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1 DEFICIÊNCIA SENSORIAL
Fonte: www.bullshitguru.com
1.1 Conceito
1.2 Tipos
- Visual
- Auditiva
- Surdocegueira
- Múltipla deficiência sensorial
Deficiência visual: Refere-se a uma perda total ou parcial da visão.
Deficiência auditiva: Refere-se a uma perda total ou parcial da audição
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2 SURDOCEGUEIRA
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Cegueira com distúrbios emocionais, neurológicos, conduta e
linguagem que causam atraso no desenvolvimento global,
vocacional, social e emocional, dificultando sua autossuficiência.
Fonte: imong.com.br
Icterícia
Otite média crônica
Citomegalovírus
Falta de oxigênio
Sarampo
Traumatismos (acidentes)
Glaucoma
Medicação teratogênica
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Retinose pigmentar
Tumor cerebral
Toxoplasmose
Prematuridade
Meningite
Medicações ototóxicas
Hidro e microcefalia
Fator Rh
Caxumba
Catarata
Casamentos consanguíneos
Rubéola materna
4.2 Identificação
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Apresentam dificuldades na comunicação, no entendimento de
rotinas diárias, gestos e no reconhecimento de pessoas
significativas no seu ambiente.
Pode apresentar distúrbios no sono.
Não explora o ambiente de maneira adequada, tropeça muito e
bate nos móveis, objetos, etc...
Gosta de ficar em locais com luminosidade;
Pode não reagir a sons, barulhos, movimentos, toques, odores e
outros estímulos;
Exames laboratoriais
Avaliação genética
Exames médicos (neurológicos, visão, audição e físico).
Diagnóstico diferencial
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2. Demonstram dificuldades acentuadas no reconhecimento das
pessoas significativas no seu ambiente;
3. Realizam movimentos corporais sem propósito;
4. Apresentam resposta mínima a barulho, movimento, toque, odores
e/ou outros estímulos.
Fonte: www.pathstoliteracy.org
6.1 Surdocegueira
A criança surdocega não é uma criança surda que não pode ver e nem
um cego que não pode ouvir. Não se trata de simples somatória de surdez e
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cegueira, nem é só um problema de comunicação e percepção, ainda que
englobe todos esses fatores e alguns mais (McInnes & Treffy, 1991). Segundo
Telford & Sawrey (1976), quando a visão e audição estão gravemente
comprometidas, os problemas relacionados à aprendizagem dos
comportamentos socialmente aceitos e a adaptação ao meio se multiplicam. A
falta dessas percepções limita a criança surdo cega na antecipação do que vai
ocorrer a sua volta. A entrada da mãe no quarto do bebê, por exemplo, pode
não significar tranquilidade, comida ou carinho, mas pode promover
instabilidade e insegurança. Sua dificuldade na antecipação dos fatos faz com
que cada experiência possa parecer nova e assustadora, como ser
transportada de um lugar para o outro, sentir na boca a introdução de um
alimento novo ou ser tocado repentinamente. Ainda como resultado da
privação da visão e audição, sua motivação na exploração do ambiente é
proporcionalmente diminuída. Seu mundo se limita ao que por casualidade está
ao alcance de sua mão e, sobretudo, a si mesmo.
Essas crianças precisam ser encorajadas a desenvolver um estilo de
aprendizagem próprio para compensar suas dificuldades visuais e auditivas e
para estabelecer e manter relações interpessoais. Portanto, as trocas
interativas das crianças precisam estar orientadas para o desenvolvimento dos
sentidos remanescentes, entre eles, cutâneo, cinestésico (corporal -
articulações e músculos; e, sensorial - visceral), gustativo e olfativo, como
forma de acesso à informação na ausência dos sentidos da visão e audição.
Myklebust (1971) afirma que quando faltam os sentidos de distância, o
tato assume o papel de sentido-guia, sendo complementado pelos sentidos
remanescentes na exploração e no estabelecimento de contatos com o mundo
exterior. Como lembram Vygotsky (1995), e Salomon (2002), é necessário que
os estímulos proporcionados sejam apropriados à singularidade de cada
criança. Telford & Sawrey (1976) destacam a importância de despertar na
criança, por meio de outros canais sensoriais, o desejo de aprender. É,
portanto, preciso vencer “o isolamento do indivíduo surdo cego e só depois de
ter sido estabelecido o contato efetivo e seu isolamento ser reduzido é que a
instrução formal se torna possível” (Telford & Sawrey, 1976, p. 389).
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Além de não poder valer-se dos sentidos de distância (visão e audição)
para captar informações reais do mundo, a criança surdocega pode apresentar
alguns problemas decorrentes de saúde, aspecto que pode vir a interferir no
processo de ensino e aprendizagem. Em ambos os casos o desafio é
complexo: as crianças precisam desenvolver formas de comunicação
inteligíveis com os seus interlocutores, antecipar sucessos futuros ou o
resultado de suas ações. Além dessas questões, é importante que a criança
esteja motivada a participar de experiências externas, ainda que básicas, como
alimentação, higiene, lazer etc. O processo de aprendizagem ocorre por
repetição e estimulação orientada em contextos naturais, dado que a surdo
cegueira interfere na capacidade de aprendizagem espontânea e na
capacidade de imitação.
7 CONDIÇÕES BÁSICAS
Fonte: www.featureshoot.com
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Para o atendimento de crianças com necessidades educacionais
especiais, especificamente das crianças surdo cegas, as escolas necessitam
desenvolver, além do currículo formal baseado nas atividades tradicionais da
escola (conceitos básicos de matemática, leitura e escrita, etc.), um currículo
com objetivos funcionais adequados à faixa etária e às necessidades
específicas desses educandos.
Um currículo com objetivos funcionais, isto é, objetivos que atendam as
reais necessidades do educando, está relacionado a capacidades básicas de
autonomia, tais como: 1) comunicação (capacidade de receber e enviar a um
parceiro informação significativa usando formas adequadas e alternativas de
comunicação expressiva); 2) atividades de vida diária (capacidade de se
organizar em ambientes significativos, tais como a casa, a escola ou a
comunidade); 3) alimentação (orientar e contribuir para uma mastigação
adequada, escolha de alimentos, auto alimentação); 4) controle de esfíncteres
(capacidade de usar adequadamente o banheiro); 5) higiene pessoal
(capacidade de cuidar do próprio corpo), e 6) orientação e mobilidade
(capacidade de movimentar e localizar-se em ambientes conhecidos por meio
da identificação dos espaços e pistas do ambiente). Todo trabalho pedagógico
assumido por profissionais com crianças surdo cegas deverá ter uma atitude
nova diante do saber. Faz-se necessário edificar um novo modo de ser e fazer,
isto é, o trabalho pedagógico precisa ter uma base caracterizada pela
transdisciplinaridade. Wertheim (apud Nicoluescu, 2000), ao abordar esse
tema, cita os artigos 13 e 14 da Carta da Transdisciplinaridade, que diz:
“A ética transdiciplinar recusa toda atitude que evita o diálogo e a
discussão, seja qual for sua origem - de ordem ideológica, científica, religiosa,
econômica, política ou filosófica. O saber compartilhado deverá conduzir a uma
compreensão compartilhada, baseada no respeito absoluto das diferenças
entre os seres, unidos pela vida comum sobre uma única e mesma Terra.
Rigor, abertura e tolerância são características fundamentais da atitude e da
visão transdiciplinar. O rigor na argumentação, que leva em conta todos os
dados, é a barreira às possíveis distorções. A abertura comporta a aceitação
do desconhecido, do inesperado e do imprevisível. A tolerância é o
reconhecimento do direito às ideias e verdades contrárias às nossas” (p.7).
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Assim, com base na transdisciplinaridade, é necessário aprender a
compartilhar e a partilhar os diferentes tipos de saberes na busca de condições
mais adequadas ao desenvolvimento das potencialidades presentes na criança
surdocega ou com múltipla deficiência sensorial. Para isso, a experiência
precisa ser compartilhada por todos os envolvidos no processo educativo:
família, profissionais e comunidade.
Nesse processo, os ambientes deverão ser adequados à diversidade
das crianças, ou seja, isentos de barreiras arquitetônicas, adaptados em
termos visuais e sinalizados com referências indicativas do local. Para isso,
faz-se necessário utilizar materiais apropriados às necessidades do educando,
tais como cores contrastantes, texturas diferenciadas, objetos de referência
que facilitem a mobilidade e a identificação dos locais pelos educandos.
8 TRABALHO DE EQUIPE
Fonte: images.virgula.uol.com.br
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opiniões. O resultado desse estudo evidenciou que o trabalho com os pais
influiu no crescimento do trabalho educacional com a criança surdocega.
Maia et al. (2001) defendem a necessidade de os profissionais
facilitarem situações para que os pais resgatem papéis que eles deixaram de
assumir em função dos cuidados que implica a educação de um surdo cego ou
múltiplo deficiente sensorial, como trabalhar, estudar, ter uma atividade de
lazer, entre outras. No dizer de Palácios (2002), “os membros da família
encarregados do cuidado diário da criança têm necessidades que parecem
‘invisíveis’ para os outros membros da comunidade” (pág.173), entre elas o
descanso, já que dedicam cuidados especiais ao filho por muitas horas ao dia,
durante todos os dias do ano.
Araóz (1999), após entrevistas com muitas famílias de surdo cegos,
detecta a importância de promover a interação dos pais e profissionais no
trabalho transdisciplinar, no qual todos desenvolvem conhecimentos e
trabalham juntos. Essa ação deverá envolver os irmãos e outros familiares,
como afirma Maia et al. (2001), em um trabalho de inclusão da criança na
comunidade. Nesse trabalho, a planificação dos objetivos a serem alcançados
é bastante eficiente. Quando os objetivos são levantados por todos, o
compromisso com eles é geral, tornando-se, assim, muito mais fáceis de serem
alcançados.
Os pais devem ter legalmente a possibilidade de escolher uma escola
para os seus filhos. É importante que, nessa escolha, sejam aconselhados de
forma isenta, não competindo aos técnicos influência nas decisões, mas sim
informá-los sobre os recursos disponíveis. O papel dos pais nesse processo é
fundamental como interlocutores e elementos de decisão no futuro da criança.
Compete aos professores e a outros técnicos apoiá-los, auxiliando-os no
desempenho do seu papel de pais, e não atribuindo a eles o papel de
especialistas.
Os pais devem ser parte da equipe escolar para poder planejar o
processo educacional do seu filho e serem agentes ativos e transformadores
nesse processo, compartilhando experiências, somando e partilhando com o
professor.
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8.2 Planificação futura
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educacionais e decretos oficiais para matricular as crianças com deficiência
nas escolas regulares.
Cabe lembrar que, segundo Dens, o princípio fundamental da inclusão é
a valorização da diversidade, pela qual cada pessoa tem uma contribuição a
dar. A educação inclusiva abandona, assim, a ideia de que a criança tem que
ser normal para contribuir.
Bov (1993), refere-se à inclusão como uma abertura de educadores e
escolas para que a criança deficiente não fique excluída do convívio dos
demais. A inclusão responsável se faz com profissionais acompanhando a
criança, de acordo com as possibilidades dela e seu nível de
comprometimento. Faz-se com todo o cuidado, desenvolvendo atividades que
tragam benefício à criança deficiente no nível em que ela tem condições de
participar, nunca sendo esquecida, nunca permitindo à professora comum o
acúmulo de tarefas. A inclusão é a possibilidade de participar das atividades
comuns a todos, de forma que a criança tenha condições de fazê-lo, ainda que
seja apenas estar no pátio da escola junto com os demais.
A posição desses especialistas aponta para uma questão central, que é
a de definir com clareza que inclusão está sendo focalizada e qual o tipo de
inclusão que propiciaria a criança com necessidades especiais maior benefício
para seu desenvolvimento e bem-estar. É importante ter isso muito claro
quando se fala de educação inclusiva de uma criança com múltipla deficiência
sensorial ou surdocega.
Para essa inclusão, há necessidade de um preparo cuidadoso em vários
níveis e aspectos, entre os quais caberia citar: 1) a formação de profissionais
para o atendimento das pessoas deficientes, bem como para assessorar os
professores das classes comuns; 2) o exame das condições quanto a
possibilidades e limites que as escolas oferecem, adequando-as, quando
houver necessidade; 3) a luta pela inclusão, fundamentada na análise das
formas possíveis para que isso se realize em benefício da criança deficiente; 4)
o conhecimento, da pessoa envolvida na inclusão da criança deficiente na
escola, de seus próprios limites pessoais e de formação e daquilo em que pode
contribuir para esse processo; 5) a exigência de que os projetos educacionais
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se façam numa dialética teoria-prática, numa constante avaliação do que está
ocorrendo com a criança deficiente.
Fonte: barrigasdeamor.pt
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Assim, nesse contexto, serão apresentadas a seguir as modalidades de
educação para a criança surdo-cega ou com múltipla deficiência sensorial.
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10 DIFERENÇAS ENTRE DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DE
APRENDIZAGEM
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Assim, pode-se perceber que, independente da natureza das causas,
elas podem gerar dificuldades e até mesmo impedimentos nas capacidades de
aprendizado dos indivíduos. Porém, durante este estudo, o foco será dado aos
Distúrbios de Aprendizagem. Eles também causam dificuldades no processo de
aprendizagem, porém suas causas estão ligadas a características específicas
dos indivíduos que refletem em dificuldades também específicas como será
visto. Abaixo estão relacionadas algumas características de pessoas que
possuem Distúrbios de Aprendizagem:
Apresentam quociente de inteligência normal, muito próximo da
normalidade ou até mesmo superior;
Não apresentam deficiências sensoriais, nem neurológicas
significativas;
Possuem rendimento escolar insatisfatório em relação às demais
pessoas que se encontram na mesma faixa etária;
Apresentam uma disfunção no sistema nervoso central;
Suas dificuldades são detectadas, na maioria das vezes, no início
da alfabetização, quando passa a frequentar a escola e nota-se
suas diferenças de aprendizado em relação ao restante do grupo;
Têm dificuldades em um aspecto específico da aprendizagem
(leitura, fala, escrita, matemática, raciocínio);
Ao contrário das dificuldades de aprendizagem, que podem estar ligadas
a problemas externos ou a um conjunto de elementos, os distúrbios de
aprendizagem estão mais vinculados ao próprio aluno independente de
questões relacionadas, por exemplo, à estrutura geral da educação ou ao
ambiente familiar e suas condições econômicas, atingindo o aluno em nível
individual. Essas questões podem influenciar de forma negativa a
aprendizagem, mas não são determinantes nesses casos.
As características que devem ser observadas em alunos que possuem
distúrbios de aprendizagem, são dificuldades específicas para a realização de
atividades como a leitura, a escrita, a fala, o raciocínio e as habilidades
matemáticas. Esses precisam de atenção e tratamentos diferenciados como a
ajuda de profissionais especializados, formas diferentes de ensino, escolas
com recursos específicos, entre outras.
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É preciso estar claro, como já foi dito anteriormente, que a confirmação
de um diagnóstico de distúrbio de aprendizagem, depende de um conjunto de
fatores e exames específicos. Alunos com dificuldades causadas por outros
motivos podem ter seus problemas sanados quando inseridas em ambientes
com qualidades diferenciadas de organização, ambientes saudáveis e
profissionais capacitados.
Fonte: www.movimentodown.org.br
12 DISTÚRBIOS DE ENTRADA
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• Erros na avaliação de profundidade (esbarram o tempo
todo nas coisas)
• Não conseguem entender direita e esquerda, em cima e
embaixo.
• Não conseguem determinar sua posição no espaço
• Não conseguem participar de atividades esportivas como
pegar uma bola ou pular corda, por serem inseguras com
as informações que recebem.
Essas dificuldades fazem com que o aluno tenha uma limitação para
fazer as coisas, pois ele não consegue determinar a sua posição no espaço,
podendo se confundir em locais como campos abertos ou ginásios. Na hora de
praticar algum esporte, por exemplo, ao jogar futebol, o cérebro dele vai
precisar perceber a posição correta da bola e o seu trajeto e dizer para as
partes do seu corpo exatamente o que elas precisam fazer.
A má percepção de distância ou de velocidade ou a fato de seu cérebro
orientar o corpo de forma errônea, faz com que ela não alcance a bola de
maneira alguma.
No momento de transmitir a informação, é encontrada uma dificuldade
consideravelmente grande, pois a criança recebe uma informação que
ultrapassa o seu objetivo ou não chega a ele, como o exemplo da bola.
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Dificuldades em distinguir pequenas diferenças nos sons
compreendendo a mensagem de forma incorreta. Exemplo:
Confundir bala com bola.
Dificuldades com a relação figura e fundo. Exemplo: O aluno está
assistindo televisão num local em que há outras pessoas
conversando. Alguém, em outro cômodo, chama a criança e
começa a falar com ela. A mesma não consegue distinguir a voz,
demorando para percebê-la. Esses alunos são vistos pelos pais e
educadores como aqueles que nunca prestam atenção a nada do
que lhe é dito.
Para lidar com pessoas que apresentam essas características, é preciso
falar devagar, dar as instruções separadamente para que elas consigam
acompanhar as mesmas, entre outros cuidados. Se as falas forem realizadas
de forma rápida, provavelmente partes das informações serão perdidas.
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como a memória de um número de telefone consultado na lista telefônica, que
é geralmente esquecido depois de digitado. Localiza-se no córtex pré-frontal do
cérebro.
A memória a de curto prazo faz com que a pessoa tenha a capacidade
de manter as informações no foco da consciência, organizar os dados e
sequenciar atividades antes das informações a serem armazenadas. A seguir,
essas informações saem do foco da consciência, ou seja, deixam os circuitos
da memória operacional e são processadas e consolidadas em longo prazo em
outras regiões do cérebro. E é então, o que chamamos de memória de longo
prazo a qual capacita a pessoa a reter e consolidar as informações que
poderão ser evocadas após minutos ou décadas. Por exemplo: a lembrança de
amigos da infância, o endereço de suas respectivas casas...é ativada com
através da repetição do ato.
Alunos com distúrbios de memória, geralmente têm a sua memória de
curto prazo afetada. Esses problemas também podem atingir de forma
significativa o desempenho escolar. Muitas vezes são necessárias de 10 a 15
repetições para memorizar algo que uma criança sem este distúrbio o faria em
3 ou 5 repetições. No entanto, essas pessoas não possuem dificuldades na
memória de longo prazo, podendo lembrar de determinados acontecimentos
nos mínimos detalhes.
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14.6 Distúrbios de Linguagem
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14.7 Distúrbios de Atividade Motora
14.8 A) Dislexia
A dislexia tem sido o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Ela
reflete na dificuldade de aprendizagem na qual a capacidade de um aluno para
ler ou escrever está abaixo do seu nível de inteligência. A mesma pode ser
caracterizada como uma insuficiência para assimilar os símbolos gráficos da
linguagem.
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Sua origem é congênita (nata) e hereditária e seus sintomas podem ser
identificados logo na pré-escola em crianças que demoram a começar a falar
ou trocam os sons das letras e têm dificuldades para aprender a ler e escrever.
Ela pode ser chamada de “a mãe dos transtornos de aprendizagem”
porque foi a partir da identificação deste problema que se iniciou uma busca
pelo conhecimento de todos os outros tipos de distúrbios existentes. Com o
passar do tempo, surgiu à necessidade de estabelecer as diferenças entre os
problemas na aprendizagem e, a partir de então, eles começaram a ser
subdivididos e classificados. A dislexia também foi conhecida durante um
grande período como “cegueira verbal congênita” devido às dificuldades para
ler e escrever em pessoas que possuíam visão normal.
Esse distúrbio se dá em alunos com audição, visão e inteligência
normais, que vivem em ambientes familiares saudáveis e possuem condições
econômicas adequadas.
Assim, em casos de dislexia, as causas não podem ser atribuídas a
questões emocionais, culturais ou instrucionais. Embora esses fatores tenham
uma influência no desempenho de pessoas disléxicas, eles não são
determinantes.
Nos indivíduos que não possuem dislexia, a área esquerda do cérebro é
a responsável pela percepção e pela linguagem, subdividida em três partes:
uma que processa fonemas, outra que analisa as palavras e a última que
reconhece as palavras.
Essas três partes trabalham em conjunto e dão capacidade para que os
indivíduos aprendam a ler e escrever. Os alunos conseguem realizar essa
tarefa apenas quando reconhecem e processam fonemas, memorizando as
letras e seus sons. Com o tempo e o desenvolvimento do aluno na leitura e na
escrita, sua memória permanente começa a ser construída, o que faz com que
ela reconheça as palavras com mais agilidade e sem grande esforço.
As crianças disléxicas possuem falhas nas conexões cerebrais. Elas
podem contar apenas com a região do cérebro responsável por processar
fonemas e sílabas, enquanto a área responsável pela análise de palavras, não
exerce a sua função. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável
pela identificação de palavras e, portanto, a criança não consegue reconhecer
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palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço
para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida. Para
simplificar, pode-se dizer que a dislexia é causada por alterações nas áreas do
cérebro responsáveis pelos sons da linguagem e do sistema que transforma o
som em escrita.
Esse distúrbio é confundido com frequência com outros problemas de
adaptação escolar como os atrasos de desenvolvimento e a deficiência mental
ligeira, afinal, o aluno disléxico tem dificuldades em compreender o que está
escrito e de escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no
papel, o faz de maneira incorreta e o leitor não compreende as suas ideias.
Abaixo você pode ver algumas das características mais encontradas por alunos
que têm dislexia:
Fraco desenvolvimento da atenção
Falta de capacidade para brincar com outras crianças
Atraso no desenvolvimento da fala e escrita
Atraso no desenvolvimento visual
Falta de coordenação motora
Dificuldade em aprender rimas/canções
Falta de interesse em livros impressos
Dificuldade em acompanhar histórias
Dificuldade com a memória imediata e a organização em geral
A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma
dificuldade evidente
Inversão de palavras de maneira parcial ou total. Exemplo: A
palavra “casa” é lida como “saca”.
Inversão das letras e números. Exemplo: “p” por “b”; “3 por “5”
Alteração na ortografia em função de alterações no processo
auditivo
Cometem erros na separação das palavras
Dificuldades em distinguir esquerda e direita
Alteração na sequência das letras que formam as sílabas e
palavras
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Dificuldades na matemática
Pobreza de vocabulário
Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo)
Falhas na elaboração de orações complexas e na redação
espontânea
Copiam as palavras de forma errada mesmo observando na lousa
como são escritas.
Além disso, os disléxicos também sofrem com a falta de rapidez ao ler.
Sua leitura é sem ritmo e, muitas vezes e com muito sacrifício, decodificam as
palavras, mas não conseguem compreendê-las.
As características colocadas acima não são suficientes para se fechar
um diagnóstico a respeito da dislexia, afinal, existem outros distúrbios de
aprendizagem que também possuem elementos parecidos, no entanto, elas
podem ser usadas como um ponto a partir do qual se é levado a procurar a
ajuda de profissionais especializados e buscar formas de superação.
A dislexia é responsável por altos índices de repetência e abandono
escolar. A ausência de conhecimentos dos professores contribui para uma
evasão escolar e o agravamento dos problemas enfrentados pelos alunos.
Essas são incompreendidas em seu fracasso e não valorizadas em suas
tentativas vãs para superar suas dificuldades, desenvolvendo uma imagem
negativa sobre si mesmas. A escola se torna um ambiente que causa
ansiedade e as exigências dos pais e professores acabam se revertendo em
comportamentos agressivos, inibições e outros.
Os alunos disléxicos precisam olhar e ouvir atentamente, prestar
atenção aos movimentos da mão enquanto escrevem e da boca quando falam
para associar os fonemas aos seus sons e à sua escrita.
É recomendada a montagem de “manuais” de alfabetização apropriada
para pessoas com essas dificuldades. Além disso, o sucesso escolar de um
disléxico está baseado em uma terapia multissensorial (uso de todos os
sentidos), sempre combinando atividades que motivem o uso da visão, da
audição e do tato para ajudá-lo a ler e soletrar corretamente as palavras.
Abaixo estão colocadas algumas atitudes que podem ajudar essas pessoas no
processo de aprendizagem:
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Usar folhas quadriculadas para matemática.
Usar letras com várias texturas.
Usar máscara para leitura de texto.
Evitar dizer que a criança é lenta, preguiçosa ou compará-la aos
outros alunos da classe.
Não forçar a criança a ler em voz alta em classe a menos que demonstre
desejo em fazê-lo.
Suas habilidades devem ser julgadas mais em suas respostas
orais do que nas escritas.
Sempre que possível, a criança deve ser encorajada a repetir o
que foi lhe dito para fazer, isto inclui mensagens. Sua própria voz
é de muita ajuda para melhorar a memória.
Revisões devem ser frequentes e importantes.
Copiar do quadro é sempre um problema, tente evitar isso, ou dê-
lhe mais tempo para fazê-lo.
Demonstre paciência, compreensão e amizade durante todo o
tempo, principalmente quando você estiver ensinando a alunos
que possam ser considerados disléxicos.
Ensine-a quando for ler palavras longas, a separá-las com uma
linha a lápis.
Dê-lhes menos dever de casa e avalie a necessidade e
aproveitamento desta tarefa.
Não risque de vermelho seus erros ou coloque lembretes como
“você precisa estudar mais para melhorar”.
Procure não dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a
humilha e a faz infeliz.
Não a force a modificar sua escrita, ela sempre acha sua letra
horrível e não gosta de vê-la no papel. A modulação da caligrafia
é um processo longo.
Use sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais
e principalmente nas escritas.
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Uma língua estrangeira é muito difícil para eles, faça suas
avaliações sempre em termos de trabalhos e pesquisas.
Além do apoio da escola, os alunos precisam receber apoio em casa. Os
pais e demais responsáveis devem ajudar a melhorar sua autoestima,
oferecendo carinho, sendo compreensivos e elogiando a cada acerto
alcançado e encorajando a realização de tarefas em que se saiam bem e que
podem ser estimulantes. Também devem ser ajudados em seus trabalhos
escolares e não se pode permitir que seus problemas escolares implicassem
em mau comportamento ou falta de limites.
Fonte: hospitaldeolhosdoparana.com.br
14.9 B) Disgrafia
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qualidade do traço gráfico, o que se reflete através de grandes dificuldades
para escrever corretamente a linguagem falada.
O aluno com disgrafia tem dificuldades em coordenar as informações
visuais e na realização motora do ato de escrever. Alguém que tem apenas
dificuldades para escrever, mas não apresenta problemas em outras atividades
motoras, provavelmente não tem este distúrbio.
Existem dois tipos de disgrafia: a motora e a pura. A primeira atinge a
maioria das crianças com este distúrbio e consiste na dificuldade em escrever
palavras e números corretamente. A segunda é mais difícil de ser
diagnosticada porque aparece quando ao aluno sofre algum trauma emocional
e isso se reflete na sua letra. Existem alguns sinais que podem indicar as
relações entre os problemas causados por este distúrbio e as condições
emocionais:
Letras pequenas demais podem indicar uma timidez excessiva.
Letras grandes demais podem indicar um aluno que necessita
estar sempre no centro das atenções.
Letras feitas com muita força, que chegam a marcar as outras
páginas do caderno, podem indicar que o aluno esteja tenso.
No entanto, a disgrafia acontece também em alunos com capacidade
intelectual normal, sem qualquer transtorno neurológico, sensorial, motor ou
afetivo. Eles, ainda que tenham boas notas e facilidade de se expressar pela
fala, não conseguem planejar os movimentos para conseguir o traçado da letra.
Ao observarem os conteúdos de uma lousa ou um papel, não são capazes de
reproduzir o que viram. Algumas das características mais encontradas em
crianças com este tipo de distúrbio são:
Letras ilegíveis
Traços pouco precisos ou incontrolados
Falta de pressão nos traços ou pressão muito forte a ponto de
marcar o papel
Letras distantes ou extremamente juntas
Omissão de letras
Dificuldade em manter uma frase na mesma linha
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Dificuldade em recordar a grafia correta para representar um
determinado som ouvido ou elaborado mentalmente.
O aluno escreve devagar, retocando cada letra, realizando de
forma inadequada às uniões entre as letras ou amontoando-as
para esconder os erros ortográficos.
A ortografia pode ser verificada como uma das dificuldades da disgrafia
a partir do momento que se exige rapidez e um ritmo gráfico de um aluno que
ainda não automatizou a relação som-letra. Nesse caso, a escrita das palavras
é lenta e, na maioria das vezes, incompleta, porque o aluno tem certas
dificuldades em recordar com rapidez qual a grafia para representar
determinado som. Podendo os elementos citados serem resumidos em três
características básicas:
15 FORMAS E PROPORÇÕES
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Deve-se destacar ainda a importância dos esportes. Através deles é
possível trabalhar a orientação espacial e a coordenação motora da criança.
Brincadeiras como jogar vôlei, xadrez e peteca também podem ajudar na
melhora da letra, já que fazem a criança usar as mãos e planejar os
movimentos.
Não se pode descartar o papel que pais e professores têm nesse
processo. Eles precisam estar cientes das capacidades motoras da criança e
não exigir resultados que estão acima daqueles que ela pode apresentar num
dado momento. É claro que não se pode esperar que o aluno desenvolva suas
habilidades sozinho, mas sim estimular esse desenvolvimento através de
práticas motoras baseadas em crescimentos graduais que exijam pouco a
pouco mais rapidez e controle do ato motor.
O desenvolvimento do controle motor é uma característica básica para
atingir a qualidade na escrita. Afinal, o ato de escrever mobiliza uma série de
segmentos do corpo. Antes de se atingir o nível ideal de desenvolvimento
motor, que permite a realização da escrita de forma rápida, precisa, legível e
sem cansaço, a coordenação motora passa por diversos estágios. Em cada
estágio um segmento do corpo realiza uma função até chegar o momento em
que se atinge o controle total do ato de escrever, que é caracterizado pela
fixação do cotovelo na mesa e a rápida movimentação dos dedos durante a
escrita.
No início da alfabetização, é natural que escrita do aluno não saia de
forma perfeita no papel, afinal, ele está apenas começando a aprender. No
entanto, se com o tempo e o treinamento em cadernos de caligrafia, o aluno
ainda estiver longe de escrever corretamente, é preciso que pais e educadores
comecem a buscar as causas dessas dificuldades e procurem formas de
superação.
Não se pode esquecer também que o traçado gráfico é feito de
características pessoais e, portanto, vai adotando peculiaridades individuais ao
longo do desenvolvimento de cada um. Baseados nisso, responsáveis e
professores não podem impor nenhum modelo de letra para os alunos, mas
sim, respeitar o seu grafismo desde que ele seja legível, claro e atinja o
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objetivo principal da escrita, que é a transmissão da linguagem oral com o
máximo de eficiência sem o desprendimento de grandes esforços.
15.1 Disortografia
15.3 Afasia
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15.4 Discalculia
15.5 Acalculia
15.6 Gagueira
Ainda hoje não se sabe ao certo quais são as causas da gagueira. Ela é
um distúrbio ligado às dificuldades da fala e pode prejudicar o cotidiano
daqueles que a possuem. Devido à sua incidência, ás dificuldade que pode
causar na aprendizagem e à importância de saber como lidar com ela, julgou-
se relevante abordá-la neste material.
Esse distúrbio é caracterizado por uma fala que envolve bloqueios,
hesitações, prolongamentos e repetição de sons, sílabas e palavras. A fala
também pode ser acompanhada de tensão muscular, piscar de olhos,
irregularidades na respiração e caretas. Os alunos sentem grande dificuldade
para achar o que será dito, fazendo repetições de palavras até encontrarem
uma saída.
Algumas de suas possíveis causas são: Genética/Hereditariedade;
Alterações cerebrais; Prematuridade; Distúrbio no sistema nervoso central;
Freio da língua muito curto: Traumas de nascimento; Infecções ou Problemas
emocionais
Os alunos com gagueira devem ser reconhecidos e aceitos como
normais. Não se pode humilhar ou criticar uma criança por falar dessa maneira,
afinal ela não tem conhecimento acerca da causa do seu erro e, atitudes como
essas, apenas o deixa mais nervosa, aumentando a sua dificuldade de fala.
Portanto, é preciso manter as crianças em boas condições físicas, ambientes
familiares saudáveis e com bons exemplos de fala. É importante que elas
desenvolvam sua autoconfiança, através do destaque de suas aptidões e da
minimização de suas deficiências.
A fala é uma das coisas mais esperadas pelos pais de crianças
pequenas, independentes de quantos filhos eles já tenham, essa expectativa
sempre existe. Por isso, eles sempre ficam repetindo palavras o tempo todo e,
conforme o tempo vai passando, começam a fazer isso com frases maiores.
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Assim, as palavras vão sendo gradualmente juntadas e cada passo é motivo de
felicidade para os pais e demais familiares ou responsáveis.
Diante dessa empolgação, os pais podem perceber determinadas falhas
na fala de seus filhos. No entanto, a maior parte deles, demora em procurar a
ajuda e opinião de especialistas no assunto. Eles sempre tendem a buscar uma
causa muito depois do começo da gagueira e, até este momento, criam
desculpas para si mesmos acreditando que seja apenas uma fase ou algo
normal nas crianças pequenas. Esse comportamento apenas dificulta a
aplicação de técnicas capazes de auxiliar no desenvolvimento dessas crianças.
As características da gagueira complicam-se com o passar do tempo, pois o
sujeito acaba se adaptando ao seu modo de falar, embora nunca esteja
satisfeito consigo mesmo por não ser capaz de participar de uma conversa por
mais simples que ela possa parecer.
Os professores também têm um papel de suma importância no
desenvolvimento dos alunos com gagueira. Eles podem agir em sala de aula
através de ações como aceitar a criança e manter uma postura objetiva em
relação ao seu problema; eliminar ao máximo as dificuldades e interrupções da
criança e motivar as demais a fazerem isso também; criar um ambiente calmo
e sereno evitando tensões; evitar falas rápidas; dando ênfase às habilidades
que ela possui; encorajando-a a falar, mas sem forçá-la.
Existem determinadas terapias usadas no tratamento da gagueira.
Algumas delas estão dispostas a seguir.
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Técnica “Feedback auditivo retardado” (FAR):
Essa técnica se dá através de um gravador magnético onde é possível,
com uma aplicação conveniente, levar o paciente a ouvir a própria voz, através
de fones de ouvido, cerca de 1/5 (um quinto) de segundos após haver falado.
“Terapia da silabação”:
Aqui o paciente aprende a empregar o mesmo tempo e a mesma
tonicidade em cada sílaba. Por exemplo: “Meu nome é Jonathan” poderia ser
transformado em “Meu nome é Jo na than”, o que aparenta ser mais fácil na
aprendizagem e muitos pacientes ao praticarem, acabam deixando a fala
natural.
Técnica “metrônomo eletrônico”:
O paciente recebe um sinal através de um fone no ouvido, que pode ter
a sua velocidade controlada. O mesmo precisa aprender a harmonizar o ritmo
da sua fala com o sinal do instrumento.
O tratamento para crianças pequenas possui técnicas específicas e
deve-se procurar por profissionais capacitados que saibam lidar com elas.
Normalmente, esse processo deve começar por volta dos cinco anos de idade,
antes da entrada para a escola.
Os pais e demais familiares devem aprender a não demonstrar nenhuma
reação com relação à forma de falar da criança. Dizer frases como “não tenha
pressa” ou “respire fundo” pode fazer com que a criança perceba o seu próprio
problema e inibir a sua vontade de praticar a fala. Para que ela se sinta livre
para gaguejar, é preciso eliminar a pressão. Também não se pode esquecer
que a melhora da gagueira é um processo e, portanto, não se pode ter pressa,
mas sim permitir que ela melhore gradualmente.
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16 BIBLIOGRAFIA
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Do sentido... pelos sentidos...para o sentido. São Paulo: Vetor Editora, 2002.
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DEMARCHI, Telma C.B. & SOLÉR, Thaís R.F. Trabalho com famílias: esta
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pelos sentidos...para o sentido. São Paulo: Vetor Editora. 2002. pp. 185-192.
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PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro:
ZAHAR Editores, 1982. 4ª ed.
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