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Universidade Federal do Pará - Instituto de Tecnologia - Faculdade de Engenharia Civil

Mausoléu Castelo Branco - Fortaleza

Aula 04
Dimensionamento
à Flexão (parte 1)

Teoria de flexão linear


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Flexão em vigas - Histórico


Galileu Galilei
• No ano de 1638, ensaiou vigas de pedra em
balanço com seção retangular
• Observou que quando a carga era posicionada no
centro da viga, a capacidade resistente era duas
vezes maior do que quando a carga era
posicionada na extremidade livre
• Utilizando princípios de equilíbrio, observou que a
resistência à fratura aumentava proporcionalmente
ao cubo da altura da viga (relação altura/base
constante)
• As vigas de Galileu eram consideradas corpos
rígidos, portanto, as deflexões não podiam ser
avaliadas. Surgiu então o chamado Problema de
Galileu
• Galileu deu início ao estudo da Mecânica dos
Materiais
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Flexão em vigas - Histórico


Robert Hooke
• No ano de 1678, mediu os alongamentos de
arames de metal presos ao teto em uma das
extremidades e com pesos acoplados à outra
extremidade

• Variando o peso, observou que os


alongamentos eram proporcionais às forças
para arames de vários materiais
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Flexão em vigas - Histórico


James Bernoulli
• No ano de 1705, definiu os conceitos de
tensão (força por área) e deformação
(deslocamento por unidade de comprimento)

Jacob Bernoulli
• Em 1705, Jacob Bernoulli, Irmão de James
Bernoulli, relacionando o raio de curvatura de
uma viga ao momento fletor, postulou a
conhecida Hipótese de Bernoulli (seções
planas permanecem planas) sob momento
fletor
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Flexão em vigas - Histórico


Leonhard Euler
• No ano de 1727 postulou que as tensões
internas no material são proporcionais às
deformações

• Em 1757, baseado na hipótese de Bernoulli e


considerando a curvatura proporcional ao
momento fletor, derivou matematicamente a
curva de deflexão elástica de uma viga

Thomas Young
• Em 1804, mediu, para vários materiais a
constante E, correspondente à relação entre
tensão e deformação. A constante E ficou
então conhecida como módulo de Young
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Flexão em vigas - Histórico


Claude Navier
• Em 1826, derivou matematicamente a teoria de
flexão de vigas utilizando três princípios (princípios
de Navier): equilíbrio de tensões, compatibilidade
de deformações e relação tensão-deformação dos
materiais segundo a Lei de Hooke.
• A teoria desenvolvida por Navier permitiu resolver o
Problema de Galileu após aproximadamente 200
anos de estudos sobre flexão de vigas
• Navier é considerado o criador da Teoria da
Elasticidade Geral, disciplina que tornou possível
pela primeira vez a utilização de ferramentas
matemáticas de elevada precisão para solução de
problemas relacionados à construção civil
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Flexão em vigas - Histórico


Aplicação ao concreto armado

• Na Europa, ao longo do século XIX, surgem sistemas construtivos que


combinam aço e concreto para formar diversos tipo de estruturas
(surgimento das estruturas de concreto armado)
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Flexão em vigas - Histórico


Aplicação ao concreto armado – histórico americano

• Em 1910 o Instituto Americano do Concreto (ACI) publica a primeira norma


para dimensionamento à flexão de vigas de concreto armado, que
considera uma teoria de flexão linear

• Em 1963, o ACI incorpora à sua norma uma teoria de flexão não-linear,


baseada no trabalho de Hognestad (Hognestad et al., 1955), que atribui ao
concreto uma lei constitutiva não-linear baseada em estudos experimentais.
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Teorias de flexão de vigas

Vigas de Euler-Bernoulli

Vigas de Timoshenko

Vigas de Reddy-Bickford
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Teorias de flexão de vigas

Vigas de Euler-Bernoulli

Vigas de Timoshenko

Vigas de Reddy-Bickford
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Teorias de flexão de vigas

Vigas de Euler-Bernoulli
• Teoria de Flexão Linear
• Teoria de Flexão Não-Linear

Vigas de Timoshenko

Vigas de Reddy-Bickford
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Teorias de flexão de vigas

Vigas de Euler-Bernoulli
• Teoria de Flexão Linear
• Teoria de Flexão Não-Linear

Vigas de Timoshenko

Vigas de Reddy-Bickford
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Vigas de Euler-Bernoulli
Princípios
• Condição de equilíbrio bidimensional

• Compatibilidade de Bernoulli: seções planas permanecem planas após as


deformações devidas à flexão

• As leis constitutivas podem ser lineares ou não-lineares


Aplicações
• Análise e dimensionamento de elementos estruturais lineares submetidos ao
momento fletor e/ou esforços normais

No caso da teoria de flexão linear:


• As leis constitutivas de Hooke são válidas tanto para o concreto quanto pra o aço
• A resistência à tração do concreto pode ser desprezada
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Vigas de Euler-Bernoulli
Onde o princício de Bernoulli não é válido
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Vigas de Euler-Bernoulli
Vigas de concreto armado
• Devido à baixa resistência à tração do concreto, as zonas tracionadas são
reforçadas com barras de aço

• O momento solicitante externo é equilibrado pelo momento do binário formado


pela resultante de tensões de compressão C e a resultante de esforços de tração
T
Seção transversal Distribuição de Distribuição de
deformações tensões
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Vigas de Euler-Bernoulli
Vigas de concreto armado
• A resultante de tração T corresponde à soma da resultante de tração resistida
pelo concreto Tcs e da tração na armadura Ts

• O momento resistente pode ser obtido pela soma dos momentos de cada
resultante em torno de um ponto qualquer da seção, por exemplo, um ponto
localizado à altura da linha neutra

Seção transversal Distribuição de deformações Distribuição de tensões


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Vigas de Euler-Bernoulli
Variáveis envolvidas:
• Base da viga, b • Tensão de tração no concreto ao nível
• Altura útil, d da armadura tracionada, fct
• Área da armadura de flexão, As • Deformação na armadura de flexão, εs
• Momento solicitante, M • Deformação na superfície comprimida
• Tensão na armadura de flexão, fs de concreto, εc
• Tensão na superfície de concreto • Profundidade da linha neutra, x
comprimida, fcc • Curvatura da seção, Φ
Seção transversal Distribuição de deformações Distribuição de tensões

T
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Vigas de Euler-Bernoulli
Vigas de concreto armado
• Considerando a formação de fissuras no
concreto, despreza-se a resistência do
concreto à tração

Seção transversal Distribuição de deformações Distribuição de tensões


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Vigas de Euler-Bernoulli
Relação momento-curvatura
• Relação entre o momento externo (solicitante) e curvatura da seção
• Representa as características do comportamento de um elemento linear sob
flexão
Momento resistente
• É o ponto crucial da análise à flexão máximo
Ruína da viga
Moment-Curvature

300.0

250.0
Momento (kNm)

Escoamento da armadura
200.0

150.0
Surgimento da primeira fissura de flexão
100.0

50.0
Seção não fissurada
0.0
0.0 7.0 14.0 21.0 28.0 35.0 42.0
Curvatura (rad/km)
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Vigas de Euler-Bernoulli
Relação momento-curvatura
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Vigas de Euler-Bernoulli
Relação momento-curvatura
• Para que determine uma relação, é necessário o estabelecimento de três
princípios:
• Equilíbrio de tensões (condições de equilíbrio)

• Compatibilidade de deformações (condições de compatibilidade)

• Relação tensão-deformação dos materiais (leis constitutivas)


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Vigas de Euler-Bernoulli
Relação momento-curvatura
• Para que determine uma relação, é necessário o estabelecimento de três
princípios:
• Equilíbrio de tensões (condições de equilíbrio)

• Compatibilidade de deformações (condições de compatibilidade)

• Relação tensão-deformação dos materiais (leis constitutivas)

• Na teoria de flexão linear:


• Equilíbrio de tensões paralelas ao eixo da viga
• Compatibilidade de Bernoulli Princípios de
Navier
• Lei de Hooke para os materiais
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Vigas de Euler-Bernoulli
Relação momento-curvatura
• Equilíbrio de tensões paralelas ao eixo da viga
• Integrar as tensões internas de tração e
compressão e igualar

C=1/2fcbx
T = Asfs Asfs=1/2fcbx
C=T

• Equilibrar momento externo ao binário


interno
M=Asfs(d-x/3)
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Vigas de Euler-Bernoulli
Relação momento-curvatura
• Equilíbrio de tensões paralelas ao eixo da viga

• Integrar as tensões internas de


tração e compressão e igualar

C=1/2fcbx
T = Asfs Asfs=1/2fcbx
C=T

• Equilibrar momento externo ao


binário interno
M=Asfs(d-x/3)
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Vigas de Euler-Bernoulli
Relação momento-curvatura
• Compatibilidade de Bernoulli

Por semelhança de triângulos:


ε𝑐 ε ε (𝑑−𝑥)
= 𝑠 → 𝑠=
𝑥 (𝑑−𝑥) ε𝑐 𝑥
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Vigas de Euler-Bernoulli
Relação momento-curvatura
• Lei de Hooke para os materiais
• fc = Ec εc
• fs = Es εs
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Vigas de Euler-Bernoulli
Relação momento-curvatura
• Relação entre o momento externo e a curvatura da seção

Φ = εc/x = εs/(d-x)
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Vigas de Euler-Bernoulli
Tipos de problemas de flexão
• Nove variáveis
Quatro variáveis devem ser dadas
• Cinco equações

Problema Descrição Variáveis dadas Variáveis desconhecidas


1 Primeiro tipo de análise b, d, As, M fs, fc, es, ec, x
2 Segundo tipo de análise b, d, As, fs (ou fc) M, fc (ou fs), εs, εc, x
3 Dimensionamento b, d, fs, fc M, As, es, ec, x
balanceado
4 Primeiro tipo de b, d, M, fs (ou fc) As, fc (ou fs), εs, εc, x
dimensionamento
5 Segundo tipo de b (ou d), M, fs, fc d (ou b), As, εs, εc, x
dimensionamento
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Vigas de Euler-Bernoulli
Tipos de problemas de flexão
• Na prática atual de dimensionamento por meio de estados limites, apenas
os dois primeiros tipo de problemas são tratados
• Dadas as propriedades da seção, verifica-se os estados limites
último (fc = fc,Resistente; fs = fys) e de serviço (determinação de
deflexões e aberturas de fissuras no concreto)
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Vigas de Euler-Bernoulli
Solução para o primeiro tipo de problema
• Variáveis dadas: b, d, As, M
• Encontrar as variáveis: fs, fc, es, ec, x
Variáveis a determinar
Tipo de equação Equação
1 2 3 4 5
Equilíbrio de forças Asfs = 1/2fcbx fs fc x
Equilíbrio de momentos 𝑥
𝑀 = 𝐴𝑠 𝑓𝑠 (𝑑 − ) fs x
em torno de T 3
1 𝑥
Equilíbrio de momentos 𝑀= 𝑓𝑐 𝑏𝑥 (𝑑 − )
em torno de C 2 3

Compatibilidade de ε𝑠 (𝑑 − 𝑥)
= εs εc x
Bernoulli ε𝑐 𝑥
Lei de Hooke para o aço fs=Esεs fs εs
Lei de Hooke para o
fc=Ecεc fc εc
concreto
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Vigas de Euler-Bernoulli
Solução para o primeiro tipo de problema
• Compatibilidade de Bernoulli
ε s/ εc = (d-x)/x
• Substituindo as deformações:

𝑓𝑠 𝐸𝑐 (𝑑 − 𝑥)
=
𝑓𝑐 𝐸𝑠 𝑥
• Do equilíbrio de forças:
𝑓𝑠 𝑏𝑥
=
𝑓𝑐 2𝐴𝑠

• Substituindo fs/fc na equação anterior:


1 𝑏𝐸𝑐 (𝑑−𝑥)
𝑥=
2 𝐴𝑠 𝐸𝑠 𝑥
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Vigas de Euler-Bernoulli
Solução para o primeiro tipo de problema
• Métodos para determinar o valor de x:
• Iteração (tentativa e erro)
• Resolução da equação do 2° grau:
𝑏𝐸𝑐 𝑥 2 + 2 𝐴𝑠 𝐸𝑠 𝑥 − 2𝐴𝑠 𝐸𝑠 𝑑 = 0

𝑥= (𝐴𝑠 𝐸𝑠 )2 +2(𝑏𝑑𝐴𝑠 𝐸𝑠 𝐸𝑐 ) − 𝐴𝑠 𝐸𝑐
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Vigas de Euler-Bernoulli
Solução para o primeiro tipo de problema
• Obter as tensões fs e fc

• Equilíbrio de momentos em torno da resultante de compressão C:


𝑀
𝑓𝑠 = 𝑥
𝐴𝑠 (𝑑 − )
3

• Equilíbrio de momentos em torno da resultante de tração T:


𝑀
𝑓𝑐 = 𝑥
1/2𝑏𝑥 (𝑑 − )
3

• Obter εs e εc pela Lei de Hooke

εs = fs/Es
ε c = fc/Ec
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Vigas de Euler-Bernoulli
Solução para o primeiro tipo de problema
• Em resumo: dadas a dimensões da viga b e d, a área de aço As e o
momento solicitante M, determina-se:
• Tensão na armadura
𝑀
𝑓𝑠 = 𝑥
𝐴𝑠 (𝑑 − )
3
• Tensão na superfície comprimida
𝑀
𝑓𝑐 = 𝑥
1/2𝑏𝑥 (𝑑 − )
3
• Deformação na armadura
εs = fs/Es
• Deformação na superfície comprimida
εc = fc/Ec
• Profundidade da linha neutra a partir da superfície comprimida
1 𝑏𝐸𝑐 (𝑑 − 𝑥)
𝑥=
2 𝐴𝑠 𝐸𝑠 𝑥
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Vigas de Euler-Bernoulli
Solução para o SEGUNDO tipo de problema
• Variáveis dadas: b, , As, fs (ou fc)
• Encontrar as varáveis: M, fc (ou fs), es, ec, x
• Tensões na armadura e no concreto: dado um, determina-se o outro
• Expressando-se a compatibilidade de Bernoulli em termo da relação
tensão-deformação do ao e do concreto e definindo as variáveis
desconhecidas, tem-se:
Variáveis a determinar
Tipo de equação Equação
1 2 3 4 5
Equilíbrio de forças 𝐴𝑠 𝑓𝑠 = 1/2𝑓𝑐 𝑏𝑥 fc (ou fs) x
𝑥
Equilíbrio de momentos em torno de T 𝑀 = 𝐴𝑠 𝑓𝑠 (𝑑 − ) M x
3
𝑥
Equilíbrio de momentos em torno de C 𝑀 = 1/2𝑓𝑐 𝑏𝑥(𝑑 − ) M x
3
𝑓𝑠 𝐸𝑐 (𝑑 − 𝑥)
Compatibilidade de Bernoulli = fc (ou fs) x
𝑓𝑐 𝐸𝑠 𝑥
Lei de Hooke para o aço fs=Esεs εs
Lei de Hooke para o concreto fc=Ecεc εc
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Vigas de Euler-Bernoulli
Solução para o segundo tipo de problema

• O problema pode ser reduzido à determinação das três variáveis


desconhecidas das quatro primeiras equações

• εs e εc podem então ser facilmente calculados a partir das tesões fs e fc pela


Lei de Hooke
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Vigas de Euler-Bernoulli
Solução para o segundo tipo de problema

• Combinando-se a equação de compatibilidade de deformações ou a equação de


equilíbrio de forças com a equação para a profundidade da linha neutra anterior,
determina-se x e fc (ou fs)
1 𝑏𝐸𝑐 (𝑑 − 𝑥)
𝑥=
2 𝐴𝑠 𝐸𝑠 𝑥
Combinando, obtém-se fc (ou fs)
𝑓𝑠 𝐸𝑐 (𝑑 − 𝑥) 1
= 𝑜𝑢𝐴𝑠 𝑓𝑠 = 𝑓𝑐 𝑏𝑥
𝑓𝑐 𝐸𝑠 𝑥 2
• Calculado x, determina-se o momento resistente M a partir de uma das equações de
equilíbrio de momentos
𝑥
𝐴𝑠 𝑓𝑠 (𝑑 − )
3
𝑀= 𝑜𝑢
1 𝑥
𝑓𝑐 𝑏𝑥 (𝑑 − )
2 3
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Vigas de Euler-Bernoulli
Solução para o segundo tipo de problema

• Em resumo: dadas as dimensões b e d da viga, a área de aço As e a tensão


admissível no aço ou no concreto, determina-se
• Profundidade da linha neutra
1 𝑏𝐸𝑐 (𝑑 − 𝑥)
𝑥=
2 𝐴𝑠 𝐸𝑠 𝑥
• Tensão na superfície comprimida (ou na armadura tracionada)
𝑓𝑠 𝐸𝑐 (𝑑−𝑥) 1
= ou 𝐴𝑠 𝑓𝑠 = 𝑓𝑐 𝑏𝑥
𝑓𝐸𝑐 𝑠 𝑥 2
• Momento resistente da seção
𝑥
𝐴𝑠 𝑓𝑠 (𝑑 − )
3
𝑀= 𝑜𝑢
1 𝑥
𝑓𝑐 𝑏𝑥 (𝑑 − )
2 3
• Deformação na armadura
εs = fs/Es
• Deformação na superfície comprimida
ε c=fc/Ec
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Vigas de Euler-Bernoulli
Resumo dos dois primeiros tipos de problema
• Primeiro tipo
• Conhecido o momento solicitante, a seção de concreto bd e a área de aço
As, calcula-se as tensões na armadura e na superfície de concreto comprimida
• Utilizado para estudo do estado de tensão e deformação de vigas de seção
transversal e momento solicitante conhecidos
• Segundo tipo
• Conhecidos a seção de concreto b, a área de aço As e a tensão na armadura
(ou no concreto), calcula-se o momento interno a seção
• Utilizado para determinação do momento resistente de vigas de seção
transversal conhecidas, a partir do estabelecimento de uma tensão limite
para o aço ou para o concreto
• Em ambos os tipos de problema, o gráfico M-Φ pode ser determinado a
partir das deformações es e ec e da profundidade da linha neutra x

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