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Alunos:

Evelyn de Andrade Melo – 211063452


Guilherme Vitor Guimarães Tenório – 212006860
Micaela Gonçalves Moreira – 211063381
Rafaela Fregapani Agner – 211063407
Sthefany Alves Pontes – 211063597

Fichamento: Guia Prático DPR, referente aos tópicos 4, 5 e 6

4- O 7 passos na preparação em uma saída de campo

4.1- Preparando-se para o DPR:


1- Fixar o objetivo do diagnóstico: O objetivo deve ser discutido com os beneficiários.
Ex.: O diagnóstico vai ser feito para um projeto novo ou de um projeto que já existe?
Qual é o aspecto que vai focar? Um ramo de produção, saúde?
2- Selecionar e preparar a equipe mediadora: é necessário uma equipe equilibrada,
onde é feita a análise de diferentes ângulos e que facilite a comunicação com os
beneficiários.
3- Identificar potenciais: Se os grupos de interesse se encontram apresentados na área
de estudo, quem participa, quantos participam, existência de alguma barreira que limita
essa participação igualitárias, como fatores culturais ou linguísticos, por exemplo. É
importante lembrar que podem participar todos aqueles que têm interesse no
desenvolvimento da comunidade.
4- Identificar as expectativas dos participantes no DRP: cada pessoa tem uma visão
diferente de como quer obter melhorias e de que forma querem se beneficiar delas, por
isso é necessário a identificação. Isso é feito através de reuniões. Em culturas que não
permitem a participação da mulher, a opinião delas é registrada por meio de visitas aos
lares.
5- Discutir as necessidades de informação: São necessários dados para que seja feita a
elaboração do projeto ou organizar aquele já existente. Diálogo nessa fase é de extrema
importância também.
6- Selecionar ferramentas de pesquisas: mapas, percepções de recursos, estudo,
relatórios. Tudo é feito em conjunto com os participantes de forma que todos colaborem
e utilizem a melhor ferramenta que desejarem.
7- Desenhar o processo de diagnóstico: Planejamento de como vai ser o diagnóstico,
quanto vai acontecer, o tempo que irá demorar, quando será feita a pesquisa, quais
materiais utilizados.

4.2- Equipe de moderação: A equipe de moderação do DRP deve estimular a participação


de todos  (homens e mulheres de maneira igualitária, na medida do possível).

4.3- Programação e Convocatória: Uma programação antecipada, que considere as


demandas de trabalho e domésticas dos participantes é importante para garantir uma boa
participação. É importante se atentar aos ciclos agrícolas ao combinar o dia e o horário das
atividades

4.4- Localização: O local escolhido para a DRP deve ser de fácil acesso a todos os
participantes, também deve ser um local público e neutro para não reforçar as relações de
poder.

4.5- Materiais: é necessário escolher bem quais materiais serão utilizados no diagnóstico,
porque eles garantirão que os resultados sejam bem documentados e acessíveis para a equipe
responsável e para grupos de interesse da comunidade. Existem duas perguntas que devem
ser respondidas e avaliadas antes do DRP iniciar, são elas: "Se os mapas foram traçados no
campo, será feito um traçado final sobre o papel ou serão usadas fotografias?" e "Se os
facilitadores tiverem seus cadernos durante uma caminhada ou travessia, devem compartilhar
e verificar essa informação com outros?".

4.6- Cronograma: apesar de não ter um formato pré-determinado, deve conter a elaboração
dos passos de 1 a 7, com as datas de cada um, a técnica ou o tipo de intervenção, os
participantes da comunidade e os responsáveis da equipe. O cronograma iniciará de uma
forma, mas com certeza será modificado ao longo do trabalho. E, no fim, existirão dois
cronogramas, o geral com etapas desde a fase de preparação até a entrega do relatório final e
o mais detalhado, da fase de campo.

5- No trabalho de campo
5.1- Apresentação a comunidade: O trabalho de campo de um DRP tem 3 passos principais:
a apresentação da equipe de facilitadores na comunidade; a análise da situação atual com seus
problemas, potencialidades e limitações; e o aprofundamento destes, enfocando a busca de
soluções viáveis. Devem ser esclarecidos o procedimento, o objetivo e as limitações do
diagnóstico. 
O DPR é dividido em duas fases, na primeira vai ocorrer a análise da situação atual da
comunidade e identificação de problemas ou limitações, pelos seus agricultores. É utilizando
diferentes ferramentas, pontos de vista e enfoques para se obter uma imagem ampla da
realidade. Uma vez realizada esta análise preliminar, são priorizados os problemas de maior
urgência ou interesse para a comunidade. Esta priorização dos assuntos ou problemas deve
ser discutida com toda a comunidade. Na segunda fase vai ser aprofundado as limitações
identificadas e procurar as soluções. São analisadas as causas dos problemas que podem ser
melhorados com um esforço conjunto. Depois são discutidas as possíveis alternativas para
conseguir a situação desejada, e, finalmente, são escolhidas as alternativas mais viáveis. 
6. A Caixa de Ferramentas do DRP 
6.1- Observação participante: O objetivo central do DRP é compreender a percepção da
realidade da comunidade. É crucial entender por que agem desta ou de outra maneira, antes
de opinar e de propor “a solução lógica".
6.2- Entrevistas Semi-estruturadas: Trata-se de uma entrevista que é guiada por 10-15
perguntas-chave determinadas anteriormente, não se trata de um interrogatório, e, sim, de
apreender os conhecimentos da pessoa entrevistada, utilizando perguntas abertas,
estimulantes ou sobre eventos chave. Esta ferramenta facilita criar um ambiente aberto de
diálogo e permite à pessoa entrevistada se expressar livremente sem as limitações criadas por
um questionário. Serve tanto para conhecer as limitações da comunidade como para discutir
sobre possíveis soluções.
6.3- Mapas e Maquetes: Os mapas servem para o planejamento, a discussão e a análise da
informação visualizada. Podem ser elaborados sobre o papel ou com qualquer tipo de
material sobre o solo. Os mapas, e mais ainda as maquetes, permitem a participação de todos
os membros da comunidade e constituem um dos instrumentos mais variáveis e comuns do
DRP. Os mapas são divididos de acordo com a situação com a qual se quer resolver, pode
haver mapa de recursos naturais que mostra graficamente os diferentes elementos do uso
do espaço, enfocando principalmente os recursos naturais, serve de análise e discussão sobre
a situação do estado atual dos recursos naturais da comunidade, e cria uma concepção
compartilhada sobre a utilização do espaço e dos recursos. Um mapa social que levanta
informações sobre as condições de vida dos moradores, analisa a situação social e gerar a
discussão em relação a necessidades e potencialidades. Pretende-se melhorar as condições de
vida, em consideração à estrutura social da comunidade. Um mapa de propriedade que
mostra os detalhes produtivos e de infra-estrutura social de uma propriedade. Tem o objetivo
de analisar e entender a organização produtiva em nível de propriedade. Um mapa de fluxos
econômicos que apresenta as relações entre os diferentes elementos dos sistemas produtivos
dentro e fora da comunidade. Tem o objetivo de representar como se inter-relacionam os
diferentes elementos do sistema produtivo (agrícola, pecuário, florestal, irrigação, serviços,
comercialização, etc.). Um mapa de migração que mostra graficamente os movimentos de
migração da comunidade, com as suas causas e efeitos. Ou um mapa da situação futura é
uma projeção do que seria a nossa comunidade no futuro, se conseguíssemos superar os
problemas atuais. Tem como objetivo gerar a discussão sobre as ameaças e oportunidades no
futuro.
6.4 Travessia: A travessia permite obter informação sobre os componentes dos recursos
naturais, vida econômica, moradia, característica dos solos, etc. Análise sobre o espaço
geográfico e suas áreas de uso e recursos. É realizada por meio de uma caminhada linear, que
percorre um espaço geográfico com várias áreas de uso e recursos diferentes. Ao longo da
caminhada se anotam todos os aspectos que surgem pela observação dos participantes em
cada uma das diferentes zonas que se cruzam. É elaborado um diagrama para mostrar as áreas
ecológicas, problemas associados e potenciais de desenvolvimento. Mostra a distância entre
as áreas, uso da terra, qualidade do solo, etc.
6.5 Calendários e uso do tempo: Analisam os aspectos relacionados ao tempo. Podem ser
destacadas épocas de cultivo. São utilizados na fase inicial do DRP. O calendário pode ser
agrícola (em que momento são realizadas a plantação, colheita, etc.), de atividades (inclui
atividades não agrícolas), sazonal (chuva, cultivo) ou histórico (mudanças no sistema de
produção).
6.6 Diagramas: Os diagramas permitem analisar de maneira acessível todos os aspectos
complexos e inter-relacionados, é uma ferramenta da segunda fase de pesquisa. Árvore de
problemas– analisa relação causa-efeito de um problema pré-definido. As raízes são as
causas, o problema no tronco e os galhos e folhas os efeitos. A intenção é identificar e
analisar um problema com a finalidade de estabelecer as causas primárias. Estas causas
primárias são o ponto de partida para a busca de soluções. Diagrama de Venn– serve para
sobrepor grupos da comunidade e as relações que estes têm entre si e com outras instituições.
É organizado em círculos. As instituições que têm menos relações com a comunidade são
desenhadas mais longe do círculo. Fluxograma comercial– expõe todos os fluxos
econômicos, com os produtos e os destinatários, permitindo uma análise da eficiência, das
debilidades e os potenciais comerciais. Fluxograma de produção– expõe todos os passos na
produção de um produto, analisa a produção para poder melhorá-la. 
6.7- Matrizes: são ferramentas da segunda fase da pesquisa.Comparam diferentes opções
para poder classificá-las, hierarquizá-las e avaliá-las.
Matriz de comercialização: relação de comercialização da comunidade, externa e de
autoconsumo.
Matriz social: classifica os diferentes grupos sociais presentes na comunidade.
Matriz orgânica comunitária: discussão na comunidade onde são discutidos fatores
como fortalezas, oportunidades, fraquezas e ameaças.
Matriz de priorização de problemas: estabelecer uma hierarquia dos problemas
identificados que permita a comunidades se concentrar no que é mais importante
Matriz de higienização sem problemas por pares: Classifica os problemas da
comunidade de acordo com sua importância.
Cenário de alternativas: quando identificado os problemas de maior importância,
devemos discutir sobre a forma de como estes podem ser resolvidos incluindo mão de
obra, dinheiro, tempo.

6.8- Análise de gênero: As relações interpessoais entre homens e mulheres influenciam


diretamente em todos os aspectos da comunidade. Visualizar a divisão de trabalho entre os
homens e as mulheres da comunidade.

6.9 – Outras ferramentas: Ao escolher outras ferramentas para o DRP, sejam elas
tradicionais ou “inventadas”, é importante analisar se as informações oferecidas por elas
realmente são necessárias. Ao criar ferramentas novas é importante se fazer tais perguntas:
● Qual é a informação adicional que gera esta ferramenta?
● Qual a vantagem frente a outras ferramentas para compreender este tema?
● Cumpre com os critérios de fácil entendimento e desenvolvimento?
● Permite analisar a informação colhida facilmente?

Também é importante que as novas ferramentas sejam testadas antecipadamente para que não
ocorram imprevistos, já que os participantes do DRP não são “cobaias”
Por fim, é possível fazer adaptações de ferramentas já conhecidas, para que atendam melhor
ao público. Um exemplo é a fusão de 2 ferramentas como um mapa que reúne o mapa social
e o de recursos naturais.

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