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Aluno (a):

Série: 2º ANO Turma: Curso: NOVO ENSINO MÉDIO


Data: Turno: Matutino Professor: Jeovane Nota: (____)

HISTÓRIAS QUE EU ESQUECI DE LEMBRAR – I unidade – 2023

“O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice.


Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã.”
Leonardo da Vinci

O que é identidade pessoal e como ela é construída?


Na vida, onde a ú nica constante é a mudança, por que tendemos a acreditar que nossa identidade

pessoal, o que pensamos que somos, é imutá vel? A lei da mudança parece se aplicar a tudo, mas nã o à

nossa identidade pessoal. Quantas vezes já ouvimos expressõ es como: “ele é assim”, “as pessoas nã o

mudam”.

Quando pensamos em nó s mesmos e em nossa identidade, podemos alimentar a ideia de que sempre

fomos o que somos agora; no entanto, quando revisamos conversas antigas no Facebook ou WhatsApp,

ficamos surpresos, e até envergonhados, daquele velho eu, “como poderíamos pensar e escrever

assim!”.

A vida nos mostra, repetidamente, que nossa identidade está à mercê da mudança; alé m disso, é ela

pró pria mudança. É uma evoluçã o constante que se atualiza de acordo com nossas experiê ncias

vitais, com nossos aprendizados e relacionamentos, com as mudanças em nossas crenças e formas de


vivenciar o mundo.

Neste artigo vamos parar para analisar o que é identidade pessoal e como ela é construída.

O que é identidade pessoal?


A identidade pessoal é construída a partir de um processo pelo qual as pessoas criam sua pró pria

imagem e consolidam um conjunto de crenças sobre o tipo de pessoa que somos e as propriedades que

nos diferenciam dos demais. Essa identidade nos permite responder à seguinte questã o existencial:

quem sou eu?

A identidade é uma construçã o que nos proporciona uma sensaçã o de permanê ncia e singularidade. A

permanê ncia refere-se ao que somos, sendo a todo momento aquele “ser idê ntico a si mesmo”. A

singularidade dá -nos a certeza de que somos ú nicos e irrepetíveis, é o ponto de referê ncia sobre o qual

nos diferenciamos dos outros.

Existem vá rias abordagens que definem a identidade pessoal, entre elas podemos encontrar:
 Abordagem psicológica: centra a compreensão da identidade pessoal na interação de diferentes
processos: memória, pensamento, crenças e emoções. Para esta abordagem, a identidade é uma
propriedade mental do ser humano. Não pode ser localizado biologicamente.
 Abordagem somática: nesta abordagem reconhece-se que a identidade pessoal reside no corpo. Ou
seja, somos o que somos graças ao corpo que temos. Poderíamos dizer que somos o nosso corpo. Esta
abordagem é mais biológica. A identidade pessoal encontra-se na materialidade do corpo.
 Abordagem narrativa: a identidade pessoal é uma narrativa que o sujeito constrói para si e para os
outros. Assim, a identidade é alcançada através da narração que as pessoas fazem de nossas próprias
vidas. A identidade é uma história mediada pela linguagem.

Características

A identidade pessoal tem vá rias características:

 Adaptabilidade: Sendo um processo maleável, pode ser ajustado às diferentes experiências que temos.
Embora seja verdade que é difícil abandonar ou mudar o que somos, podemos fazer ajustes que nos
permitem uma melhor adaptação ao meio ambiente.
 Constância: é a persistência que percebemos de nossa identidade ao longo do tempo. Embora a
identidade seja uma evolução contínua, é verdade que existem certos traços que tendem a ser mais
estáveis ao longo do tempo. Esses traços representam uma utilidade para nós e nos fornecem a base
para dizer que somos alguém.
 Coerência: os traços que possuímos, aquelas características próprias que nos dão uma identidade,
servem-nos como um meio para implantar nossos comportamentos no futuro. Funcionam como um
indicador que nos diz como agir, para manter, reforçar e consolidar a identidade que construímos.  A
coerência nos permite sintonizar o que somos com o que fazemos.

A construção da identidade pessoal


A identidade é construída a partir dos diferentes contextos interativos, situacionais, só cio-histó ricos e

culturais nos quais nos movemos diariamente. Para se formar, a identidade nã o apenas toma como

referê ncia o que acontece dentro de nó s, mas també m leva em consideraçã o nossa interaçã o com o

meio ambiente. Sua construçã o nã o vem apenas da realidade subjetiva, mas també m da realidade

social.

Nesse processo interativo, onde nos relacionamos com o mundo social, o outro tem papel de destaque

na construçã o de quem somos, pois para definir nossa identidade, necessitamos de algué m que nos
reafirme como diferente. Ao nos separarmos da realidade social e nos tornarmos um indivíduo,

demarcamos o que somos, essa identidade que nos configura.

Pode haver um eu sem um você ? A existê ncia de um depende do outro. Eu sou eu mesmo, na medida

em que posso me distinguir do outro e posso me reafirmar como um indivíduo diferente e ú nico, com

sua pró pria histó ria e sua pró pria bagagem de significados e interpretaçõ es. Minha identidade é

construída graças à alteridade.

Entã o, a identidade pessoal é configurada atravé s da separaçã o e diferenciaçã o entre o eu e os

outros. Estamos demarcando um limite entre o que somos e o que os outros sã o.

Nesse contexto, as experiê ncias desempenham um papel central, pois moldam nossa maneira de sentir

o mundo e interpretá -lo. Com cada uma dessas interpretaçõ es moldamos nossa maneira peculiar de

entender a nó s mesmos e ao mundo. Essas concepçõ es, modos de sentir, compreender e se relacionar

com o contexto só cio-histó rico dã o origem à nossa identidade pessoal.

Essa construçã o é dinâ mica e gradual. Começa na infâ ncia e se consolida na adolescê ncia. As

experiê ncias que estamos acumulando e os significados que estamos dando a elas estã o reajustando e

consolidando nossa identidade pessoal. Nela, com o passar do tempo, convergem o utras identidades

como de gê nero, sexual, social, etc. Tudo isso junto nos torna quem somos.

As questões de identidade
A identidade pessoal nos deixa com mais perguntas do que respostas . É uma construçã o complexa para
definir e entender. E, como definir (ou seja, delimitar), o que é uma mudança constante? Apesar de sua

complexidade, é graças a ela que podemos dizer que somos algué m.

Quando olhamos para trá s e vemos que é ramos diferentes no passado em comparaçã o com o que

somos agora, o que nos torna diferentes? O que nos fez ser o que é ramos e o que existia naquela é poca

que nos fez ser o que é ramos? O que é ramos e o que somos agora sã o duas ou uma ú nica identidade

pessoal?

Bibliografia

 Toledo, M. I. (2012). Sobre la construcción identitaria. Atenea (Concepción), (506), 43-56.

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