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27/03/2023

Temas
1. A PAC no Tratado de Roma (I): objectivos (1957 artº 39)
2. O Modelo tradicional da PAC
3. O Processo de Reformas da PAC
4. Evolução da PAC e cronologia das principais reformas
5. Evolução do modelo da PAC desde o início do processo de
Economia Portuguesa e Europeia reformas em 1992
6. O Debate sobre o futuro: a necessidade de termos uma PAC…
A POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM (PAC): 7. Bases da PCP de 1983 a 2002
origens e evolução e 8. Problemas e desequilíbrios no sector das pescas
9. A Reforma da PCP de 2002
Política Comum de Pescas (PCP) 10. Planos e Acções Especiais e Política de Mercado
Arlindo M.Cunha 11. Política Marítima Integrada para a EU
FEG, 2022-2023
Nota Importante: estes slides têm como objectivo facilitar a apresentação das
matérias nas aulas. Em caso algum substituem a bibliografia recomendada.

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1. A PAC no Tratado de Roma (I): objectivos (1957 artº 39) A PAC no Tratado de Roma (II):
1.
[Porque é que a PAC era uma política prioritária na CEE…] os três Princípios Fundamentais
• Aumentar a produtividade na agricultura, • Unicidade de Mercado: as Organizações Comuns de
desenvolvendo o progresso técnico, assegurando o Mercado (O.C.M) - regras comuns para todos os
desenvolvimento racional da produção agrícola, estados Membros (=Mercado Único para o setor
assim como uma utilização óptima dos factores de agroalimentar: abolição das barreiras tarifárias e não tarifárias….)
produção, nomeadamente da mão-de-obra; • Preferência Comunitária: sistema de proteção
• Assegurar assim, um nível de vida equitativo à variável na fronteira que visava dissuadir as
população agrícola, designadamente pelo aumento importações de países terceiros…(esquema no slide seguinte)
do rendimento individual dos que trabalham na • Solidariedade Financeira: assumir em comum os
agricultura; custos da PAC
• Estabilizar os mercados; – A 100% para a política de Preços e Mercados (FEOGA-
Garantia – actual FEAGA)
• Garantir a segurança dos abastecimentos;
– Em co-financiamento (parcial) para a Política Estrutural
• Assegurar preços razoáveis aos consumidores. (FEOGA-Orientação – actual FEADER)
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Mecanismo Tradicional da Preferência Comunitária 2. O Modelo tradicional da PAC (I) (1963-1992)


(suprimido pelo Uruguay Round da O.M.C)  Porque é que a agricultura é especial e importante…
 Contexto:
 Mercado deficitário…
 Modelo de política agrícola concebido para estimular a produção interna
 Excepcionalismo agrícola…[soberania alimentar e…resolver o problema agrícola]
 Comércio agro-alimentar fora dos acordos multilaterais do GATT (excepção à
globalização)…
 Plena autonomia dos países para definir as suas Políticas Agrícolas
 Recursos orçamentais sem grandes pressões…
 Preços internos muito acima dos preços do mercado mundial
 Preços de Garantia para os principais produtos (sistema de
compras de intervenção pública)
 Protecção na fronteira elevada, especialmente com
direitos niveladores variáveis
 Preferência comunitária eficaz, que garantia a manutenção
do nível dos preços internos e a sua estabilidade e, por essa
via, garantia um nível elevado e estável do rendimento dos
Nello (2005) agricultores

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2. O Modelo tradicional da PAC (II) Evolução da Despesa da PAC


(1963-1992): rationale (preços constantes a 2007)
Milhares de milhões % do PIB
• Racionalidade do Modelo: garantir que os 70 de euros 0,7%

níveis pretendidos de rendimento dos 60


UE-10 UE-12 UE-15 UE-25 UE-27
0,6%

agricultores era conseguido 50 0,5%

– Vendendo os seus produtos no mercado… 40 0,4%

– Com um nível de preços remunerador … 30 0,3%

– [devido à política de preços garantidos e de protecção 20 0,2%

na fronteira era possível garantir preços elevados e 10 0,1%

rendimentos estáveis…] 0 0,0%


1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
• A política de preços e de mercados da PAC
Subsídios à exportação Outro apoio de mercado
garantia, assim e também, o apoio aos Pagamentos directos ligados
Desenvolvimento rural
Pagamentos directos desligados
% do PIB da UE
rendimentos dos produtores Fonte: Comissão Europeia – DG Agricultura e Desenvolvimento Rural 2010
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Evolução das Despesas da PAC 3. O Processo de Reformas da PAC: 1992


• Porque é que o velho modelo já não servia….
• Redução dos preços de garantia (preços de intervenção) nos
sectores mais problemáticos (cereais:29%; bovinos:15%;
manteiga:5%)
• E concomitante redução do proteccionismo na fronteira
(preços limiar ou de entrada)
• Ajudas directas (=pagamentos diretos) ao rendimento p/
compensar redução dos preço (baseadas nas áreas e nas
produtividades e no número de cabeças de gado)
• Pousio obrigatório de15%, exceto para os agricultores de menor
dimensão (menos de 92 toneladas de produção)
• Mecanismos de estabilização das despesas orçamentais:
ajudas limitadas ao histórico, apenas com reservas de gestão.
• Medidas complementares com vocação estrutural: agro-
CE 2013 CAP Brief no.5
ambientais; agro-florestais e cessação antecipada de
actividade
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3. O Processo de Reformas da PAC: Agenda 2000 (1999) 3. O Processo de Reformas da PAC: 2003(I)
 Mais do mesmo….(redução de preços=aumento de ajudas directas) • Dissociação/Desligamento das Ajudas Directas
 Alargar RPAC 1992 a outros sectores… – Ajudas pagas aos agricultores no período de referência (2000-
 Redução de preços (com consequente aumento das ajudas 2002) são transformadas numa ajuda permanente desligada da
compensatórias): produção até 2013…(casos excecionais de desligamento parcial)
 cereais:15% – [após a Reforma de 2008 foi aprovado o desligamento total, excepto para vacas
 Nivelamento das ajudas às oleaginosas e dos cereais aleitantes, ovinos e caprinos; e na de 2013 foi permitido que os pagamentos
 Diferencial de 10% para proteaginosas ligados possam ir até 15% do total e excecionalmente mais]
 Carne bovina: 20% – Liberdade de produzir (excepto culturas permanentes, batata e
 Taxa de pousio fixada em 10% hortícolas)
 Leite: prolongamento do regime de quotas até 2007/8 e – Liberdade de não produzir (desde que terras permaneçam agricultáveis…)
aumento geral de 1,5%, com excepções para alguns EM
 Vinho: aumento dos direitos de plantação e simplificação da • Modulação obrigatória das Ajudas (5% p PD>€5.000)
política de destilações • Eco-condicionalidade
 Desenvolvimento rural: criação do conceito de segundo pilar da
PAC • Reformas Sectoriais (Culturas Arvenses + Arroz; Leguminosas grão
+sementes +forragens secas; Ovinos + Caprinos + Bovinos de Carne; Leite (após
 Modulação e ecocondicionalidade voluntárias (só foram 2007)
aplicadas em 3 EM)
• Diferentes regimes de aplicação na U.E.
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3. O Processo de Reformas da PAC: 2003(II) 3. O Processo de Reformas da PAC: pós 2013 (2014-
• Eco-condicionalidade como princípio: 2020) - contexto e objetivos
simplificação de 40 para 18 medidas; co-$
• Leite:
– Redução de preços de garantia (cumulativos
com a Agenda 2000): 15% LPD; 25% manteiga
– quotas leiteiras até 2015…após o que termina
o regime
• Mudança radical da política para o arroz
(apoio passa da fábrica de descasque diretamente para o
produtor)

• Sector dos frutos secos


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3. O Processo de Reformas da PAC: pós 2013 3. O Processo de Reformas da PAC: pós 2013
componentes pagamentos directos do 1º Pilar (Portugal)
• Pagamentos Directos (ver slides seguintes)
• Desenvolvimento Rural (ver slides seguintes)
• Política de gestão de mercados (O.C.M. Única)
– Intervenção pública; armazenagem privada;
38%
contratualização OP´s; operações de retirada OP´s;
€400M reserva de crises e interv. Excepcionais; fim
quotas açúcar 2017; novo regime vinha 2016
• Disciplina financeira 30%
10%; depois €600
– Reserva para Crises [retenção de 1,35% nos PD para
quem receber mais de €2000 (franquia)] c/reembolso
aos agricultores se não utilizada 20%

GPP 2015

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3. O Processo de Reformas da PAC: pós 2013 3. O Processo de Reformas da PAC: pós 2020
PDR2020-Portugal -Arquitectura de Programação
2021-2022)+ (2023-2027)

RENDIMENTO E RESILIÊNCIA

OBJETIVO GERAL
Modernizar o sector através da promoção do conhecimento,
TIPOS DE INTERVENÇÕES

ECONOMIA
COMPETITIVIDADE E ORIENTAÇÃO PARA O MERCADO
Pagamentos Diretos
• Pagamento Base
CADEIA DE VALOR • Pagamento Redistributivo

PLANO ESTRATÉGICODA PAC


• Pagamento JA
• Eco Regimes
• Apoio Ligado

inovação e digitalização
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E ENERGIA SUSTENTÁVEL

AMBIENTAL E CLIMÁTICO
• Outros (Pequena Agricultura +

Objetivo trasversal

OBJETIVO GERAL
3%PO)

(PEPAC)
GESTÃO EFICIENTE DOS RECURSOS Intervenções setoriais (Vinho,
F&H, Mel…)
5% Desenvolvimento Rural
BIODIVERSIDADE E PAISAGEM
• Compromissos ambientais e
climáticos
• Constrangimentos naturais
RENOVAÇÃO GERACIONAL

OBJETIVO GERAL SÓCIO-


• Zonas desvantagens específicas
• Investimentos

TERRITORIAL
• Instalação de JA
SUSTENTABILIDADE DAS ZONAS RURAIS • Gestão risco
• Cooperação
• Conhecimento e informação

2,3%%
2,3 ALIMENTAÇÃO E SAUDE

44,0% 46,8%

AGRIVAL 2014
24 de Agosto de 2014

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ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O NOVO MODELO PAC ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O NOVO MODELO PAC

Linha de orientação deve ter em conta horizonte de aplicação da PAC até • Nova ambição ambiental e climática (inc. L. Clima F2F e Biodiversidade2030)
2030 • “Incentivos” à adoção de novas práticas para transição ecológica [Arq. Verde
Novo modelo PAC marcado pela integração progressiva de objetivos – Ecoregimes alinhados com F2F]
ambientais e climáticos – arquitetura verde (condicionalidade reforçada; • Situações especificas ambientais e abastecimento alimentar [Eco regimes,
arquitectura verde com limites financeiros consignados) MAA e Pagamentos Ligados]
Evolução dos instrumentos de política - ponderada tendo em conta • Reforço do papel da pequena e média agricultura – ocupação territorial
matérias da concorrência interna e externa (convergência RPB). equilibrada [RPA e Pag.Redistributivo]
Regime Pagamentos diretos baseado no histórico com perda de • Apoios ao investimento e gestão do risco – Competitividade face aos EM e
legitimidade na cadeia alimentar
Novo modelo de aplicação da PAC centrado na visão: “Uma gestão ativa • Apoios à transição tecnológica e ambiental – Inovação e transferência de
de todo o território baseada numa produção agrícola e florestal inovadora conhecimento, incluindo digitalização
e sustentável”.
• Aplicação integrada de instrumentos (DLBC e outros específicos)

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Novos Pagamentos Diretos (PD)


Redução de todos os PD (acima de 60 000 EUR Para DR e/ou para PD (prioridade para
pagamento complementar redistributivo)
NOVA ARQUITETURA VERDE e capping aos 100 000 EUR)

Apoio Associado
• Setores e/ou produções definidas em regulamento
• Até 10% (+ 2% proteaginosas) do envelope PD
• Exceção EM com nível pagamentos apoio associado superior a 10%
Arquitetura Verde Atual Futura Arquitetura Verde
Pagamento complementar Eco regimes
Regimes aos jovens agricultores (2%)

Voluntário para
• Para práticas benéficas para o ambiente
Voluntário para

agricultores
agricultores

• Pagamento adicional por hectare, facultativo e clima - anuais


Medidas Clima/Ambiente • Para jovens agricultores que se instalam pela • Requisitos e montante por hectare a ser
Pagamento pequenos
Pilar II primeira vez determinado pelo EM agricultores
Agro
• Pagamento forfetário, a
Ambientais Eco Regimes Pagamento Complementar Redistributivo ser determinado pelo EM
Pilar II Pilar I • Pagamento adicional por hectare - obrigatório • Substitui todos os PD
• Valor não excede a média nacional

agricultores
• Opcional para agricultores

Obrigatório
• Valor(es) por hectare, escalões de hectares e número máximo de hectares (a ser
Greening
agricultores
Obrigatório

para
Nova Condicionalidade determinado pelo EM)
para

Reforçada Regime de Pagamento Base ao Rendimento


Condicionalidade
• Possibilidade de pagamento uniforme por • Direitos ao pagamento (PT)
hectare elegível  Convergência interna
• Possibilidade de diferenciação por grupos de  Valor máximo de direito ao
Aumento de flexibilidade para ter em territórios com condições agronómicas ou pagamento
conta as condições locais socioeconómicas semelhantes  Valor direito no 1º ano = valor RPB
+ Greening (em 2020)

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21 22

PEPAC Portugal (Continente+Regiões Autónomas) PEPAC Portugal (continente)

GPP (2022) PEPAC

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Quadros Financeiros da PAC para Portugal 4. Evolução da PAC e cronolog. das pp reformas
• 1957/8 Tratado de Roma (art. 35º) Conferência de Stresa
• 1962/3 “nascimento” da PAC (p. garantidos, FEOGA, OCM´s)
• 1971/72 Plano Manshlot (tentativa de redução excedentes)
Desenvolvimento Rural • 1975 Introdução das IC´s p/ ZAD
• 1984 quotas leiteiras (princípio condicionamento da produção)
-17,1%
UE-27
• 1988 Estabilizadores agro-orçamentais
(-15% a.t.) • 1992 reforma Mac Sharry (apoio rendimento vs. Apoio ao mercado).
PT*
• 1994 Uruguay Round (inclusão da agricultura nas negociações
-14,9% multilaterais)
• 1999 Agenda 2000 (reduções de preços, compensações financeiras,
Pagamentos Diretos envelopes nacionais, congelamento da despesa)
• 2003 Reforma Intercalar (Fischler): (mais reduções de preços,
-1,1% UE-27 desligamento das ajudas, eco-condicionalidade)
• 2008 Exame à Saúde da PAC (mais desligamento, simplificação, fim do
pousio, menos intervenção pública)
+4,8% PT
• Após 2013: Uma reforma importante e de evolução na continuidade
* Manutenção em termos de Despesa Pública para PAC e (FEADER +OE)
• Após 2020: Continuidade, com reforço ambiental e climático - para
25
decréscimo de 3,7% (estimativa CPN 24,1%) aplicação de 2023 a 2027 [aplicação transitória em 2021-2022]
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5. Evolução do modelo da PAC desde 1992 (I)


• Separação das funções mercado e rendimento:
– Deixar os preços refletir o equilíbrio dos mercados
– Pagamentos diretos para apoiar os rendimentos
• Enfraquecimento dos mecanismos de controlo da
produção e reguladores do mercado
– Eliminação, redução e limitação quantitativa e temporal
dos sistemas de intervenção
– Eliminação progressiva dos sistemas de quotas (de
produção, de direitos de plantação…)
• Alinhamento progressivo dos preços europeus
pelos do mercado mundial - redução e eliminação
virtual da proteção na fronteira…(apenas a proteção
tarifária permitida pela OMC)

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5. Evolução do modelo da PAC desde 1992 (II) 5. Evolução do modelo da PAC desde 1992 (III)
• Sistema de pagamentos directos (PD) desligados  …Complementado por sistemas (de adesão
da produção, com a justificação de voluntária) de ajudas selectivas (não
i. Remunerar os serviços que os agricultores prestam à sociedade universais) destinadas a:
(externalidades positivas, bens públicos, falhas de mercado)
ii. Compensá-los pelos custos de produção adicionais resultantes das – Encorajar a produção de bens ambientais a níveis
exigências que lhes são impostas (eco-condicionalidade, superiores aos mínimos legalmente exigidos – Medidas
globalização, etc.)…e a que os bens importados não estão Agroambientais - ex: agric. biológica; produção
obrigados… integrada; sistemas de produção extensivos…
• …Com permissão de pagamentos – Afetação mínima de 35% a ações ambientais no 2º Pilar
ligados/associados nas Regiões Ultraperiféricas e  Ajudas para compensar as Zonas Agrícolas
em alguns sectores [até certo limite (20% em Portugal)] Desfavorecidas, vulneráveis e periféricas
• Obrigatoriedade de uma % os PD estar diretamente
relacionada com a produção de bens ambientais e climát • Princípio da disciplina orçamental (i.e. novas
– Reforma 2014-20: 30% greening despesas só por transferências internas na
– Reforma 2021-27: 25% no 1º Pilar (ecoregimes) PAC)
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6. Necessidade de a EU ter uma PAC…


• A Importância estratégica da agricultura nas sociedades
THE CAP BUDGET IN PERSPECTIVE • A agricultura tem rendimentos inferiores ao resto da
economia…deixar o sector exclusivamente ao mercado
(in current prices)

implicaria uma discriminação entre cidadãos


• A tendência para a redução dos rendimentos agrícolas …no
curto e no longo prazos (argumentos para a intervenção
pública (income problem)
• A multifuncionalidade e os bens que a agricultura presta à
sociedade, mas que o mercado não remunera (argumentos
para intervenção: market failures, public goods e
externalidades)
Source: EC-DG AGRI.
Note: Budget figures are actual until budget year 2016, programmed from 2017-2020, and based on the MFF proposal for 2021-2027.
• A realidade da globalização e as exigências que a PAC faz
aos agricultores da EU em contraste com os outros
• Outros países desenvolvidos também apoiam a agricultura…
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Importância do Complexo Agroflorestal (CAF) no


VAB, Emprego, Importações e Exportações (%)

VAB Emprego* Exportações Importações

Agricultura 1,4 10,1 1,3 3,9


Ind, Alimentares, Bebidas e
2,2 2,3 7,2 8,9
Tabaco
Silvicultura 0,6 0,3 0,1 0,4
Ind, Florestais 1,3 1,3 5,3 2,5
Complexo Agro-Florestal 5,5 14,0 13,9 15,7
Complexo Agroalimentar 3,6 12,5 8,5 12,8
CE (2018) The Future od Farming and Food-factsheets GPP (2017) Panorama Agricultura, MADRF

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PCP: factos mais marcantes Bases da PCP de 1983 a 2002


• Acesso aos recursos
– Reserva para frotas nacionais até às 12 milhas (hipótese de
• Base Jurídica: a mesma da PAC (Art ex-38 acordos entre Estados Membros (EM) para pescar mais perto das
Tratado de Roma) costas)
– Reserva para pesca exclusiva da frota da U.E. das 12 às 200 milhas
• Princípio de equidade e liberdade de – Acordos de acesso às águas de Países Terceiros por parte das
acesso a todos os recursos pesqueiros frotas comunitárias
da U.E e diferenças estruturais do sector • Quotas e Totais Autorizados de Capturas (TAC) por espécie e região
entre E.M. constituíram factor de – Negociações anuais na base de pareceres científicos
(International Council for the Exploration of the Seas - ICES)
divergência e atraso no lançamento da – ….mas dificuldades de negociação política entre os EM
PCP… • Medidas de gestão do mercado (tarifas na fronteira e operações de retirada para
venda à indústria)
• PCP só começou a ser aplicada • Políticas estruturais para redução do esforço de pesca
progressivamente em 1970 e – Redução das capacidade das frotas, mas ajudando a sua
modernização
plenamente em 1983 – Definição e aplicação dos Planos Orientadores Plurianuais
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Problemas e desequilíbrios (I) Problemas e desequilíbrios (II)


• Escassez de recursos; a maior parte dos stocks de pesca • Delapidação dos stocks de algumas espécies (pescada,
encontram-se sobre-explorados estando grande parte arenque, bacalhau, linguado…)
abaixo do limiar da sustentabilidade biológica. • Durante muito tempo Conselho de Ministros das Pescas
• Apertada política de gestão e preservação dos recursos: não levou a sério as recomendações dos pareceres técnico-
em virtude da sobre-exploração das populações de científicos….
algumas espécies de peixe, a UE tem vindo a legislar e • Estados Membros não se se responsabilizaram
regular no sentido de diminuir cada vez mais o esforço de
pesca, diminuindo os TAC´s e promovendo planos de devidamente na implementação da PCP…
recuperação e gestão. • Organizações sectoriais (pescadores e armadores) também
• Sobredimensionamento da frota da EU: a frota da UE não se sentiam co-responsáveis
continua excedentária face ao estado actual dos recursos e • Pagamentos pelo acesso da frota da EU às águas de países
ás possibilidades de pesca reguladas terceiros alvo de críticas de alguns EM (os que têm frotas
• A subida do preço dos combustíveis juntamente com a pequenas ou não têm frotas e pagam o
redução do esforço de pesca instituído pela PCP e a orçamento…ex.Alemanha)
volatilidade dos preços de 1ª venda do pescado colocaram
armadores e pescadores em posições delicadas. • Tendência de redução da dimensão do sector continuou…

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A Reforma da PCP de 2002 (I) A Reforma da PCP de 2002 (II)


• Visão de longo-prazo: Fixação de objectivos
quantificados plurianuais em vez da base anual • Aplicação mais uniforme das regras da PCP,
– Definição das medidas necessárias ao cumprimento de reforçando:
cada um dos objectivos fixados: i) planos de gestão – a cooperação entre as autoridades dos EM;
normais; ii) planos de recuperação dos stocks; iii)
política mais exigente de conservação – os poderes dos inspectores da Comissão Europeia;
• Nova política para a redução da sobrecapacidade • Maior envolvimento dos profissionais do
das frotas: sector
– EM passam a ser responsáveis pela adequação das – Maior apoio aos organismos técnico-científicos
capacidades de pesca (das suas frotas) às possibilidades – Criação dos Conselhos Consultivos Regionais para
de pesca acompanhar a gestão das respectivas pescas; confrontar
– Redução progressiva de subsídios à renovação de navios as posições dos pescadores com as dos cientistas
e artes de pesca, mantendo-se apenas apoios a • Nova geração de Acordos de Pesca com PT:
investimentos relacionados com a higiene e segurança a
bordo pesca responsável em parceria
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Planos e Acções Especiais


• Plano especial de acção para a pesca no Mar Política de mercado
Mediterrânico • Regras comuns de comercialização dos produtos
• Estratégia de desenvolvimento de uma aquacultura frescos comunitários e importados: sanidade e
sustentável: aumentar a produção sem prejudicar o qualidade, dimensões mínimas, embalagem,
ambiente e a segurança alimentar rotulagem…
• Programas especiais de apoio às comunidades piscatórias • Apoios às Organizações de Produtores (OP) com o
para compensar os efeitos das redução das frotas/capturas objectivo de gerir com estabilidade os mercados
(ex.subsídios de paragem de actividade, reorientação (retiradas, armazenagem, conservação,
profissional) transformação, gestão de programas especiais)
• Combate à pesca ilegal: criação de uma estrutura única de • Preços mínimos de venda, abaixo do qual os
inspecção, integrando os inspectores nacionais e produtos não podem ser vendidos
comunitários
– Agência Comunitária de Controle das Pescas

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Uma Política Marítima Integrada Uma Política Integrada


para a União Europeia - COM(2007) 575 final (I) para a União Europeia – COM(2007) 575 final (II)
• 2007, lançamento da Comunicação Uma • Abordagem integrada e sistema de governo: criar
Política Marítima Integrada para a U.E. espaço marítimo europeu sem barreiras
• Importância do Mar na EU • Estratégia para investigação marinha e plano de
– 70.000 km de costa I&DE
– 2 oceanos (Atlântico e Ártico) e 4 mares (Báltico, • Rede europeia de vigilância marítima
Norte;Mediterrânico e Negro) • Plano de ordenamento da orla costeira
– Zonas costeiras concentram ~40% da população da • Eliminação da pesca ilegal e do arrasto de fundo no
EU e do seu PIB alto mar
– 3-5% do PIB da EU provém de actividades ligadas ao • Rede europeia de clusters multi-sectoriais
mar (excluindo peixe e exploração de petróleo e • Desenvolvimento do transporte marítimo
gás)

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Bibliografia - PAC
• Senior Nello, Susan (2012) The European Union –
economics, policies and history, McGraw-Hill,
chapter 13
 Comissão Europeia/European Commission-Geral
PAC/CAP
https://agriculture.ec.europa.eu/index_en
CAP at a glance (europa.eu)
• Comissão Europeia/European Commission - A PAC
pós 2020 (2023-2027)
https://agriculture.ec.europa.eu/common-
agricultural-policy/cap-overview/new-cap-2023-
27_en
• Ministério da Agricultura/GPP-PEPAC-Portugal
https://www.gpp.pt/index.php/pepac/pepac-plano-
estrategico-da-pac-2023-2027

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Bibliografia - PCP
• Comissão Europeia: política de pescas
http://ec.europa.eu/fisheries/cfp_pt.htm

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