Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Curso: Filosofia
Disciplina: Filosofia Política
Professor: Ms. Vicente Sérgio
Aluno: Paulo Haruo Aoyama
RESUMO
Neste ensaio procura-se tratar e comentar a respeito das noções de políticas que para
Aristóteles, estava totalmente voltada para o debate sobre virtude, ética, felicidade e o bem-
comum. Trata-se aqui de também estabelecer uma relação entre o papel da lei e da educação
na formação do cidadão para o bem comum e esse bem-comum alinhada à virtude na
felicidade do estado. E assim entender como esse pensamento se amplia com os passos que o
próprio filósofo concede, para que o estado encontre não somente a sua felicidade, mas de
todos os seus cidadãos, que na perspectiva aristotélica, somente no caminho da virtude que os
cidadãos configuram uma unidade com a cidade e a cidade com os seus.
1 Trabalho referente à avaliação da disciplina de Filosofia Política, ofertada pelo Curso de Filosofia do Instituto
São Boaventura (ISB), e ministrada pela Professora Ms. Vicente Sérgio, durante o 2º semestre de 2022.
Aristóteles usa um método de análise, a partir dos princípios, pois para ele toda a
sociedade tem a sua origem nas famílias especificamente numa família que possui alguma
exigência de destaque, da qual as outras famílias e pessoas se admiravam e se associavam a
estas famílias formando os povoados e depois as cidades.
Aristóteles insiste que numa pólis boa a virtude de um homem e de um cidadão deve
ser necessariamente a mesma. (POL III 18, 1288a).
Aristóteles pensa a cidade numa conexão ampla da parte com o todo e o todo com a
parte, diferente do modelo de sociedade que atualmente caminha fragmentada e
individualista. Para ele, o ser humano é um animal político, ou seja, para que o ser humano se
torne plenamente humano ele precisa da sociedade e é na sociedade que ele vai se realizar
como pessoa.
Diante disso, percebe-se que a cidade então, é superior ao indivíduo, pois o meio, o
coletivo e social é superior ao indivíduo, o bem comum se torna então superior ao bem
particular. Na cidade a satisfação, a consciência de alcançar todas as necessidades das
pessoas desse meio, se torna algo imprescindível, pois o homem, sendo naturalmente um
animal político, não consegue realizar a sua perfeição sem a sociedade.
Visto que, para o filósofo, é muito claro que não existe um estado feliz por si mesmo,
se não o que se constitui pela base da honestidade, desses valores, alinhados à virtude. Ao
contrário do que vemos atualmente, a cidade não pode ser uma aglomerado de pessoas que
querem dinheiro e poder , porque isto gerara injustiça porque terá um modelo errado de
felicidade que é ser rico e poderoso, pelo contrário a felicidade deve estar numa vida honesta
e virtuosa e assim o governo será bom , porque nele haverá bons costumes que são alinhados
a esse bem-comum.
Logo, o bem comum se torna a finalidade da cidade, pois essa preocupação com todos
se dá numa participação do desejo que embora seja do indivíduo, do homem, que é o de ser
feliz, também se inclui na cidade. O Desejo coletivo pela felicidade, vai se garantir quando
todos estiverem recebendo proporcionalmente essa vida melhor.
Aristóteles nos concede essa resposta quando afirma no seu livro "Ética a
Nicômaco.”, quando diz que: “A lei nos manda praticar todas as virtudes e nos proíbe de
praticar qualquer vício. E as coisas que tendem a produzir a virtude considerada como um
todo são aqueles atos prescritos pela lei tendo em vista a educação para o bem comum.”
(Livro 5 , Aristóteles - Ética a Nicômaco)
Nota-se, que o papel da educação na formação desse indivíduo, que nasce natural
inclinado para se tornar um ser-comum, para a comunidade, está totalmente voltado para a
busca por formação de bons valores, hábitos e virtudes dentro das relações sociais. Por isso
que a lei, ela pode certamente ser vista como uma ajuda para praticar atos de virtudes e por
outro lado proibir certos vícios. E assim a lei adota a finalidade de educar para o bem comum.
Para Aristóteles uma coisa é clara,quanto mais leis menos virtudes há numa
sociedade. As leis desse modo servem para refrear a corrupção dos cidadãos ou tentar educá-
los. Um exemplo disso nos dias de hoje é a lei de assentos preferenciais nos ônibus e nos
metrôs. Onde a cerca de 50 anos atrás não existia essa lei, porque as pessoas normalmente
davam preferências, então era um hábito geral. Porém, as pessoas começaram a perder esse
habito e começaram então terem um vicio de ignorar as necessidades daqueles que mais
precisavam e por isso se viu a necessidade ter uma lei para explicar obviamente a necessidade
da pessoa que precisa se sentar, apelando a nós a deixar o egoísmo de lado para colocar o
bem comum em primeiro lugar.
O bem comum sempre vai partir daquele princípio que diz: “A sociedade deve ser o
lugar em que todos possam alcançar a sua máxima perfeição e felicidade.” Para isso
precisamos nos colocar à disposição dos outros , deixando de lado o nosso bem particular e se
doando numa sociedade melhor.
CONCLUSÃO
Sendo assim, uma “Ética da Política” e não uma “Ética na Política”, isto significa, que
somente na participação e contribuição da pólis de maneira íntegra, participando e atuando
desse modo o homem nessa união, consegue realizar o seu fim último, no caminho da
felicidade e das resposta a suas necessidades aliado ao coletivo e não sozinho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOBBIO, N & amp; BOVERO, M. Sociedade e Estado na filosofia política moderna. São
Paulo: Brasiliense,1986, p.40-41