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Ministério do

Trabalho

SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO


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NOTA TÉCNICA Ndn/2016/ CGNOR/DSST/SIT/MTPS

N° do Protocolo: 47753.000040/2016-88
Interessado: Mara Isa N. Abreu Nobre / MG

Ementa: Esclarecimento sobre restrição para realização


de trabalho de forma individual em locais isolados

I - Introdução

Trata-se de questionamento enviado à Superintendência Regional do


Trabalho e Emprego de Minas Gerais pela Senhora Mara Isa N. Abreu Nobre sobre
restrição de realização de trabalho de forma individual em locais isolado e de dificil
acesso, tal como mata fechada sema qualquer tipo de comunicação.

II — Da Análise

No próprio questionamento a interessada menciona os dispositivos da


NR-10 e da NR-33 que vedam a realização de trabalhos em instalações elétricas ou
espaços confinados, respectivamente, de forma individual.
A função desses dispositivos normativos é a de garantir que os
trabalhadores expostos a riscos elétricos ou em ambientes confinados não estejam
desassistidos em caso de ocorrência de algum tipo de acidente ou situação em que
haja necessidade de auxilio do trabalhador diretamente exposto ao risco.
Porém, pode-se também fazer a leitura de que tais dispositivos estão
previstos nessas normas regulamentadoras apenas para tornar obrigatória a adoção de
procedimento que já seria prescrito em uma correta aplicação de medidas de
controle, conforme estipulado pela NR-09. O trabalho em dupla ou em grupo é
mediada de caráter administrativo ou de organização do trabalho que implementada
dá apoio ao trabalhador durante a execução do serviço ou na ocorrência de situação
não prevista. Assim é previsto na NR-09.
9.3.5.4 Quando comprovado pelo empregador ou
instituição a inviabilidade técnica da adoção de medidas
de proteção coletiva ou quando estas não forem
suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo,
planejamento ou implantação, ou ainda em caráter
complementar ou emergencial, deverão ser adotadas
outras medidas, obedecendose à seguinte hierarquia:
a) medidas de caráter administrativo ou de organização
do trabalho;

Parece ser então bastante apropriado que trabalhadores que estejam


em trabalhos em locais de dificil acesso e isolados, sem a possibilidade de
monitoramento via rádio ou de telefonia, que sejam adotadas medidas que previnam
a ocorrência de acidentes e que no caso de ocorrência de alguma situação adversa,
haja a possibilidade de se acionar os procedimentos previstos para uma emergência.
No caso descrito, uma das possibilidades seria a de se instituir o trabalho em duplas,
com os devidos treinamentos para que um trabalhador cuide da segurança do outro
evitando a ocorrência de acidentes e, no caso da ocorrência de uma emergência, que
os trabalhadores tenham um protocolo das providências a serem adotadas.
Tais medidas de controle de riscos também poderão ser reavaliadas ou
modificadas conforme sejam obtidas novas informações ou surjam novas
alternativas, tal como um eficiente sistema de comunicação entre os trabalhadores,
por exemplo.
Porém, a consulta se dá sem maiores detalhamentos do tipo de
atividade da empresa, complexidade das tarefas realizadas pelo trabalhador, tipo de
local onde se desenvolvem as atividades, distâncias que são percorridas até os pontos
de apoio dos trabalhadores, dentre diversas outras informações que seriam
importantes para definição das medidas de controle. Somente com abundância de
informações é que as medidas de controle podem ser corretamente prescritas e esta é
uma tarefa que cabe á empresa realizar.

III — Conclusão

Não há, portanto, restrição legal para a realização de algumas


atividades de forma individual, porém as medidas de controle devem ser suficientes
para garantir a integridade fisica e saúde do trabalhador. Somente a empresa,
auxiliada por profissionais de segurança e saúde poderá prescrever corretamente as
medidas de controle aplicáveis a cada uma das funções ou atividades por ela
desenvolvidas.
Face ao exposto, por ser responsabilidade da empresa zelar pela
integridade fisica do trabalhador, recomenda-se que a interessada realize a correta
análise de todos os riscos envolvidos na atividade, levando em consideração o
regramento prescrito pelo arcabouço jurídico e regulamentar da CLT e das Normas
Regulamentadoras de Segurança e Saúde do Trabalho, definindo, de forma técnica,
se a atividade em tela poderá ou não ser realizada de forma individual.

Brasília, 10 de agosto de 2016

ALEXANDRE FURTADO SCARPELLI FERREIRA


Coordenador de Normatização e Registros

De acordo. Encaminhe-se à SIT.


Brasília, .1 / /2016.
dale,
Prit
r

ROMULO 1 /4 I HADO E SILVA


Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (substituto)

De acordo. Encaminhe-se à S T MG.


Brasília, / /2016.

MARIA ERESA AC ECO JENSEN


Secret. 'a de Inspeção do Trabalho

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