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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL E EXTENSÃO

DISCIPLINA DE EXTENSÃO RURAL


Prof. Moacir R. DAROLT
Exercícios sobre “Diagnóstico de Sistemas de Produção”

Data: 04/04/2024.______________________________________________________________________
Nome / Equipe: Arthur Heiden, Gabriel Santi, Milena de Fatima, Rebeca Boschini e Vitoria Ganacin.___

A partir dos textos Aula 5 (Orientações para entrevista e trabalho de campo) responda analiticamente
as questões abaixo:

1) Destaque os principais aspectos para se criar um ambiente adequado de diálogo entre técnico e
agricultor numa primeira visita de campo.
• Não utilizar qualquer expressão de ironia, desqualificação do agricultor, de seus conhecimentos e
opiniões;
• Tratar sempre com respeito, atenção e cordialidade;
• Ser seja amigável, cortês e sociável e não seja muito austero, nem muito efusivo, nem muito
falante, nem muito tímido;
• Nunca demonstre surpresa ou reprovação a uma resposta e não chame a atenção para eventuais
irregularidades observadas;
• Manifeste interesse nas opiniões dos informantes e tenha cautela em manifestar a sua
opinião;
• Tenha calma e não seja inoportuno interrompendo atividades importantes;
• Deixe suas anotações à vista do agricultor.

2) Quais são os aspectos que podem ser caracterizados pelo método de observação de campo (para
entender o funcionamento da propriedade)?
O método de observação de campo possibilita com que o técnico extensionista realize a caracterização
de vários aspectos durante a atividade de extensão, possibilitando melhor conhecimento e funcionamento
da propriedade do produtor. Alguns desses aspectos são: economia local, uso de recursos, técnicas,
ferramentas, culturas, produtos, aspectos geográficos e aspectos climáticos locais.

3) Quais são os fatores internos e externos que influenciam na tomada de decisão e escolhas do agricultor
e sua família? A equipe considera quais fatores estão mais sob o controle do agricultor e por quê?
• Internos: conhecimento técnico, experiência, objetivos pessoais, recursos disponíveis na
propriedade.

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• Externos: condições climáticas, mercado, políticas governamentais, acesso a crédito e assistência
técnica, demanda dos consumidores. A equipe deve considerar quais fatores estão mais sob o
controle do agricultor, como suas decisões técnicas e de gestão, e quais estão fora de seu controle,
como variações de mercado e condições climáticas. Compreender esses fatores ajuda a orientar
melhor o suporte e as recomendações a serem oferecidas ao agricultor.
O entendimento de tais fatores é crucial para uma eficaz abordagem e realização da extensão rural ao
produtor, uma vez que considera as limitações, potencialidades e particularidades de cada caso.

4) Destaque e comente as principais orientações que devem ser seguidas numa entrevista de campo
(aponte pelo menos 3 orientações que a equipe considera as mais importantes)?
• Preparamento prévio: com o intuito de compreender melhor a realidade do produtor a maneira
mais adequada é realizar um preparamento prévio através de pesquisas antes de conhecê-lo,
possibilitando o entendimento geográfico e climático da regão, histórico da área e a cultura das
pessoas que nela residem;
• Abordagem adequada: a maneira com que é realizada a abordagem do extensionista ao produtor
em uma entrevista de campo é o fator que mais interfere no resultado da atividade extensionista.
Pois, se for realizada de maneira eficiente, em que ambas as partes consigam se expressar, o
produtor compartilha seus desejos e dificuldade e o extensionista entende-os e apresenta soluções,
garantindo resultados promissores;
• Visão do todo: é necessário buscar conhecer informações sobre a realidade sociocultural do
produtor para que seja possível determinar quais serão suas atuais dificuldades, metas, mercado
consumidor de seus produtos e aspectos culturais de interesse. Permitindo que a atividade
extensionista determine suas metas com base nesses conhecimentos.

5) Quais as informações básicas que devem ser coletadas e cruzadas para se entender o funcionamento de
um sistema de produção (propriedade)?
Para entender o funcionamento de um sistema de produção em uma propriedade, é fundamental coletar e
cruzar informações como:
• Grupo familiar e mão de obra: histórico da família, número de pessoas na propriedade, ajuda
mútua, trabalho fora da propriedade, origem da propriedade (compra/herança).
• Meios de produção: tamanho da propriedade, posse da terra, culturas plantadas, área de lavoura,
pastos, capoeira, equipamentos utilizados.
• Funcionamento dos sistemas de produção: sistema técnico de produção (culturas plantadas,
itinerários técnicos, problemas enfrentados), produção animal, processamento, interações entre
atividades e produtos, comercialização, sistema de gestão, atividades socioculturais.

DIAGNÓSTICO RURAL PARTICIPATIVO (DRP)


6) Explicar com detalhes o que é um Diagnóstico Participativo (DRP), para que serve e como pode
ajudar no trabalho do extensionista.
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O Diagnóstico Rural Participativo (DRP) é um conjunto de técnicas e ferramentas que capacitam as


comunidades a conduzirem sua própria avaliação, iniciando assim o autogerenciamento de seu
planejamento e desenvolvimento. Esse processo permite aos participantes compartilhar experiências,
analisar conhecimentos e aprimorar suas habilidades de planejamento e ação. Embora originalmente
desenvolvido para áreas rurais, muitas das técnicas do DRP podem ser adaptadas e aplicadas com sucesso
em comunidades urbanas.

O DRP visa promover processos de pesquisa que partem das condições e potencialidades dos
participantes, utilizando seus próprios conceitos e critérios explicativos. Em vez de impor uma lista de
perguntas predefinidas, a abordagem é permitir que os próprios participantes analisem sua situação e
considerem diversas opções para melhorá-la. A intervenção da equipe que facilita o DRP deve ser
mínima, idealmente limitando-se a fornecer ferramentas para a autoanálise dos participantes. O objetivo
não é apenas coletar dados dos participantes, mas sim iniciar um processo de autorreflexão sobre seus
próprios problemas e as possíveis soluções.

O objetivo principal do DRP é apoiar a autodeterminação da comunidade pela participação e, assim,


fomentar um desenvolvimento sustentável.

O DRP permite colher dados de maneira ágil e oportuna. Apesar de sua rapidez, a coleta de dados não
é incompleta nem superficial. A abordagem de coleta de dados do DRP busca, em primeiro lugar,
incentivar os membros da comunidade a pensar de maneira sistemática sobre seus problemas e possíveis
soluções, compartilhando essas informações com os Agentes de Ater, que atuam como mediadores do
processo. Em segundo lugar, visa garantir que os Agentes de Ater compreendam as condições e
circunstâncias locais. Por fim, procura-se analisar os problemas e considerar opções para enfrentá-los em
conjunto.

O processo do DRP pode ser comparado ao diagnóstico feito por um médico: quando nos sentimos
doentes, consultamos um médico, que nos questiona sobre o que estamos sentindo e o que está
incomodando. Em seguida, o médico realiza um exame geral do nosso corpo, verificando os olhos, boca,
coração, ouvidos, pressão arterial, entre outros. Esse processo de exame é denominado diagnóstico, e ao
final, o médico determina o tratamento adequado para curar a doença.

7) Quais são os passos importantes que o extensionista deve seguir na preparação de um DRP?

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Para fazer a pesquisa de campo o mais participativa possível, devem ser seguidos 7 passos importantes:

1. Fixar o objetivo do diagnóstico;

2. Selecionar e preparar a equipe mediadora;

3. Identificar participantes potenciais;

4. Identificar as expectativas dos/as participantes no DRP;

5. Discutir as necessidades de informação;

6. Selecionar as ferramentas de diagnóstico;

7. Desenhar o processo do diagnóstico.

Passos adicionais podem ser usados, conforme seja necessário. Uma vez discutidos todos os passos do
DRP, esses se resumem num "Plano ou Cronograma do DRP".

8) Na execução do DRP quais são as fases ou etapas importantes a serem observadas no trabalho de
campo com a comunidade?
Na execução do DRP, existem 3 fases importantes a serem cumpridas, sendo a primeira fase o
estabelecimento do contato inicial com a comunidade, esclarecendo o procedimento, objetivo e
limitações do diagnóstico; a segunda fase a análise da situação e identificação de problemas ou
limitações, utilizando-se de diferentes ferramentas e pontos de vista para identificar os problemas
prioritários, que são discutidos e priorizados com a comunidade, e a terceira fase, que é o
aprofundamento das limitações identificadas e busca por soluções. Analisa-se as causas dos
problemas e discute-se possíveis alternativas viáveis.

Entre a segunda e terceira fase, é recomendado um período de reflexão para ajustar o processo. A
escolha das ferramentas utilizadas deve ser feita de acordo com a utilidade em relação ao enfoque
e às circunstâncias específicas de cada diagnóstico.

9) Dentre as diferentes FERRAMENTAS que o extensionista pode utilizar no DRP, selecione e


explique 03 que você / equipe considere essencial para ajudar no trabalho extensionista.
• ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA: Perguntas serão de extrema importância e
necessidade para que o diagnóstico seja realizado de maneira assertiva e clara acerca da
propriedade e da comunidade/família. Assim, a maneira como elas serão estruturadas para que
torne esse diálogo mais amigável, leve e fluido é fundamental. Alguns tipos de perguntas são

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mais adequadas para essa circunstância como: perguntas abertas, estimulantes, dignificantes e
sobre eventos chave; além das regras éticas a serem seguidas.
• TRAVESSIA / CAMINHADA TRANSVRSAL: Ferramenta principal da primeira fase do
DRP, consiste em realizar uma caminhada linear sob o espaço afim de visualizar diferentes
usos, recursos e aspectos do lugar/população. Após a travessia faz-se uma representação
gráfica em papel de todas as informações obtidas no percurso, mostrando o perfil do terreno
com as diferentes zonas encontradas e seus nomes.
• DIAGRAMAS: Os diagramas são importantes pois permitem analisar de maneira acessível e
visual todos os aspectos complexos e inter-relacionados. Dentre os diversos tipos, destaca-se a
árvore de problemas, na qual é a ferramenta mais utilizada na segunda fase do DRP. Trata-se
de analisar a relação causa-efeito de vários aspectos de um problema previamente
determinado, sendo, as raízes da árvore as causas do problema; o próprio problema se encontra
no tronco; e os galhos e as folhas representam os efeitos.

10) Na etapa final, o que devemos fazer e como usar os dados e conhecimentos obtidos durante o
DRP?
Na etapa final, após a apresentação dos resultados do DRP, devemos elaborar um plano de ação
comunitário que contenha as atividades necessárias para implementar as mudanças desejadas.
Esse plano deve ser construído de forma participativa pela comunidade, com o apoio
metodológico da equipe DRP. Os dados e conhecimentos obtidos durante o DRP são utilizados
para embasar as decisões e ações delineadas no plano de ação, visando resolver os problemas
identificados e alcançar os objetivos estabelecidos em conjunto com a comunidade.

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