RESTAURATIVA: 9 • Implicações sobre a suspensão do processo; da paternidade –
demanda percebida no
FUNDAMENTOS BÁSICOS PARA UMA NOVA VISÃO DA JUSTIÇA• Sentidos atribuídos à participação encontro anterior.
no grupo (direitos).
Temas e estratégias de grupos reflexivos
• Gênero e violência;
10
• Propaganda Axe;
• Percepções sobre o papel da mulher na violência;
• Filme “Homem com H”.
• Sentidos atribuídos à participação no grupo.
Encontro Temas Estratégias
• Identificação de
• Gênero e violência; vulnerabilidades que possam ter
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• Implicações sobre a suspensão do processo; contribuído para a violência;
1 •• Percepções sobre o papel da mulher na violência;
Avaliação individual.
• Sentidos atribuídos à participação no grupo.
• Filme “Fale sem Medo”.
• Encaminhamento para a rede
de atenção à pessoa e
compromisso para realização
dos encontros.
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• Percepções sobre o papel da mulher na violência;
Responsabilização;
•• Esclarecimentos.
Discussão em grupo.
• Sentidos
Direitos, deveres e dignidade
atribuídos humana.
à participação no grupo.
3 Comunicação
• Gênero
Saúde mental:
• Família
não violenta e relações de poder;
e violência;
álcool e outras drogas.
(paternidade);
• Discussão em grupo.
• Trabalho em grupo –
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• Justiça e LMP; cartazes com figuras de
• Implicações sobre a suspensão do processo; homens e mulheres.
4
• Percepções sobrealimentícia);
Família (pensão o papel da mulher na violência;
• Discussão em grupo.
• Sentidos
Conflitos atribuídos
e resoluçãoà de
participação
conflitos. no grupo.
• Gênero e violência
GêneroeeLMP;
• Justiça violência;
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5
• Implicações sobre a suspensão do processo;
• Percepções sobre o papel da mulher na violência;
• Filme “Jim em
Discussão é assim”.
grupo.
• Gênero e violência;
• Homens e saúde;
6
• Justiça e LMP;
• Autoconhecimento; • Discussão em grupo.
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• Percepções sobre o papel da mulher na violência;
• Crenças e valores; • Discussão em grupo.
• Sentidos atribuídos à participação no grupo.
• Autorresponsabilização;
• Avaliação.
7 • Masculinidades;
• Gênero e violência de gênero.
• Discussão em grupo.
Fonte: Adaptado de Prates (2013).
• Gênero e violência; • Filme “Fale sem Medo”
(percepção da necessidade
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Veja a seguir uma retomada dos principais pontos
• Justiça e LMP;
• Percepções sobre o papel da mulher na violência;
destepaternidade);
de discutir módulo.
• Discussão de
• Sentidos atribuídos à participação no grupo. caso real (borracheiro).
Além disso, aprendemos o que são os grupos reflexivos, quais são suas
finalidades e falamos sobre seu contexto jurídico. Foi apresentada uma
metodologia de acompanhamento desses grupos de acordo com o
Manual de Gestão para as Alternativas Penais, abordando o formato
e o tempo adequado dos grupos, o caráter consensual ou obrigatório
destes, algumas orientações teóricas, o papel dos facilitadores e alguns
temas acompanhados de estratégias para a aplicação das intervenções.
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REFERÊNCIAS