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GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

FERNANDO JOSÉ OLIVEIRA SANTOS

PRODUÇÃO TEXTUAL
INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL

Cachoeiras de Macacu
2022
FERNANDO JOSÉ OLIVEIRA SANTOS

PRODUÇÃO TEXTUAL
INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL -PTI

Trabalho apresentado à Universidade Norte do


Paraná, como requisito parcial à aprovação no
segundo semestre do curso de Educação
Física.

Cachoeiras de Macacu
2022
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................................3
DESENVOLVIMENTO.............................................................................................................4
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................8
REFERÊNCIAS..........................................................................................................................9
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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como principal objetivo, demonstrar e estudar sobre a possibilidade de
inclusão de participação de alunos com limitações psicomotoras nas atividades de educação
física e como a utilização da tecnologia e E-Games podem ajudar, através de análise em
diversas literaturas.
Dando ênfase que esse tema a necessidade de atenção indiscutível, pois através do mesmo o
desenvolvimento do profissional de Educação Física torna-se extremamente adaptável, tendo
em vista queque dado estudo possibilita um melhor entendimento de como lhe dar com alunos
com mobilidade reduzida ou necessidades especiais e impedir que haja qualquer tipo de
exclusão para com os mesmos.
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DESENVOLVIMENTO

SITUAÇÃO PROBLEMA: ALUNO COM PARALISIA CEREBRAL

Segundo Werner (1967), a paralisia cerebral (PC) é um distúrbio da postura e do movimento,


resultante de encefalopatia não-progressiva nos períodos pré, peri ou pós-natal, com
localização única ou múltipla no cérebro imaturo. Essa lesão cerebral pode resultar em
comprometimentos neuromotores variados que, geralmente, estão associados à gravidade da
sequela e à idade da criança.
Também denominada Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância (ECNPI), é definida
como um grupo de desordens do movimento e da postura, que causa limitação de atividades
funcionais que podem acometer várias áreas do cérebro fetal ou infantil. Envolve aspectos
pré-natais (malformações do Sistema Nervoso Central, infecções congênitas e quadros de
hipóxia), perinatais (anóxia) e pós-natais (meningites, infecções, lesões traumáticas e
tumorais).
Pessoas acometidas pela paralisia cerebral apresentam maior risco de comorbidades clínicas
porque ao se envolverem em atividades que cadenciam de um tipo de energia para o corpo, o
cérebro diminui a capacidade de reconhecer ou produzir outros hormônios necessários, como
por exemplo as necessidades fisiológicas ligadas a respiração, sendo as que mais
frequentemente levam a internações e óbito.
Segundo Ferreira, (2012) a dança é um dos meios de expressão corporal mais importantes,
que caracteriza o movimento, a estética e o ritmo. Encontrou-se ainda que a dança surge como
uma manifestação artística visível que permite captar o invisível, o que há de mais profundo.
O movimento corporal possibilita ao indivíduo sentir o mundo, e com isso, que ele também
seja sentido. Por conta disso incluiria um aluno com paralisia cerebral, seguindo o exemplo do
professor Jean (Tiktoker) utilizando do próprio corpo como ferramenta de mobilidade para
alunos com limitações físicas, carregando e realizando movimentos que os alunos são
impossibilitados, tornando-se assim extensão do modo de expressão dos mesmos.
Usando a dança de forma inclusiva e democrática, solicitaria que os alunos demonstrassem
suas maneiras de dançar, comprovando assim através da prática que cada indivíduo pode se
expressar de forma diferente, tanto individualmente, quanto de forma coletiva e que cada um
tem habilidades distintas, não mostrando-se melhor ou pior que outros.
Atualmente as crianças, são conhecidas como nativas digitais, onde as mesmas têm mais
facilidade e capacidade de interagir com o meio do que os adultos. Através do exposto
anterior podemos utilizar dessa capacidade para gerar interesse nas atividades físicas.
Vale ressaltar que por mais que muitos de nós adultos julguemos a era digital como algo
nocivo para as crianças e que pode gerar sedentarismo, devemos abraçar dado
desenvolvimento e utilizar do mesmo.
Não importa quanto os Imigrantes desejem, os Nativos Digitais não voltarão atrás. Em
primeiro lugar, não funcionaria: seus cérebros provavelmente já possuem padrões diferentes
dos nossos. Em segundo lugar, seria um insulto a tudo que sabemos. Adultos Imigrantes
inteligentes aceitam a ideia de que não sabem tanto a respeito deste novo mundo e aproveitam
para aprender e integrar-se. Imigrantes não inteligentes (...) passam a maior parte de seu
tempo lamentando o quanto as coisas eram boas no “velho mundo”. (PRENSKY, 2010, p. 45)
Quando inserimos e estabelecemos processos comunicativos diversificados, provocando uma
interação que vai desde o contato entre pessoas diferentes, como a relação entre
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conhecimentos e aprendizagens distintas, permitimos que todos passem por desenvolvimento


e aprendizado.
Nessa perspectiva, é preciso perceber o contexto educativo como “um conjunto de
circunstancias relevantes que propiciam ao aluno (re)construir o conhecimento dos quais são
elementos inerentes o conteúdo, o professor, sua ação e os objetos histórico-culturais que o
constituem.” (ALMEIDA, 2009, p. 77).
Através da citação acima entendemos que caso a escola não esteja preparada para agregar o
conteúdo digital nas aulas de educação física, acabará tendo que competir com o mesmo,
deixando de ser uma prática prazerosa para os alunos.
Acredito que o uso de E-games na educação física inclusiva apresenta possibilidades
ilimitadas, de acordo com a criatividade do profissional.
O uso de videogames através de jogos que reconhecem movimentos através do uso de
câmeras integradas e até mesmo óculos de realidade virtual, geram a necessidade de
exercícios aeróbicos onde enquanto alguns alunos participam ativamente os outros manterão a
atenção fixa no jogo e no desenvolvimento de seus colegas.
Utilizando da atividade acima com alunos com paralisia cerebral, os mesmos estariam
dispostos das duas formas, tanto como participante ativo como expectador, tendo em vista que
com auxílio do professor grande parte dos movimentos pode ser realizado e que alguns jogos
utilizando os óculos de realidade virtual, tornam necessárias só a utilização dos óculos e de
controle.
Segundo Mazzota (2003), o Brasil é grande a falta de atendimento adequado às necessidades
escolares de crianças com dificuldades de aprendizagem, capaz de diminuir o índice de
evasão e repetência escolar.
Temos que admitir que a Educação Especial na política educacional brasileira, infelizmente é
vista como uma parte indesejável e, muitas vezes, atribuída como assistência aos deficientes e
não como educação de alunos que apresentam deficiência.
No entanto, devemos entender que as atividades físicas para deficientes devem ser tratadas
como a possibilidade de reabilitar e introduzir alunos num ambiente saudável e confortável,
gerando um desenvolvimento e perspectivaria para esse aluno..
Torna-se indispensável ao profissional de educação física os conhecimentos necessários para
promover o desenvolvimento, a formação humana, a saúde e qualidade de vida deste público
específico são:
1 – A identificação e compreensão da limitação de cada indivíduo;
2 – A percepção da necessidade de estimulação motora;
3 – A capacidade de estimulação de habilidades básicas não limitantes;
4 – Conhecimento de como realizar a iniciação esportiva nesses indivíduos;
5 – Não menos importante a capacidade de entender e identificar as limitações psicológicas
do aluno.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebi nesse trabalho que tratamos por muito tempo a tecnologia como algo competitivo com
a educação física, quando na verdade temos a disponibilidade da mesma para tornar a aula
algo inclusivo e interessante para os alunos, trazendo assim a possibilidade do
desenvolvimento de uma nova Educação Física, que deve ser fundamentada nos conceitos da
Educação Especial e inclusiva, que muito tem se transformado através do aproveitamento da
tecnologia.
Torna-se gritante também a necessidade do entendimento do profissional de educação física a
cerca da educação especial e o foco para que a mesma não se torne algo piedoso, mas sim
igualitário e equânime para esses alunos.
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REFERÊNCIAS

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com paralisia cerebral diparética espástica. Revista Neurociências, 2007. Disponível em:
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2015%2002-3.pdf> Acessado em: 22 de setembro de 2022

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http://www.usc.br/biblioteca/salusvita/salusvita_v29_n2_2010_art_06_por.pdf
Acessado em 28 de novembro de 2022.

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