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com
Emerson Felipe Félix1,*, Isabela da Silva Falcão1, Larissa Gabriela dos Santos1, Rogério Carrazedo2e Edna 4
Possan3 5
Abstrato:Neste trabalho apresentamos uma abordagem simples para avaliar a durabilidade do concreto usando a 12
técnica de simulação de Monte Carlo (MCS). Propõe-se um procedimento simples para prever a probabilidade de 13
despassivação de armaduras de estruturas de concreto submetidas à corrosão por CO2ou cloreto (Cl-) difusão. A 14
aplicabilidade é testada por meio de um estudo de caso de estruturas de concreto armado submetidas a diferentes 15
condições ambientais brasileiras. Eventos aleatórios foram gerados usando o MCS para criar vários cenários de vida do 16
projeto. Verifica-se que a probabilidade de início de corrosão por carbonatação é mais significativa em centros urbanos, 17
sendo que a resistência à compressão do concreto tem influência significativa na taxa de despassivação das armaduras. 18
Os resultados também mostraram que a probabilidade de despassivação devido à entrada de cloreto é influenciada 19
pelo teor de cloreto na superfície, cobertura de concreto, resistência à compressão, umidade relativa e temperatura, em 20
ordem de importância. Além disso, observou-se que abordagens puramente determinísticas não são capazes de avaliar 21
adequadamente os estados limites de durabilidade de estruturas de concreto na presença de CO2ou Cl-. Incorporando 22
abordagens probabilísticas, pode ser uma ferramenta valiosa na indústria da construção civil, para melhorar a 23
durabilidade, confiabilidade e segurança das estruturas de concreto. 24
25
Palavras-chave:Estados limite de durabilidade; carbonatação do concreto; difusão de cloreto; Simulação de Monte Carlo 26
27
1. Introdução 28
Gerenciar a durabilidade da infraestrutura civil envolve altos custos e, com recursos públicos 29
Citação:A ser adicionado pela equipe
Segundo Helene [9] e Tuutti [10], a corrosão geralmente está associada à carbonatação 45
do concreto (difusão de CO2) ou difusão de cloretos presentes na atmosfera. Independente 46
do processo corrosivo, o mecanismo pode ser dividido em duas etapas, iniciação e 47
propagação, sendo a transição caracterizada pela despassivação do aço, na qual a 48
profundidade de difusão do agente agressivo (yd) é igual ao cobrimento de concreto (Cnome). A 49
Figura 1 exemplifica as etapas de iniciação, despassivação e propagação, no caso da 50
corrosão por carbonatação. A corrosão por cloreto pode ser descrita de forma análoga, mas 51
pelo agente de corrosão e como ele se propaga. 52
53
Figura 1.Corrosão de armaduras em estruturas de RC devido ao CO2difusão. 54
procedimento de análise por amostragem [36,38]. Assim, o acoplamento das leis de difusão com 87
algoritmos de confiabilidade, como o método de Monte Carlo, resulta em uma abordagem mais 88
consistente, abrangente e confiável do que os processos determinísticos, como mostram os trabalhos 89
recentes que tratam da vida útil de estruturas de concreto armado submetidas a corrosão 90
[21,30,34,36,39,40]. 91
Por exemplo, Liberati et al. [30] utilizaram uma abordagem probabilística para analisar a 92
durabilidade de uma viga projetada de acordo com as normas brasileiras de projeto estrutural NBR 6118 93
[41]. O início da corrosão foi determinado usando a lei de difusão de Fick, enquanto as leis de corrosão 94
de Faraday são adotadas para modelar a perda de metal. A probabilidade de falha estrutural foi 95
determinada usando a simulação de Monte Carlo. Os resultados indicaram que os procedimentos de 96
dimensionamento apresentados em [41] levam a probabilidades de falha estrutural com os valores de 97
segurança recomendados por [42], que variam de 10-3para 10-4. 98
Aslani e Dehstani [34] realizaram uma análise de confiabilidade no desempenho de 99
estruturas de concreto sob corrosão. A simulação de Monte Carlo foi usada para prever o 100
início da corrosão e a vida útil residual associada à propagação da trinca até a falha. 101
Concluíram que o processo estocástico gama é adequado para avaliar a probabilidade de 102
falha associada ao estado limite de capacidade de carga e a técnica de simulação de Monte 103
Carlo é adequada para avaliar a probabilidade de falha associada ao estado limite de 104
utilização. 105
Lizarazo-Marriaga et al. [39] propuseram um método probabilístico baseado em Monte Carlo para 106
estimar o início da corrosão em concreto de cinza volante. O coeficiente de difusão de cloretos, a 107
porosidade do concreto e as concentrações externas de cloretos foram usados como parâmetros 108
estocásticos. Os resultados demonstraram que uma abordagem probabilística para avaliar a 109
probabilidade do início da corrosão é viável. 110
Diferentes cenários considerando o tempo de início da corrosão e a influência do coeficiente 111
de difusão de cloreto para diferentes carregamentos foram propostos e analisados por [21]. Os 112
autores realizaram análises estocásticas para determinar a probabilidade de falha das barras de 113
aço e avaliar as influências dos fatores internos e externos. Os resultados mostram que 114
abordagens estocásticas aliadas a soluções avançadas permitem, de forma mais completa, a 115
tomada de decisões de sustentabilidade durante a fase de projeto, manutenção, inspeções e 116
reparos. 117
Embora tenha havido avanços no estudo da corrosão do concreto armado, os métodos 118
probabilísticos apresentam certo nível de complexidade que impede sua disseminação entre 119
os projetistas e no setor da construção civil. 120
Ao fornecer um método de cálculo simplificado, projetistas e engenheiros podem incorporar mais 121
facilmente considerações de durabilidade em seus projetos, levando a estruturas mais capazes de 122
resistir à corrosão e manter sua integridade estrutural ao longo do tempo. Isso pode resultar em 123
economia de custos, reduzindo a necessidade de manutenção e reparos dispendiosos durante a vida útil 124
da estrutura. 125
Nesse sentido, neste trabalho acoplamos modelos analíticos para difusão de Cl-e companhia2 126
em concreto e a técnica de simulação de Monte Carlo para gerar uma abordagem simples, porém 127
eficiente, para estimar a probabilidade de despassivação da armadura de estruturas de concreto em 128
ambientes urbanos. Para mostrar a aplicabilidade da abordagem, é apresentado um estudo de caso com 129
cinco condições ambientais brasileiras e concretos produzidos com misturas distintas. 130
2. Modelagem 131
A abordagem proposta para estimar a probabilidade de despassivação do reforço 132
devido ao CO2ou difusão de íons cloretos é mostrada na Figura 2. A primeira etapa consiste 133
em coletar dados e definir as condições de contorno da estrutura, como a geometria do 134
elemento estrutural, a taxa de armadura e sua cobertura, as condições de exposição do 135
ambiente circundante e as características dos materiais constituintes. 136
Na segunda etapa, é definido o agente agressivo ao qual o concreto está exposto. 137
Entrada de CO2é indicada para ambientes urbanos distantes do litoral, e ingresso de Cl-para 138
estruturas localizadas em regiões costeiras e próximas ao mar. O efeito combinado de 139
Edifícios2023,13, x PARA AVALIAÇÃO POR PARES 4 de 21
os dois agentes agressores não é abordado neste trabalho e pode ser visto em Felix et al. [18] e 140
Zhu et al. [43]. 141
142
Figura 2.Fluxograma da abordagem probabilística. 143
Na terceira etapa do processo é criado o banco de dados de amostras para análises 144
probabilísticas. As amostras são criadas usando a técnica de amostragem de importância [44]. 145
Essas amostras são criadas para os principais parâmetros envolvidos no fenômeno da corrosão: 146
resistência à compressão do concreto, cobertura da armadura, temperatura, umidade relativa do 147
ar, condição de exposição à chuva e níveis de CO2e Cl-presente na atmosfera. 148
Por fim, a quarta e última etapa é o processo de determinação da probabilidade de despassivação, 149
que é a probabilidade de iniciação da corrosão, onde são utilizadas formulações analíticas para 150
representar a difusão de agentes agressivos. As simulações foram realizadas usando a técnica de 151
simulação de Monte Carlo. As formulações usadas para mapear a difusão de CO2 152
Edifícios2023,13, x PARA AVALIAÇÃO POR PARES 5 de 21
e cloretos e o acoplamento destes modelos com a simulação de Monte Carlo são definidos a 153
seguir. 154
192
ondePfé a probabilidade de falha,fx(X)é a função de densidade de probabilidade conjunta (PDF conjunta) 220
das variáveisx. 221
As amostras utilizadas para calcular a probabilidade de falha são construídas com base 222
na distribuição estatística atribuída à variável aleatória do problema. Como o método é 223
baseado na simulação da função de estado limite, quanto maior a amostra gerada, mais 224
precisa é a descrição da probabilidade de falha ou confiabilidade determinada [51]. 225
A avaliação da integral definida na Equação (3) é quase impossível, exigindo métodos e 226
procedimentos alternativos baseados no conceito de índice de confiabilidade β[51]. O índice 227
de confiabilidade é definido como a distância entre o ponto médio e o ponto de falha alocado 228
na função de estado limite,G(X) = 0, e está relacionado com a probabilidade de falha através 229
da função de distribuição normal padrão cumulativaϕ, conforme a Equação (4). 230
231
= (− ) (4)
O método de simulação de Monte Carlo consiste em construir amostras para as variáveis 232
aleatórias envolvidas no problema. Assim, a probabilidade de falha é calculada por meio de um 233
estimador baseado na avaliação da função de estado limite, conforme a Equação (5). Estimador 234
eu(xeu)é calculado usando a Equação (6), assumindo valores de 1 ou 0, falha ou não, 235
respectivamente 236
1, ( ) ≤ 0
( ) = { (6)
0, ( ) > 0
O valor médioeu(xeu)será uma estimativa para a probabilidade de falha, então, de acordo com a 237
Equação (7), a probabilidade de falha pode ser estimada para todo o banco de dados da amostra. 238
1
= [ ( )] = ∑ ( ) (7)
=1
ondeNé o número de simulações, ou seja, o número de avaliações da equação de estado limite. 239
Neste trabalho, as amostras foram definidas pela técnica de Amostra de Importância. Para 240
Jacquemart et al. [44], a Amostra de Importância é uma abordagem teórica interessante para 241
estimar probabilidades de eventos raros em um processo de Markov contínuo. 242
Uma vez definido o método para estimar a probabilidade de falha, resta apenas definir a 243
equação do estado limite. Dois são usados neste trabalho,G1eG2, referindo-se à probabilidade de 244
iniciação de corrosão devido à carbonatação do concreto ou difusão de cloreto, respectivamente. 245
As equações (8) e (9) mostram os dois estados limites. 246
1 2. 4 . (0,01. 2−0.68)2
20 2 [( ) − ( )]
1( ) = 3− { .( ) .() . 60+ 1 100+ 1
} (8)
1 20
0,72. 0,1. 6
0,7 5
2( ) = 3− {7,35 [ ] √ } (9)
1. 1. 2(1 + )0,2
Edifícios2023,13, x PARA AVALIAÇÃO POR PARES 8 de 21
264
Figura 3.Dimensões das vigas de seção transversal (em mm) e condições de exposição da superfície. 265
função de distribuição que melhor ajustou a amostra. Para a análise, as funções de distribuição 277
Normal, Lognormal, Logística, Gama, Weibull e Normal com transformação de Johnson foram 278
testadas para definir a melhor função de distribuição. 279
280
Figura 4.Frequência de distribuição da umidade média mensal para as cidades. 281
− 14.2510
= −0,206242 + 0,649269 ∙ ( ) (10)
26,8126 −
− 23.0873
= −0,760113 + 0,865030 ∙ ( ) (11)
84.0951 −
− 67,5460
= 0,409589 + 1,01403 ∙ ( ) (12)
91.4887 −
− 59,7484
= −0,543247 + 0,876466 ∙ ( ) (13)
88.8229 −
ondeTtransrefere-se à variável de temperatura transformada,Té a temperatura média 289
(°C),URé a umidade relativa média (%) eURtransé a umidade após a transformação de 290
Johnson. 291
Edifícios2023,13, x PARA AVALIAÇÃO POR PARES 10 de 21
292
Figura 5.Frequência de distribuição das temperaturas médias mensais para as cidades. 293
Devido à falta de dados sobre o CO2concentração e teor de cloreto para as cidades 294
analisadas, foram utilizados os dados do país, apresentados pelo CO2Bureau de níveis[53] e 295
Liberati et al. [30], respectivamente. Os dados representam a distribuição para o ambiente 296
urbano brasileiro. A média, o desvio e as funções usadas para esses dados podem ser vistas 297
na Tabela 6. 298
Tabela 6.Parâmetros estatísticos de CO2e Cl-, resistência à compressão e cobrimento do concreto. 299
4. Resultados 310
Os resultados das simulações, realizadas com o estudo de caso, são descritos e discutidos a 311
seguir. A análise do estado limite de durabilidade (DSL), referente à despassivação da armadura e 312
ao início da degradação da armadura, foi realizada considerando uma aplicação determinística das 313
equações (1) e (2) e uma abordagem probabilística. 314
324
Figura 6.CO2e profundidade de difusão de cloretos para os cenários simulados. 325
Edifícios2023,13, x PARA AVALIAÇÃO POR PARES 12 de 21
Com base na Figura 6, não há ocorrência de despassivação das armaduras por carbonatação para 326
estruturas de concreto localizadas em ambientes externos expostos à chuva. Para estruturas localizadas 327
em ambientes internos e abrigados da chuva, a despassivação ocorre em todos os casos. 328
329
Considerando uma estrutura localizada próxima ao mar, a despassivação ocorre devido 330
à difusão de cloretos. Em Florianópolis e Fortaleza, conforme mostra a Figura 6, a 331
profundidade de difusão dos cloretos ao final da análise é de duas a quatro vezes maior que 332
a profundidade da carbonatação, mostrando que a ação dos cloretos é mais significativa e 333
agressiva, conforme relatado por Taffese e Sistonen [46]. No entanto, para Zhu et al. [40], nos 334
casos em que há ação combinada de cloretos e CO2, o início da corrosão deve ser analisado 335
considerando a ação simultânea dos dois mecanismos. Também deve ser considerado um 336
efeito sinérgico entre os agentes agressores, podendo reduzir a vida útil da estrutura em até 337
40% [43]. 338
A Figura 6 também indica que, para os requisitos de durabilidade da norma brasileira (NBR 339
15575 [55]), o cobrimento especificado e a resistência à compressão são atendidos dependendo 340
das condições de exposição. Assim, a agressividade do ambiente deve ser cuidadosamente 341
definida na fase de projeto para que o elemento estrutural atenda a sua vida útil. 342
354
Figura 7.Índice de confiabilidade vs. amostra numérica na despassivação por (a) CO2e (b) Cl-difusão. 355
As Figuras 7.a e 7.b mostram que o número de amostras entre 30.000 e 50.000 é 356
suficiente para convergir o índice de confiabilidade e a probabilidade de falha da estrutura. 357
Uma vez definido o número de amostras, é possível estimar a probabilidade de 358
despassivação considerando os cenários simulados. 359
Os resultados apresentados na Figura 8 mostram que a probabilidade de despassivação do 360
reforço devido ao CO2a difusão é aproximadamente zero nos primeiros dez anos, para qualquer 361
condição de exposição à chuva. Ao analisar o processo de carbonatação em ambiente externo e 362
exposto à chuva, a probabilidade de despassivação após 50 anos é inferior a 10%, o que atende ao 363
estado limite de durabilidade, sendo uma probabilidade aceitável para a despassivação de 364
armaduras de estruturas de concreto [56] . O estado limite de durabilidade marca o 365
Edifícios2023,13, x PARA AVALIAÇÃO POR PARES 13 de 21
início da falha de durabilidade como a despassivação do reforço em uma estrutura de RC [57]. De acordo 366
com a ISO 13823:2008 [58], o estado limite de durabilidade é atingido quando o índice de confiabilidade 367
excede o valor de 1,6, o que equivale a uma probabilidade de falha de 0,2. 368
369
Figura 8.Probabilidade de despassivação devido ao CO2e Cl-difusão. 370
a agressividade é definida principalmente pela resistência do concreto, ou seja, sua qualidade, e 386
que no concreto sem adições a curva de probabilidade apresenta altas taxas de crescimento nos 387
primeiros anos. Os autores [36] mostraram que se metacaulim é adicionado para produzir o 388
concreto, a probabilidade de despassivação diminui e o início da corrosão é adiado. 389
Para avaliar a influência dos parâmetros de entrada, uma análise de sensibilidade das variáveis 390
aleatórias consideradas na abordagem probabilística é mostrada na Figura 9. Enquanto a figura 9.a está 391
relacionada aos parâmetros de entrada na análise com CO2difusão em estruturas de concreto em 392
Manaus, Brasília e São Paulo, a Figura 9.b está relacionada aos parâmetros de entrada na simulação 393
considerando Cl-difusão em Fortaleza e Florianópolis. 394
395
Figura 9.Análise de sensibilidade considerando a despassivação devido a (a) CO2e (b) Cl-difusão. 396
410
Figura 10.Probabilidade de despassivação em função tipo de cimento e para (a) CO2ou (b) Cl-difusão. 411
Edifícios2023,13, x PARA AVALIAÇÃO POR PARES 15 de 21
A Figura 10.a mostra que as vigas produzidas com os cimentos CEM III/A ou CEM 412
IV/A e CEM IV/B têm maior probabilidade de despassivação por carbonatação e menor 413
durabilidade, o inverso da despassivação por difusão de cloretos (Figura 10.b). Jiang et 414
ai. [59] e Possan et al. [16] relatam a existência de influência negativa do uso de adições 415
no processo de carbonatação devido à redução da reserva alcalina do concreto quando 416
produzido com CEM III/A ou CEM IV/A e CEM IV/B, que possuem altos teores de escória 417
(de 35 a 70%) e pozolana (de 15 a 50%) em suas composições, respectivamente. 418
Entretanto, Andrade [28] relata que os concretos CEM III/A e CEM IV/A e CEM IV/B são 419
mais resistentes ao ingresso de cloretos. Rasheduzzafar e cols. [60] e Helene [9] relatam 420
que os íons de cloreto se combinam com o aluminato tricálcico (C3A) para produzir Sal 421
de Friedel, 422
423
Além disso, embora os cimentos CEM II/AS e CEMII/BS E e CEM II/AV possuam adições em sua 424
composição (escória e pozolana, respectivamente), as profundidades de carbonatação foram inferiores 425
às obtidas em vigas produzidas com CEM III/A ou CEM IV /A e CEM IV/B, pois os cimentos possuem 426
teores de adição significativamente menores, portanto com baixa reserva de íons alcalinos, mas 427
suficientes para melhorar a qualidade geral do concreto. A mesma análise se aplica às maiores 428
profundidades de difusão de cloretos observadas nos cimentos CEM II/BS e CP CEM II/AV, e menores 429
profundidades nos cimentos CEM III/A, CEM IV/A e CEM IV/B. 430
Assim, os tipos de cimento que apresentam maior durabilidade à carbonatação e ao 431
ingresso de cloretos foram o CEM III/A e o CEM IV/A e o CEM IV/B, respectivamente. A Figura 432
11 mostra a probabilidade de despassivação da armadura em relação às simulações da viga 433
produzida com cimento CEM III/A e CEM I, com diferentes resistências à compressão do 434
concreto (30, 40 e 50 MPa), em dois cenários ambientais, as cidades de São Paulo e 435
Florianópolis . 436
437
Figura 11.Probabilidade de despassivação em função do cobrimento de concreto na estrutura de 50 anos para 438
(a) São Paulo e (b) Florianópolis. 439
456
Figura 12.Probabilidade de despassivação em função do cobrimento e idade da estrutura para uma viga de concreto 457
localizada em (a) São Paulo - considerando o processo de carbonatação e (b) Florianópolis - considerando a difusão de 458
cloretos. 459
Como antes, a primeira subfigura 12.a refere-se a uma viga de concreto submetida à penetração 460
de dióxido de carbono em São Paulo em ambiente interno protegido da chuva. A segunda subfigura 12.b 461
refere-se a um feixe sujeito à difusão de cloretos em Florianópolis. Os parâmetros ambientais 462
empregados na simulação foram definidos nas Tabelas 5 e 6. A probabilidade de despassivação é maior 463
para a entrada de cloretos, mesmo com um recobrimento de 40 mm. Para garantir a proteção, o 464
cobrimento de concreto deve ser aumentado. De acordo com Palm e cols. [61], a associação de 465
cobrimento de concreto e boas práticas de construção deve ser pensada em todos os projetos para 466
aumentar a vida útil e a durabilidade. 467
5. Conclusões 468
Neste trabalho, uma abordagem baseada na simulação de Monte Carlo foi estabelecida para determinar 469
a probabilidade de despassivação da armadura de estruturas de concreto. Para mostrar a aplicabilidade da 470
abordagem, um estudo de caso foi apresentado, onde cinco condições de exposição de ambientes brasileiros 471
foram simuladas considerando diferentes combinações de concreto. 472
Com base nos resultados, foi possível tirar as seguintes conclusões: 473
Edifícios2023,13, x PARA AVALIAÇÃO POR PARES 17 de 21
Financiamento:Esta pesquisa foi aprovada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 516
Tecnológico (CNPq 141078/2018 e CNPq 310564/2018-2), pela Coordenação de Aperfeiçoamento de 517
Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código Financeiro 001 e pelo EDITAL 01/2023- PROPe/PROPEG 518
da Universidade Estadual Paulista. 519
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