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Curso: Filosofia
Disciplina: Leitura de Obras II
Professor: Prof. O Dr. Luis Felipe Lopes
Aluno (a): Paulo Haruo Aoyama
Texto criado por uma comissão para tentar legalizar o aborto, ou seja, tinham o
objetivo de trazer um trabalho legislativo para aprovar o aborto. Percebe-se uma grande
estratégia de usar a suprema corte para burlar o que o legislativo faz. O artigo apresenta uma
veracidade pouco crítica, mas demonstra seu foco principal é abordar a respeito da laicidade
do estado, fechando totalmente em um campo de tomadas de decisões entre razões religiosas
e não-religiosas. Partindo disso, levantamos tal questão sobre a possibilidade de que, esse
estado laico seja, de fato, como a autora e aos que defendem essa linha de pensamento
propõe.
No debate sobre o aborto o que está em jogo é a idéia de que o estado o proíbe por
influencia da religião, justificando que a igreja e o estado estão muito proximos juridicamente
e por isso se dá as condenações que se tem sobre o aborto. Porém, quando o estado condena o
aborto, ele está assumindo a legislação da igreja que trata o aborto como pecado e depois
trata-o como crime.
O que podemos afirmar é que muito do que o estado tem hoje deriva da religião e se
você não levar em conta isso ou não se concorda, então o estado deveria ter que parar e
começar do zero. A influência religiosa na base original do estado não deveria ser o
problema, temos nessa base exemplos como a liberdade e o conceito de culpa no direito
penal.
Sendo assim, para a autora o estado estaria sutilmente incorporando essas ideias e
assim ferindo a laicidade. Pois está no campo fora do uso das razões religiosas, onde a
sociedade deveria se utilizar somente nas decisões do uso de razões públicas que não
deveriam ser religiosas, justificativa que se fundamenta na teoria influente de Rawls.
(pesquisar autor)
Essa questão que Rawls apresenta, trabalha dentro dos espaços público e institucional.
No espaço público, o espaço para discussão para tomada de decisões, ele diz que a religião
pode debater no espaço público, mas não pode usar a linguagem religiosa, mas sem eliminá-
la do seu discurso. O espaço público não deve tolerar teoria que sejam compreensíveis, ou
seja, que tem verdades inquestionáveis, como por exemplo, as verdades morais e metafísicas.
Então se você apresenta uma filosofia moral dentro da linha kantiana ou se você se coloca
numa posição filosófica platônica, essas verdades inquestionáveis não seriam bem-vindas,
como a religião que se baseia em verdades compreensivas.
Para um estado se denominar laico e atuar dentro de uma laicidade é preciso que ele
esteja dentro do fundamento de uma neutralidade estatal, que não apresenta uma teoria
compreensiva e inquestionável. Dessa maneira, o grande problema e perigo que mais uma
vez identificamos é um "estado amoral”, que sendo neutro, é não-religioso, nem ateu ou anti-
religioso, mas também está longe de pensamentos utilitaristas e filosóficos.
O Problema na visão dela é que o estado não está cumprindo a sua neutralidade e se
fundamentado em princípios religiosos. O filósofo alemão Carl Schmitt, chama essa atitude
de “processo de neutralização”, mostrando que a medida que o estado moderno foi se
formando, ele teve que copiar coisas da religião para se estabelecer, mas como sendo um
estado moderno que constrói a laicidade, teve como objetivo ao buscar elementos religiosos,
transformá-los em não-religiosos, para se fundamentar como estado.
Conceitos como lei, verdade e propriedade são conceitos que devem muito à religião.
Se abandonamos esses conceitos que têm origem religiosa, o ser humano não consegue
definir um conceito bom, como por exemplo, de liberdade. Alguns conceitos de estado
originalmente vieram de ideias religiosas. Retirar essa base religiosa do estado e assumir uma
neutralização desses ideias religiosos, é justificar que não há problemas então no aborto, no
homicídio, no estupro, no roubo porque faz parte do processo natural do estado moderno.