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MINISTÉRIO DO TRABALHO
SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO
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NOTA TÉCNICA NV8122016/CGNOR/DSST/SIT

Número do documento: 46269.001909/2016-19


Documento de referência: Consulta realizada por Paulo Roberto Nogueira da Gama
(CREASP 0600585605), recebida em 13/05/2016 na Gerência
Regional do Trabalho e Emprego de Sorocaba.
Assunto: Esclarecimentos acerca da caracterização de periculosidade de
acordo com o Anexo 2 da Norma Regulamentadora 16.

Em resposta ao encaminhamento do documento em epígrafe para esclarecimentos


acerca da caracterização de periculosidade de acordo com o Anexo 2 da Norma
Regulamentadora 16, informamos o que segue.

O Art. 193 da CLT, com Redação dada pela Lei n° 12.740, de 2012, estabelece:
São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho,
impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: I -
inflamáveis, explosivos ou energia elétrica. Ora, da própria redação da lei em questão constata-se
que as atividades ou operações perigosas serão definidas em regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, justamente através da NR-I 6 e seus respectivos Anexos. Não
é cabível, portanto, uma interpretação conjunta dos termos do Art. 193 da CLT com a NR-I 6 de
forma a restringir o alcance da Norma Regulamentadora. O intuito de dispositivos normativos
regulamentadores é justamente dar interpretação mais precisa à norma a qual regulamentam.

A NR-16 estabelece, no item 16.1: São consideradas atividades e operações


perigosas as constantes dos Anexos desta Norma Regulamentadora — NR. De pronto, verifica-se
que a interpretação é vinculada, ou seja, não há outro requisito formal para a ocorrência da
periculosidade a não ser a presença nas relações constantes dos Anexos da NR-16. Ao
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estabelecer uma lista vinculada, a NR- I 6 interpreta o Art. 193 da CLT na sua totalidade. Não é
cabível o questionamento de que determinada atividade pode constar nos Anexos da NR-16, mas
não ser perigosa, por não constituir, no caso específico, risco acentuado, visto que o legislador
delegou ao Ministério do Trabalho e Emprego a tarefa de interpretar o dispositivo e este o fez em
relação exaustiva.

4. O item 1, do Anexo II, da NR-16 estabelece: São consideradas atividades ou


operações perigosas, conferindo aos trabalhadores que se dedicam a essas atividades ou
operações, bem como aqueles que operam na área de risco, adicional de 30 (trinta) por cento, as
realizadas (...). O item 3, item "m", do mesmo Anexo, estabelece: São consideradas áreas de
risco: Enchimento de vasilhames com inflamáveis líquidos, em recinto fechado: Toda a área
interna do recinto. A interpretação é, portanto, vinculada. Utilizando o exemplo em questão,
enchimento de vasilhames com inflamáveis líquidos, em recinto fechado, constata-se que, para
incidir a periculosidade, basta o trabalhador operar na área de risco, que é a área total do recinto.
Não há qualquer espaço para que seja feita algum tipo de avaliação da atmosfera do recinto ou
qualquer exceção por conta do tamanho do recinto ou por dispositivos de ventilação, por
exemplo. Frise-se, mais uma vez, que não é cabível a utilização de interpretação diferenciada em
função da expressão "risco acentuado" constante do Art. 193 da CLT. Ao regulamentar tal
artigo, a NR-16 já considera que as atividades constantes de seus Anexos constituem risco
acentuado, gerando direito de percepção do respectivo adicional.

Brasília, 17 de outubro de 2016

LI

ALEXANDRE FURTADO SCARPELLI FERREIRA


Coordenador de Normatização e Registros

De acordo. Encaminhe-se à SIT.


Brasília, 21 i° / 2016.

CELSO DE ALMEIDA HADDAD


Diretor do Departam e Segurança e Saúde no Trabalho — Substituto

De acordo. Encaminhe-se à GRT aba /


Brasília, C. /J L/ 20l6.
CULO
MAR TERES A CO JENSEN
Sec etária de Inspeção do Trabalho

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