Você está na página 1de 41

O que é semântica?

Linguística IV
Sara Ribeiro
sara.ribeiro@uerj.br

*Material adaptado da apostila de Semântica da professora Ana Paula Quadros - UFRJ*


O que é semântica?

A semântica é o estudo do significado (linguístico).

• Mas o que se entende por significado?


• Onde ele é encontrado na língua?
• Quais são as suas fontes?
Em dupla...
• Defina o que você entende por “língua”

• Defina o que você entende por “significado”


Defina língua. Defina significado. Reserve.

Leitura de As Viagens de Gulliver, temos uma ideia bastante popular


Nesse trecho
No terceiro parágrafo deste trecho de As Viagens de Gulliver, temos uma ideia bastante popular de como a língua
de comofunciona.
a língua
Que ideiafunciona.
é essa? Que ideia é essa?
As viagens de Gulliver - Parte II - CAPÍTULO V
O autor visita a academia e descreve-a.

Depois de ter visitado o edifício das artes, passei a um outro corpo da


casa, onde estavam os fatores dos sistemas em relação às ciências.
Entramos primeiro na escola de linguagem, onde nos encontramos com
três acadêmicos que discutiam juntos o modo de embelezar a língua. Um
deles era de opinião, para abreviar o discurso, que se reduzissem todas
as palavras a simples monossílabos e se banissem todos os verbos e
particípios.
O outro ia mais longe e propunha um modo de abolir todas as palavras,
de maneira que se discutisse sem falar, o que seria favorável ao peito,
porque está claro que, à força de falar, os pulmões se gastam e a saúde
se altera. O expediente, por ele achado, era trazer cada qual consigo
todas as coisas de que quisesse tratar. Este novo sistema, dizia-se, seria seguido, se as mulheres
se lhe não tivessem oposto. Muitos espíritos superiores desta academia não deixavam, no entanto,
de conformar-se com essa maneira de exprimir as coisas, o que só se tornava embaraçoso quando
tinham de falar em diversos assuntos, porque então lhes era preciso trazer às costas enormes
fardos, salvo se eles tivessem dois criados bastante robustos para se pouparem esse trabalho;
supunham que, se esse sistema se generalizasse, todas as nações poderiam facilmente
compreender-se (o que seria de grande comodidade), pois não se perderia muito tempo em
aprender línguas estrangeiras).
Fonte: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/gulliver.html#b
Discussão
• A proposta dos sábios daria certo?

• Como carregar objetos para palavras como ‘paz’, ‘que’, ‘sobre’,


‘encontrar’, ‘ligeiramente’?

• A língua é uma coleção de palavras?

• Será que as palavras de uma língua nomeiam coisas no mundo? E


nesse caso, será que elas equivalem aos objetos que nomeiam?
No seu caderno

Ø Olhando à sua volta, anote rapidamente os nomes de tudo o que


estiver percebendo.

Ø Quem anotou mais palavras?


Para refletir e discutir...
• Há itens em comum nas suas listas?

• Há sentenças, sintagmas (fraseados, pedaços de sentenças) ou apenas palavras?

• Há itens funcionais (conjunções, artigos) ou apenas lexicais (substantivos)?

• Há mais nomes abstratos ou concretos?

• Há mais nomes contáveis (que nomeiam unidades discretas, como ‘janela’, ‘aluno’) ou de
massa (que nomeiam substância, como ‘água’, ‘vidro’)?

• O que isso nos diz sobre a natureza da língua, e sobre a noção dos sábios de Gulliver?

• Como haveria de ser a tradução de uma língua para a outra, se os sábios tivessem razão?
Para tentar...
• Tente fazer um texto só com as palavras de sua lista.

• É possível?
Não é tão simples assim...
• Há dois pontos cruciais aqui:

1. Nem toda palavra nomeia um objeto no mundo.


Considere palavras como ‘se’, em ‘ele se chama Gulliver’, ou ‘que’, em
‘o aluno que passou de ano’.

2. A língua não é uma mera coleção de palavras. Ela tem estrutura,


uma armação invisível, regras combinatórias que não podem ser
desobedecidas.
Não é tão simples assim...
• Há dois pontos cruciais aqui:

X E !
N T A
e S I
1. Nem toda palavra nomeia um objeto no mundo.

sso d
Considere palavras como ‘se’, em ‘ele se chama Gulliver’, ou ‘que’, em
s
‘o aluno que passou de ano’.
o i
a m a m
2. A C h
língua não é uma mera coleção de palavras. Ela tem estrutura,
uma armação invisível, regras combinatórias que não podem ser
desobedecidas.
Professora Ana Paula Quadros Gomes _ 2017-2 _ anpola@gmail.com
decidas.
podem Aser
issodesobedecidas.
SINTAXE chamamos sintaxe. Ochamamos
importa...
A isso significado sintaxe.
de uma O língua depende
significado de da
umasintaxe,
língua da interpretd
depende
podem ser desobedecidas. A isso chamamos sintaxe. O significado de uma língua depende da sin
ados.
de Uma
deobjetos
mudança
r desobedecidas. A issonachamamos
objetos estruturados.
estruturados.
ordem Umadas
Uma
palavras
mudança
sintaxe.
mudança
de
Onana umadas
ordem
significado
ordem
sentença
das vaidecorresponder
palavras
depalavras
uma língua de uma
depende
uma
a vai
sentença estruturas
da sintaxe,
sentença vai difere
dacorrespon
interpretaç
corresponder
sações • O significado
distintas
estruturados. Uma (i); e ainda
mudança de na as
umamesmas
ordemlíngua
das palavras,
dependedena
palavras da
umamesma
sintaxe,
sentença sequência, podem
davaiinterpretação
corresponder de
a receber
objetosmais
estruturas de
diferent
ganhando
ganhando interpretações
interpretações
estruturados. Uma
distintas
distintas
mudança
(i);
(i); e e
na
ainda
ainda
ordem asas mesmas
mesmas
das
palavras,
palavras,
palavras dena na mesma
mesma
uma
sequência,
sequência,
sentença vai podempo
orme seja sua distintas
interpretações
interpretação,
interpretação, estrutura (i);(ii):
conforme
conforme eseja
aindasua
seja as estrutura
sua mesmas
estrutura palavras,
(ii):
(ii): na mesma sequência, podem receber mais de u
corresponder a estruturas diferentes, ganhando interpretações distintas:
ção, conforme seja sua estrutura (ii):

(i) a. O gato mordeu


a. O (i)
gatooa.a.
(i) cão.
O O gato
gato
mordeu mordeu
mordeu
o cão. o cão.
o cão.
(i) a. O gato
b. O cão mordeu mordeu o
ob.gato.cão.
b. O cão b.OOcão
mordeucãomordeu
gato.o gato.
omordeu o gato.
b. O cão mordeu o gato.

(ii) a. João
(ii) a.enviou (ii)
(ii)a.a.
para
João enviou
(c) João
Maria
JoãoJoão
para enviou
aenviou
Maria foto
enviou para
de Maria
Salvador.
para
a para
foto Maria
deMaria aa foto
Salvador. de de
a foto
foto Salvador.
Salvador.
de Salvador.
=(para
= enviou de Salvador
= enviou =enviou
de Salvador cá)dede
(para
enviou Salvador
acá)
foto
a foto
Salvador (para
(do(do
Rio)? cá) a foto (do Rio)?
Rio)?
(para cá) a foto (do Rio)?
= enviou deou ou (para cá) a foto ou(do Rio)? ou
Salvador ou
= enviou
= enviou (de
(de Brasília =para
= enviouenviou
Brasília
(de para
cá) (de
acá) Brasília
foto
Brasília a foto
parade a para
de decá)
Salvador?
cá)Salvador?
foto a foto de Salvador?
Salvador?
= enviou (de Brasília para cá) a foto de Salvador?
Então a semântica está imbrincada com a sintaxe?

• Teremos de responder que sim, se concordarmos com o fato de que interpretamos


objetos das línguas naturais que já foram dotados de estrutura, e que a estrutura
dada influenciará o significado atribuído ao tal objeto.

• Esses objetos terão tamanhos diferentes, como ‘a foto’ (sem ambiguidade), ‘a foto
de Salvador’ (com duas interpretações: numa Salvador é o ponto de partida da
remessa, noutra é o tema da foto), ou ‘João enviou para Maria a foto de Salvador’
(com a mesma ambiguidade já apontada) etc.
Semântica lexical

• Podemos tratar então na semântica de palavras ou da semântica lexical, em que a


estrutura só interfere na composição interna: podemos formar ‘mord-ida’,
‘mord(e)-ção’, ‘mord(e)-dura’, ‘mord(e)-ndo’ etc., na ordem raiz-afixo, mas não
*ida-mord(e), *ção-mord(e), ou qualquer outra combinação na ordem afixo-raiz;
nem podemos formar *cãomente, porque o afixo -mente se combina a adjetivos
para formar um advérbio de modo, e ‘cão’ é um nome.
Semântica dos sintagmas

• Podemos tratar na semântica dos sintagmas ou fraseados ou das


sentenças (que depende da estrutura), falando de como cada parte
contribui para a compreensão do todo. Podemos tratar da contribuição
dada por um fraseado escolhido pelo falante, entre as opções
disponibilizas pela língua...
• Por exemplo:
“João não estuda.”
e
“João parou de estudar”

É a mesma coisa?

• Só a segunda opção faz a gente assumir que João estudou em algum


momento anterior. Esse significado é contribuição de parar. (Tanto que a
versão sem o verbo parar pode ser empregada para falar de alguém que
nunca estudou na vida, mas a que tem parar não pode!) Podemos também
tratar das relações entre sentenças, como homonímia, hiperonímia,
acarretamento, contrariedade...
Semântica sem sintaxe?

• Chomsky tentou desfazer o nó que amarra a sintaxe à semântica,


argumentando a favor de sua independência ao apresentar a versão em
inglês da seguinte sentença:

(1) Ideias verdes incolores dormem furiosamente.

Ø Analise sintaticamente essa frase.


“Ideias verdes incolores dormem furiosamente.”

• O verbo ‘dormir’ pede um único argumento, realizado por ‘ideais verdes incolores’. E
recebe um advérbio de maneira, ‘furiosamente’ numa posição possível na língua para
ele. O sujeito é formado de um nome (substantivo), ‘ideias’, seguido de dois
modificadores (adjetivos), o que também é uma boa formação na língua. A
concordância de gênero e número foi realizada entre o núcleo nominal e os
modificadores, assim como a concordância de pessoa e número entre o sujeito e o
verbo. A formação morfológica dos vocábulos seguiu todas as regras. A flexão foi
afixada ao verbo após a raiz, por exemplo.
Por que “Ideias verdes incolores dormem
furiosamente.” é “estranha”?
Ela desrespeita a seleção semântica!

Ø Semanticamente, explique esta “estranheza”.

• Um famoso exemplo de anomalia semântica: ela é bem formada


sintaticamente, mas não semanticamente
O que Chomsky defendia?
• Que sentenças desse tipo podem ser interpretadas (ainda que poética ou
fantasiosamente) mais facilmente do que sentenças com má formação
sintática, que não poderiam sequer ser processadas, como:

(2) De cama mentetranquila na dorme bruços Maria.

• (2) faz menos sentido que (1): é improcessável, por não seguir as regras
sintáticas, embora a seleção semântica não tenha sido desrespeitada em
nenhum ponto.
• É mais fácil compreender sentenças sintaticamente bem formadas, mas
semanticamente falhas (as tais anomalias semânticas)?

• A sintaxe tem primazia sobre a semântica?


nenhum ponto. Para percebermos como é mais fácil compreender sentenças sintaticamente bem formadas,
semanticamente falhas (as tais anomalias semânticas), basta lermos Manoel de Barros:
Vamos
Leitura ler Manoel de Barros e refletir sobre aquelas perguntas...

Os deslimites da palavra Uma didática da invenção - I

Ando muito completo de vazios. Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:
Meu órgão de morrer me predomina. a) Que o esplendor da manhã não se abre com faca
Estou sem eternidades. b) O modo como as violetas preparam o dia para morrer
Não posso mais saber quando amanheço ontem. c) Por que é que as borboletas de tarjas vermelhas têm
Está rengo de mim o amanhecer. devoção por túmulos
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha. d) Se o homem que toca de tarde sua existência num
Atrás do ocaso fervem os insetos. fagote, tem salvação
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu e) Que um rio que flui entre 2 jacintos carrega mais
destino. ternura que um rio que flui entre 2 lagartos
Essas coisas me mudam para cisco. f) Como pegar na voz de um peixe
A minha independência tem algemas g) Qual o lado da noite que umedece primeiro.
etc.
etc.
etc.
Desaprender 8 horas por dia ensina os princípios.
Existem significados que não dependem da
sintaxe?
• Sim.

• Quando examinamos objetos maiores ou distintos de sentenças e de


suas partes, tais como enunciados, textos ou discursos, chegamos a
sentidos que não vieram (inteiramente) do material linguístico
presente.
Analise a frase:
“A porta está aberta”

Dita pela mulher ao marido, durante uma discussão, após ele ter dito que não
sabe como consegue conviver com ela.

Ø Qual interpretação o marido pode ter?

“Se é assim, vá embora da minha vida.”

Ø Em quais outros contextos aquela frase pode ter diferentes significados?


Leitura
Nos trechos
Nos trechosde Alice
de Alice no das
no país país das maravilhas,
maravilhas, de Lewis Carroll, de
comoLewis Carroll,
o que está como
fora da língua o que
interfere na está fora da
compreensão / criação
língua dos interfere
sentidos? na compreensão / criação dos sentidos?
- Veja, agora a senhora está bem melhor! Mas, francamente, acho que a senhora
devia ter uma dama de companhia!
- Aceito-a com todo prazer! — disse a Rainha. - Dois pence por semana e doce
todos os outros dias.
Alice não pôde deixar de rir, enquanto respondia:
- Não estou me candidatando... e não gosto tanto assim de doces.
- É doce de muito boa qualidade — afirmou a Rainha.
- Bom, hoje, pelo menos, não estou querendo.
- Hoje você não poderia ter, nem pelo menos nem pelo mais — disse a Rainha. - A
regra é: doce amanhã e doce ontem — e nunca doce hoje.
- Algumas vezes tem de ser “doce hoje” - objetou Alice.
- Não, não pode - disse a Rainha. Tem de ser sempre doce todos os outros dias; ora,
o dia de hoje não é outro dia qualquer, como você sabe.
Num dado momento, Alice encontrou muitos caminhos, que seguiam em
diferentes direções. Então ela perguntou a um gato, que estava sentado
numa árvore:
- Pode me dizer, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
- Isso depende muito de para onde você quer ir — respondeu o gato.
- Eu não sei.
O gato, então, respondeu sabiamente:
- Sendo assim, qualquer caminho serve.
(Carroll, Levis. As aventuras de Alice.3 ed. São Paulo, Summus, p.182. In: FIORIN.
Introdução à Linguística II. p.161).
Para ajudar a
pensar...
• Que dia é amanhã?

• Que dia é ontem?

• De que depende essa resposta?

• Como definir o caminho por


que Alice procura?
Vai além do
que é dito...

• Significado não se restringe ao que


é dito, mas depende também de
informações não linguísticas,
ligadas à situação de uso.

•O que é responsável pela


ambiguidade numa sentença?
Há contribuições para aquilo que entendemos numa comunicação com palavras que não se restringem
mas dependem também de informações não-linguísticas, ligadas à situação de uso. Há várias fontes
ØUmaDêboaosforma
vários significados
de identificá-las dos exemplos
é procurar abaixo
o responsável e indique oDê“culpado”
pela ambiguidade. os vários significado
abaixo
pelae indique o “culpado”
diversidade de pela diversidade de sentidos:
sentidos:
(1) O irmão de Maria bateu seu carro.
(2) Os estudantes revoltados reclamaram da nota na prova.
(3) O marido pegou o amigo da mulher entrando pela janela.
(4) No programa de hoje, Jô Soares vai discutir sexo com o Dr. Dráuzio Varella.
(5) Uma mulher gosta de um homem romântico.
(6) Quando tirei a foto das crianças, elas estavam subindo a escada.
(7) O cliente prefere frango ao molho de mostarda.
(8) Os coelhos estão prontos para comer.
(9) Júnior não trabalha oito horas por dia.
(10) Maria perdeu um papel da peça.
(11) Ontem vi a cadela da sua irmã na rua.
(12) João não pode nem passar perto de um bar.
(13) A crítica do autor foi dura.
(14) Romeu não chora mais porque Julieta partiu.
(15) A vaca foi pro brejo.
Muitos tipos de ambiguidade
• ambiguidade lexical

• ambiguidade sintática

• ambiguidade de escopo

• ambiguidade situacional

• ambiguidade semântica

Ø Procure exemplos de cada uma e tente distinguir uma da outra.

Ø Qual elemento é o responsável por mais de uma interpretação?


O que é pragmática?
uma introdução
Para além do significado linguístico

• O estudo do significado linguístico transborda as margens do que


fazem os semanticistas, as margens da semântica, ocupando também a
pauta das ciências cognitivas e, em particular, da Pragmática.

• Mas... o que é pragmática?


Analisemos um exemplo
Maria é a empregada de Joana. Ambas sabem que a roupa está estendida no
varal. De repente, Joana profere (1):

(1) Tá chovendo.

A Maria mais que depressa sai correndo para tirar a roupa do varal, dizendo:

(2) Já tô indo tirar a roupa do varal.

Ø Por que Maria agiu e falou dessa forma?


• Veja que os atos de Maria, inclusive o ato linguístico (seu proferimento),
não respondem ou se relacionam diretamente à sentença que Joana proferiu,
mas decorrem dela.

• Se atentarmos apenas para o significado da sentença, notaremos que a Joana


afirma que, no momento em que ela profere a sentença, é o caso de que está
chovendo e nada mais.

Ø Quais elementos dados pela situação de fala que constituem o


proferimento linguístico?
O cálculo inferencial

• Tanto a resposta quanto os atos de Maria mostram que ela entendeu o


pedido indireto de Joana. Esse significado é também linguístico,
porque ele depende do que foi dito na situação, mas ele não é
propriamente semântico, porque ele depende de um calculo
inferencial (da esfera da pragmática) que envolve elementos
contextuais a partir do significado da sentença, este sim objeto da
semântica.
• Ainda sobre “Tá chovendo”

Ø Em quais outros contextos temos a mesma semântica, mas diferentes


inferências?

• Deve haver uma mudança de fundo conversacional em que se dá a


interação linguística para haver mudança de inferências.
Significado da sentença
vs
Significado do falante

• À Semântica cabe o estudo do significado da sentença, enquanto cabe


à Pragmática o estudo do significado do falante.
A intenção do falante
• Uma maneira mais segura de separar a semântica da pragmática é através da
noção de intenção do falante:

• A pragmática busca reconstruir o que o falante quis dizer ao proferir uma


sentença, qual era a sua intenção comunicativa; é importante notar que se
trata de intenção comunicativa, isto é, o falante quer que o ouvinte perceba
sua intenção ao proferir uma dada sentença, o que o levou a dizer o que
disse.
Em suma, o que é pragmática?

• Estudo da linguagem em uso

• Como a linguagem é usada na comunicação

• Como as pessoas interpretam e produzem significado

• Como o contexto influencia o significado


Ponto de partida
• Estudos dos filósofos da linguagem, particularmente John Austin e Paul Grice.

• John Austin: a linguagem não tem uma função descritiva, mas uma função de agir.
Ao falar, o homem realiza atos.

• Paul Grice: a linguagem natural comunica maiso que aquilo que se significa num
enunciado, pois quando se fala, comunicamse também conteúdos implícitos.
Teorias da Pragmática
• Teoria dos Atos de Fala (J.L. Austin)

Os atos de fala são as diferentes formas pelas quais as palavras podem


ser usadas para fazer algo, além de transmitir informação. Existem três
tipos de atos de fala: locucionário, ilocucionário e perlocucionário.

• Teoria da Implicatura Conversacional (H.P. Grice)

As implicaturas conversacionais são informações que são sugeridas,


mas não explicitamente afirmadas na comunicação.
Por hoje é isso.

Até a próxima aula!

Você também pode gostar