Você está na página 1de 2

Teoria Política Clássica

Controle de Leitura nº5


Política – Aristóteles Platão
Aluna: Júlia Marinho Carvalho
Matrícula: 211041393

Aristóteles nos ensina que a cidade é a mais elevada forma de comunidade e visa ao bem
maior dos cidadãos. Comente essa afirmação lendo atentamente o Livro I, Capítulo I da
Política de Aristóteles.

Controle de Leitura nº5


Data da entrega: até o dia 19 de dezembro, 22 horas.
Monitora: Nicoli Gonzaga
E-mail: nicolibb8@gmail.com

Aristóteles, ao escrever a “Política”, elaborou um acervo que trata da consolidação de


uma doutrina da moral social, a qual parte do indivíduo e se encontra com a coletividade, de
modo a estabelecer sua própria engrenagem e preceitos éticos. Nesse sentido, é sustentado
que a lógica da organização das pessoas é a que haja a sua coletivização, formando a
comunidade, ou seja, a polis- como pode ser percebido nesta passagem:

“Uma comunidade completa constituída a partir de diversas aldeias, uma vez que alcance o
limite total da autossuficiência, por assim dizer, é uma polis. [A polis] vem a ser em vista do
viver, mas subsiste em vista do bem viver. Eis por que toda polis existe por natureza (…).”
(Pol. I.2 1252b27–30)¹.

É entendido que é natural que ocorra a formação da polis, pois a organização comunal
das pessoas é esperada e faz parte da autossuficiência do grupo. O processo de coesão grupal
é marcado pela autossuficiência, a qual se trata da capacidade da comunidade de subsistir na
sua existência sem depender de coisas externas. Nesse âmbito, por meio da obra, é sabido que
viver em grupo é o destino, pois não há uma forma de vida isolada e que, sobretudo, é preciso
bem-viver, pois a polis tem de prover aos seres humanas a boa vida, o que configura uma
especialidade importante defendida pelo filósofo: a correlação entre o bem e a finalidade da
polis.
Assim, o bem-viver é sustentado pela excelência da virtude, conhecida como
eudaimonia e\ou felicidade, que se apresenta na função própria do homem de exercer o logos
racional, isto é, na realização do bem final humano, sendo esta a condição da vida na
comunidade cívica. O intelecto humano é essa habilidade de aperfeiçoar as ações,
caracterizado como o princípio interno que dá vida aos seres e o motor para a realização
última na política: agir e tornar-se bom. Em decorrência disso, é possível compreender da
obra que o filósofo sustenta uma filosofia política do tipo naturalista, ou seja, é pensada a
finalidade de algo como a possibilidade de alcançar aquilo que é bom para a coisa que se
apresenta, sendo a realização de seu próprio bem a sua máxima expressão. Sobre o Bem
supremo ser a realização máxima da polis, urge esta passagem:

“Uma vez que toda polis, nós o vemos, é uma certa comunidade, e que toda
comunidade tem se constituído em vista de um certo bem (pois é em vista disto que
lhes aparece como um bem que os homens fazem tudo o que fazem), é evidente que
todas as comunidades; visam um certo bem, e que mais que tudo é o Bem Supremo
entre todas as coisas que aquela que é mais autorizada e que contém todas as outras
visa. Esta comunidade é a que chamamos polis, isto é, a comunidade política.” (Pol.
I.1 1252 a 1-7)¹.

Desse modo, a causa final de uma comunidade é o bem, uma vez que o fim para cada
coisa é identificado com a sua natureza, sendo a natureza da polis o bem supremo. Com isto,
ao considerar a comunidade como naturalmente política, Aristóteles instaura que o ser
humano também é naturalmente político. Isto é, é da natureza do humano direcionar suas
ações para a vida em comunidade. Assim, é entendível que a polis é anterior,
ontologicamente, ao indivíduo, sendo esta o todo, e o indivíduo, a parte. Logo, o indivíduo
tem seu fim determinado em detrimento do que ele faz para a polis. A virtude política,
portanto, seria essa série de ações do campo individual que se destinariam a uma construção
da polis como sendo determinada ao bem. Por fim, a cidade é a mais alta forma de sociedade,
uma vez que a práxis dos homens dentro dela é a de nutrir as virtudes políticas e, com isso,
direcionar as suas ações para o bem da polis.

¹ ARISTÓTELES. Política. São Paulo, SP: Martin Claret, 2007.

Você também pode gostar