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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Química Tecnológica
Laboratório de Termodinâmica
Departamento de Química

Tratamento estatístico de
dados experimentais- Parte II

Autoras: Amanda Damasceno


Thaís Freitas Ramos

Orientadora: Patrícia Santiago

Belo Horizonte, 10 de maio de 2022


1. OBJETIVO
Essa prática tem como objetivo estudar a dependência funcional entre altura e
volume de um tubo de vidro, para conseguir demonstrar a teoria desenvolvida para
o tratamento de dados experimentais, determinar o valor mais provável do diâmetro
d de um tubo cilíndrico utilizando a relação volume x altura e fazer a comparação do
valor do diâmetro calculado com as especificações do tubo fornecidas pelo
fabricante.

2. INTRODUÇÃO
Uma experiência de laboratório é um processo de se fazer uma observação.
Quando se deseja conhecer o valor de uma grandeza x, faz-se uma medida desta
quantidade.
Uma experiência aleatória é um processo que pode ser repetido em condições
idênticas tantas vezes quantas se queira e em que não se pode prever, em cada
realização, qual o resultado que se vai obter de entre um conjunto de resultados
possíveis conhecidos. Sendo assim, toda experiência realizada no laboratório é uma
experiência aleatória e deve ser distinguida de uma experiência determinística ideal,
onde as condições conhecidas determinam completamente o seu resultado.
Essa condição gera erros estatísticos ou aleatórios, que são resultantes de
variações no valor da grandeza, devido a fatores que não podem ser controlados ou
que por qualquer motivo não são controlados. Uma solução para minimizar os
efeitos de erros estatísticos consiste em repetir medidas, uma vez que o valor médio
de um grande número de medidas tem erro estatístico menor. Dessa forma, os erros
aleatórios são flutuações, para cima ou para baixo, que fazem com que
aproximadamente a metade das medidas realizadas de uma mesma grandeza
numa mesma situação experimental esteja desviada para mais, e a
outra metade seja desviada para menos. Os erros aleatórios afetam a precisão da
medida. Nem sempre se pode identificar as fontes de erros aleatórios.
Os erros aleatórios devem ser distinguidos dos erros sistemáticos que são erros
causados por fontes identificáveis, e, em princípio, podem ser eliminados ou
compensados. Erros sistemáticos fazem com que as medidas feitas estejam
consistentemente acima ou abaixo do valor real, prejudicando a exatidão da medida.

3. MATERIAIS E REAGENTES

3.1 Materiais
● Bureta de 50,00 mL;
● Tubo de vidro;
● Tubo de borracha;
● Régua milimetrada;
● Béquer;
● Pipeta pasteur;
● Suporte universal;
● Pinça dupla.
3.2 Reagentes
● Água Destilada.

4. PARTE EXPERIMENTAL
● Em um suporte universal, encaixe a pinça dupla e, em seguida, coloque em
um dos lados da pinça o tubo de vidro e, no outro lado, a bureta completa
com água destilada;
● Interligue o tubo de vidro e a ponta da bureta com o tubo de borracha;
● Abra a torneira da bureta e deixe escoar água até um limite escolhido,
marque-o e o nomeie de zero. Complete a bureta com mais água, se
necessário, utilize a pipeta pasteur;
● Escoa 1 mL de água da bureta para o tubo, observe e registre a altura da
água no tubo de vidro. Repita este processo por mais 4 vezes e anote
(Tabela 1);
● Retire a água do tubo com o auxílio do béquer, transfira para a bureta e,
novamente, transfira água para o tubo até o limite zero;
● Escoe água destilada para o tubo até completar uma altura de 20 cm. Anote
o resultado e repita essa prática por mais 4 vezes (Tabela 2);
● Meça, com a régua milimétrica, o diâmetro externo do tubo de vidro;
● Por fim, responda às seguintes perguntas:
a) Calcule, da tabela 2, o volume médio, os desvios (σi) das medidas com
relação a valor médio V e o desvio médio (σm). Calcule o diâmetro interno do
tubo, usando a relação matemática (volume de um cilindro é igual a área da
base vezes a altura) uma vez que temos o volume médio e a altura 20,0 cm.
b) Trace um gráfico de volume versus altura com o conjunto, de medidas {V,
h} obtidas na experiência da tabela 1. Calcule a inclinação, a, da melhor reta
que pode ser traçada por esses pontos. Caso a reta não passe pela origem
explicar a razão. Representa na reta as barras de erro usando o valor do
desvio médio (σm) de V admitindo que esse desvio é constante para
qualquer volume.

c) Calcule o valor de a utilizando a equação:

e compare com o valor obtido na questão anterior. Usando a equação:

calcule o desvio σa e a sua variância (σa 2 ).


d) Calcule o diâmetro interno do tubo a partir da área da base do cilindro (A =
¼ π d2 ) usando o valor de a da questão anterior e lembrando que a
representa ∆V/∆h.
e) Comparar o resultado com a especificação do tubo dada pelo fabricante.
f) Quais são os possíveis erros sistemáticos desta experiência?
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 1: Resultados Observados a partir da Bureta


h / cm V / cm3

7,1 1,0

13,1 2,0

19,5 3,0

25,1 4,0

31,5 5,0
Fonte: Autoria Própria

Tabela 2: Resultados Observados a partir do Tubo de Vidro

h / cm V / cm3

20,0 5,9

20,0 5,8

20,0 5,6

20,0 5,5

20,0 5,7
Fonte: Autoria Própria

Legenda:
● h: altura
● V: volume
● h / cm: representa o tubo de vidro
● V / cm3 : representa a bureta
● Diâmetro do tubo: externo = 6,0 mm

Tabela 3: Cálculos e Resultados Utilizando a Tabela 2

Valores Volume Desvio Desvio Variânci Desvio Diâmetr


Tabela 2 médio de uma médio a padrão o do
medida da Tubo de
média Vidro
(mm)

5,9 0,2
5,8 0,1

5,6 5,7 -0,1 0,12 0,02 0,1414 6,0


5,5 -0,2

5,7 0,0
Fonte: Autoria Própria

Diâmetro interno do tubo: d = 6

Gráfico 1: Resultados Observados a partir da Bureta Expressado em


Gráfico

Fonte: Autoria Própria

Legenda:
● Linha Azul: Gráfico da Expressão Linear da Tabela 1
● Linha Vermelha: Regressão Linear

Inclinação: a = (Yf - Yi)/(Xf = Xi) = 6


A reta não passa pela origem pelo fato dos valores coletados não serem exatos por
causa de fatores como erros aleatórios e sistemáticos.

Utilizando a equação , a = 6,08.


Nas duas equações para descobrir a inclinação da reta, deu valores aproximados.

Com o auxílio da equação , descobrimos que a variância = 0,965 e o


desvio = 0,98.
Infelizmente o fabricante não especificou o diâmetro que o tubo possui.
6. CONCLUSÃO
Após a realização do experimento e análise dos dados obtidos, concluiu-se que o
experimento nos deu a observação de acontecimentos de experiências aleatórias,
onde 1 mL de água pela bureta conseguimos observar valores diferentes em cada
escoamento, mostrando que não é possível prevermos o resultado final, outro
exemplo desse acontecimento no experimento é na tabela 2, onde a mesma altura
foi utilizada para fazer a medição do volume no tubo e mesmo a altura sendo a
mesma em toda prática o resultado de cada etapa foi diferente, mais uma vez não
sendo possível prever o resultado obtido. Além disso, conseguimos realizar a
medição do diâmetro do cilindro com os cálculos necessários e fazermos a
comparação com as especificações do tubo fornecidas pelo fabricante.
Logo, os objetivos da experiência foram atingidos de modo satisfatório, visto que
conseguimos estudar a dependência funcional entre altura e volume de um tubo de
vidro, calcular o diâmetro do tubo e entender de forma prática os conceitos de
experiência aleatória e determinística, erros aleatórios e sistemáticos.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- ALMEIDA, A.E. Tratamento Estatístico de Dados Experimentais. Santa
Catarina. UDESC LAGES, 2006. 12-16p.
2- CALADO, C.R.; PATRICIO, P. S. de O. GALVÃO, B. R. L. Apostila do Curso
Prático de Termodinâmica Química. Belo Horizonte. Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas Gerais, 2022. 27-29p.

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