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Instituto Estadual de E

ANÍSIO TEIXEIRA
Anísio Teixeira foi um importante educador brasileiro que aplicou reformas
educacionais, além de defender o ensino público, laico e gratuito por meio
da educação integral.
Anísio Teixeira foi um educador que defendeu reformas no sistema de
ensino brasileiro, enfatizando seu caráter público, laico e gratuito.
Anísio Teixeira é considerado o principal idealizador das grandes
mudanças que marcaram a educação brasileira no século 20. Foi pioneiro
na implantação de escolas públicas de todos os níveis que refletiam seu
objetivo de oferecer educação gratuita para todos e defendeu a
experiência do aluno como base do aprendizado
Anísio Teixeira foi um dos principais educadores brasileiros do século XX.
Ele defendia uma educação pública, laica, gratuita e baseada nos ideais do
movimento da Escola Nova. Foi um dos fundadores da Universidade do
Distrito Federal, O próprio ato de aprender, dizia Anísio, durante muito
tempo significou simples memorização; depois seu sentido passou a incluir
a compreensão e a expressão do que fora ensinado; por último, envolveu
algo mais: ganhar um modo de agir. Só aprendemos quando assimilamos
uma coisa de tal jeito que, chegado o momento oportuno, sabemos agir de
acordo com o aprendido.

Para o pensador, Assim, uma


criança só pode praticar a bondade em uma escola onde haja condições
reais para desenvolver o sentimento. A nova psicologia da aprendizagem
obriga a escola a se transformar num local onde se vive e não em um centro
preparatório para a vida. Como não aprendemos tudo o que praticamos, e
sim aquilo que nos dá satisfação, o interesse do aluno deve orientar o que
ele vai aprender. Portanto, é preciso que ele escolha suas atividades.

Por tudo isso, na escola progressiva as matérias escolares - Matemática,


Ciências, Artes etc. - são trabalhadas dentro de uma atividade escolhida e
projetada pelos alunos, fornecendo a eles formas de desenvolver sua
personalidade no meio em que vivem. Nesse tipo de escola, estudo é o
esforço para resolver um problema ou executar um projeto, e ensinar é
guiar o aluno em uma atividade. Em 1935, e participou da elaboração do
projeto que criou a Universidade de Brasília, em 1960. Logo após o Golpe
de 1964, foi perseguido pelos militares e, em 1971, foi preso em um quartel
da Aeronáutica no Rio de Janeiro. Seu corpo foi encontrado no fosso do
elevador de um prédio.
Anísio Teixeira nasceu em 12 de julho de 1900, na cidade baiana de
Caetité. Iniciou seus estudos no Colégio São Luís Gonzaga, de origem
jesuíta. Em 1914, mudou-se para Salvador e continuou seus estudos no
Colégio Antônio Vieira, também de orientação jesuíta. Anísio nutria um
desejo de se tornar religioso, mas seu pai o reprimiu, pois esperava que seu
filho fosse político. Ao encerrar sua educação básica, ele se mudou para o
Rio de Janeiro e cursou Direito na Universidade do Rio de Janeiro.
Graduou-se em 1922, mas não atuou como advogado, e sim na área
educacional.
Em 1924, Anísio Teixeira voltou para a Bahia e trabalhou como Inspetor
Geral de Ensino a convite do governador baiano Góes Calmon. Para
realizar sua atividade educacional, Teixeira embarcou para a Europa a fim
de conhecer as novidades no sistema educacional de outros países e
implantá-los na Bahia. Ele voltou com novas ideias e uma delas foi
privilegiar a formação dos professores. Em sua cidade natal, Anísio reabriu
a Escola Normal, que estava fechada desde 1901.

Além de conhecer as novidades educacionais da Europa, ele viajou para os


Estados Unidos, em 1927, e conheceu as ideias de John Dewey, que estava
em voga naquela época. O educador norte-americano exerceu grande
influência na formação intelectual de Anísio Teixeira.

Dewey defendia uma educação cujo saber aprendido pelo aluno fosse útil
para a sua vida, que colaborasse para a sua cidadania. Teixeira voltou para
o Brasil decidido a aplicar as novidades vistas nos Estados Unidos, mas
encontrou obstáculos políticos. Por causa disso, ele se demitiu do cargo de
Inspetor Geral da Bahia, pois o governador Góes Calmon não concordou
com as reformas propostas.

Anísio Teixeira voltou para os Estados Unidos em 1928 e fez pós-


graduação na Universidade de Columbia, em Nova York. Nessa ocasião,
ele conheceu pessoalmente John Dewey. Ao voltar para o Brasil, em 1931,
Teixeira se mudou para o Rio de Janeiro e trabalhou na Diretoria da
Instrução Pública do Distrito Federal. Ele unificou a Rede Municipal de
Ensino, do fundamental à faculdade. No mesmo ano, foi nomeado
Secretário de Educação do Rio de Janeiro.

Em 1935, Anísio Teixeira participou da criação da Universidade do Distrito


Federal, atual Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ). Por divergências
políticas com o presidente Getúlio Vargas, ele foi perseguido e retornou
para Caetité.
Reforma da educação
Desde o começo do século XX, os países europeus e os Estados Unidos
discutiam reformas no sistema de ensino. A educação tradicional foi
questionada por novos intelectuais que pensavam novas formas de se fazer
educação e de como a escola deveria se posicionar na sociedade. Anísio
Teixeira foi um dos entusiastas das novas ideias educacionais.
No Brasil, somente após a Revolução de 1930, a educação brasileira
começou a ser discutida e as novidades vindas do exterior puderam ser
aplicadas em nosso sistema educacional. Em 1931, Getúlio Vargas criou o
Ministério da Educação e Saúde, nomeando Gustavo Capanema como
ministro. Essa gestão foi inovadora, pois o ministro se cercou de
intelectuais que pensavam a educação brasileira de forma moderna e
inovadora.

Em 1932, foi lançado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que


trazia propostas para uma nova educação para o Brasil. Anísio Teixeira
assinou o documento ao lado de Fernando de Azevedo, Lourenço Filho e
outros intelectuais. O manifesto defendia uma educação pública, laica e
gratuita. A educação integral e mais humana era vista como uma forma de
se democratizar o acesso à escola e ensinar aos alunos habilidades que lhes
seriam úteis. Segundo o Manifesto dos Pioneiros:

"A seleção dos alunos nas suas aptidões naturais, a supressão de


instituições criadoras de diferenças sobre base econômica, a incorporação
dos estudos do magistério à universidade, a equiparação dos mestres e
professores em remuneração e trabalho, a correlação e a continuidade do
ensino em todos os graus e a reação contra tudo que lhe quebra a coerência
interna e a unidade vital, constituem o programa de uma política
educacional, fundada sobre a aplicação do princípio unificador que
modifica profundamente a estrutura íntima e a organização dos elementos
constitutivos do ensino e dos sistemas escolares" [1]

Dessa forma, a educação tradicional seria abolida ao se propor reformas no


sistema de ensino. Haveria integração do ensino, formação de professores e
a valorização da aprendizagem de saber útil para a sociedade e vivência do
aluno.

Anísio Teixeira não se prendeu apenas às discussões teóricas sobre as


reformas de ensino. Em cada cargo público que ocupou, ele tentou
implementar as novas ideias educacionais. Em 1947, ele foi nomeado
Secretário de Educação da Bahia e criou em Salvador a Escola Parque,
projeto pioneiro na criação da educação integral.

Em 1951, Teixeira foi Secretário-Geral da Coordenação de


Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). No ano seguinte,
assumiu a direção do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep).
Trabalhou também na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, no final da década de 1950. Nesse trabalho, ele defendeu a
educação pública.

Com a inauguração de Brasília, em 1960, a nova capital federal construída


no Planalto Central, Teixeira, juntamente com Darcy Ribeiro, elaborou o
projeto que criou a Universidade de Brasília. Esse projeto concebia a nova
universidade como uma referência no ensino e na pesquisa para todo o país.
Com o Golpe de 1964, Anísio Teixeira se mudou para os Estados Unidos,
onde lecionou na Universidade de Columbia e da Califórnia. Em 1966, ele
voltou ao Brasil e trabalhou como consultor da Fundação Getúlio Vargas.
Anísio Teixeira sofreu as perseguições dos militares logo após o Golpe de
1964. No começo dos anos 1970, ele concorreu a uma vaga na Academia
Brasileira de Letras. Para conquistar uma cadeira de imortal, Teixeira fez
visitas a outros integrantes da academia.
Em 1971, logo após uma visita ao lexicógrafo Aurélio Buarque de
Holanda, ele desapareceu. Seu corpo foi encontrado no fosso do elevador
do prédio de Aurélio. Sua morte levantou suspeitas, pois o corpo não tinha
sinais de hematomas e nem de queda. A data da sua morte foi registrada em
11 de março de 1971.
Suspeita-se que Anísio Teixeira tenha sido preso no quartel da Aeronáutica,
no Rio de Janeiro, e tenha sido morto pelo brigadeiro João Paulo Burnier,
que planejava matar todos os intelectuais de destaque do Brasil. Porém, a
sua morte ainda permanece sob mistério.

Obras de Anísio Teixeira


Aspectos americanos de educação. Salvador. Tip. De São Francisco, 1928,
166 p.
A educação e a crise brasileira. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1956,
355 p.
Educação é um direito. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996, 221 p.
Educação e o mundo. 2ª ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1977, 245 p.
Educação e universidade. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998, 187 p.
Educação no Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional 1969, 385 p.
Educação não é privilégio. 5ª ed. Rio de Janeiro.- Editora UFRJ, 1994, 250
p.
Educação para a democracia: introdução à administração educacional. 2ª
ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997, 263 p.
Educação progressiva: uma introdução à filosofia da educação. 2ª ed. São
Paulo: Cia. Editora Nacional, 1934, 210 p.

Em marcha para a democracia: à margem dos Estados Unidos. Rio de


Janeiro: Editora Guanabara, s.d., 195 p.

Ensino superior no Brasil: análise e interpretação de sua evolução até 1969.


Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1989, 186 p.

Pequena introdução à filosofia da educação: a escola progressiva ou a


transformação da escola. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1968, 150 p.
As escolas comunitárias americanas inspiraram a concepção de ensino de
tempo integral de Anísio Teixeira. Lá, no entanto, a jornada dificilmente
tem mais do que seis horas diárias. O conceito entre nós ampliou-se
consideravelmente: escola de pelo menos oito horas e, no caso dos Cieps,
uma instituição que deveria dar conta de todas as necessidades das
crianças, até mesmo de cuidados maternos e moradia. Numa realidade na
qual os recursos são limitados, o problema é de prioridades e decisões
difíceis: manter uma escola com esse modelo para uma minoria ou manter
um modelo menos ambicioso para a maioria? Afinal, Anísio também
propunha uma escola para todos.

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