Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL E
ROBÓTICA
AULA 4
Profª Carla Eduarda Orlando de Moraes de Lara
CONVERSA INICIAL
Nesta abordagem, estudaremos diversos tópicos que são fundamentais quando falamos em
automação industrial. Começaremos nossos estudos pelos sensores industriais, os quais são
fundamentais para a obtenção de dados e informações sobre os processos e suas variáveis. Existem
diferentes tipos de sensores, dessa forma, vamos abordar os principais e suas aplicações.
Na sequência, dedicaremos nossos estudos aos atuadores, que também podem ser de diferentes
tipos, quando os classificamos de acordo com sua fonte de energia. Porém, podemos definir sua
função no sistema automatizado, como realizar as ações definidas pelo sistema de controle sobre os
processos. Ainda nesta abordagem, discutiremos sobre os sistemas hidráulicos e pneumáticos, os
quais são responsáveis pelos sistemas automatizados de diversas indústrias em que os atuadores
elétricos não podem ser aplicados, ou então não são as melhores alternativas.
sistemas. Falaremos também a respeito dos tipos de válvulas empregadas nesses sistemas. Existe
ainda a possibilidade de implementação de sistemas híbridos, como os sistemas eletro-hidráulicos e
eletropneumáticos. No último tópico, vamos verificar alguns exemplos de aplicações desses sistemas.
fará a medição de variáveis de saída de interesse do sistema de controle e fornecerá essa medição ao
controlador.
Agora que já entendemos o papel do sensor no sistema automatizado, vamos definir o que ele
é. Segundo Rosário (2005), um sensor pode ser definido como um transdutor, por meio de variações
em um fenômeno externo sobre variações em suas características físicas internas, sendo assim,
podemos quantificar essas variações físicas em relação ao fenômeno físico externo e gerar um sinal
que será transformado em informação para o controlador.
medidas e monitoradas. Essas variáveis podem ter características distintas, o que faz com que seja
necessária uma variedade de sensores para que possamos ter opção de monitorar todas essas
possibilidades de variáveis. Com isso, surgiram diferentes classificações para os sensores industriais,
como a classificação quanto ao estímulo ou quanto ao tipo de variável que o sensor é capaz de
medir. Abordaremos algumas dessas classificações, apresentando suas características. Além disso,
também vamos analisar quais os critérios necessários para a especificação dos sensores industriais.
Quando falamos dos critérios para a especificação de sensores, podemos definir como principais
A respeito das variáveis de medida, precisamos analisar os tipos de sinais que serão medidos,
pois, usualmente, os sinais representam valores ou variações de uma grandeza física. Além disso,
Sinais analógicos: podemos definir esses sinais como aqueles que, dentro de uma faixa de
valores, podem assumir qualquer valor. Além disso, eles são definitos para qualquer instante de
tempo, pois normalmente são contínuos. São exemplos desses sinais temperatura, pressão,
vazão etc.
Sinais digitais: já os sinais digitais são aqueles que podem assumir um número finito de
valores, sendo que esses se subdividem entre binários e não binários. São exemplos de sinais
Sinais binários: por fim, temos os sinais binários, que podem ser definidos como aqueles que
Usualmente, são aplicados sensores capazes de medir sinais digitais (binários ou não) em
sistemas de controle discretos, pois esses sistemas possuem como variáveis de interesse as variáveis
lógicas ou booleanas. No controle de processos contínuos é comum a utilização de sensores capazes
de medir variáveis analógicas, como temperatura, vazão, pressão, entre outros.
Linearidade: trata-se da razão entre o sinal gerado e a grandeza física medida, sendo a
linearidade diretamente proporcional à fidelidade da resposta do sensor ao estímulo;
Faixa de atuação: corresponde ao intervalo de valores da grandeza física que pode ser aferido
Acurácia: pode ser definida como a razão entre o valor real e o valor aferido pelo sensor;
Resolução: trata-se do grau de precisão de leitura do sensor;
Repetibilidade: é a variação entre os valores medidos pelo sensor quando realizada a mesma
medição várias vezes, e quanto mais próximos esses valores forem entre si, maior será a
repetibilidade do sensor;
Range: trata-se dos limites superior e inferior da variável a ser lida pelo sensor, sendo
importante verificar que a faixa de atuação que já discutimos deve compreender o range da
variável.
Como podemos perceber, essas características são fundamentais para que as medições
realizadas sejam as mais fiéis possíveis e para que não ocorra nenhum tipo de dano ao sensor. Além
dos critérios já mencionados, existe ainda a necessidade de analisar a classe de proteção dos
sensores, sendo essas classes baseadas em normas de proteção internacional.
Basicamente, a classe de proteção é definida pelas letras IP, sigla proveniente do termo em
inglês International Protection, seguidas de dois dígitos que representam o grau e a classe de
proteção, respectivamente. As tabelas 1 e 2 apresentam o grau de proteção e a classe de proteção,
respectivamente.
Por exemplo, se um sensor possui grau de proteção IP 67, ele terá proteção contra contato e
água.
Proteção contra penetração de corpos sólidos com diâmetro maior que 50 mm. Sem proteção contra acesso
1
intencional, como o de uma mão, mas proteção contra contato com um objeto de área grande
Proteção contra penetração de corpos sólidos com diâmetro maior que 12 mm. Proteção contra contato de
2
um dedo ou objeto similar
Proteção contra penetração de corpos sólidos com diâmetro maior que 2,5 mm. Proteção contra ferramentas
3
e fios com diâmetro maior que 2,5 mm
Proteção contra penetração de corpos sólidos com diâmetro maior que 1 mm. Proteção contra ferramentas e
4
fios com diâmetro maior que 1 mm
Proteção contra depósitos prejudiciais de pó. Não há prevenção total contra a penetração de pó, mas ele não
5
consegue entrar em quantidade suficiente para impedir a operação. Proteção completa contra contato
Segundo
Classe de proteção
dígito
1 Proteção contra água gotejando verticalmente. Queda de água não deve causar efeitos nocivos
Proteção contra água gotejando verticalmente. Queda de água com o equipamento em ângulo de
2
inclinação de até 150 graus da sua posição normal não deve causar efeitos nocivos
Proteção contra água gotejando em um ângulo de até 60 graus na vertical. Spray de água não deve causar
3
efeitos nocivos
Proteção contra esguicho de água vindo de qualquer direção. Esguicho de água não deve causar efeitos
4
nocivos
5 Proteção contra jatos de água vindos de qualquer direção. Jatos de água não devem causar efeitos nocivos
6 Proteção contra fortes jatos de água. A água não deve penetrar no equipamento em quantidades nocivas
Proteção contra água quando o equipamento está imerso em água sob determinadas condições de pressão
7
e temperatura. A água não deve penetrar em quantidades nocivas
8 O equipamento é adequado para submersão permanente sob as condições descritas pelo fabricante
É importante mencionar que essas normas internacionais referentes à classe de proteção são
associadas a outros dispositivos, como os motores elétricos, que estudaremos ainda nesta
abordagem. Portanto, você poderá encontrar esses termos também quando for analisar uma placa de
um motor elétrico.
Mecânicos;
Elétricos;
Térmicos;
Radiação;
Magnéticos;
Químicos.
Sendo assim, dentro dessas categorias, temos diversas variáveis associadas a elas. Na tabela 3 é
apresentada uma relação entre as categorias de estímulos e as variáveis físicas associadas a elas.
estímulo
Mecânica Posição, velocidade, aceleração, força, torque, pressão, desgaste, tensão, massa, densidade
Analisando a tabela 3, podemos perceber que existem diferentes tipos de variáveis a serem
medidas, com diferentes categorias de estímulos. Conforme já estudamos anteriormente,
dependendo da classificação da indústria e considerando a indústria de produção discreta ou a
indústria de processos, teremos diferentes tipos de medições a realizar. Portanto, faz-se necessário
uma gama de tipos de sensores. Outro fator que fez com que novos sensores fossem desenvolvidos
foi a indústria 4.0, uma vez que a obtenção de dados referentes a diversos equipamentos é uma das
Passaremos agora a dedicar nossas discussões a respeito dos exemplos de sensores empregados
nas plantas industriais. Já mencionamos que eles podem assumir diferentes tipos de modelos, porém,
vamos verificar os principais modelos e aplicações, dividindo nossa atenção entre os sensores de
proximidade, os quais são os mais utilizados, e os demais tipos, responsáveis pelas medições de
diferentes tipos de grandezas físicas que podemos encontrar nos sistemas de automação industrial.
presença ou ausência de objetos. Normalmente, esses sensores são binários, apresentando apenas
podem ser de diferentes materiais. Portanto, são necessários diferentes tipos de sensores. Outro fator
importante a ser considerado é o tipo de instalação industrial na qual esse sensor vai atuar, para que
o ambiente não exerça influência sobre as medições. A seguir, vamos analisar alguns modelos de
sensores de proximidade.
exemplo, podem ser utilizados para detectar quando um objeto chega ao final de um percurso em
uma esteira. A figura 1 apresenta um esquema desse sensor, sendo possível observar que ele é
formado por uma chave eletromecânica com dois contatos, sendo um normalmente fechado (NF) e
Podemos descrever seu princípio de funcionamento por meio do acionamento da chave. Ocorre
podemos utilizá-lo para desligar algo, enquanto o contato NA pode ser empregado no acionamento
de algum elemento.
A grande vantagem desse sensor é seu custo, que é relativamente baixo, entretanto, como o
acionamento é mecânico, acaba ocorrendo o desgaste com o tempo. Dessa forma, sua vida útil é
O sensor óptico utiliza a luz para a detecção ou inspeção de objetos, sendo formado por um
emissor e um receptor de luz. A função do emissor consiste na emissão de um feixe de luz, o qual
será recebido pelo receptor. Quando ocorre a interrupção desse feixe, o circuito do sensor identifica
Esses sensores podem ser utilizados para detecção de diferentes tipos de objetos, exceto os
transparentes e os escuros, caso o funcionamento do sensor seja por reflexão. Ainda, temos que esse
sensor pode operar de três maneiras diferentes.
Por reflexão: ocorre quando a luz é refletida no objeto, fazendo com que o sensor seja
acionado;
Por barreira: ocorre o bloqueio da passagem de luz pelo objeto, fazendo com que a saída do
atravessa o feixe de luz, interrompe esse feixe e gera a comutação da saída do sensor.
A escolha do modo de operação vai depender das características da aplicação na qual o sensor
será utilizado. Além disso, os sensores ópticos podem ser empregados em diversos tipos de
indústrias. No entanto, em ambientes nos quais possa ocorrer acúmulo de poeira sobre seus
elementos, pode ocorrer interferência no funcionamento. Nesses casos, é necessário realizar uma
manutenção periódica em suas lentes. Cabe mencionar que esses não sofrem com interferências
eletromagnéticas.
Entre as principais características desses sensores, podemos citar, conforme Rosário (2005), as
seguintes:
Podem ser blindados para uso em ambientes com alto grau de luminosidade;
empregado em navios, sendo esse baseado na emissão de um sinal sonoro de alta frequência. Após a
emissão desse sinal, é medido o tempo que ele demora para atingir o objeto e, por meio dele, é
determinada a distância à qual ele se encontra.
Uma observação importante sobre esses sensores é que eles podem ser empregados em
ambientes com umidade e pó, entretanto, em ambientes com alto índice de ruídos, podem
Trabalham na faixa de frequência entre 40 kHz e 2 MHz, podendo fornecer diretamente uma
como ferro e níquel, que é acionado quando ocorre a detecção da presença de campo magnético.
Seu princípio de funcionamento consiste no fechamento de um contato elétrico por meio da
aproximação de chapas de metal que o formam. Isso ocorre em virtude da atração dessas chapas por
Esses sensores transmitem sinais, fazendo com que seja criado um campo magnético que,
quando atravessado por um objeto metálico, transforma a perturbação em um sinal elétrico. Sendo
assim, esses sensores são empregados na detecção de objetos metálicos, e por não ocorrer contato
esse nome. Seu funcionamento é parecido com o dos sensores magnéticos e indutivos, a diferença é
que eles atuam na detecção de materiais não metálicos também. Além disso, também atuam na
detecção de objetos sem a necessidade de contato físico, possuindo uma boa precisão e maior
Crédito: Darkdiamond67/Shutterstock.
Além dos sensores de proximidade, existem outros tipos dedicados à medição de outras
variáveis presentes nas plantas industriais e que são fundamentais para o funcionamento dos
sistemas automatizados. A partir de agora, vamos falar desses sensores, começando pelos sensores
a medição de variáveis como posição e velocidade, por isso, é comum o uso de sensores para tal fim.
Sendo assim, temos como exemplos de sensores para medidas de posição os potenciômetros e os
encoders, enquanto para medição de velocidade podemos empregar os tacômetros.
Potenciômetros são sensores analógicos que empregam o conceito de divisor de tensão, sendo
que eles podem ser lineares ou rotativos. Basicamente, os potenciômetros convertem uma variável
giram entre uma fonte de luz e um par de fotodetectores. Portanto, o disco passa a ser codificado
com setores que alternam regiões de transparência e opacidade, o que gera pulsos de luz e
escuridão quando ocorre a rotação do disco (Rosário, 2005). Existem dois tipos de encoders, sendo
esses os incrementais e os absolutos.
Encoder incremental: é aquele que gera um trem de pulso por meio de dois sensores
defasados em 90°, o que permite um aumento na resolução e determinação da direção.
Simultaneamente, outro sensor detecta a marcação no disco óptico que permite a obtenção de
um pulso de indexação que será utilizado como ponto de inicialização do sistema. Por meio do
emprego de tratamento lógico, é possível obter a posição absoluta ou a rotação do sistema de
Encoder absoluto: esses dispositivos têm apenas um sistema de codificação associado a cada
posição angular, não sendo necessária a inicialização do sistema. Usualmente, são codificados
em código gray, uma espécie de código binário reduzido, o que faz com que eles sejam mais
Outros sensores empregados na medição de rotação são os tacômetros, que podem ser
tacométrica.
2.2.3 TERMOPARES
Os termopares são sensores empregados na medição de temperatura, sendo que têm como
que são submetidos a temperaturas diferentes. Essa corrente de baixa intensidade e sua direção
serão proporcionais à diferença de temperatura entre as junções.
As junções (cada condutor metálico que forma um termopar) são classificadas em junção quente
e junção fria, também chamada de junção de referência. A junção de referência normalmente está em
temperatura ambiente, enquanto a junção quente é submetida à temperatura que se deseja medir,
portanto, o termopar realiza a soma da temperatura medida com a temperatura ambiente, gerando o
valor de temperatura absoluta que está sendo medida. A tabela 4 apresenta alguns tipos de
termopares, além de suas composições e faixa de temperatura que podem realizar a medição de
temperatura.
É importante observar esses detalhes na hora da especificação, para que não ocorram erros de
medição devido ao tipo escolhido não compreender a faixa de temperatura a ser medida, por
exemplo.
TEMA 3 – ATUADORES
Começaremos os estudos a respeito dos atuadores definindo esses dispositivos, sendo assim,
podemos dizer que são dispositivos de hardware responsáveis pela conversão de um sinal de
comando do controlador em uma ação de alteração em um parâmetro físico (Groover, 2011). Além
disso, normalmente essa alteração é mecânica, como variação de posição ou velocidade. Podemos
também afirmar que um atuador se trata de um transdutor, uma vez que esse um tipo de quantidade
Uma forma de classificar os atuadores é quanto ao tipo de fonte de energia que empregam,
sendo divididos entre: elétricos, hidráulicos e pneumáticos. Os atuadores elétricos são os mais
utilizados, isso porque sua fonte de energia é muito comum e está presente em todos os tipos de
indústrias. Entre eles encontram-se os motores elétricos, os motores de passo e solenoides. Ainda, é
Além dos atuadores elétricos, temos também os hidráulicos e os pneumáticos, sendo cada um
deles destinados a tipos diferentes de aplicações, as quais discutiremos em seções seguintes.
3.1 ELÉTRICOS
Começaremos falando dos atuadores elétricos que não são os motores, pois, como os mais
comuns são os motores, dedicaremos uma subseção somente a eles. Sendo assim, podemos citar
como atuador elétrico o solenoide, que pode ser definido como um conjunto formado por pistão
móvel dentro de uma bobina de fios estacionária. Aplicando uma corrente elétrica na bobina, ela
passa a se comportar como um ímã que atrairá o pistão para os fios. Por outro lado, quando a
corrente deixa de circular, a mola faz com que o pistão retorne para a sua posição anterior (Groover,
Os solenoides podem ser de movimento linear ou rotativo, sendo que uma aplicação comum
Podemos conceituar um motor elétrico como um dispositivo que realiza a conversão da energia
elétrica em energia mecânica, sendo que a maioria desses motores são rotativos, os quais são
formados por dois componentes básicos: um estator e um rotor. O estator trata-se do componente
fixo, enquanto o rotor é o componente cilíndrico que gira dentro do estator. Além disso, o rotor é
montado sobre um eixo, o qual é sustentado por rolamento. Ainda, esse rotor pode ser acoplado a
uma corrente elétrica, fazendo com que seja gerado um campo magnético em deslocamento
constante, de modo que o rotor gire na tentativa de alinhar seus polos aos polos opostos do estator.
Conforme o tipo da corrente (contínua ou alternada) e outras características, começam a surgir os
diferentes tipos de motores. Em nossos estudos, vamos falar dos três principais tipos, que são os
motores de Corrente Contínua (CC), os motores de Corrente Alternada (CA) e o motor de passo.
Os motores CC são aqueles alimentados por corrente e tensão contínuas, além disso, quando
consideramos a conveniência da corrente contínua como fonte de energia, esses motores podem ser
empregados em várias aplicações. Outra característica que faz com que sejam muito utilizados é a
sua relação torque/velocidade, a qual é atraente. Podemos citar como exemplos de motores CC os
servomotores.
E, por fim, temos os motores de passo, os quais oferecem rotação em forma de deslocamentos
angulares discretos, os quais denominamos passos, por isso o nome desse motor. Esse tipo de motor
é empregado em aplicações que exigem posicionamento preciso ou uma rotação precisa, além de
características já mencionadas, seu movimento é facilmente controlado. Além disso, cada passo desse
motor é atuado por um pulso elétrico aplicado a ele, sendo que a rotação angular total é controlada
pelo número de pulsos, enquanto a rotação é definida pela frequência dos pulsos (Groover, 2011).
No caso dos atuadores hidráulicos, um óleo é pressurizado gerando energia para seu
funcionamento, enquanto para os atuadores pneumáticos, o ar comprido que é pressurizado. Ambos
Em aplicações que exijam grandes forças é necessária a aplicação de atuadores hidráulicos, pois
eles são indicados para movimentação de elementos acima de toneladas. Além disso, podem ser
lineares ou rotativos e são dispositivos responsáveis pela conversão da energia hidráulica em energia
mecânica. Ainda, o processo de energização desses atuadores é por meio de fluídos pressurizados,
muito utilizados em indústrias de automóveis, pois envolvem operações com cargas pesadas, além
das indústrias de papel e celulose. Cabe ainda mencionar que são empregados no acionamento de
cilindros em que a velocidade de operação dependa das características dos fluidos utilizados no
sistema. Entre as vantagens desses atuadores podemos citar a precisão de operação e a agilidade, as
quais auxiliam na produtividade da planta industrial, além de apresentarem uma longa vida útil e
acionamento. Em contrapartida dos atuadores hidráulicos, são indicados para operações que
envolvam movimentação de elementos leves, de até uma tonelada. Seu princípio de funcionamento
pode ser definido como a conversão de energia armazenada no ar comprimido em energia mecânica.
Para tal fim, são empregados pistões acionados por ar comprimido, os quais executarão movimentos
sendo que os de ação simples realizam a movimentação em apenas uma direção, enquanto os de
dupla ação se movimentam em dois sentidos. Entre as principais vantagens desses atuadores
podemos citar a simplicidade dos seus componentes, o que faz com que sejam encontrados
de explosão, e em caso de vazamento de fluído, não ocorre contaminação, pois o que vaza é ar. Isso
faz com que sejam empregados em indústrias alimentícias e farmacêuticas, pois o ar que pode vazar
apesar dos sistemas pneumáticos serem mais baratos no quesito implementação e operação, esses
sistemas apresentam limitações quanto à precisão, além de serem indicados a aplicações menos
minuciosas, pois a alta velocidade de operação com que atuam acaba dificultando processo
minuciosos. Os sistemas hidráulicos, apesar de serem mais precisos, são mais caros devido à
complexidade dos elementos que o formam e às dimensões desses. Nas seguintes seções,
Falando sobre as características construtivas dos sistemas hidráulicos, temos que esses têm uma
bomba em cada máquina, o que faz com que sejam mais autossuficientes. Esses sistemas são
empregados quando a força para realização dos movimentos precisa ser maior, não sendo possível
Existe uma variedade de cilindros e atuadores hidráulicos disponíveis para que possam ser
atendidas as diversas aplicações, porém os custos desses dispositivos são mais elevados em
comparação aos pneumáticos. Entre as razões para os custos serem maiores, podemos mencionar as
altas pressões de operação e os cuidados para evitar vazamento de fluídos, uma vez que podem
gerar contaminações. Ainda, segundo Lamb (2015), existe a necessidade de componentes como
do fluído, o que faz com que a precisão de controle seja melhor. Sendo assim, as pressões e forças
obtidas por esses sistemas são maiores. Entre as vantagens dos sistemas hidráulicos, quando
Esses sistemas operam em pressões bem mais altas, na ordem de 3000 psi, portanto, fornecem
mais força para um dado diâmetro;
O fluído de trabalho é quase incompressível, o que resulta em uma ação mínima na mola,
Após todas essas análises, podemos então concluir que os sistemas hidráulicos são indicados
para aplicações que envolvam: precisão, baixas velocidades de operação e deslocamento de cargas
pesadas.
filtrar, secar e regular o ar a uma pressão utilizável, além de distribuir esse ar comprimido para os
demais dispositivos que formam um sistema. A figura 4 apresenta um sistema pneumático composto
O sistema começa com a alimentação deste pelo compressor responsável pelo fornecimento de
ar comprido. Esse ar é injetado no conjunto composto por filtro/regulador/lubrificador (FRL). Ao sair
do filtro, o ar comprimido percorre uma série de componentes, principalmente válvulas, até chegar
aos atuadores, que podem ser cilindros, motores pneumáticos, ferramentas pneumáticas, entre
outros. Ainda falando da unidade de filtro, temos que sua função consiste em adequar a pressão ao
nível necessário para a máquina que será acionada. Além disso, o lubrificador é destinado à
lubrificação do interior dos cilindros de ar. Esses sistemas são mais baratos quando comparados aos
dispositivos de fácil conexão, pois esses sistemas são amplamente empregados nas indústrias para as
detalhes a seguir. E, por fim, temos os atuadores pneumáticos, os quais podem ser do tipo cilindros,
motores ou ferramentas com a função de executar trabalho mecânico. A seguir, vamos abordar os
tipos de válvulas pneumáticas e os atuadores, verificando como funcionam e quais as suas funções
Quando falamos em válvulas pneumáticas, temos que elas podem ser basicamente dos
seguintes tipos:
As válvulas direcionais recebem um impulso, que pode ser pneumático, mecânico ou elétrico, e,
por meio desse impulso, permitem que ocorra fluxo de ar pressurizado para outros elementos, como
3/2 vias acionada por solenoide e retorno por mola. Analisando a figura, temos que o elemento na
extremidade esquerda da válvula sempre será seu acionamento, no caso , acionamento por solenoide
devido à simbologia aplicada. Já na extremidade direita fica o elemento de retorno da válvula, que,
no caso do exemplo, é um retorno por mola. Ainda, podemos observar que existe a entrada de ar
representada por P, o acionamento da válvula representado por A e o retorno (ou escape)
representado por R. O termo 3/2 indica a quantidade de posição e vias, respectivamente. Sendo
assim, uma válvula como a do exemplo tem duas posições e três vias. As possibilidades para
acionamento e retorno da válvula podem assumir diferentes tipos, bem como quantidade de
posições e vias.
dadas a seguir.
Válvula alternadora (OU): essa válvula possui duas entradas de ar e permite o acionamento de
sua saída quando pelo menos uma das duas entradas estiver recebendo ar pressurizado. É
comum o uso desse tipo de válvula quando um atuador é acionado por duas válvulas
direcionais distintas;
Válvula de duas pressões (E): esse tipo de válvula também tem duas entradas de ar e uma
saída, assim como a válvula alternadora, o que muda é a condição de acionamento. Nesse caso,
a saída só será acionada quando ambas as entradas estiverem recebendo um sinal de pressão;
Válvula de escape rápido: é destinada à eliminação de grandes volumes de ar comprimido,
As válvulas de fluxo, de acordo com o que abordamos anteriormente, servem para controlar o
fluxo de ar enviado aos atuadores, ou seja, elas regulam a vazão de ar comprimido, reduzindo ou
aumentando a seção de passagem de ar. Isso influencia a velocidade dos atuadores. Podemos
comparar essa válvula com uma mangueira sem o terminal, na qual nós podemos pressionar com o
4.2.2 ATUADORES
Finalizaremos este tópico com os atuadores pneumáticos, os quais podem ser de diferentes
modelos e executar diferentes ações. Podemos classificá-los como:
Cilindros;
Motores;
Ferramentas pneumáticas.
Os cilindros são responsáveis pela execução de movimentos lineares, podendo ser de simples
ação ou dupla ação. Em um cilindro de simples ação haverá o avanço ou o retorno por mola,
enquanto no de dupla ação tanto o avanço quanto o retorno são comandados por ar comprimido
(Fialho, 2015). Os motores pneumáticos são responsáveis pela conversão de energia pneumática em
trabalho mecânico, sendo que esse pode ser: rotativo, de pistões e de turbinas. Entre as
E, por fim, temos as ferramentas pneumáticas, como as pinças, ventosas e outros dispositivos
Neste tópico, vamos discutir sobre aplicações desses dois tipos de sistemas, começando pelos
Os sistemas pneumáticos podem ser definidos como aqueles em que as válvulas são comandas
ter válvulas acionadas por botão, por rolete, por pedal, entre outros. Vamos verificar o funcionamento
de dois exemplos de sistemas pneumáticos, um empregando uma condição de acionamento lógico
Esse tipo de situação é comum em projetos de sistemas pneumáticos mais complexos, como um
sistema que, por questões de segurança, precisa ter redundância no acionamento, sendo necessário
que ambos os botões sejam pressionados para que um atuador seja acionado. Nesse caso,
empregando uma configuração de condição E conforme a figura 7, é possível implementar uma
condição em que o atuador só será acionado caso os dois botões sejam pressionados, sendo que,
empregando a condição OU, por exemplo, quando pressionado o botão A ou quando pressionado o
botão B, em que deverá ser acionado algum elemento. Nesse sentido, na figura 8 é apresentado um
Até agora, havíamos comentado sobre sistemas em que tanto o acionamento quanto a atuação
por solenoide, nesse caso, quando energizamos a bobina do solenoide ocorre o acionamento da
válvula.
Analisando a figura 9 podemos observar que enquanto o contato do botão de acionamento que
alimenta a solenoide não é ativado, a bobina não é energizada. Portanto, a válvula direcional
encontra-se em sua posição de retorno com o cilindro contraído. Após o acionamento do botão,
ocorre o fechamento do circuito e começa a passagem de corrente elétrica, o que faz com que a
Para melhor exemplificar o uso de uma válvula eletropneumática, temos ambos os circuitos,
elétrica que vai energizar a bobina do solenoide. Quando o solenoide é energizado, ocorre o
acionamento da válvula 3/2 vias que comanda a expansão do cilindro de simples ação. A partir do
mecanicamente por mola, uma vez que a válvula representada tem recuo por mola. Ainda, por meio
circuito, sendo o fluxo regulado em 50% para ambos os sentidos, o que influencia na velocidade de
FINALIZANDO
Começamos falando sobre os sensores, sem os quais os controladores não poderiam obter
levantamento de erros com as atuações. Vimos que existem diversos tipos de sensores para que seja
possível atender às diferentes categorias de variáveis e parâmetros que precisamos medir dentro de
Também discutimos sobre os atuadores, os quais podem ser elétricos, hidráulicos e pneumáticos,
sendo que cada um deles tem aplicações diferenciadas, destinadas a processos com características
diferentes. Vimos que existem situações que exigem que seja empregado um determinado tipo de
atuador, para que não ocorram riscos à produção ou à segurança das aplicações.
LAMB, F. Automação industrial na prática. Tradução de Márcio José da Cunha. Porto Alegre:
AMGH, 2015.