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pessoal, o que pensamos que somos, é imutá vel? A lei da mudança parece se aplicar a tudo, mas nã o à
nossa identidade pessoal. Quantas vezes já ouvimos expressõ es como: “ele é assim”, “as pessoas nã o
mudam”.
Quando pensamos em nó s mesmos e em nossa identidade, podemos alimentar a ideia de que sempre
fomos o que somos agora; no entanto, quando revisamos conversas antigas no Facebook ou WhatsApp,
ficamos surpresos, e até envergonhados, daquele velho eu, “como poderíamos pensar e escrever
assim!”.
A vida nos mostra, repetidamente, que nossa identidade está à mercê da mudança; alé m disso, é ela
pró pria mudança. É uma evoluçã o constante que se atualiza de acordo com nossas experiê ncias
Neste artigo vamos parar para analisar o que é identidade pessoal e como ela é construída.
imagem e consolidam um conjunto de crenças sobre o tipo de pessoa que somos e as propriedades que
nos diferenciam dos demais. Essa identidade nos permite responder à seguinte questã o existencial:
A identidade é uma construçã o que nos proporciona uma sensaçã o de permanê ncia e singularidade. A
permanê ncia refere-se ao que somos, sendo a todo momento aquele “ser idê ntico a si mesmo”. A
singularidade dá -nos a certeza de que somos ú nicos e irrepetíveis, é o ponto de referê ncia sobre o qual
Existem vá rias abordagens que definem a identidade pessoal, entre elas podemos encontrar:
Abordagem psicológica: centra a compreensão da identidade pessoal na interação de diferentes
processos: memória, pensamento, crenças e emoções. Para esta abordagem, a identidade é uma
propriedade mental do ser humano. Não pode ser localizado biologicamente.
Abordagem somática: nesta abordagem reconhece-se que a identidade pessoal reside no corpo. Ou
seja, somos o que somos graças ao corpo que temos. Poderíamos dizer que somos o nosso corpo. Esta
abordagem é mais biológica. A identidade pessoal encontra-se na materialidade do corpo.
Abordagem narrativa: a identidade pessoal é uma narrativa que o sujeito constrói para si e para os
outros. Assim, a identidade é alcançada através da narração que as pessoas fazem de nossas próprias
vidas. A identidade é uma história mediada pela linguagem.
Características
Adaptabilidade: Sendo um processo maleável, pode ser ajustado às diferentes experiências que temos.
Embora seja verdade que é difícil abandonar ou mudar o que somos, podemos fazer ajustes que nos
permitem uma melhor adaptação ao meio ambiente.
Constância: é a persistência que percebemos de nossa identidade ao longo do tempo. Embora a
identidade seja uma evolução contínua, é verdade que existem certos traços que tendem a ser mais
estáveis ao longo do tempo. Esses traços representam uma utilidade para nós e nos fornecem a base
para dizer que somos alguém.
Coerência: os traços que possuímos, aquelas características próprias que nos dão uma identidade,
servem-nos como um meio para implantar nossos comportamentos no futuro. Funcionam como um
indicador que nos diz como agir, para manter, reforçar e consolidar a identidade que construímos. A
coerência nos permite sintonizar o que somos com o que fazemos.
culturais nos quais nos movemos diariamente. Para se formar, a identidade nã o apenas toma como
referê ncia o que acontece dentro de nó s, mas també m leva em consideraçã o nossa interaçã o com o
meio ambiente. Sua construçã o nã o vem apenas da realidade subjetiva, mas també m da realidade
social.
Nesse processo interativo, onde nos relacionamos com o mundo social, o outro tem papel de destaque
na construçã o de quem somos, pois para definir nossa identidade, necessitamos de algué m que nos
reafirme como diferente. Ao nos separarmos da realidade social e nos tornarmos um indivíduo,
Pode haver um eu sem um você ? A existê ncia de um depende do outro. Eu sou eu mesmo, na medida
em que posso me distinguir do outro e posso me reafirmar como um indivíduo diferente e ú nico, com
sua pró pria histó ria e sua pró pria bagagem de significados e interpretaçõ es. Minha identidade é
Nesse contexto, as experiê ncias desempenham um papel central, pois moldam nossa maneira de sentir
o mundo e interpretá -lo. Com cada uma dessas interpretaçõ es moldamos nossa maneira peculiar de
entender a nó s mesmos e ao mundo. Essas concepçõ es, modos de sentir, compreender e se relacionar
Essa construçã o é dinâ mica e gradual. Começa na infâ ncia e se consolida na adolescê ncia. As
experiê ncias que estamos acumulando e os significados que estamos dando a elas estã o reajustando e
consolidando nossa identidade pessoal. Nela, com o passar do tempo, convergem o utras identidades
como de gê nero, sexual, social, etc. Tudo isso junto nos torna quem somos.
As questões de identidade
A identidade pessoal nos deixa com mais perguntas do que respostas . É uma construçã o complexa para
definir e entender. E, como definir (ou seja, delimitar), o que é uma mudança constante? Apesar de sua
Quando olhamos para trá s e vemos que é ramos diferentes no passado em comparaçã o com o que
somos agora, o que nos torna diferentes? O que nos fez ser o que é ramos e o que existia naquela é poca
que nos fez ser o que é ramos? O que é ramos e o que somos agora sã o duas ou uma ú nica identidade
pessoal?
Bibliografia