Quantificação de isoorientina e flavonóides totais em polpa de
frutos de Passiflora edulis por HPLC-UV/DAD
O estudo de caso se trata de um trabalho que utiliza HPLC-UV/DAD
(cromatografia líquida de alta eficiência com detecção por arranjo de fotodiodos) para realizar a quantificação de isoorientina e flavonoides na poupa de um fruto chamado Passiflora edulis conhecida popularmente como maracujá. O trabalho visou realizar essas quantificações utilizando métodos de adição de padrão para a isoorientina, e para os flavonoides, utilizar o método de padrão externo. O trabalho relata o desenvolvimento e validação de um método para quantificação de flavonoides na polpa de maracujá utilizando HPLC-UV/DAD, pois o autor relata a inexistência de um método para tal fim. O autor relata que para a análise quantitativa foram utilizadas duas estratégias, a primeira ficando na determinação de flavonoides totais utilizando rutina padrão, com o intuito de aplicá-la em análises de rotina de flavonoides totais em P. edulis. O segundo procedimento utilizado se tratava de um método específico para quantificação de isoorientina, que se trata de um composto utilizado como variável dependente na otimização de extração de flavonoides por metodologia de desenho experimental. No preparo das amostras, o autor relata que foram realizados experimentos para avaliar a influência e interação do solvente (metanol ou etanol), porcentagem de solvente em H2O (100% ou 60%) e os intervalos de tempo de extração (1,5 ou 3,0 min) na extração. Para calcular os efeitos e traçar o gráfico foi utilizado o software STATISTICA 7.0. As análises de HPLC-UV/DAD, o autor relata que foram realizadas em um cromatógrafo líquido Waters Alliance 2695 (Milford, MA, EUA) conectado a um arranjo de diodos modelo 2996 (DAD) controlado pelo software Waters Empower. A coluna utilizada foi uma C18 Symmetry (250 mm de comprimento x 4,6 mm de diâmetro interno; 5μm), precedida por uma coluna de guarda (2,0 cm de comprimento x 4,0 mm de diâmetro interno; 5 μm), que possuía a mesma fase estacionária. As amostras foram injetadas automaticamente (10μL). A coluna e a coluna de guarda foram ajustadas termostaticamente a 40 °C e uma taxa de fluxo de 0,8 mL .min-1 foi aplicada, utilizando um gradiente linear de 0,2% de ácido fórmico em água (solvente A) e 0,2% de ácido fórmico em acetonitrila (solvente B). Os gradientes otimizados empregados em extratos de maracujá foram: 0–10 min, 12%–16% B em A e 10–30 min, 16–20% B em A. O cromatograma foi monitorado a 330 nm e os espectros UV de cada picos foram registrados na faixa de 200- 400 nm. As análises LC-MS/MS foram realizadas em um espectrômetro de massa triplo quadrupolo Waters Micromass Quattro Última Platinum acoplado a um cromatógrafo líquido Alliance 2690 (Waters, Milford, MA, EUA). A coluna e a condição cromatográfica foram as mesmas usadas para a análise por HPLC. O efluente de LC foi dividido usando um divisor T para produzir um fluxo de 0,2 mL minÿ1. O espectrômetro de massa foi equipado com uma fonte Z-spray para ionização por eletrospray (ESI) no modo negativo. A energia de colisão foi de 18 eV. As voltagens capilares e de cone foram ajustadas em 3,2 kV e 50 V, respectivamente, e a fonte de temperatura foi mantida em 125°C enquanto a temperatura de dessolvatação foi mantida em 250°C. O nitrogênio foi usado como cone e gás de dessolvatação a uma taxa de fluxo de 88 L hÿ1 e 502 L hÿ1, respectivamente. No procedimento foram realizados procedimentos de calibração, como a determinação da linearidade, de precisão, de limite de detecção (LOD) e limite de quantificação (LOQ). O LOD e o LOQ foram determinados experimentalmente pela injeção em triplicata de soluções padrão de isoorientina e rutina diluídas em etanol 80% até que a relação sinal-ruido para os padrões atingisse uma relação de 3:1 para LOD e de 10:1para LOQ. Com relação a quantificação da isoorientina na polpa do maracujá, a quantificação ocorreu utilizando o método de adição de padrão, utilizando curvas analíticas construídas a partir de amostras enriquecidas com uma solução estoque de isoorientina (300,0 mg Lÿ1 em metanol 80%) para atingir uma concentração final na faixa de 5,0 a 80 mg. L-1. O procedimento foi repetido em triplicata e a quantidade de isoorientina foi calculada com base no pico em ÿ= 330 nm. Já os flavonoides totais foram determinados pelo método do padrão externo, utilizado rutina como referência. As soluções padrão (50 a 250 mg. Lÿ-1) foram preparadas em metanol 80%. O conteúdo total de flavonoides de cada amostra de polpa foi determinado pela soma das áreas em ÿ = 330 nm de todos os picos identificados por UV/DAD como sendo flavonoides, portanto, a concentração correspondente de flavonoides foi calculada com base na curva analítica, repetindo o procedimento em triplicata. No processo de quantificação dos flavonoides, foi realizado um processo de otimização das condições da HPLC, o que o autor relata que foi uma tarefa difícil, logo, foram utilizadas diferentes programações de gradiente, vazão (0,8; 1,0;1,2 ml. Minÿ-1) e temperatura (35; 40; 45 °C) foram testadas. A detecção em ÿ = 330 nm provou alta sensibilidade para a maioria dos flavonoides do maracujá. Os picos de flavonoides foram identificados pelos seus respectivos espectros de UV/DAD devido ao padrão espectral UV característico (Banda I, ÿmax em torno de 300-350 nm e Banda II, ÿmax em torno de 230-280 nm). O autor relata que o padrão utilizado é de suma importância e permite seleção dos picos usando software para análise quantitativa, não se fazendo necessário um detector de massa. A confirmação da presença da isoorientina foi confirmada utilizando HPLC-UV/DAD e LC-MS/MS. De acordo com o autor, íons de fragmentos característicos de flavonas C-glicosídeos foram observados nos espectros de MS/MS da isoorientina . A quantificação da isoorientina foi realizada pelo método de adição de padrão, uma vez que a polpa do maracujá é uma matriz amostral complexa. Para a rutina foi utilizado o método do padrão externo. Os resultados obtidos sugerem que o método de HPLC proposto é suficientemente sensível para determinar flavonoides na polpa do maracujá. Os dados quantitativos indicaram que o principal flavonoide, a isoorientina representou 19% dos falvonoides na polpa do maracujá, já o conteúdo total de flavonoides encontrados na polpa do maracujá foi bastante significativo (~0,16 mg flavonóide mLÿ1 de polpa) quando comparada com outras bebidas que são fontes de flavonoides, como suco de laranja e caldo de cana. Como conclusão do trabalho, o autor conclui que a análise de HPLC- UV/DAD se mostrou adequado e confiável para análise quantitativa de isoorientina, bem como a quantificação de flavonoides totais da polpa de P. edulis. Os parâmetros avaliados no trabalho mostraram que os métodos oferecem boa especificidade, linearidade, exatidão, e precisão dentro dos limites aceitáveis, enquanto o LOD e o LOQ confirmam a eficiência das metodologias em quantificar baixas concentrações de flavonoides.
[Anais do 5º Encontro Brasileiro para Inovação Terapêutica] DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO ANALÍTICO POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA PARA AS FOLHAS DE SYMPHYTUM OFFICINALELINN. _ Galoá Proceedings