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PROCESSO DE TRABALHO EM

SAÚDE: EQUIPE MULTIPROFISSIONAL


E INTERDISCIPLINAR (MEDICINA)
Enfermeira Mestre: Paula Fernanda R. Souza

• Mestrado:
1) Gestão de cuidados da Saúde
• Especialista:
1) Ginecologia e Obstetrícia;
2) Programa Saúde da Família;
3) Programa de Residência Multiprofissional do SUS;
4) Educação e Saúde em Metodologias Ativas;
5) Educação Médica
A MULTIDISCIPLINARIDADE E A
IMPORTÂNCIA DO TRABALHO
EM EQUIPE PARA A
CONSTRUÇÃO DE UMA
ATENÇÃO MAIS INTEGRAL,
MAIS EFETIVA E EFICIENTE DO
PACIENTE.
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
É um time formado por diferentes tipos de profissionais,
que possuem habilidades técnicas diversas, perfis
comportamentais variados, vivências e experiências
distintas um dos outros.

...

Palavra multidisciplinar vem da palavra-chave “multi”, ou


seja, uma formação de grupos compostos por pessoas
que têm diversas expertises, qualificações, vivências,
experiências, técnicas e comportamentos que são
diferentes, porém complementares.
O trabalho de equipe multiprofissional é conceituado
por Peduzzi (1998), como uma modalidade de
trabalho coletivo que é construído por meio das
relações de reciprocidade entre os profissionais e
suas intervenções técnicas das mais diferentes áreas
do saber, alicerçado na comunicação e ações de
cooperação.

Já Fortuna (2005, p. 264), apresenta esta forma de


trabalho como: “uma rede de relações entre pessoas,
rede de relações de poderes, saberes, afetos,
interesses e desejos, onde é possível identificar
processos grupais”.
Diante disso, podemos refletir que é importante a
maneira como se estabelece este vínculo profissional,
levando em conta a complexidade da subjetividade de
cada sujeito, que irá organizar essa interação social bem
como refletir na sua prática profissional.

Ou seja, não basta os trabalhadores coexistirem no


mesmo espaço e compartilhar da mesma situação de
trabalho para ser uma equipe integrada, é necessário
que o profissional reconheça a importância das suas
ações bem como das ações executadas pelos demais
integrantes da equipe, visando uma boa comunicação
entre suas práxis.
Ainda segundo Peduzzi (1998), há a existência de dois
tipos de trabalho multiprofissional:
1. Equipe integração: conexão entre as ações e
conhecimentos, interação a prática dos profissionais.
2. Equipe agrupamento: prevalece a sobreposição das
ações dos profissionais que meramente coexistem no
mesmo local de trabalho.
➢ Gomes, Anselmo e Lunardi Filho (2000), indicam como
característica de um bom trabalho em equipe, a liberdade
e autonomia de cada pessoa de expressar suas ideias e
opiniões dentro de uma equipe.

➢ Mas, que também haja possibilidade da prática de um


profissional se reconstruir na prática do outro.

➢ Assim, a equipe se beneficia com essas trocas de saberes,


na construção de uma boa comunicação e vivência em
grupo.

➢ Onde essa relação de trabalho multiprofissional vai refletir


diretamente no atendimento dos pacientes que usufruem
do sistema de saúde.
Desta forma, é essencial que a equipe tenha uma
visão de saúde integrada, abandonando uma imagem
fragmentada de cada profissional sobre alguns
aspectos, como:
1) sua prática de trabalho;
2) o cuidado com o paciente e até mesmo com o
conceito de saúde.

Esse tipo de construção fracionada individualiza os


membros da equipe multiprofissional, que
consequentemente irá refletir no acolhimento dos
pacientes, onde se encontram perdidos e
desamparados em diferentes discursos profissionais,
reduzindo o atendimento a ações mecânicas.
ENTÃO...
A proposta do trabalho em equipe tem sido
veiculada como estratégia para enfrentar o
intenso processo de especialização na área da
saúde.

Esse processo tende a aprofundar verticalmente


o conhecimento e a intervenção em aspectos
individualizados das necessidades de saúde, sem
contemplar simultaneamente a articulação das
ações e dos saberes.
COMUNICAÇÃO ENTRE OS AGENTES
DO TRABALHO
1) A comunicação entre os profissionais é o denominador comum do trabalho
em equipe, o qual decorre da relação recíproca entre trabalho e interação.

➢ No entanto, essa comunicação manifesta-se de três diferentes formas.

➢ Uma delas é aquela em que a comunicação aparece externa ao trabalho.

➢ A comunicação, embora esperada, não é exercida, ou é exercida apenas como


instrumentalização da técnica.

➢ Nessa situação, observa-se, por um lado, o padrão restrito de comunicação


entre os profissionais, e, por outro, a comunicação ocorre como recurso de
otimização da técnica.

➢ Em ambas, os agentes experimentam tensão entre o comunicativo e o


instrumental, não havendo agir-comunicativo.
2) Outra forma é aquela em que ocorre a comunicação estritamente de
caráter pessoal.

➢ Os agentes dão destaque à dimensão das relações pessoais baseadas no


sentimento de amizade e camaradagem e operam sobreposição das
dimensões pessoal e tecnológica.

➢ Conhecer o profissional equivale a conhecer como é executado seu trabalho


e o saber técnico que o fundamenta.

➢ A dimensão de sujeito parece ser plena quando, de fato, havendo


sobreposição completa entre o agente técnico e o trabalho, ocorre redução
da interação, com o que se reduz a noção de trabalho em equipe na mesma
direção:

➢ a das boas relações interpessoais, independentemente da reiteração das


relações hierárquicas de subordinação.

➢ Não há, nesse caso, igualmente, agir-comunicativo, embora haja certa


forma de comunicação.
3) É aquela em que a comunicação é concebida e praticada como
dimensão intrínseca ao trabalho em equipe.

➢ Os agentes destacam como característica do trabalho em equipe


a elaboração conjunta de linguagens comuns, objetivos comuns,
propostas comuns ou, mesmo, cultura comum.

➢ Enfim, destacam a elaboração de um projeto assistencial


comum, construído por meio da intricada relação entre
execução de intervenções técnicas e comunicação dos
profissionais.

➢ Trata-se da perspectiva do agircomunicativo no interior da


técnica, o que, dada a hegemonia instrumental do agir-técnico,
também acaba por gerar tensões.
A possível cisão ou tensão entre trabalho e
comunicação dos agentes decorre do caráter
distinto do agir-instrumental e do agir-
comunicativo, pois o primeiro visa a um dado fim
a priori e o outro busca o entendimento e o
reconhecimento mútuos.
Os profissionais das diferentes áreas, médicos e não
médicos, tendem a reiterar as relações assimétricas
de subordinação, mesmo quando tecem discurso
crítico acerca da divisão e da recomposição dos
trabalhos.

Todos partilham o valor comum atribuído ao


modelo biomédico, deixando para segundo plano
os saberes e as ações de outros âmbitos da
produção do cuidado, tais como educativo,
preventivo, psicossocial, comunicacional, que
aparecem como periféricos ao trabalho nuclear – a
assistência médica individual.
Assim, a reiteração das relações de
subordinação pode ser compreendida
considerando-se a tendência dos sujeitos
de reiterar as práticas sociais de seu tempo
histórico, e a alienação do agente de sua
própria capacidade de ser sujeito no
sentido de posicionar-se diante das
situações e tomar decisões, ciente das
regras e dos valores que fundamentam os
consensos.
Nesse sentido, observa-se que, na situação de
trabalho coletivo em que há menor desigualdade
entre os diferentes trabalhos e os respectivos
agentes, ocorre maior integração na equipe.

À medida que o trabalho em equipe é construído,


efetivamente, na relação intrínseca entre trabalho e
interação, quanto mais próximo o estatuto de sujeito
ético-social dos agentes,

Maiores as possibilidades de eles interagirem em


situações livres de coação e de submissão, na busca
de consensos acerca da finalidade e do modo de
executar o trabalho
O trabalho em equipe não pressupõe abolir
as especificidades dos trabalhos, pois as
diferenças técnicas expressam a
possibilidade de contribuição da divisão do
trabalho para a melhoria dos serviços
prestados, à medida que a especialidade
permite aprimoramento do conhecimento
e do desempenho técnico em determinada
área de atuação, bem como maior
produção.
COMUNICAÇÃO EFETIVA NO
TRABALHO EM EQUIPE EM
SAÚDE:

DESAFIO PARA A SEGURANÇA


DO PACIENTE
➢ A cultura da segurança do paciente constitui um dos grandes
desafios dos cuidados de saúde do século XXI.

➢ O reconhecimento da ocorrência de erros ou acidentes


adversos com consequências danosas para pacientes e
instituições de saúde levou a Organização Mundial da Saúde
a nomear comissões centradas na identificação de situações
de risco e na elaboração de soluções que possam servir de
recurso para a prevenção dessas situações.

➢ O resultado dos trabalhos das comissões tornou evidente a


importância da comunicação e do trabalho da equipe
interdisciplinar de saúde como determinante da qualidade e
da segurança na prestação de cuidados aos indivíduos.
➢Estudos apontam que falhas no trabalho em
equipe e na comunicação entre os profissionais
de saúde tem sido um dos principais fatores
que contribuem para os erros médicos, eventos
adversos (EAs) e, consequentemente,
diminuição da qualidade dos cuidados.

➢Por conseguinte, a maneira como ocorre a


comunicação entre os profissionais tem sido
apontada por pesquisadores como
fundamental para um cuidado de saúde seguro.
Alguns fatores têm sido considerados cruciais para o
desenvolvimento da comunicação efetiva entre os
membros da equipe de assistência à saúde, tais
como:
1. contato dos olhos;
2. escuta ativa;
3. confirmação da compreensão da mensagem;
4. liderança clara;
5. envolvimento de todos os membros da equipe;
6. discussões saudáveis de informações pertinentes;
7. consciência situacional – esta se refere à
compreensão do ambiente atual e à capacidade de
antecipar com precisão problemas futuros.
RELATO DE CASO
Paciente S.C.S, 75 anos, trabalhou desde os 10 anos como lavrador,
tendo contato direto com fumaça oriunda da fabricação de carvão.

O mesmo relata ter deixado de fumar e usar bebida alcoólica há mais


ou menos 30 anos, diagnosticado com hipertensão há três anos.

Segundo informações colhidas na visita, o paciente relatou dispneia


aos pequenos esforços, tosse seca e ocasionalmente produtiva com
aspecto de “espuma branca”, sintomas sugestivos de DPOC, prurido
generalizado e epigastralgia.

Foi observada lesão dermatológica no nariz com corrimento


sanguíneomucoso, acompanhado de dor e afonia, afirma ainda a
retirada de caroços na garganta.
Foi perceptível a prática da automedicação e um número
elevado de medicamentos no domicílio, os quais estavam de
forma desorganizada, prejudicando a identificação dos
mesmos.

Foi então produzida uma caixa para a organização dos


medicamentos.

No momento da organização foi explicando ao paciente a


posologia, forma de uso, horário e sobre a importância do
armazenamento correto dos medicamentos, pois o paciente
apresentava dificuldade em lembrar a dose e o horário de
administração dos medicamentos.
CONCLUSÃO
A comunicação entre profissionais e o paciente
mostrou-se efetiva, pois no momento em que foi
solicitado ao paciente que repetisse as
informações, o mesmo apresentou ter recebido e
repassado a informação correta.

Em visitas posteriores foi solicitado ao paciente


que ele descrevesse como estava fazendo com o
horário e posologia dos medicamentos, obtendo-
se assim, êxito na comunicação.
COMUNICAÇÃO EFETIVA NO
TRABALHO EM EQUIPE EM
SAÚDE: DESAFIO PARA A
SEGURANÇA DO PACIENTE
DESAFIOS ENCONTRADOS PARA A
COMUNICAÇÃO EFETIVA NO TRABALHO EM
EQUIPE DA SAÚDE
➢ A diversidade na formação dos profissionais, em que o treinamento para
comunicação pode diferir entre os indivíduos;

➢ A tendência de uma mesma categoria profissional se comunicar mais uns com


os outros;

➢ O efeito da hierarquia, geralmente com o médico ocupando posição de maior


autoridade,

➢ Situação que pode inibir os demais membros da equipe interdisciplinar.

➢ Ademais, a literatura tem enfatizado a rigidez da hierarquia, que não permite


criar um canal de comunicação efetiva com os diferentes níveis hierárquicos,
pois não proporciona o compartilhamento das necessidades e os erros não
são expostos claramente pelos profissionais.
➢ Pesquisas mostram que é primordial o
desenvolvimento de programas estruturados de
treinamento de habilidades de comunicação, dos
profissionais envolvidos diretamente (médicos,
enfermeiros, técnicos de enfermagem,
fisioterapeutas, entre outros) e indiretamente
(gestores, agentes administrativos, entre outros) com
o cuidado de saúde do paciente.

➢ Tais programas têm proporcionado melhoras no


desempenho e na comunicação entre os membros da
equipe interdisciplinar.
ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR A
COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES DE
SAÚDE
Estudos têm demonstrado que o trabalho em equipe
resulta em maior produtividade, melhoria na
comunicação e tomada de decisões.

Além disso, proporciona aos profissionais melhora


da autoestima, bem-estar psicológico e apoio social.

Nesta perspectiva, nos últimos anos, intervenções


tem sido desenvolvidas, implementadas e avaliadas
para melhorar o trabalho em equipe e a
comunicação.
AUTOCORREÇÃO E PROTOCOLOS DE
COMUNICAÇÃO ESTRUTURADOS
A literatura tem indicado ferramentas também
consideradas cruciais para o trabalho em equipe e a
comunicação, como:

1. Autocorreção: considerada fundamental para evitar


erros e melhorar a qualidade;
2. Reuniões de equipes: fundamentais para evitar lapsos
na transmissão formal de informações a todos os
membros da equipe, promover espírito de equipe;
3. Modelo/mapa mental: compartilhado, ou seja,
compreensão mútua dos problemas, metas e
estratégias relacionadas com a situação em que se
encontram.
ATENÇÃO INTEGRAL EM SAÚDE AO
PACIENTE
➢ “Estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não,
simplesmente, a ausência de doenças ou enfermidades”. Esse é o
conceito de saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Então, esqueça a ideia do médico cuidando sozinho de um paciente.

➢ Um paciente inserido em um sistema de saúde deve receber atenção


integral, conforme suas demandas e necessidades, o que envolve
profissionais preparados para o planejamento e a execução de um
conjunto de ações nos diversos níveis de complexidade.

➢ Trata-se de um modelo de assistência que coloca o paciente como ser


humano em primeiro lugar, dotado de emoções e de uma vida,
mantendo-se um acompanhamento contínuo e criando-se um vínculo
bidirecional com a equipe de saúde.
“A integralidade implica na inserção do indivíduo
em uma rede de serviços capaz de responder às
necessidades, que se ampliam enormemente da
dimensão biológica (na qual é centrada a prática
hegemônica), mas que, minimamente, deve ser
capaz de oferecer ações de promoção e proteção
da saúde, integradas às ações assistenciais
necessárias à demanda singular de cada
usuário.” (FERLA, A. A., 2009).
➢Questões sobre alimentação, saúde bucal,
controle das emoções, equilíbrio psicológico,
condições de moradia, relações sociais e uma
série de outros fatores relacionam-se ao conceito
de saúde integral.

➢ Quando se prioriza a visão do ser humano como


um todo, traz-se à tona a necessidade do trabalho
em equipe para se prestar uma assistência de
qualidade.
Não, o médico não sabe tudo.

➢ Assim sendo, deve-se seguir o preceito ético de que cada


profissional tem autonomia para atuar conforme os limites
e as competências específicas de sua formação,
contribuindo para o cuidado integral do paciente.

➢ Uma equipe formada por profissionais dotados de


habilidades distintas, que trabalham em harmonia,
reconhece a importância da ação individual de cada um de
seus membros.

➢ Tem-se como resultado uma contribuição direta muito mais


eficaz com a saúde dos indivíduos sob cuidado.
➢ As equipes multiprofissionais podem ser compostas por
especialidades médicas e por outros profissionais de
saúde, como enfermeiros, dentistas, psicólogos,
terapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, assistentes
sociais, sempre adaptadas às necessidades individuais.

➢ Essas equipes são encontradas dentro dos hospitais,


das unidades de atenção básica com Estratégia de
Saúde da Família e, também, nos Núcleos de Apoio à
Saúde da Família (NASF), criados pelo Ministério da
Saúde, em 2008, como apoio à Atenção Primária,
ampliando as ofertas de serviços de saúde, a
resolutividade, a abrangência e o alvo das ações.
Médicos realizam consultas, diagnósticos, propõem
tratamentos específicos, realizam procedimentos e,
geralmente, coordenam as equipes.
➢ Profissionais de enfermagem responsabilizam-se
pelo acolhimento do paciente e realizam consultas
de enfermagem, iniciando um vínculo do indivíduo
com a equipe e conhecendo aspectos de sua vida
relevantes para o planejamento de ações para seu
cuidado.
➢ Além disso, realizam avaliações periódicas de sinais
vitais e encaminhamento a consultas médicas,
sempre que necessário.
Uma consulta de nutrição avalia a qualidade da
alimentação do paciente, faz um diagnóstico
nutricional e oferece a orientação
individualizada de dieta;

➢também alerta sobre possíveis alergias


alimentares e interações entre alimentos e
medicamentos em uso.
➢ Na avaliação psicológica, o paciente recebe auxílio para
enfrentar o sofrimento biopsicossocial comumente causado
pelo processo saúde-doença;

➢ Potenciais riscos à saúde mental também são identificados.

➢ A abordagem da família do paciente pelo psicólogo também é


de extrema importância;

➢ O modo como o paciente interage com seu sistema familiar tem


consequências no curso de sua doença e de seu processo de
recuperação e a equipe precisa considerar isso (MORE et al.,
2009).
Um assistente social pode avaliar as condições
socioeconômicas do paciente e de sua família,
auxiliando na análise do prognóstico e no
desenvolvimento de atividades que possam
melhorar a adesão do paciente aos tratamentos
propostos.
➢ Com uma atenção multiprofissional, aumenta-se o
número de atendimentos e os pacientes têm seus
problemas reconhecidos mais precocemente,
recebendo um cuidado potencializado e tratamento
otimizado.
➢ Isso aumenta as chances de recuperação mais rápida
da saúde, sobretudo, graças à divisão das
responsabilidades profissionais.
➢ Uma relação harmônica entre as peças da equipe
multidisciplinar garante uma assistência global ao
paciente, nutrindo a sabedoria dos profissionais em um
processo de educação continuada, favorecendo a
responsabilidade coletiva e promovendo um cuidado
cada vez mais coeso e humanizado.

➢ No ciclo da vida, a saúde e a doença são processos que


requerem um cuidado especial e o bom funcionamento
de uma equipe que presta essa assistência depende de
um caminhar unido e na mesma direção.
O paciente agradece.
CASO CLINICO
➢ Paciente do sexo masculino, 62 anos, negro, aposentado, natural e
residente de Tocantins, Palmas, procurou o Hospital de urgência de
Palmas com queixas de “forte dor no peito”.
➢ A dor em aperto em região precordial que iniciou há 10 dias com
piora progressiva é agravada após moderado esforço físico como
caminhar dois quarteirões planos, ou subir dois lances de escadas e
dura pouco tempo, com melhora após repouso.
➢ No momento da consulta a intensidade é 8, numa escala de 0 a 10.
➢ Paciente referiu apresentar também desconforto em região de dorso
e membro superior esquerdo.
➢ Refere ainda que sente palpitações, náuseas e tonturas.
➢ Em relação aos antecedentes pessoais, paciente é hipertenso,
diabético, obeso e tabagista.
➢ Relata histórico familiar de infarto agudo do miocárdio (pai faleceu
aos 50 anos) e de hipertensão (mãe hipertensa).
➢ Ao exame físico, o paciente encontrava-se em regular estado
geral, lúcido, orientado em tempo e em espaço, afebril, leve
cianose em extremidades (1+/4+), anictérico, hidratado,
taquipneico (26irpm), taquicárdico (128 bpm) e com pressão
arterial de 170/130 mmHg e Saturação de Oxigênio de 88% .
➢ Apresentava sudorese, edema em membros inferiores
(1+/4+), pulsos irregulares e estase jugular.
➢ Na ausculta pulmonar, apresentava murmúrio vesicular
amplamente distribuídos em ambos hemitórax, ausência de
ruídos adventícios.
➢ Na ausculta cardíaca, apresentava bulhas arrtímicas
normofonéticas em 3 tempos, com rítimo de galope, com
discreto sopro sistólico em foco aórtico e sopro diastólico em
foco mitral.
➢ Abdome flácido, globoso, com ruídos hidroaéreos presentes,
som timpânico, fígado e baço não palpáveis e indolor à
palpação superficial e profunda.
... Foi encaminhado para hemodinâmica para realizar
uma angioplastia de resgate.
Não houve outras intercorrências durante o período que
o paciente ficou no hospital.

O mesmo teve alta uma semana depois do procedimento.

O paciente foi incentivado a aderir uma dieta saudável


associada a atividade física regular e abandono do
tabagismo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FORTUNA, C. M. et al. O trabalho de equipe no Programa de Saúde da Família:
reflexões a partir de conceitos do processo grupal e de grupos operativos. Rev.
Latino-am. Enfermagem, 2005. v. 13.
GOMES, Elisiane dos Santos; ANSELMO, Maria Elenir de Oliveira; LUNARDI FILHO,
Wilson Danilo. As reuniões de equipe como elemento fundamental na organização do
trabalho. Rev. Brasileira de Enfermagem, Brasília, 2000, v. 53, n. 3.
MARTINS, Priscila Fernandes. Necessidades de cuidados: o olhar do paciente e da
equipe. Trabalho acadêmico. Rev. Brasileira de Enfermagem. Rio Preto, 2017. v.70.
PEDUZZI, Marina. Equipe multiprofissional de saúde: a interface entre trabalho e
interação. Tese de Doutorado, Campinas: Faculdade de Ciências Médicas,
Universidade de Campinas, 1998.
PEDUZZI, Marina. Equipe multiprofissional de saúde: conceito e tipologia. Rev Saúde
Pública 2001.
NOGUEIRA, J.W.S; RODRIGUES, M. C.S., Comunicação efetiva no trabalho em equipe
em saúde: desafio para a segurança do paciente. Cogitare Enferm. 2015 Jul/set;
20(3): 636-640.

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