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MINISTÉRIO DA DEFESA

COMANDO DA AERONÁUTICA
PARQUE DE MATERIAL AERONAUTICO DE LAGOA SANTA

ENSINO

CURSO DE MECÂNICA GERAL DA AERONAVE


A-29

SISTEMA DE COMBUSTÍVEL

2009
MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
PARQUE DE MATERIAL AERONAUTICO DE LAGOA SANTA
SEÇÃO DE TREINAMENTO

Curso de Mecânica Geral da Aeronave A-29

SISTEMA DE COMBUSTÍVEL

Elaboração: Seção de Treinamento


Responsáveis pela 1ª. Revisão: SO L. Carvalho.
ATENÇÃO
ESTE MATERIAL NÃO SOFRE ATUALIZAÇÕES, SENDO UTILIZADO
EXCLUSIVAMENTE PARA FINS DIDÁTICOS. NÃO SERVE PARA USO EM
SERVIÇO. PARA MAIORES INFORMAÇÕES CONSULTE AS PUBLICAÇÕES
TÉCNICAS NO CDCP DA SUA UNIDADE.
Curso de Mecânica Geral da Aeronave A-29
COMANDOS DE VÔO

ÍNDICE
INTRODUÇÃO...........................................................................................................4
SISTEMA DE COMBUSTÍVEL (28-00-00).............................................................5
ARMAZENAMENTO (28-10-00).............................................................................6
TANQUE DE ASA (28-11-00).................................................................................8
VENTILAÇÃO DOS TANQUES DE ASA (28-12-00)..........................................11
TANQUES DE COMBUSTÍVEL DE FUSELAGEM E EXTERNOS ...................14
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (28-20-00)...........................................................19
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DO MOTOR (28-21)..........................................20
SISTEMA DE ABASTECIMENTO/DESTANQUEIO POR PRESSÃO (28-22)...21
SISTEMA DE TRANSFERÊNCIA DE COMBUSTÍVEL (28-26).........................21
PAINEL MAINTENANCE (28-29) .........................................................................21
SISTEMA DE ABASTECIMENTO/DESTANQUEIO POR PRESSÃO................32
SISTEMA DE TRANSFERÊNCIA DE COMBUSTÍVEL (28-26-00) ..................42
PAINEL MAINTENANCE (28-29-00)...................................................................47
SISTEMA DE INDICAÇÃO (28-40-00).................................................................49
SISTEMA DE ALARME DE BAIXO NÍVEL DE COMBUSTÍVEL (28-44-00) .54
SISTEMA DE ALARME DE BAIXA PRESSÃO DE COMBUSTÍVEL...............55
BALANCEAMENTO DE COMBUSTÍVEL ENTRE AS ASAS............................57
CONCLUSÃO...........................................................................................................59

3
INTRODUÇÃO

Prezado Instruendo.

É com satisfação que iniciamos agora este trabalho de fundamental


importância para você operador e mecânico da aeronave A-29 ALX.
O assunto abordado neste módulo de estudo versa sobre o Sistema de
Combustível que equipa a aeronave A-29 A/B ALX.
Através destes conhecimentos, você terá condições de realizar com precisão e
segurança, os diversos serviços de manutenção previstos, que por ventura vierem a
ocorrer com as aeronaves.
Os diversos assuntos tratados neste módulo foram abordados numa seqüência
lógica, o que facilitará o seu aprendizado. É importante lembrar que este módulo,
deverá ser utilizado somente para fins de estudo e que os trabalhos de manutenção
deverão ser realizados baseados nas diversas Publicações Técnicas da aeronave,
uma vez que as mesmas sofrem atualizações e que poderão tornar este módulo
desatualizado.

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SISTEMA DE COMBUSTÍVEL (28-00-00)
Introdução

A função básica do sistema de combustível é prover meios de armazenamento


de combustível e fornecer a alimentação adequada ao motor da aeronave em
quaisquer condições, inclusive durante acrobacias, assim como todas as indicações
necessárias ao perfeito funcionamento do sistema.

Descrição

O sistema é constituído de tanques, bombas ejetoras, bombas elétricas de


reforço (principais e auxiliares), válvulas e tubulações que possibilitam o
armazenamento, o abastecimento, a drenagem e a ventilação dos tanques, bem
como instrumentos para indicação de quantidades e indicações de funcionamento do
sistema.

O sistema de combustível inclui os seguintes subsistemas:


– Armazenamento.
– Distribuição.
– Indicação.

Componentes

ARMAZENAMENTO (28-10)
O subsistema de armazenamento mantém o combustível em perfeitas
condições em tanques Ventilados.

SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (28-20)


O sistema de distribuição da aeronave permite que a tripulação faça algumas
operações, tais como: alimentação do motor e transferências de combustível.

SISTEMA DE INDICAÇÃO (28-40)


O sistema de indicação tem a finalidade de fornecer as indicações necessárias
e mensagens de alarme para a tripulação da aeronave.

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SISTEMA DE COMBUSTÍVEL - ARQUITETURA

ARMAZENAMENTO (28-10-00)

O armazenamento de combustível da aeronave é feito em dois conjuntos de


tanques do tipo integral, localizados um em cada asa. Cada conjunto de tanque é
composto por uma célula interna, que incorpora o reservatório de alimentação, e
por uma célula externa. Essas células são interconectadas entre si para funcionar
como um tanque único.
A capacidade de combustível para o conjunto de tanque integral da asa
esquerda é de 319 litros, sendo 310 utilizáveis. A capacidade de combustível para o
conjunto de tanque integral da asa direita é de 322 litros, sendo 313 utilizáveis. A
capacidade total de combustível para os dois conjuntos de tanque integral da asa é
de 641 litros, sendo 623 utilizáveis. O combustível não drenável de cada asa é de 4
litros.
O subsistema de armazenamento de combustível da aeronave possui, ainda,
provisões para instalação de três tanques externos alijáveis, sendo dois tanques
subalares nos pilones internos da asa e um tanque ventral no pilone da fuselagem.
A capacidade de combustível de cada tanque externo subalar é de 317 litros e
do tanque externo ventral é de 294 litros, totalizando 928 litros.

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O alijamento dos tanques externos (subalares e ventral) se dá através do
acionamento de comandos no painel de armamento e no manche.

EFETIVIDADE: BIPOSTO
A capacidade total de combustível nos tanques da aeronave é de 1569 litros
(com os tanques subalares e ventral instalados).

EFETIVIDADE: MONOPOSTO
A aeronave monoposto possui também um tanque de fuselagem para
armazenamento de combustível, instalado atrás do posto de pilotagem. Esse tanque
é composto de uma célula flexível autovedante, de forma a evitar vazamentos no
caso de impacto balístico. A capacidade de combustível para o tanque de fuselagem
é de 304 litros. A capacidade total de combustível nos tanques da aeronave
monoposto é de 1873 litros (com os tanques subalares e ventral instalados). Cada
tanque da aeronave possui seu próprio sistema de ventilação. O subsistema de
ventilação opera independentemente para permitir a entrada e saída de ar e controlar
as diferenças de pressão entre o interior e o exterior de cada tanque durante todas as
condições operacionais.

Componentes:

TANQUE DE ASA (28-11)


Cada asa da aeronave possui um tanque de combustível. O tanque deve
manter o combustível armazenado corretamente, com um combustível correto no
reservatório de alimentação e o movimento de combustível no tanque dentro dos
limites durante as manobras.

VENTILAÇÃO DOS TANQUES DE ASA (28-12)

O subsistema de ventilação de cada tanque integral da asa tem a finalidade de


equalizar a pressão interna e a externa do tanque em todas as atitudes da aeronave.

TANQUES DE COMBUSTÍVEL EXTERNOS (28-13)

A aeronave possui provisões para instalação de três tanques de combustível


externos alijáveis, sendo dois tanques subalares e um tanque ventral.

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ARMAZENAMENTO – LOCALIZAÇÃO 28-10-00

TANQUE DE ASA (28-11-00)

Descrição Geral

O tanque de combustível de cada asa da aeronave é composto de um conjunto


de tanque do tipo integral. O conjunto é formado por duas células, uma interna (que
contém o reservatório de alimentação) e outra externa. As células são interligadas
através de uma passagem localizada na parte de trás da asa na região da
metralhadora para funcionar como um tanque único.
Existe ainda uma área seca entre a célula interna e a célula externa de cada
tanque da asa para permitir a instalação de armamento interno. Essa área é drenada
e ventilada para a atmosfera e também separada do tanque de combustível por uma
parede secundária.
O interior dos tanques da asa é tratado quimicamente contra corrosão e possui
uma selagem com a finalidade de evitar vazamentos nas juntas e nas áreas rebitadas.
O acesso aos componentes dos tanques localizados em cada asa e aos
componentes do sistema de ventilação dos tanques localizados na área seca de cada
asa é feito através dos painéis de acesso localizados no intradorso das asas.

A célula interna de cada tanque aloja os seguintes componentes:


• Sensor de baixo nível;
• Sensor de nível (tipo bóia);

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• Bomba ejetora;
• Válvula unidirecional do tipo flape;
• Válvula unidirecional do sistema de ventilação;
• Reservatório de alimentação.

Cada tanque integral da asa possui um reservatório de alimentação localizado


na célula interna, próximo à raiz da asa.

A célula externa de cada tanque aloja os seguintes componentes:


• Sensor de nível tipo bóia;
• Conexão para o tanque subalar e ventral;
• Válvula unidirecional;
• Contactor de pressão da linha de transferência;
• Válvula unidirecional do sistema de ventilação;
• Válvula de ventilação;
• Sensor de alto nível.

Quando o tanque é abastecido, tanto por gravidade quanto por pressão, uma
área de expansão térmica de pelo menos 2% da capacidade do tanque não será
preenchida.

TANQUE DE ASA – LOCALIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS COMPONENTES 28-11-00

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Componentes

VÁLVULA DE DESTANQUEIO

Cada tanque da asa possui uma válvula de destanqueio (dump valve)


instalada no painel de acesso aos componentes da célula interna, próximo à raiz da
asa. Essas válvulas são usadas para permitir o destanqueio por gravidade.

VÁLVULA DRENO

Cada tanque da asa possui duas válvulas-dreno (drain valve) instaladas nas
regiões mais baixas das células. O combustível não drenável de cada asa é de 4
litros.

PAINEL DE ACESSO

A entrada de ar NACA, a válvula de destanqueio e a escala de indicação de


combustível são montadas nos painéis de acesso da asa.

BOCAL DE ABASTECIMENTO POR GRAVIDADE

Um bocal de abastecimento de combustível por gravidade é instalado no


extradorso de cada tanque da asa com a finalidade de permitir o abastecimento por
gravidade. A instalação do bocal é feita de forma a minimizar os efeitos de
descargas elétricas atmosféricas no sistema de combustível. As tampas do bocal
possuem um dispositivo de travamento para evitar a perda acidental da tampa
durante o vôo.

BOCAL DE ABASTECIMENTO SOB PRESSÃO

Um bocal de abastecimento de combustível sob pressão é instalado no


intradorso, próximo à raiz da asa esquerda, protegido por uma tampa de acesso, com
a finalidade de permitir o abastecimento sob pressão.

VÁLVULA UNIDIRECIONAL (TIPO FLAPE)

Existem duas válvulas do tipo flape instaladas no reservatório de alimentação


de cada conjunto de tanque da asa: uma instalada na nervura 2 e outra instalada na
saída do tubo da bomba ejetora. Elas permitem o fluxo de combustível para a célula
interior do tanque, mantendo um correto nível de combustível. Existem duas
válvulas do tipo flape instaladas na nervura 7 de cada conjunto de tanque. Elas
permitem o fluxo de combustível para a raiz, evitando o fluxo de combustível para a
extremidade da asa.
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TANQUE COLETOR

Cada tanque integral da asa possui um reservatório de alimentação (tanque


coletor) localizado na célula interna, próximo à raiz da asa. O reservatório de
alimentação possui cerca de 12 Lts de capacidade, aloja uma válvula-dreno, uma
válvula unidirecional do tipo flape e funciona como um tanque do tipo acrobático,
permitindo, através de um conjunto pescador, que o fluxo de combustível não seja
interrompido em qualquer atitude da aeronave. Pequenas passagens adicionais na
parte superior e inferior do reservatório de alimentação e uma válvula unidirecional
do tipo flape permitem sua ventilação e total comunicação com a célula interna do
tanque. Uma válvula unidirecional do tipo flape localizada na saída da bomba
ejetora evita o retorno do fluxo de combustível. O reservatório é alimentado
também por uma bomba ejetora que mantém o nível de combustível adequado
dentro dele.

VENTILAÇÃO DOS TANQUES DE ASA (28-12-00)

Introdução:
O subsistema de ventilação de cada tanque integral da asa tem a finalidade de
equalizar a pressão interna e a externa do tanque em todas as atitudes da aeronave.

Descrição Geral
Cada conjunto de tanques de cada asa possui seu sistema de ventilação. O
sistema consiste em uma entrada de ar NACA, um supressor de chamas, duas
válvulas de ventilação, uma válvula de alívio e válvulas unidirecionais do tipo flape.
A ventilação dos tanques se dá através da ligação da entrada de ar NACA,
instalada no intradorso de cada asa, com o interior dos tanques. A célula externa de

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cada tanque da asa está ligada à célula interna por meio de um tubo, que, em função
da atitude da aeronave, equalizam as pressões.
O subsistema de ventilação é desenhado de maneira a minimizar o
gotejamento de combustível, pela entrada NACA, durante giro rápido, frenagem
brusca e manobras acrobáticas. Um pequeno orifício na linha de ventilação,
localizado no topo da
área de expansão de cada tanque da asa, fornece um alívio de pressão durante a
expansão de combustível no solo.
A válvula de ventilação do reabastecimento sob pressão, além de sua função
principal, funciona também como uma válvula de alívio secundária, no caso de
falha da válvula de alívio do subsistema de ventilação.

Componentes :

ENTRADA DE AR NACA

A aeronave possui uma entrada de ar NACA instalada no intradorso de cada


asa. A finalidade da entrada de ar NACA é transmitir parcialmente, através de uma
tubulação, a pressão dinâmica externa para o interior dos tanques.

SUPRESSOR DE CHAMAS

A aeronave possui um supressor de chamas instalado em cada linha de


ventilação do tanque da asa, próximo à entrada de ar NACA. A finalidade do
supressor de chamas é evitar a propagação de fogo no interior da tubulação do
sistema.

VÁLVULA DE ALÍVIO

Uma válvula de alívio, montada na parte mais alta da área de expansão de


cada tanque da asa, tem a finalidade de manter a pressão no interior do tanque
dentro de limites apropriados. O ponto de ajuste da válvula de alívio é 2.5 psig (±
0.5 psig).
A válvula de alívio direciona para o tubo de entrada de ar todo o excesso de
pressão que ocorre no interior do tanque.

VÁLVULA UNIDIRECIONAL

Cada tanque da asa possui duas válvulas unidirecionais (válvulas de


ventilação), a saber:

Uma válvula, instalada no topo da área de expansão do tanque, tem a


finalidade de permitir a entrada de fluxo de ar da atmosfera para o interior do
tanque, durante todas as condições de vôo permitidas, exceto para vôo
12
invertido. Caso o nível de combustível aumente devido à inclinação da
aeronave, a válvula unidirecional bloqueia o tubo de ar, evitando, assim, que
o combustível flua pela tubulação de ventilação.

Outra válvula, instalada na parte mais baixa da célula interna do tanque,


tem a finalidade de permitir a entrada de fluxo de ar da atmosfera para o
interior do tanque, durante vôo invertido. Caso o nível de combustível
aumente devido à inclinação da aeronave, a válvula unidirecional bloqueia o
tubo de ar, evitando, assim, que o combustível flua pela tubulação de
ventilação.

O subsistema de ventilação dos tanques da asa mantém o diferencial de


pressão dentro de limites adequados, liberando a pressão através a válvula de
alívio, quando o seu ponto de ajuste for alcançado. As válvulas unidirecionais
permitem a entrada do ar admitido pela entrada de ar NACA no tanque,
equalizando a pressão interna com a atmosfera. A pressão interna do tanque
se equaliza com a atmosfera através do orifício de ventilação,
estrategicamente localizado no topo da área de expansão de cada tanque da
asa.

VENTILAÇÃO DOS TANQUES DE ASA – COMPONENTES 28-12-00

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TANQUES DE COMBUSTÍVEL EXTERNOS E DE FUSELAGEM

Descrição Geral :

Os três tanques externos (subalares e ventral) de armazenamento de


combustível são instalados na aeronave da seguinte forma:
Dois tanques externos subalares instalados nos pilones internos das asas.
Um tanque externo ventral instalado no pilone da fuselagem.

A capacidade de armazenamento de combustível de cada tanque externo


subalar é de 317 Lts, sendo 309 Lts utilizáveis.
A capacidade de armazenamento de combustível do tanque externo ventral é
de 294 Lts, sendo 286 Lts utilizáveis.
A capacidade total dos tanques externos (subalares e ventral) é de 928 Lts,
sendo 904 Lts utilizáveis.

Cada tanque externo possui um compartimento central, confeccionado em


alumínio, onde é armazenado o combustível. Tal arranjo tem a finalidade de
minimizar os efeitos causados por descargas elétricas atmosféricas.
O tanque possui um bocal para o abastecimento de combustível por
gravidade, localizado na parte superior do tanque. Ele possui, ainda, um ponto de
aterramento instalado próximo ao bocal de abastecimento por gravidade.
Quando o tanque é abastecido, uma área de expansão térmica de pelo menos
2% da capacidade de armazenamento do tanque não será preenchida.
A drenagem e o destanqueio por gravidade do tanque são realizados através
de uma válvula-dreno localizada na parte inferior da cauda.
O tanque externo é equipado com aletas aerodinâmicas na extremidade
traseira.
Painéis de acesso permitem o acesso ao interior do tanque para fins de
manutenção/inspeção.

Cada tanque externo possui os seguintes componentes:


• Válvula-dreno;
• Painel de acesso;
• Bocal de abastecimento por gravidade.

O alijamento dos tanques externos (subalares e ventral) se dá através do


acionamento de comandos no painel de armamento e no manche.

EFETIVIDADE: MONOPOSTO

Na aeronave monoposto, o tanque de fuselagem está instalado na fuselagem


atrás do posto de pilotagem. Esse tanque é composto de uma célula flexível
instalada no interior de um compartimento construído com material composto. A
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célula de combustível é confeccionada com material de borracha tipo auto-vedante e
resistente a quedas, de forma a minimizar os riscos de vazamento de combustível e
fornecer proteção contra impacto balístico.
O tanque de fuselagem (célula + compartimento) é instalado numa área
adequadamente drenada e ventilada para a atmosfera. A célula de combustível do
tanque de fuselagem consiste em uma célula principal e um tanque coletor com
cerca de 12 Lts de capacidade.
O tanque coletor funciona como um tanque acrobático, permitindo, através de
um conjunto pescador instalado dentro do tanque coletor, que o fluxo de
combustível para o motor não seja interrompido durante manobras acrobáticas e vôo
invertido (para vôo invertido, o tempo máximo é de 60 s). Válvulas unidirecionais
do tipo flape e pequenas passagens adicionais na parte superior e inferior do tanque
coletor permitem sua ventilação e total comunicação com a célula principal do
tanque de fuselagem. O tanque coletor é alimentado também, por uma bomba
ejetora que mantém o nível de combustível adequado dentro dele. Uma válvula
unidirecional do tipo flape, localizada na saída da bomba ejetora, evita o retorno do
fluxo de combustível.
O tanque de fuselagem possui uma espuma interna com a finalidade de
amenizar a movimentação de combustível.
A capacidade de combustível do tanque de fuselagem é de 304 Lts, sendo 289
Lts utilizáveis.
Um bocal de abastecimento de combustível por gravidade é instalado na parte
superior do tanque de fuselagem, num compartimento provido com uma tampa de
acesso.
Um ponto de aterramento é instalado próximo ao bocal de abastecimento
por gravidade. Quando o tanque é abastecido, tanto por gravidade quanto por
pressão, uma área de expansão térmica de pelo menos 2% da capacidade do tanque
não será preenchida.
A drenagem do tanque de fuselagem é feita através de uma válvula-dreno
operada manualmente, instalada na fuselagem da aeronave.
As tubulações e os componentes do sistema de combustível, instalados dentro
do tanque de fuselagem, são adequadamente protegidos contra descargas elétricas.
O tanque de fuselagem possui um painel de acesso aos componentes
localizados na área seca da parte traseira do tanque e um painel de acesso à área
molhada do tanque. Ele possui, também, uma estrutura interna para fixação de seus
componentes.

O tanque de fuselagem possui os seguintes componentes:

Bocal de abastecimento por gravidade;


Painel de acesso;
Válvula-dreno;
Válvulas unidirecionais (tipo flape);
Tanque coletor;
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Bomba ejetora;
Bomba de combustível;
Sensores de nível (alto e baixo);
Bóia indicadorasde quantidade de combustível;
Válvulas de ventilação;
Válvula de corte manual;
Espuma para minimizar o movimento de combustível;
Gaiola protetora para as bóias.

O tanque de fuselagem possui um sistema elétrico de indicação de quantidade de


combustível.
Componentes:

EFETIVIDADE: MONOPOSTO

VÁLVULA UNIDIRECIONAL (TIPO FLAPE)


Existem três válvulas unidirecionais (tipo flape) no tanque de fuselagem:
• Duas válvulas instaladas no tanque coletor com a finalidade de permitir sua
ventilação e total comunicação com a célula principal do tanque de fuselagem.
• Uma válvula instalada na saída do tubo da bomba ejetora com a finalidade de
evitar o retorno do fluxo de combustível.

TANQUES DE COMBUSTÍVEL DE FUSELAGEM E EXTERNOS –LOCALIZAÇÃO DOS


PRINCIPAIS COMPONENTES 28-13-00

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TANQUES DE COMBUSTÍVEL DE FUSELAGEM E EXTERNOS – COMPONENTES 28-
13-00

VENTILAÇÃO DOS TANQUES DE COMBUSTÍVEL DE FUSELAGEM E


EXTERNOS (28-14-00)

Descrição Geral
Cada tanque externo possui um sistema de ventilação independente. O
sistema de ventilação tem a finalidade de manter a pressão diferencial dentro dos
limites estruturais do tanque, durante todas as condições de vôo permitidas. O
sistema de ventilação do tanque externo consiste em:
• Uma válvula unidirecional, instalada no topo da área de expansão do tanque, que
permite a entrada do fluxo de ar da atmosfera para o interior do tanque, durante
todas as condições de vôo permitidas.
• Um pequeno orifício na linha de ventilação (RESPIRO VENT), também
localizado no topo da área de expansão do tanque, permite o alívio de pressão
durante a expansão de combustível no solo.

EFETIVIDADE: MONOPOSTO
O tanque de fuselagem também possui um sistema de ventilação
independente. O sistema de ventilação consiste em uma entrada de ar NACA
instalado do lado esquerdo da fuselagem , um supressor de chamas, duas válvulas
unidirecionais de ventilação e uma válvula de alívio.
Uma válvula unidirecional, instalada na parte superior da tubulação de entrada de ar
na célula principal do tanque de fuselagem, tem como função principal permitir a

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entrada do fluxo de ar no tanque e impedir a entrada de combustível na tubulação de
ventilação, durante todas as condições de vôo permitidas, exceto para vôo invertido.
Uma válvula unidirecional, instalada na parte inferior da tubulação de entrada de ar
na célula principal do tanque de fuselagem, tem como função principal permitir a
entrada do fluxo de ar no tanque e impedir a entrada de combustível na tubulação de
ventilação, mesmo em manobras de vôo invertido.
Um pequeno orifício na linha de ventilação, localizado no topo da área de
expansão do tanque de fuselagem, permite o alívio de pressão durante a expansão
de combustível no solo.
Uma válvula de alívio, também instalada na parte mais alta da área de
expansão do tanque de fuselagem, tem a finalidade de manter a pressão no interior
do tanque de fuselagem dentro de limites apropriados, durante o abastecimento por
pressão. Essa válvula pode funcionar como válvula de alívio quando seu ponto
de ajuste for alcançado.

VENTILAÇÃO TANQUES DE COMBUSTÍVEL DE FUSELAGEM E EXTERNOS –


COMPONENTES 28-14-00

Operação
O sistema de ventilação de cada tanque externo mantém o diferencial de
pressão dentro de limites adequados, liberando a pressão através de um orifício de
ventilação estrategicamente localizado no topo da área de expansão do tanque. A
válvula unidirecional permite a entrada do fluxo de ar para o interior do tanque,
equalizando a pressão interna com a atmosfera.

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EFETIVIDADE: MONOPOSTO
O sistema de ventilação do tanque de fuselagem mantém o diferencial de
pressão dentro de limites adequados, liberando a pressão através da válvula de
alívio, quando o seu ponto de ajuste for alcançado. As válvulas unidirecionais
permitem a entrada do fluxo de ar para o interior do tanque, equalizando a pressão
interna com a atmosfera. A pressão interna do tanque também é equalizada com a
atmosfera através do orifício de ventilação, estrategicamente localizado no topo da
área de expansão do tanque. Duas válvulas unidirecionais do tipo flape permitem
uma total comunicação da célula principal do tanque de fuselagem com o tanque
coletor.

SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (28-20-00)

Introdução
O sistema de distribuição da aeronave permite que a tripulação faça algumas
operações, tais como: alimentação do motor e transferência de combustível. As
operações de abastecimento de combustível por pressão, destanqueio de
combustível por pressão e transferência de combustível em solo são realizadas pelo
pessoal de manutenção.

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Descrição Geral

O SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO inclui os seguintes subsistemas:

SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DO MOTOR


SISTEMA DE ABASTECIMENTO/DESTANQUEIO POR PRESSÃO
SISTEMA DE TRANSFERÊNCIA DE COMBUSTÍVEL
PAINEL MAINTENANCE

O subsistema de distribuição inclui as linhas de combustível e as selagens de


proteção contra vazamentos. As linhas de combustível são: linha de alimentação do
motor, linha de abastecimento/ destanqueio por pressão, linha de transferência (dos
tanques externos), linha de retorno de fluxo e linha de fluxo motivo.

A linha de fluxo motivo recebe o fluxo e a pressão de combustível de cada


bomba elétrica para permitir a operação da bomba ejetora nos tanques da asa.

Existem duas linhas conectadas ao adaptador de abastecimento por pressão.


Uma linha liga o adaptador ao interior do tanque, passando pela válvula de corte de
abastecimento. A outra linha conecta o adaptador às duas válvulas de ventilação dos
tanques da asa. Uma linha de destanqueio por pressão conecta a linha de
alimentação à
linha de abastecimento por pressão.
Quando a operação de transferência é solicitada, os tanques externos
subalares ou ventral transferem o combustível para os tanques da asa.

EFETIVIDADE: MONOPOSTO
As selagens fornecem uma segunda barreira à linha de combustível do motor,
instalada no interior da cabine de pilotagem. Essas selagens possuem uma linha de
dreno que conduz o combustível, proveniente de possíveis vazamentos, para fora da
área pressurizada.

Componentes :

SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DO MOTOR (28-21)


As funções do sistema de alimentação do motor são: fornecer combustível
para o motor durante a partida do motor e em todas as fases de operação; transferir
o combustível para o respectivo tanque coletor; diminuir a pressão nos tanques;
isolar a linha de alimentação de combustível, se houver um vazamento nessa linha;
e isolar o combustível se houver fogo no motor.

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SISTEMA DE ABASTECIMENTO/DESTANQUEIO POR PRESSÃO (28-22)
O subsistema de abastecimento/destanqueio por pressão permite ao pessoal
de manutenção no solo fazer o abastecimento e o destanqueio por pressão, bem
como o destanqueio por sucção.

SISTEMA DE TRANSFERÊNCIA DE COMBUSTÍVEL (28-26)


A função do sistema de transferência de combustível é transportar o
combustível dos tanques externos (subalares e ventral), quando instalados, para os
tanques da asa.

PAINEL MAINTENANCE (28-29)


O painel MAINTENANCE acha-se instalado no compartimento de bagagem
e possui controles de diversos sistemas. Os controles e indicações do painel
MAINTENANCE atendem, em geral, a necessidades em atividades de manutenção.

SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO - ARQUITETURA

21
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DO MOTOR - ARQIITETURA 28-21-00

SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DO MOTOR 28-21-00

22
Descrição Geral
O subsistema de alimentação do motor fornece um correto fluxo de
combustível para o motor durante todas as condições operacionais, dentro dos
limites de pressão estabelecidos pelo fabricante.
O sistema de alimentação de combustível possui bombas ejetoras, dispositivo
pescador de combustível, bombas elétricas, válvulas de corte manual e um painel de
controle de combustível.
A bomba ejetora acha-se instalada dentro de cada tanque com a finalidade de
transferir o combustível desse tanque para o respectivo tanque coletor, mantendo
um nível adequado à captação do dispositivo pescador. Há um dispositivo pescador
instalado dentro de cada tanque coletor a fim de permitir que o sistema de
alimentação capte combustível em todas as atitudes operacionais da aeronave.
Na saída do tanque coletor são instaladas duas bombas elétricas, sendo uma
bomba principal e uma bomba auxiliar. Essas bombas são capazes de alimentar o
motor com as vazões e pressões necessárias em todas as condições de vôo da
aeronave.
As bombas principais são comandadas através da chave seletora “MAIN
PUMPS” e as bombas auxiliares são comandadas através da chave seletora “AUX
PUMPS”. A operação das bombas principais e auxiliares são monitoradas através
das respectivas luzes indicadoras “MAIN PUMPS” e “AUX PUMPS”. Ambas as
chaves seletoras e as respectivas luzes indicadoras estão localizadas no painel de
controle de combustível, instalado no lado direito inferior do painel de
instrumentos.
Uma válvula de corte manual, instalada na saída de cada tanque, antes da
bomba de combustível, permite a manutenção e substituição de componentes
externos ao tanque, sem a necessidade de drenar o combustível existente.
O painel de controle de combustível permite à tripulação selecionar as
bombas que irão fornecer o combustível para o motor. O painel de controle de
combustível possui duas chaves para o sistema de alimentação de combustível e
dois conjuntos de luzes indicadoras. O painel possui, ainda, uma chave de alavanca
e uma chave com luzes indicadoras para o sistema de transferência de combustível.
A aeronave incorpora também um sistema para correção de consumo assimétrico de
combustível, controlado pelo MDP (Processador de Displays e Missão), que
permite, utilizando a comparação das quantidades de combustível nos tanques da
asa e atuando as respectivas bombas auxiliares, controlar o consumo assimétrico de
combustível e assim manter o balanceamento lateral da aeronave.

Os principais componentes do subsistema de alimentação do motor são:


• Pescador de combustível.
• Válvula de corte manual.
• Bomba de combustível.
• Bomba ejetora de combustível.
• Contator de pressão da bomba de combustível.
• Válvula unidirecional.
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• Válvula de isolação dos tanques da asa.
• Válvula de alívio.
• Válvula de corte de combustível do motor.
• Filtro de combustível da linha de alimentação do motor.
• Contator de baixa pressão de combustível do motor.
• Painel de controle de combustível.

EFETIVIDADE: MONOPOSTO
O tanque de fuselagem possui apenas uma bomba elétrica, instalada após a
saída do tanque coletor. Ao ser atingido um baixo nível de combustível em ambos
os tanques da asa e permanecendo nesta condição durante 75 segundos, sem
interrupção, a bomba do tanque de fuselagem é automaticamente energizada e as
bombas dos tanques da asa, desligadas, passando o motor a ser alimentado então
pelo tanque de fuselagem. Ao ser atingido um baixo nível de combustível no tanque
de fuselagem, as bombas principais dos tanques da asa entram automaticamente em
funcionamento, juntamente com a bomba de fuselagem.
A operação da bomba do tanque de fuselagem é monitorada através de
indicador localizado no painel de controle de combustível, instalado no lado direito
inferior do painel de instrumentos.

EFETIVIDADE: BIPOSTO
Na aeronave biposto, o painel de controle de combustível com os comandos e
indicadores destinados a controlar e verificar a operação do sistema de combustível
estão localizados apenas no painel de instrumentos dianteiro. O painel de controle
de combustível, localizado no painel de instrumentos traseiro, possui apenas os
indicadores do sistema de combustível.

SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DO MOTOR – PRINCIPAIS COMPONENTES


28-21-00 - MONOPOSTO

24
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DO MOTOR 28-21-00 - BIPOSTO

Componentes:

PESCADOR DE COMBUSTÍVEL
O dispositivo pescador de combustível, instalado dentro do tanque coletor de
cada tanque, consiste em um tubo aspirador, composto de dois filtros metálicos (um
em cada extremidade), dois pesos móveis (também um em cada extremidade) e uma
haste que move todo o conjunto em função da atitude da aeronave, permitindo um
fluxo de combustível contínuo para o motor em todas as condições de vôo.

VÁLVULA DE CORTE MANUAL


A válvula de corte manual, que normalmente se encontra frenada na posição
aberta, fica instalada na saída de cada tanque, antes da bomba de combustível, e
permite a manutenção e substituição de componentes, sem a necessidade de drenar
o combustível existente.

EFETIVIDADE: MONOPOSTO
A válvula de corte manual, instalada na saída do tanque de fuselagem, deve
ser usada para isolar o tanque de fuselagem do sistema de alimentação, quando for
necessário operar a aeronave com o tanque de fuselagem vazio.

BOMBA DE COMBUSTÍVEL
A atuação de cada bomba é elétrica, com um motor à prova de explosão,
provido de fusível e capacitor, acionando um rotor centrífugo, que proporciona um
fluxo de combustível à pressão adequada para o motor e para a bomba ejetora. O

25
motor e o rotor estão montados em uma carcaça cilíndrica que, em sua extremidade
superior, aloja os conectores elétricos. Cada bomba, por si só, tem condições de
alimentar o motor e fornecer o fluxo motriz para a respectiva bomba ejetora, em
qualquer regime de operação. As bombas principais são alimentadas com 28 VDC
pela barra MAIN DC BUS 1, enquanto que as bombas auxiliares são alimentadas
com 28 VDC pela barra EMERGENCY DC BUS 1.
Para se obter um consumo simétrico de combustível a partir dos tanques da
asa, as respectivas bombas principais são operadas simultaneamente.

EFETIVIDADE: MONOPOSTO
A bomba de combustível do tanque de fuselagem é alimentada
com 28 VDC pela barra EMERGENCY DC BUS 1.

BOMBA EJETORA DE COMBUSTÍVEL


A bomba ejetora localiza-se no interior de cada tanque de combustível, na
lateral externa de cada tanque coletor, e sua finalidade é manter o reservatório no
nível operacional, independentemente da atitude de vôo da aeronave. A bomba
ejetora opera usando uma pressão e fluxo motriz fornecidos pela respectiva bomba
elétrica.

CONTATOR DE PRESSÃO DA BOMBA DE COMBUSTÍVEL


Cada bomba de combustível possui um contator manométrico de indicação de
funcionamento. Os contatores consistem em uma carcaça hermeticamente selada,
em cujo interior está alojada uma cápsula sensora de pressão, que aciona um contato
elétrico, quando a pressão do combustível for igual ou superior a 7 psig (± 1 psig),
no caso das bombas principais, e igual ou inferior a 7 psig (± 1 psig), no caso das
bombas auxiliares.

EFETIVIDADE: MONOPOSTO
No caso da bomba do tanque de fuselagem, o contato elétrico é acionado
quando a pressão do combustível for igual ou inferior a 7 psig (± 1 psig).

VÁLVULA UNIDIRECIONAL
As válvulas unidirecionais, localizadas nas saídas de cada bomba, impedem
que ocorra um fluxo cruzado entre elas com conseqüente isolamento da alimentação
de combustível ao motor para cada tanque.

EFETIVIDADE: MONOPOSTO
Na aeronave monoposto, uma válvula unidirecional acha-se instalada em
paralelo à bomba de combustível do tanque de fuselagem com a finalidade de
agilizar o fluxo de combustível durante a operação de sucção de combustível do
tanque de fuselagem. Essa válvula também impede o refluxo de combustível para
dentro do tanque de fuselagem.

26
EFETIVIDADE: MONOPOSTO

VÁLVULA DE ISOLAMENTO DO TANQUE DA ASA

Uma válvula de corte encontra-se instalada na linha de alimentação do motor,


após o encontro das linhas vindas dos tanques da asa, com a finalidade de isolá-los.
Isso permite a alimentação de combustível a partir do tanque de fuselagem por
sucção da bomba do motor, no caso de falha da bomba de combustível do tanque de
fuselagem. A válvula está normalmente na posição aberta e é comandada
eletricamente para fechar, através da chave de comando das bombas principais
(posição SUC FUS).
A válvula possui internamente um sensor de final de curso com a finalidade de
enviar o sinal “WING TANKS CLOSED” para ser apresentado no EICAS (Sistema
de Indicações do Motor e Alerta à Tripulação). A válvula de isolamento é
alimentada com 28 VDC pela barra EMERGENCY DC BUS 1.

VÁLVULA DE ALÍVIO

Uma válvula de alívio encontra-se instalada na linha de alimentação do


motor, depois da conexão das linhas dos tanques, com a função de liberar
combustível para o tanque esquerdo da asa, no caso de um aumento excessivo de
pressão causado por expansão térmica nas linhas. Essa válvula é regulada para abrir
a uma pressão de 50 psi.

VÁLVULA DE CORTE DO COMBUSTÍVEL DO MOTOR

Há uma válvula de corte instalada na linha de alimentação do motor, na parte


traseira da parede de fogo, com a finalidade de permitir o isolamento do
compartimento do motor, quando necessário. A válvula de corte é provida de um
atuador elétrico, que aciona o mecanismo de abertura e fechamento da válvula. Uma
válvula unidirecional, interna ao corpo da válvula permite que, com a válvula
fechada, o fluido bloqueado entre esta e o motor seja descarregado na tubulação de
entrada, caso ocorra um aumento de pressão decorrente da expansão térmica do
fluido. A válvula é equipada externamente com um indicador de posição mecânico
que, em conjunto com as referências CLSD (fechada) e OPEN (aberta), existentes
no corpo da válvula, possibilitam a verificação visual da posição em que ela se
encontra. A válvula de corte incorpora ainda dois interruptores limitadores de curso,
que cortam a alimentação elétrica para o atuador, quando a válvula atingir as
posições totalmente aberta ou totalmente fechada, ao mesmo tempo em que mantém
a ligação para atuação no sentido oposto. Estando a válvula em trânsito, os
interruptores mantêm as ligações para atuação nos dois sentidos. A válvula de corte
é alimentada com 28 VDC pela barra EMERGENCY DC BUS 1.

27
EFETIVIDADE: MONOPOSTO

A válvula de corte do combustível do motor é comandada eletricamente,


através da chave seletora FUEL/HYDR/BLEED SHUTOFF, localizada no painel
AUTO RUDDER TRIM/FUEL/HYDR/BLEED SHUTOFF/SEAT, no console
esquerdo do posto de pilotagem.

EFETIVIDADE: BIPOSTO

A válvula de corte do combustível do motor é comandada eletricamente,


através da chave seletora FUEL/HYDR/BLEED SHUTOFF, localizada no painel
AUTO RUDDER TRIM/FUEL/HYDR/BLEED SHUTOFF/SEAT, no console
esquerdo do posto de pilotagem dianteiro, e através da chave seletora
FUEL/HYDR/BLEED SHUTOFF, localizada no painel
TRIMS/FUEL/HYDR/BLEED SHUTOFF/SEAT/EMER SPEED BRAKE, no
console esquerdo do posto de pilotagem traseiro. No caso de um comando
inadvertido fechar a válvula através do posto de pilotagem dianteiro, ela poderá ser
reaberta através do posto de pilotagem traseiro, pela colocação da chave seletora na
posição “OPEN EMER”.

FILTRO DE COMBUSTÍVEL DA LINHA DE ALIMENTAÇÃO DO


MOTOR

Um filtro de baixa pressão com um grau de filtração nominal de 20 micra está


instalado na linha de alimentação do motor, após a válvula de corte do combustível
do motor. O filtro possui uma válvula interna que desvia o combustível do elemento
filtrante, em caso de obstrução deste. A iminência de obstrução do elemento
filtrante é sinalizada através de uma indicação visual no próprio filtro.

CONTATOR DE BAIXA PRESSÃO DE COMBUSTÍVEL DO MOTOR

Há um contator de pressão instalado na entrada de combustível do motor. O


contator consiste em uma carcaça hermeticamente selada, em cujo interior está
alojado um diafragma sensor de pressão, que aciona um contato elétrico, quando a
pressão de combustível cair abaixo de 6,5 psig (± 1 psig). A atuação do contato faz
com que a indicação “FUEL LOW PRESS” seja apresentada no EICAS.

Operação:

A operação do sistema de alimentação do motor é realizada a partir do painel


de controle de combustível, instalado no lado direito inferior do painel de
instrumentos.

28
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DO MOTOR COMPONENTES 28-21-00

TABELA - SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DO MOTOR – TABELA DE


OPERAÇÃO DO PAINEL DE CONTROLE DE COMBUSTÍVEL
DESCRIÇÃO POSIÇÃO FUNÇÃO
OFF Desliga as bombas principais dos tanques
da asa.
AUTO Liga as bombas principais dos tanques da asa
simultaneamente
FUS Liga a bomba do tanque de fuselagem e desliga as
Chave “MAIN
bombas principais e auxiliares dos tanques da asa.
PUMPS”
SUC FUS Fecha a válvula de isolamento dos tanques da asa e
desliga todas as bombas dos tanques da asa e do
tanque de fuselagem para permitir a sucção de
combustível apenas do tanque de fuselagem pela
bomba do motor (essa operação é usada no caso de
falha da bomba do tanque de fuselagem).
L Acende para indicar que a bomba principal do tanque
Indicadores da asa esquerda está operando
“MAIN R Acende para indicar que a bomba principal do tanque
PUMPS” da asa direita está operando
FUS Acende para indicar que a bomba do tanque de
fuselagem está operando.

29
TABELA - SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DO MOTOR – TABELA DE
OPERAÇÃO DO PAINEL DE CONTROLE DE COMBUSTÍVEL
DESCRIÇÃO POSIÇÃO FUNÇÃO
LH Liga a bomba auxiliar do tanque da asa esquerda,
independentemente da posição da chave seletora
das bombas principais “MAIN PUMPS”.
AUTO Permite a operação automática das bombas
auxiliares dos tanques da asa nos seguintes casos:
• Falha da respectiva bomba principal do tanque da
asa.
• Falha da bomba do tanque de fuselagem. Nesse
Chave “AUX caso, ambas as bombas auxiliares dos tanques da
PUMPS” asa entram em operação.
RH Liga a bomba auxiliar do tanque da asa
direita, independentemente da posição da chave
seletora das bombas rincipais
MAIN PUMPS .
BOTH Liga a bomba auxiliar do tanque da asa esquerda e
direita simultaneamente, independentemente da
posição da chave seletora das bombas principais
MAIN PUMPS .
Indicadores L Acende para indicar que a bomba auxiliar do
“AUX tanque da asa esquerda está operando.
PUMPS” R Acende para indicar que a bomba auxiliar do
tanque da asa direita está operando.

TABELA - SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DO MOTOR


TABELA DE OPERAÇÃO DO PAINEL DE CONTROLE DE COMBUSTÍVEL
DESCRIÇÃ POSIÇÃ FUNÇÃO
O O
Chave OFF Desliga as bombas principais dos tanques da asa.
“MAIN AUTO Liga as bombas principais dos tanques da asa
PUMPS” simultaneamente.
Indicadores L ”Acende para indicar que a bomba principal do tanque
“MAIN da asa esquerda está operando
PUMPS R Acende para indicar que a bomba principal do tanque da
asa direita está operando.

30
TABELA - SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DO MOTOR – TABELA DE
OPERAÇÃO DO PAINEL DE CONTROLE DE COMBUSTÍVEL

DESCRIÇÃO POSIÇÃO FUNÇÃO

LH Liga a bomba auxiliar do tanque da asa esquerda,


independentemente da posição
da chave seletora das bombas principais “MAIN
PUMPS”.
AUTO Permite a operação automática das bombas auxiliares
dos tanques da asa no caso
de falha da respectiva bomba principal.

RH
Liga a bomba auxiliar do tanque da asa direita,
Chave “AUX independentemente da posição da
PUMPS” chave seletora das bombas principais “MAIN
PUMPS”.
BOTH Liga a bomba auxiliar do tanque da asa esquerda e
direita simultaneamente, independentemente da
posição da chave seletora das bombas principais
“MAIN PUMPS”.
Indicadores L Acende para indicar que a bomba auxiliar do tanque
“AUX da asa esquerda está operando.
PUMPS” R Acende para indicar que a bomba auxiliar do tanque
da asa direita está operando.

As bombas principais são comandadas através de uma chave seletora “MAIN


PUMPS” localizada no painel de controle de combustível, no lado direito inferior
do painel de instrumentos. Essa chave possui duas posições, “OFF” e ²AUTO². Na
posição “AUTO”, as bombas principais são energizadas e as bombas auxiliares são
colocadas em prontidão (standby). As bombas auxiliares entram automaticamente
em funcionamento em caso de falha da respectiva bomba principal.
As bombas auxiliares são comandadas através de uma chave seletora “AUX
PUMPS”, localizada no painel de controle de combustível. Essa chave possui quatro
posições: “AUTO”, “LH”, “RH” e “BOTH”. Na posição “AUTO”, as bombas
auxiliares são colocadas em prontidão (standby). Nas posições “LH”, “RH” e
“BOTH”, as respectivas bombas auxiliares são energizadas, independentemente do
automatismo, ficando em prontidão (standby) apenas a bomba não selecionada. Há
contactores manométricos instalados na saída das bombas de cada tanque para
atuação do automatismo e dos indicadores. A operação das bombas é monitorada
através de indicadores localizados no painel de controle de combustível.

31
O controle independente das bombas auxiliares dos tanques da asa permite a
correção do desbalanceamento de combustível, no caso de falha do sistema para
correção de consumo assimétrico de combustível. O sistema atua nas bombas
auxiliares dos tanques da asa, ligando automaticamente a bomba do lado que
apresentar maior quantidade de combustível (desbalanceamento de
aproximadamente 47 kg) e desligando a bomba quando o desbalanceamento for
corrigido (desbalanceamento menor que 23 kg).

EFETIVIDADE: MONOPOSTO

Ao ser atingido um baixo nível de combustível em ambos os tanques da asa e


permanecendo nesta condição durante 75 segundos, sem interrupção, a bomba do
tanque de fuselagem é automaticamente energizada e as bombas dos tanques da asa,
desligadas, passando o motor a ser alimentado então pelo tanque de fuselagem. Ao
ser atingido um baixo nível de combustível no tanque de fuselagem, as bombas
principais dos tanques da asa entram automaticamente em funcionamento
juntamente com a bomba de fuselagem.
A chave de comando das bombas principais “MAIN PUMPS”, localizada no
painel de controle de combustível, possui também as posições “FUS” e “SUC
FUS”, além das duas posições “OFF” e “AUTO”. Na posição “FUS”, a bomba do
tanque de fuselagem é energizada independentemente do automatismo. Na posição
“SUC FUS”, a válvula de isolamento dos tanques da asa é acionada para fechar e as
bombas (dos tanques da asa) são desligadas, durante a operação de sucção de
combustível do tanque de fuselagem.

SISTEMA DE ABASTECIMENTO/DESTANQUEIO POR PRESSÃO

Introdução:

O subsistema de abastecimento/destanqueio por pressão permite ao pessoal


de manutenção no solo fazer o abastecimento e o destanqueio por pressão.

Descrição Geral
O abastecimento e destanqueio por pressão é feito através de um único adaptador,
instalado no intradorso da asa esquerda, próximo à raiz da asa. O abastecimento e
destanqueio por pressão está disponível apenas para os tanques internos de
combustível. Os tanques externos (subalares e ventral) não possuem abastecimento
e/ou destanqueio por pressão.

32
SISTEMA DE ABASTECIMENTO POR PRESSÃO - ARQUITETURA 28-22-00 BIPOSTO

SISTEMA DE ABASTECIMENTO POR RESSÃO (28-22-00)

33
ABASTECIMENTO POR PRESSÃO

O sistema de abastecimento por pressão é projetado para fornecer um fluxo


de combustível para os tanques internos a uma pressão máxima de 50 psi, aplicada
ao adaptador único de reabastecimento.
A faixa de pressão aplicada ao adaptador para realizar a operação de
abastecimento por pressão é de 35 a 50 psi.
A operação de abastecimento é realizada através do adaptador e controlada
através do painel de controle de abastecimento, localizado em um compartimento
no lado esquerdo da fuselagem, logo à frente do bordo de ataque da asa.
Tanto o adaptador quanto o painel de controle acham-se instalados em
compartimentos com porta de acesso.
O painel é equipado com chaves e luzes indicadoras para o controle do
abastecimento por pressão, bem como uma luz para iluminação desse
compartimento. A iluminação do compartimento e a energização do sistema de
abastecimento por pressão se dá quando a porta desse compartimento é aberta.
A operação de abastecimento por pressão é feita manualmente através das
chaves localizadas no painel de controle de abastecimento. Uma válvula de corte
pára automaticamente o processo de abastecimento quando a quantidade máxima de
combustível em cada tanque (interno) for alcançada. Isso é feito através de um
sensor de nível alto, instalado na parte mais alta de cada tanque interno, que envia
um sinal quando a quantidade de combustível alcançar o nível máximo de
abastecimento por pressão. O sensor de nível alto atua também no sistema de
transferência de combustível dos tanques externos.
Uma válvula de ventilação, instalada na área de expansão de cada tanque,
garante a ventilação dos tanques durante o abastecimento e também evita
sobrepressão no interior dos tanques no caso de um abastecimento excessivo
durante a operação de abastecimento por pressão.
A aeronave deve estar energizada antes de se iniciar a operação de
abastecimento por pressão.
O sistema de abastecimento é ligado quando a chave ABASTECIMENTO,
localizado no painel de controle de abastecimento, é colocada na posição ²LIGA².
Há restritores instalados nas linhas de abastecimento e na linha principal de
combustível com a finalidade de balancear o fluxo de combustível e permitir o
máximo fluxo de combustível nos tanques internos, garantindo assim uma correta
operação do sistema.

DESTANQUEIO POR PRESSÃO

O destanqueio por pressão dos tanques de combustível internos é realizado


através da bomba elétrica do respectivo tanque selecionado para destanqueio e do
mesmo adaptador usado para abastecimento por pressão. O destanqueio por pressão
pode ser feito pela bomba ou por sucção a partir de um equipamento de
destanqueio.
34
Uma válvula de destanqueio por pressão, comandada eletricamente através
do painel de manutenção, acha-se instalada de forma a permitir a comunicação,
quando aberta, entre a linha de abastecimento por pressão e a linha de alimentação
do motor.
A válvula de destanqueio por pressão é controlada através da chave de três
posições DEFUELING (XFER/ON/OF) do painel de manutenção, localizado no
compartimento de bagagem da aeronave. A chave DEFUELING possui uma guarda
de segurança com a finalidade de evitar uma operação inadvertida da válvula de
destanqueio.
Os principais componentes do sistema de abastecimento/destanqueio por
pressão são:

• Painel de controle de abastecimento;


• Adaptador de abastecimento/destanqueio por pressão;
• Válvulas de ventilação;
• Válvulas de corte de abastecimento por pressão;
• Sensor de nível alto;
• Válvulas de corte de destanqueio por pressão.

SISTEMA DE ABASTECIMENTO / DESTANQUEIO POR PRESSÃO 28-22-00

35
SISTEMA DE ABASTECIMENTO/DESTANQUEIO POR PRESSÃO -28-22-00

36
Componentes:

PAINEL DE CONTROLE DE ABASTECIMENTO

O painel de controle de abastecimento possui uma chave de três posições


(ABASTECIMENTO - PRE TEST/LIGA/DESL), chaves de alavanca de duas
posições para abrir e fechar as válvulas de corte de abastecimento do respectivo
tanque interno, um conjunto de luzes indicadoras das válvulas fechadas do
respectivo tanque interno e uma luz para iluminação do compartimento.
A chave de três posições (ABASTECIMENTO - PRE TEST/LIGA/ DESL)
permite a energização do sistema de abastecimento por pressão e do pré-teste do
sistema. Essa chave possui uma guarda de segurança que mantém a chave na
posição “DESL”, quando a porta de acesso do painel de controle está fechada.
As funções de cada posição da chave ABASTECIMENTO são:
• DESL - posição de descanso, o sistema está desligado;
• LIGA - liga o sistema;
• PRE TEST - posição momentânea, usada durante o abastecimento por pressão
para simular uma condição de tanque cheio. Nesse caso, um sinal é enviado para
fechar as válvulas de abastecimento dos tanques internos ao mesmo tempo,
confirmando a parada e reinicialização do abastecimento por pressão, a fim de
garantir a correta operação do sistema.

EFETIVIDADE: BIPOSTO

A chave de duas posições ESQ e DIR permite comandar a válvula de corte de


abastecimento do respectivo tanque interno para abrir (ABERTO) ou para fechar
(FECHADO).

EFETIVIDADE: MONOPOSTO

A chave de três posições (ESQ, FUS e DIR) permite comandar a válvula de


corte de abastecimento do respectivo tanque interno para abrir (ABERTO) ou para
fechar (FECHADO).

VÁLVULA DE VENTILAÇÃO

Uma válvula de ventilação é instalada na área de expansão de cada tanque


interno. As válvulas são hidraulicamente comandadas para abrir, através da pressão
de combustível, durante a operação de abastecimento, de modo a garantir a
ventilação dos tanques. Elas também evitam sobrepressão no interior dos tanques
internos no caso de enchimento excessivo.
Quando a válvula de ventilação está aberta, um sensor de posição fornece um
sinal para o sistema, permitindo a abertura das válvulas de corte de abastecimento.
Se pelo menos uma válvula de ventilação permanecer fechada depois da
37
pressurização, o sensor de posição fornece um sinal para o sistema a fim manter
todas as válvulas de corte fechadas, não permitindo o abastecimento.
A válvula de corte é automaticamente fechada quando for removida a
pressão do sistema.
A saída das válvulas de ventilação dos tanques da asa estão localizadas no
intradorso da asa.

EFETIVIDADE: MONOPOSTO

Um duto acha-se instalado na saída da válvula de ventilação do tanque de


fuselagem com a finalidade de dirigir o ar para fora da aeronave através de uma
abertura localizada no intradorso da fuselagem.

VÁLVULA DE CORTE DE ABASTECIMENTO POR PRESSÃO

As válvulas estão normalmente fechadas e são comandadas para abrir ou para


fechar através da chave de duas posições localizada no painel de controle de
abastecimento. A posição fechada da respectiva válvula de corte de abastecimento é
indicada, no painel de controle de abastecimento, através da luz indicadora
associada.
As válvulas de abastecimento dos tanques da asa estão instaladas numa área
seca próximo à célula externa de cada tanque. Cada válvula é comandada para
fechar automaticamente, quando o nível de combustível do respectivo tanque
alcançar a condição de tanque cheio através do sensor de nível alto.

SENSOR DE NÍVEL ALTO

A função do sensor é enviar um sinal para fechar a válvula de corte de


abastecimento correspondente, quando a quantidade no tanque atingir o nível
máximo de abastecimento por pressão.

VÁLVULA DE CORTE DE DESTANQUEIO POR PRESSÃO

Uma válvula de corte de destanqueio por pressão, comandada eletricamente


através da chave de destanqueio (DEFUELING) do painel de manutenção,
localizado no compartimento de bagagem, acha-se instalada de forma a permitir a
comunicação, quando aberta, entre a linha de abastecimento por pressão e a linha de
alimentação do
motor, a fim de permitir o destanqueio do tanque selecionado. Para a realização do
destanqueio por pressão, a bomba elétrica do tanque selecionado deve ser acionada
.A chave DEFUELING possui uma guarda de segurança frenada com a finalidade
de evitar uma operação inadvertida da válvula de destanqueio.

38
SISTEMA DE ABASTECIMENTO / DESTANQUEIO POR PRESSÃO 28-22-00

Operação:

SISTEMA DE ABASTECIMENTO POR PRESSÃO

O sistema de abastecimento por pressão é alimentado com 28 VDC através do


disjuntor REF/DEF ligado à HOT BUS.
A operação do sistema de abastecimento por pressão é executada através do
adaptador de abastecimento por pressão e controlada pelo painel de controle de
abastecimento. As instruções para operação do abastecimento por pressão são:
• Certificar-se de que os procedimentos de segurança foram realizados para a
execução de serviços no sistema de combustível.
• Energizar a aeronave.
• Abrir a porta de acesso do adaptador localizado no intradorso da asa
esquerda, próximo à raiz da asa e abrir a tampa do adaptador.
• Abrir a porta de acesso do painel de controle de abastecimento, localizado
no lado esquerdo da fuselagem, logo à frente do bordo de ataque da asa esquerda.
As luzes das válvulas de corte de abastecimento e de iluminação do painel devem
estar acesas.
• Acoplar a mangueira de abastecimento de combustível ao bocal de
abastecimento por pressão.

39
• Levantar a guarda de segurança da chave de abastecimento e colocar a
chave na posição “LIGA”. As luzes das válvulas de corte de abastecimento devem
apagar (válvulas abertas).
• Pressurizar o sistema. A pressão de abastecimento por pressão deve ficar
entre 35 e 50 psi.
• Executar o pré-teste conforme segue:
- Colocar as chaves das válvulas de abastecimento para a posição “ABERTO”. As
luzes das respectivas válvulas deverão apagar.
- Depois da estabilização do fluxo de combustível, colocar a chave de
abastecimento na posição momentânea “PRE TEST”. O fluxo de abastecimento
pára e as luzes das válvulas de abastecimento acendem.
- Liberar a chave de abastecimento da posição “PRE TEST” (volta para a posição
“LIGA”).
- Mudar as chaves das válvulas de abastecimento da posição “LIGA” para a posição
“DESL” e depois para a posição “LIGA” novamente, para recomeçar o
abastecimento do tanque de combustível selecionado.
• Certificar-se de que as luzes das válvulas de abastecimento acendem na
parada automática de abastecimento, quando a quantidade máxima de combustível
for alcançada em cada tanque.
• Colocar a chave das válvulas de abastecimento na posição “DESL” e
“LIGA” e observar se as respectivas luzes permanecem acesas.
• Colocar a chave de abastecimento na posição “DESL” e observar se as luzes
das válvulas de abastecimento acendem. Abaixar a guarda de segurança da chave.
• Desacoplar a mangueira de abastecimento de combustível do bocal de
abastecimento por pressão e fechar a tampa do adaptador.
• Fechar as portas de acesso do adaptador de combustível e do painel de
controle de abastecimento.
• Desenergizar a aeronave.

SISTEMA DE DESTANQUEIO POR PRESSÃO

O sistema de destanqueio por pressão é alimentado com 28 VDC através do


disjuntor REF/DEF ligado ao HOT BUS. A operação do sistema de destanqueio por
pressão é executada por meio do mesmo adaptador de abastecimento por pressão e
controlado através do painel de combustível e do painel de manutenção. As
instruções para operação de destanqueio por pressão são: NOTA: A bomba não
deve funcionar sem combustível (seca) durante a operação de destanqueio por
pressão. Se apenas um tanque da asa for esvaziado, a respectiva bomba auxiliar
deverá ser usada.
• Certificar-se de que os procedimentos de segurança foram realizados para a
execução de serviços no sistema de combustível.
• Energizar a aeronave.
• Abrir a porta de acesso do adaptador localizado no intradorso da asa
esquerda, próximo à raiz da asa e abrir a tampa do adaptador.
40
• Acoplar a mangueira de destanqueio de combustível ao bocal de
abastecimento por pressão.
• Levantar a guarda de segurança da chave da válvula de corte do combustível
do motor (FUEL/HYDR/BLEED SHUTOFF), localizada no console esquerdo do
posto de pilotagem, e colocá-la na posição ²CLOSE²
• Levantar a guarda de segurança da chave da válvula de destanqueio
(DEFUELING), localizada no painel de manutenção, e colocá-la na posição ²ON².
• A quantidade de combustível a ser destanqueada deve ser observada através
do DISPLAY COLORIDO MULTIFUNCIONAL (EICAS (Sistema de Indicações
do Motor e Alerta à Tripulação)), localizado no painel de instrumentos do posto de
pilotagem.
• Ligar a bomba do tanque de combustível a ser destanqueado, por meio da
respectiva chave no painel de combustível.
• Quando o(s) tanque(s) estiver(em) vazio(s), a(s) respectiva(s) bomba(s)
deverá(ão) ser colocada(s) na posição ²OFF².
• Colocar a chave da válvula de corte do combustível do motor
(FUEL/HYDR/BLEED SHUTOFF) na posição ²OPEN² e abaixar a guarda de
segurança da chave.
• Colocar a chave da válvula de destanqueio (DEFUELING), localizada no
painel de manutenção, na posição ²OFF² e abaixar a guarda de segurança da chave.
• Desacoplar a mangueira de destanqueio de combustível do bocal de
abastecimento por pressão e fechar a tampa do adaptador.
• Fechar a porta de acesso do adaptador de combustível.
• Desenergizar a aeronave.

SISTEMA DE ABASTECIMENTO / DESTANQUEIO POR PRESSÃO 28-22-00

41
SISTEMA DE TRANSFERÊNCIA DE COMBUSTÍVEL (28-26-00)

Introdução

A função do sistema de transferência de combustível é transportar o


combustível dos tanques externos (subalares e ventral), quando instalados, para os
tanques da asa.

SISTEMA DE TRANSFERÊNCIA DE COMBUSTÍVEL - ARQUITETURA 28-26-00

42
Descrição Geral

A aeronave é equipada com um sistema de transferência de combustível


usado para transportar o combustível de cada tanque externo para os tanques da asa.
Durante a transferência de combustível, o fluxo de ar dos tanques da asa para
a atmosfera é feito através da válvula de alívio de pressão do sistema de ventilação
dos tanques da asa, com a finalidade de manter a pressão nos tanques dentro dos
limites apropriados.
A seleção do tanque externo (subalar ou ventral) para transferência de
combustível é feita através da chave seletora de transferência de combustível de três
posições (XFER) ²OFF², ²VNTRL/AUTO², ²UWING², localizada no painel de
controle de combustível.
Estando os três tanques externos instalados, a seqüência de transferência se
iniciará pelo tanque ventral, e, após este, os tanques subalares serão acionados
simultaneamente.
A transferência de combustível dos tanques externos (subalares e/ou ventral),
quando instalados, é realizada através de uma bomba elétrica de combustível
instalada no interior de cada tanque externo.
A operação de transferência é totalmente automática, sendo comandada pela chave
seletora de transferência de combustível (XFER). Na posição ²VNTRL/AUTO², a
transferência é automaticamente comandada. Cinco minutos após, a bomba é ligada
pelo sistema novamente, repetindo esse processo, até que o combustível no tanque
ventral se esgote. . Após o término do combustível do tanque ventral, o sistema
passa a transferir automaticamente o combustível dos tanques subalares, seguindo a
mesma lógica até o término do combustível desses tanques.
A transferência no modo manual, em caso de falha do modo automático, pode
ser realizada selecionando-se o tanque desejado na chave seletora de transferência
de combustível (XFER) e comandando a transferência através do botão de
acionamento manual das bombas (OVRD), conjugado com as luzes indicadoras,
instalados no painel de combustível. A finalização da transferência de combustível é
feita automaticamente quando o nível máximo de combustível no tanque da asa for
alcançado ou quando acabar o combustível no tanque externo.
A alimentação de 28 VDC para o sistema de transferência de combustível dos
tanques externos é feita através do disjuntor ² FUEL XFR², ligado ao MAIN DC
BUS 1, sendo que cada tanque externo (ventral e subalar) possui um disjuntor
solidário para alimentação da respectiva bomba de combustível.
A operação de transferência de combustível é monitorada através de luzes
indicadoras, localizadas no painel de controle de combustível.
A indicação de quantidade de combustível é mostrada no EICAS (Sistema de
Indicações do Motor e Alerta à Tripulação), localizado no painel de instrumentos do
posto de pilotagem.

43
O sistema de transferência de combustível possui os seguintes componentes:
• Chave de pressão
• Válvula unidirecional
• Sensor de nível alto

TRANSFERÊNCIA DE COMBUSTÍVEL DO TANQUE EXTERNO


VENTRAL PARA OS TANQUES DA ASA

A transferência de combustível do tanque externo ventral para os tanques da


asa é realizada através da bomba elétrica do tanque externo ventral para enviar o
combustível para ambos os tanques da asa simultaneamente, através de uma linha
de transferência de combustível dedicada. O balanceamento do fluxo de
combustível para cada tanque da asa é garantido pelas dimensões da linha. A
transferência de combustível do tanque externo ventral para os tanques da asa é
realizada colocando-se a chave seletora de transferência de combustível (XFER) na
posição “VNTRL/AUTO”, o que irá energizar a bomba elétrica do tanque externo
ventral após cinco minutos.
A alimentação de 28 VDC para o tanque externo ventral é feita através do
disjuntor “VENTRAL FUEL TANKS XFR”, ligado ao RB MAIN DC BUS.

TRANSFERÊNCIA DE COMBUSTÍVEL DOS TANQUES EXTERNOS


SUBALARES PARA OS TANQUES DA ASA

A transferência de combustível de cada tanque externo subalar para o


respectivo tanque da asa é realizada através da bomba elétrica de cada tanque
externo subalar para enviar o combustível para o respectivo tanque da asa, através
de uma linha de transferência de combustível dedicada.
A transferência de combustível de ambos os tanques externos subalares para
os respectivos tanques da asa é realizada colocando-se a chave seletora de
transferência de combustível (XFER) na posição “VNTRL/AUTO” (as bombas dos
tanques subalares serão energizadas apenas se não houver combustível no tanque
ventral) ou “UWING” (o sistema não considerará a quantidade de combustível do
tanque ventral) e pressionando o botão (OVRD), o que irá energizar diretamente a
bomba elétrica de ambos os tanques externos subalares.
A alimentação de 28 VDC para o tanque externo subalar esquerdo é feita
através do disjuntor ²L FUEL XFR TANKS², ligado ao RB MAIN DC BUS, e, para
o tanque externo subalar direito, através do disjuntor ²R FUEL XFR², ligado ao RB
MAIN DC BUS.

44
EFETIVIDADE: BIPOSTO

O painel de controle de combustível localizado no painel de instrumentos do


posto de pilotagem traseiro possui apenas as luzes indicadoras.

SISTEMA DE TRANFERÊNCIA DE COMBUSTÍVEL 28-26-00

Componentes:

BOMBA DE COMBUSTÍVEL
Uma bomba elétrica do tipo centrífuga é instalada na parte traseira de cada
tanque externo.

CONTATOR DE PRESSÃO
Existe um contator de pressão instalado na linha de transferência de cada
tanque externo (subalar e ventral).
O contator de pressão fornece um sinal para acender a luz de indicação de
transferência, no painel de controle de combustível “VENTRAL”, “L”, ou “R”,
indicando que a operação de transferência de combustível do tanque correspondente
está sendo executada, além de manter a respectiva bomba em operação continuada.
O contator de pressão interrompe a operação da bomba de combustível (através da
pressão baixa sentida na linha de transferência), quando o combustível do
respectivo tanque externo terminar. O sinal é fornecido pelo contator de pressão,
quando a pressão sentida na linha de transferência for igual ou superior a 3.0 psig (±
1.0 psig).

45
VÁLVULA UNIDIRECIONAL
Existem cinco válvulas unidirecionais instaladas nas linhas de transferência
de combustível dos tanques externos (ventral e subalares) para os tanques da asa.
Três válvulas estão instaladas na linha de transferência do tanque externo
ventral e uma válvula está instalada na linha de transferência de cada tanque externo
subalar. Essas válvulas têm a finalidade de evitar o retorno de fluxo de combustível
dos tanques da asa para as respectivas linhas de transferência, além de evitar o
gotejamento de combustível da linha durante a remoção do tanque ou do pilone.

SENSOR DE NÍVEL ALTO


O mesmo sensor de nível alto do tanque da asa indicado no sistema de
abastecimento por pressão é utilizado nesse sistema para interromper a transferência
de combustível dos tanques externos (ventral e subalares) para os tanques da asa.
Na transferência do tanque externo ventral para os tanques da asa, o sensor de nível
alto é usado para interromper a transferência de combustível para os tanques da asa,
quando o nível máximo de combustível for alcançado em pelo menos um dos
tanques da asa.
Na transferência dos tanques externos subalares para os respectivos tanques da asa,
o sensor de nível alto é usado para interromper a transferência de combustível do
tanque externo subalar, quando o nível máximo de combustível for alcançado pelo
respectivo tanque da asa.

OPERAÇÃO MANUAL

FALHA NA TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA.


No caso de a transferência automática de combustível do tanque em questão
não ocorrer, deverá pressionar o botão (OVRD). Deve-se observar se a luz de
indicação de transferência do respectivo tanque acende “VENTRAL”, “L” ou “R” e
observar também a quantidade de combustível em ambos os tanques da asa.
A transferência de combustível deverá ser interrompida, quando a quantidade
de combustível em pelo menos um tanque da asa atingir o nível máximo.

FALHA NA INTERRUPÇÃO AUTOMÁTICA DE TRANSFERÊNCIA


A transferência de combustível deve ser monitorada através da indicação de
quantidade de combustível nos tanques da asa.
No caso de a transferência de combustível não se interromper
automaticamente, quando o nível máximo em um tanque da asa for atingido, a
tripulação deverá interromper a operação de transferência colocando a chave
seletora de transferência de combustível (XFER) na posição “OFF”.
No caso de a quantidade de combustível nos tanques da asa não aumentar,
com a luz indicadora de transferência acesa (tanque vazio), a tripulação também
deverá interromper a operação de transferência colocando a chave seletora de
transferência de combustível (XFER) na posição ²OFF².

46
PAINEL MAINTENANCE (28-29-00)
Introdução

O painel MAINTENANCE acha-se instalado no compartimento de bagagem


e possui controles de diversos sistemas. Os controles e indicações do painel
MAINTENANCE atendem, em geral, a necessidades em atividades de manutenção.

TABELA - PAINEL MAINTENANCE - CONTROLES E INDICAÇÕES

NÚMERO DE CONTROLE/INDICA- FUNÇÃO DO CONTROLE/INDICAÇÃO


REFERÊNCIA ÇÃO
DA
ILUSTRAÇÃO
LED FUS FUEL TANK Acende quando o botão de pressão FUS FUEL TANK
1 FULL TEST for apertado e o tanque da fuselagem estiver
completamente cheio.
Botão FUS FUEL Quando pressionado, permite verificar, através do
2 TANK TEST LED FUS FUEL TANK FULL, se o tanque da
fuselagem está cheio.
Quando ajustada na posição ON, faz com que os
3 Chave HYDR MAINT acumuladores hidráulicos de emergência sejam
pressurizados, estando a aeronave no solo.
Chave CVR ERASER Quando levada à posição RESET, apaga
4 completamente os dados de áudio gravados da cabine.
Chave FDR/CVR BIT Quando levada à posição TEST, executa um autoteste
5 da unidade VADR (Gravador de Dados e Voz).
Pisca durante o BIT (Auto-teste). Se permanecer
6 LED FDR/CVR BIT aceso, significa que ocorreu falha no sistema de FDR/
ABLE CVR (Registrador de Dados de Vôo/Gravador de Voz
da Cabine).
Quando colocada na posição ON, permite a operação
7 Chave GND FIRE de armamento no solo, pois sobrepuja a lógica WOW
(Peso nas Rodas).
Chave DEFUELING Controla a válvula de destanqueio do sistema de
8 combustível abrindo-a, fechando-a ou permitindo a
transferência interna entre os tanques.

47
TABELA - PAINEL MAINTENANCE - CONTROLES E INDICAÇÕES (cont.)
NÚMERO DE CONTROLE/INDICA- FUNÇÃO DO CONTROLE/INDICAÇÃO
REFERÊNCIA ÇÃO
DA
ILUSTRAÇÃO
Quando colocada na posição ON, impede que o ELT
Chave ELT/V/UHF 2 (Transmissor Localizador de Emergência) seja
9 INHIBT acionado e os dados de configuração de missão do
V/UHF(Freqüência Ultra-Alta/Altíssima) 2 sejam
apagados, durante a remoção do assento ejetável em
um procedimento de manutenção.
Quando levada à posição TEST, executa um BIT da
10 GCU (Unidade de Controle do Gerador) e, se
Chave GCU colocada na posição RESET, executa a reinicialização
da GCU.
Chave FEATHER ADJ Quando colocada na posição ON, mantém a hélice
11 embandeirada, mesmo se a potência do motor for
aumentada.
É utilizada no processo de regulagem da manete de
controle do motor, ajustando-a ao sistema eletrônico.
12 Chave PMU RIG Durante esse processo, altera-se a posição da manete
de acordo com os valores especificados e leva-se a
chave, momentaneamente, para a posição ON.

PAINEL DE MANUTENÇÃO 28-29-00

48
PAINEL DE MANUTENÇÃO 28-29-00

SISTEMA DE INDICAÇÃO (28-40-00)

SISTEMA DE INDICAÇÃO

Introdução
O sistema de indicação tem a finalidade de fornecer as indicações necessárias
e mensagens de alarme para a tripulação da aeronave.

Descrição Geral
O SISTEMA DE INDICAÇÃO inclui os seguintes subsistemas:

• SISTEMA ELÉTRICO DE INDICAÇÃO DE QUANTIDADE


• INDICAÇÃO MECÂNICA DE QUANTIDADE DE COMBUSTÍVEL
• SISTEMA DE ALARME DE BAIXO NÍVEL DE COMBUSTÍVEL
• SISTEMA DE ALARME DE BAIXA PRESSÃO DE COMBUSTÍVEL

O sistema de indicação fornece à tripulação da aeronave indicações como:


- indicação da quantidade de combustível existente em cada tanque interno,
- indicação de joker,
- indicação do fluxo de combustível e indicação da quantidade de
combustível remanescente.

49
O sistema fornece também mensagens de alarme como:
- baixo nível de combustível,
- quantidade Bingo, baixa pressão de combustível e
- falha de transferência de combustível dos tanques externos (quando
instalados).

As indicações e as mensagens de alarme são processadas no MDP


(Processador de Displays e Missão) 1 e 2 e apresentadas no EICAS, instalado no
posto de pilotagem.

O sistema de indicação possui os seguintes subsistemas:


• Sistema Elétrico de Indicação de Quantidade (bóia com sensor de
transferência resistivo).
• Indicador de Quantidade Mecânico (DIP STICK).
• Sistema de Alarme de Baixo Nível de Combustível.
• Sistema de Alarme de Baixa Pressão de Combustível.

EFETIVIDADE: MONOPOSTO
Na aeronave monoposto, o sistema de indicação fornece também a indicação
da quantidade de combustível existente no tanque de fuselagem, uma mensagem de
alarme da bomba de combustível do tanque de fuselagem e uma indicação da
válvula de isolamento dos tanques da asa.

SISTEMA ELÉTRICO DE INDICAÇÃO DE QUANTIDADE


Introdução:
O sistema elétrico de indicação de quantidade informa à tripulação da
aeronave a quantidade de combustível disponível.
Descrição Geral:
O sistema elétrico de indicação de quantidade fornece a quantidade de
combustível existente nos tanques internos, separadamente. A indicação de
quantidade é em kg é processada nos MDP (Processador de Displays e Missão) 1 e
2, sendo apresentada no EICAS (Sistema de Indicações do Motor e Alerta à
Tripulação) na forma digital e na forma gráfica.
A indicação de quantidade de combustível é apresentada em vermelho
quando for um valor abaixo do correspondente ao baixo nível do tanque aplicável.
A identificação do tanque é apresentada em vermelho quando houver um baixo
nível no tanque correspondente. Isso é realizado através de um sensor de baixo nível
instalado no tanque. A indicação em vermelho vem da leitura das bóias. Dois
sensores de quantidade do tipo bóia, conectados em série, são instalados em cada
tanque interno. Os indicadores compreendem, basicamente, resistências variáveis de
45 W. A precisão da indicação de quantidade de combustível remanescente no
tanque é de 5% em relação à quantidade real.

50
Antes da partida do motor, a tripulação deve ajustar a quantidade de
combustível total inicial através de um botão localizado no lado direito do EICAS
(INIT). O somatório das quantidades de combustível nos tanques internos (e
externos, quando instalados) é apresentado no EICAS em forma analógica (no arco
verde). Isso é feito em relação à quantidade de combustível ajustada pela tripulação,
antes da partida do motor, e no medidor de fluxo do motor, que fornece um sinal
para diminuir a quantidade inicial de combustível.
A quantidade de combustível correspondente à mensagem “BINGO” é selecionada
pela tripulação através de um botão localizado no HUD (Head-Up Display)
. Quando a quantidade de combustível BINGO selecionada for atingida, a
mensagem BINGO (atenção) será apresentada no EICAS. A quantidade
correspondente à mensagem BINGO será indicada, por uma seta amarela no arco de
indicação.
A indicação joker, apresentada no lado direito do EICAS (em verde), refere-
se à indicação da quantidade joker de combustível previamente selecionada no solo
ou em vôo pela tripulação, através de botões que possibilitam aumentar ou diminuir
a quantidade. É uma quantidade definida pela tripulação no início da missão. Tem
por finalidade alertar a tripulação, quando o nível de combustível atingir uma dada
quantidade, mudando a sua indicação para “inverse video”, sendo acionados uma
mensagem no HUD (Head-Up Display) e um sinal sonoro. Essa quantidade é
ajustada de forma a se situar antes do ponto de “bingo”.
Um transmissor de fluxo de combustível é instalado no motor, na linha de
alimentação dos bicos injetores, indicando instantaneamente o fluxo de combustível
no EICAS.
A indicação do total de combustível remanescente é apresentada no EICAS
nas formas analógica (arco verde) e digital. Para fornecer essa indicação, o valor
total inicial, correspondente ao combustível existente nos tanques internos (e
externos, quando instalados), é inserido pela tripulação no início da missão, no
campo “INIT” (verde), localizado no lado direito do EICAS, sendo atualizadas
automaticamente as indicações iniciais de quantidade remanescente. Através do
fluxômetro, a quantidade total de combustível remanescente é calculada pelo
decremento do valor do fluxo de combustível para o motor no tempo, e a sua
indicação é atualizada continuamente.

BINGO

O valor BINGO inserido pelo piloto antes do vôo é a quantidade de


combustível definida para que a aeronave chegue na vertical do campo selecionado
no UFCP como Home Point. Durante todo o vôo, o EICAS computa continuamente
o combustível a ser gasto para o deslocamento do ponto onde a aeronave está até a
vertical do Home Point, isso considerando-se altitude, regime do motor, distância e
configuração. A ativação do alarme BINGO ocorre quando a quantidade de
combustível remanescente na aeronave atingir um valor igual ou menor ao valor
correspondente à soma da quantidade BINGO inserida antes da missão com a
51
quantidade de combustível calculada pelo EICAS para o deslocamento da aeronave,
da posição atual até a vertical do Home Point, nas condições do momento em que a
mensagem é ativada e no perfil com menor consumo de combustível.

JOKER
O valor do JOKER pode ser inserido no solo, manualmente ou através do
DTC, ou em vôo, através do formato FUEL do UFCP ou dos formatos UFC1, UFC2
e EICAS do CMFD. O valor JOKER nunca será inferior ao valor BINGO válido,
independentemente do valor inserido, e tem como função alertar o piloto quando o
combustível remanescente na aeronave atingir o valor inserido.

SISTEMA ELÉTRICO DE INDICAÇÃO DE QUANTIDADE 28-41-00

Componentes:

SENSORES DE QUANTIDADE
Existem dois sensores de quantidade de combustível instalados um em cada tanque
interno e outro nos externos da aeronave. Os indicadores são do tipo bóia e estão
ligados em série. Os indicadores são basicamente resistências variáveis de 45 .
. A finalidade dos sensores é fornecer um sinal de indicação da quantidade de
combustível no tanque, tanto para o MDP 1 quanto para o MDP 2, para serem
processados e apresentados no EICAS.

52
Operação:

EFETIVIDADE: BIPOSTO
Os dois sensores de quantidade de combustível instalados no tanque da asa
esquerda enviam o sinal “LEFT WING FUEL QTY” para o MDP 1 e 2, para ser
processado e apresentado no EICAS.
Os dois sensores de quantidade de combustível instalados no tanque da asa
direita enviam o sinal “RIGHT WING FUEL QTY” para o MDP 1 e 2, para ser
processado e apresentado no EICAS.
As mensagens são apresentadas no EICAS, de acordo com a lógica do
sistema.

EFETIVIDADE: MONOPOSTO
Nas aeronaves monoposto, os dois sensores de quantidade de combustível
instalados no tanque de fuselagem, dentro da gaiola protetora, enviam o sinal
“FUSELAGE FUEL QTY” para o MDP 1 e 2, para ser processado e apresentado no
EICAS.
A mensagem é apresentada no EICAS, de acordo com a lógica do sistema.

INDICAÇÃO MECÂNICA DE QUANTIDADE DE COMBUSTÍVEL


(28-42-00)

Introdução:

O sistema de indicação mecânica permite ao operador verificar, no solo, a


quantidade de combustível nos tanques das asas em caso de falha do sistema
elétrico de indicação de quantidade.

Descrição Geral:

Cada ponto de medição possui uma bóia magnética que fixa a escala
graduada nele introduzida, quando esta atinge o ponto correspondente ao nível do
combustível. A quantidade de combustível é, então, determinada, confrontando-se o
valor lido na escala com os valores da Tabela de Conversão do Sistema Mecânico
de Quantidade de Combustível.

Componentes:

Existem dois indicadores mecânicos de quantidade de combustível na


aeronave, um para cada tanque da asa. (célula externa dos tanques).
NOTA: As leituras devem ser efetuadas com a aeronave praticamente
nivelada em relação ao seu eixo transversal, o que pode ser verificado através do

53
indicador de curva e derrapagem. Se não conseguir ler a quantidade de combustível
corretamente, repita a operação novamente, até obter uma boa leitura.

INDICAÇÃO MECÂNICA DE QUANTIDADE DE COMBUSTÍVEL 28-42-00

SISTEMA DE ALARME DE BAIXO NÍVEL DE COMBUSTÍVEL (28-44-00)

Descrição Geral:

A aeronave possui um sensor de indicação de baixo nível de combustível


instalado dentro de cada um dos tanques internos. A função do sensor é sentir o
nível baixo de combustível dentro do tanque e enviar um sinal de alarme para os
MDP (Processador de Displays e Missão). Somente quando for atingido o baixo
nível de combustível em todos os tanques internos é que a indicação será
apresentada no EICAS (Sistema de Indicações do Motor e Alerta à Tripulação).

EFETIVIDADE: MONOPOSTO

Nas aeronaves monoposto, a indicação de alarme vermelha (WARNING) “FUEL


LVL” será apresentada no EICAS somente quando a indicação de baixo nível de
combustível, tanto no tanque de fuselagem quanto nos tanques da asa, for atingida.
O ponto de ajuste do sensor de baixo nível do tanque de fuselagem corresponde a
um total de 170 Lts. . Nessa condição cada tanque de asa terá combustível suficiente
para voar 15 min e o tanque de fuselagem, 30 min. Para o sensor validar a leitura,
essa condição deverá permanecer ativada por um período de 60 s. Há um atraso de
1 min, na apresentação da mensagem, após os três sensores de nível baixo serem
54
ativados e mandarem o sinal de alarme (WARNING) “FUEL LVL” para ser
processado nos MDP 1 e 2. . O sinal é apresentado no EICAS, de acordo com a
lógica do sistema.

EFETIVIDADE: BIPOSTO

Nas aeronaves biposto, a indicação de alarme vermelha (WARNING) “


FUEL LVL” será apresentada no EICAS, quando o nível de combustível utilizável
em ambos os tanques da asa baixar para uma quantidade suficiente para voar apenas
15 min 87 Lts (68 kg).
O ponto de ajuste do sensor de baixo nível dos tanques da asa corresponde a
um total de 170 Lts, incluindo a quantidade de combustível correspondente a um
minuto de atraso (com a finalidade de evitar a presença da mensagem durante
manobras acrobáticas).

ALARME DE BAIXO NÍVEL 28-44-00

SISTEMA DE ALARME DE BAIXA PRESSÃO DE COMBUSTÍVEL

INTRODUÇÃO

O sistema de alarme de baixa pressão de combustível tem a finalidade de


monitorar a pressão de combustível na linha de alimentação do motor e alertar a
tripulação quando ocorrer baixa pressão de combustível.

55
SISTEMA DE ALARME DE BAIXA PRESSÃO DE COMBUSTÍVEL

DESCRIÇÃO GERAL

O sistema de alarme de baixa pressão de combustível possui um contator


manométrico instalado na linha de alimentação do motor, próximo à FMU (Unidade
Reguladora de Combustível). O contator manométrico de pressão tem a função de
monitorar a pressão de combustível na entrada do motor. Se a pressão de
combustível na entrada do motor cair abaixo de 6,5 psig (± 1 psig), uma mensagem
de atenção “FUEL LOW PRESS” será apresentada no EICAS (Sistema de
Indicações do Motor e Alerta à Tripulação), fornecendo à tripulação a indicação de
baixa pressão de combustível na linha de alimentação do motor.

COMPONENTES

Um contator manométrico é instalado na linha de alimentação do motor. Esse


contator monitora a pressão de combustível na entrada do motor.
O contator manométrico consiste em uma carcaça hermeticamente selada, em
cujo interior está alojado um diafragma sensor de pressão, que aciona um contato
elétrico, quando a pressão de combustível cair abaixo de 6,5 psig (± 1 psig).

56
OPERAÇÃO

Quando a pressão de combustível estiver muito baixa na linha de alimentação


do motor (menos que 6,5 psig (± 1 psig), um sinal de alarme será enviado aos MDP
(Processador de Displays e Missão)1 e 2 e uma indicação de alarme na cor âmbar
(CAUTION), junto com a inscrição “FUEL LOW PRESS”, será apresentada no
EICAS.
O sinal de alarme é apresentado no EICAS aleatoriamente, de acordo com a
lógica do sistema.

ALARME DE BAIXA PRESSÃO 28-45-00

BALANCEAMENTO DE COMBUSTÍVEL ENTRE AS ASAS


(Manual de Vôo)

BALANCEAMENTO AUTOMÁTICO

O MDP possui uma lógica de controle e circuitos elétricos para controlar


automaticamente o balanceamento do combustível da aeronave. O sistema fica
monitorando a quantidade de combustível nos tanques das asas direita e esquerda
continuamente. Quando o desbalanceamento entre os tanques atingir 35 kg, a
bomba auxiliar do tanque que estiver com mais combustível é ligada, permanecendo
assim até que a diferença fique abaixo de 20 kg, quando é desligada. Esse ciclo
volta a ser ativado toda vez que o desbalanceamento atingir 35 kg.

57
O controle de balanceamento automático de combustível é sobrepujado nas
seguintes condições:
– Se a chave seletora MAIN PUMPS for colocada na posição FUS;
– Se a chave seletora AUX PUMPS for colocada nas posições LH, RH ou
BOTH;
– No caso de ocorrência de falha ou baixa pressão na saída de uma das
bombas principais dos tanques de asa.

BALANCEAMENTO MANUAL

Em caso de falha no processo de balanceamento automático, quando o


desbalanceamento entre as asas atingir 60 kg, a luz MASTER CAUTION se acende,
a mensagem de advertência FUEL IMB é apresentada no formato EICAS em vídeo
inverso e a mensagem de voz CAUTION é anunciada duas vezes no fone do piloto.
Para corrigir manualmente o desbalanceamento, a chave AUX PUMPS deve ser
posicionada de modo a selecionar a bomba auxiliar correspondente ao tanque de asa
com maior quantidade de combustível (LH ou RH). Durante essa operação, a chave
seletora MAIN PUMPS deve estar na posição AUTO e as bombas principais
permanecem funcionando normalmente. A diferença de quantidade entre os dois
tanques deve ser monitorada durante a operação manual e, quando ficar abaixo de
20 kg, a chave AUX PUMPS deve ser posicionada em AUTO.

*********

58
CONCLUSÃO

Durante o estudo deste módulo aprendemos um pouco mais sobre o Sistema


de Combustível da Aeronave A-29. A busca pelo conhecimento e o
aperfeiçoamento profissional deve ser constante.
Esta apostila não pretende esgotar o assunto, mas foi elaborada baseando-se
nos manual de manutenção referente ao Sistema de Combustível (capítulo 28).
Contudo, não deve ser utilizado para os serviços de manutenção nas
aeronaves, pois não sofre atualizações. Recorra sempre aos manuais no CDCP da
sua Unidade.
Vamos cuidar bem de nossas aeronaves!

59

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