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2. O problema da justificação do Estado: por que razão devemos obedecer à sua autoridade?
3. O problema da organização de uma sociedade justa: a relação entre liberdade e justiça social.
Direito: O conjunto de normas e leis que apoiadas no poder coercivo Ética: É um dos ramos de estudo da
(imposição de penas e punições) do Estado que as elabora e institui, filosofia que estuda os fundamentos
da ação moral.
regulam o comportamento dos membros de uma sociedade.
Política: O termo política deriva da palavra grega polís que designa “cidade”. Este é, na
concentra a civilização – em contraposição com o que está fora da cidade, que é o lugar dos
bárbaros. Falar de Estado é para Aristóteles falar de cidades-estado porque no seu tempo as
aplicar.
1. Justificação naturalista de
Aristóteles (O Estado como
forma natural de os indivíduos
organizarem a sua vida em
sociedade). “O homem é
naturalmente um animal
político”
2. Thomas Hobbes, John Locke e
Jean-Jacques Rosseau e a
justificação contratualista do
Estado (Estado Natural versus
Estado Político)
O problema da organização de uma sociedade justa: a relação entre
liberdade e justiça social
“O mundo está cheio de desigualdades- dentro dos países e entre os países. Algumas crianças nascem
em lares confortáveis e prósperos e crescem bem alimentadas e bem-educadas. Outras nascem pobres,
são malnutridas e nunca têm acesso a uma educação e tratamento médico suficientes. É claro que isto
é uma questão de sorte: não somos responsáveis pela classe económica ou social ou pelo país em que
nascemos. A questão consiste em saber quão más são as desigualdades que não são culpa das pessoas
que sofrem. Deverão os governos servir-se dos seus poderes para tentarem reduzir as
Thomas Nagel, O que quer dizer tudo isto? Uma iniciação à Filosofia, Gradiva, 1997, p.71
“Ministério Público investiga. Afinal, o que está em causa no
caso das gémeas brasileiras?
Inquérito "não corre sobre pessoa determinada", mas MP quer
conhecer processo que envolveu as crianças tratadas no Santa
Maria com um dos medicamentos mais caros do mundo. Em
relação a eventual intervenção do Presidente da República, se
tal se confirmar, a ação teria de ser votada no Parlamento e a
investigação correria no Supremo.”
Fonte: Diário de Notícias
“Começo por descrever o papel da justiça na cooperação em sociedade e por uma breve
ideia central de justiça como equidade, uma teoria da justiça que generaliza e eleva a um nível
superior de abstração a tradicional conceção de contrato social.” John Rawls, Uma Teoria da
sociedade está bem organizada. Assim, o propósito de Rawls é perceber como as instituições sociais distribuem os
direitos e deveres, porque as consequências desta distribuição são profundas e poderão gerar desigualdades entre os
indivíduos.
Exercício:
3. Trabalho de grupos.
4. A regra maximin.
A teoria da justiça como equidade de John Rawls
A conceção apresentada por Rawls é designada pelo próprio como “justiça como equidade”, dado que a escolha dos
princípios de justiça que devem servir de base à sociedade são obtidos a partir de uma situação hipotética inicial, uma
experiência mental, em que nenhum individuo é favorecido em relação a qualquer outro e em que Rawls nos incita a
É nesta posição original que serão escolhidos os princípios da justiça. De modo a garantir a imparcialidade e a
Deste modo, o véu da ignorância garante a equidade da atuação dos fundadores da sociedade. Desconhecendo as
situações específicas na sociedade, os seus ocupantes e os seus lugares, seremos imparciais na escolha de
princípios justos e iguais para todos.
Exercício: Imagina que estás coberto pelo véu da ignorância. Como escolherias que fosse a sociedade em que
habitas?
A teoria da justiça como equidade de John Rawls
Podemos afirmar que Rawls defende uma teoria da justiça como equidade;
Ao não conceber a justiça como igualdade total, Rawls admite a existência de desigualdades
económicas, desde que isso beneficie a sociedade no geral e que seja acompanhada de liberdade
https://www.youtube.com/watch?v=H0CTHVCkm90
Trabalho de Grupo
2. Que método é que Rawls adota para definir os critérios de uma sociedade
justa?
“Esta posição original não é, evidentemente, concebida como uma situação histórica concreta [...]. Deve ser vista
como uma situação puramente hipotética, caracterizada de forma a conduzir a uma certa conceção da justiça.
Entre essas características essenciais está o facto de que ninguém conhece a sua posição na sociedade, a sua
situação de classe ou estatuto social, bem como a parte que lhe cabe na distribuição dos atributos e talentos naturais,
como a sua inteligência, a sua força e mais qualidades semelhantes. Parto inclusivamente do princípio de que as
partes desconhecem as suas conceções do bem ou as suas tendências psicológicas particulares. Os princípios da
justiça são escolhidos a coberto de um véu de ignorância. Assim se garante que ninguém é beneficiado ou
prejudicado na escolha daqueles princípios pelos resultados do acaso natural ou pela contingência das circunstâncias
sociais.”
John Rawls. (2001 [1971]). Uma Teoria da Justiça. Trad. Carlos Pinto Correia. Lisboa: Editorial Presença, pp. 33-34 .
A regra maximin
• No momento da escolha dos princípios que vão orientar a sociedade, Rawls defende que as partes
deste contrato vão considerar que o mais racional é escolher tendo em consideração a pior situação
possível, adotando assim a regra maximin.
• A regra maximin estabelece que devemos escolher a opção que maximize a pior situação possível;
• Debaixo do véu de ignorância, não sabemos em que situação iremos viver, pelo que devemos escolher
uma sociedade em que os mais desfavorecidos estejam melhor.
“Maximização do mínimo de bens sociais primários que cada indivíduo pode obter.”
Classes Sociais
Rendimentos
2. A rejeição do utilitarismo.
Os Princípios da Justiça
“Primeiro
Cada pessoa deve ter um direito igual ao mais extenso sistema de liberdades básicas que seja
compatível com um sistema de liberdades idêntico para as outras.
Segundo
As desigualdades económicas e sociais devem ser distribuídas de modo a que,
simultaneamente:
a) Decorram de posições e funções às quais todos têm acesso;
b) Se possa razoavelmente esperar que elas sejam em benefício de todos (especialmente dos
membros menos favorecidos da sociedade).”
John Rawls. (2001). Uma Teoria da Justiça. Trad. Carlos Pinto Correia. Lisboa: Editorial
Presença, p. 68 (adaptado).
Os Princípios da Justiça
• Hierarquicamente, Rawls pensa a prioridade destes princípios pela ordem em que surgem
Este princípio estabelece que todos os indivíduos de uma sociedade devem ter igual acesso ao
maior número possível de liberdades;
No entanto, estas liberdades nunca podem coincidir com outras liberdades já asseguradas;
Por exemplo, não pode haver a liberdade de ser dono de escravos, pois isso implica que
existiriam pessoas sem direito à liberdade.
O Princípio da Igualdade de Liberdades
Este princípio estabelece que algumas diferenças na distribuição dos rendimentos dos
• Isto significa que há empregos e funções que devem ser mais pagos do que outros, mas
o Estado deve garantir que qualquer pessoa tem acesso a essas posições,
Este princípio deve combater a injustiça provocada pela lotaria social – ou seja, deve promover
Este princípio estabelece que a desigualdade de rendimentos pode ser justificável, desde
• Por exemplo, no caso de haver uma camada da população muito rica e uma muito pobre,
é justificável que o Estado aumente os impostos às pessoas ricas, de modo a dar uma
A teoria da justiça de Rawls é incompatível com o utilitarismo, uma vez que se torna
Isto é, tendo em conta que o utilitarismo olha apenas para a felicidade geral, podia dar-se o caso
de haver uma sociedade muito desigual, desde que isso contribuísse para o bem-estar geral;
Assim, no utilitarismo não estariam reunidas as condições de justiça afirmadas por Rawls,
• Para Nozick, os impostos são equivalentes a trabalho Anarquia, Estado e Utopia (1974)
Exercícios
manual: pp. 282-
284
3. De acordo com a teoria da justiça de John Rawls,
1. Segundo John Rawls, a conceção de justiça fundamenta-se na
(A) as desigualdades económicas são aceitáveis sob certas
(A) partilha da mesma noção de bem comum por todos os
condições.
cidadãos.
(B) uma igual liberdade é suficiente para assegurar a justiça
(B) distribuição igualitária de bens por todos os cidadãos.
social.
(C) partilha dos mesmos princípios de justiça por todos os
(C) toda e qualquer desigualdade entre os indivíduos deve
cidadãos.
ser suprimida.
(D) distribuição utilitarista do mérito por todos os cidadãos.
(D) o direito a dispormos do que ganhamos ou adquirimos é
absoluto.
2. Em John Rawls, é condição necessária da aplicação do
princípio da diferença a 4. De acordo com Rawls, o véu de ignorância garante
(A) igualdade equitativa de oportunidades. (A) que nenhum sujeito se encontra na posição original.
(B) anulação do princípio da liberdade. (B) que a posição original tem um carácter hipotético.
(C) igualdade de mérito e de talento. (C) a equidade na criação de uma sociedade igualitária.
(D) conservação dos direitos adquiridos. (D) a equidade na escolha dos princípios da justiça.
5. Na teoria de John Rawls, o conceito de «véu de ignorância»
(A) permite conceber o estado natural do homem antes da
sociedade.
(B) significa que os cidadãos estão cobertos de preconceitos.
(C) significa a posição original na história humana.
(D) permite conceber cidadãos capazes de julgar
imparcialmente.