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3º Seminário de Projeto Integrador do Curso Técnico Integrado em Eletromecânica – Campus Araranguá

A CULTURA MAKER COMO PROCESSO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E


TECNOLÓGICA: A NUCLEAÇÃO NO CAMPUS ARARANGUÁ DO IFSC

David Davila Leandro1, Bruno Florentino Felisberto, Murilo de Matos de Aguiar,


Werther Alexandre de Oliveira Serralheiro2

Resumo: A cultura maker abrange uma grande área, como o compartilhamentos de ferramentas e espaços
onde as pessoas com ideais semelhantes se reúnem para fazer projetos, um exemplo é o “faça você
mesmo” onde as pessoas se reuniram para compartilhar pensamentos e projetos de ciência entre si, o
resultado dessa intervenção foi tão gratificante que depois dessa intervenção maker, eles se reúnem todos
os anos para para fomentar ideias e projetos antigos e atuais através de exposição. Esse artigo mostra a
importância da criação de um espaço maker, como utilização de ferramentas e equipamentos que são
interessantes para criação de projetos e contribuem para aprendizagem do estudantes, porém, o problema
é a condições financeira já que nem todos terão acesso para utilizar as ferramentas, assim nasce a ideia
dos markes espaces que dá liberdade para criação de novos projetos e assim a cultura maker pode afetar
diretamente na formação de alunos desde técnicos ao doutorado, através de makers espaço. Esse artigo
tem como objetivo implementar essa ideia para o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) Câmpus
Araranguá, assim permitindo que os alunos tomem iniciativas e tenham suas próprias ideias para melhorar
os ambientes escolares para os outros estudantes e ampliando a cultura do faça você mesmo.

Palavras-Chave: Cultura maker, Espaço Maker, Educação maker, Manifesto maker.

1 INTRODUÇÃO

O movimento maker é uma cultura que partiu da famosa ideia do “faça você
mesmo”, conhecido popularmente como DIY, e se popularizou após a criação da revista
Make, por Dale Dougherty, em 2005. No ano de 2006 foi organizada a primeira feira
maker, pelo mesmo criador da revista. Após esse ano, o local da feira passou a ser um
ponto de encontro anual para aqueles que se tornaram adeptos ao movimento (RAABE e
GOMES, 2018).
Após a popularização do movimento Maker nos anos 2000, o livro intitulado O
Manifesto Maker foi escrito por Mark Hatch (2014). O Manifesto Maker é um livro que
apresenta os principais conceitos definidos pela comunidade maker quanto ao
movimento, e também define ideias, como o que é um espaço maker, e explica
detalhadamente os 10 pilares fundamentais para a cultura. Para uma melhor explicação, o
livro também relata histórias pessoais de celebridades envolvendo o movimento e sua
cultura.
O movimento e a cultura maker, além de poderem ser utilizados como ferramenta
educacional, os mesmos podem ser aplicados como ferramenta social, já que ao criar

1 david.l09@aluno.ifsc.edu.br
2 werther@ifsc.edu.br
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espaços maker públicos, pessoas de vários locais, que nunca tiveram contato, passarão a
se conhecer por esse interesse em comum, e passarão a compartilhar conhecimentos e
experiências que serão de tamanha importância em um momento futuro.
Além disso, a cultura maker pode ser utilizada para intenso auxílio na educação
de estudantes do ensino básico, levando em consideração a possibilidade da criação e
fomentação de um espaço maker nas instituições de ensino, com a instrução de
professores, mas ainda permitindo certa liberdade de criação por parte dos estudantes,
para evitar a limitação do ensino com a cultura maker, já que um dos fundamentos da
mesma é fazer suas próprias criações, sem copiar algo alheio por completo (GODHE;
LILJA; SELWYN, 2019).
Este trabalho tem como objetivo geral a compreensão da articulação e a interação
entre espaços de aprendizagem pela cultura maker em diferentes níveis de ensino.
Quanto aos objetivos específicos, primeiramente, será estudado a Cultura Maker e
seus pilares, após, planejar oficinas de ensino à cultura, e também, planejar a criação de
um clube maker. Por último, pretende-se avaliar os resultados obtidos ao longo do
trabalho.

2 A CULTURA MAKER NA EDUCAÇÃO

O manifesto maker mostra como a cultura maker afeta diretamente na educação


através de makerspaces onde pessoas com ideias semelhantes se reúnem para aprender
fazendo. Makerspaces são espaços onde você consegue utilizar ferramentas que tenha
desejo e não possa pagar por elas, é um lugar onde possa compartilhar e receber
conhecimento.
A vantagem de um espaço de criação completo e bem equipado é que ele atrai
pessoas com amplas ideias de projetos, embora o espaço maker seja uma área para
aprender e compartilhar, também é um lugar para interação social e para a união de
pessoas.
O manifesto maker aponta os pilares makers, que são importantes para criação de
espaços na área da educação. Podemos também apontar um fato importante que é a
pedagogia verticalizada definida por Pacheco (2010) no ebook Institutos Federais.
A pedagogia verticalizada e a inovação para os institutos federais é a expansão de
espaços de ensino de diferentes níveis, que abrangem áreas da tecnologia para o uso
compartilhado de laboratórios, visando a formação acadêmica de técnicos ao doutorado.
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Pacheco (2010) também traz por várias vezes a ideia de que os Institutos Federais,
e outras instituições de e, independente do nível de ensino, são instituições que
participam de uma comunidade, juntamente com os pais, professores e alunos, afirmando
até que esse espaço pode ser um dos poucos, ou até mesmo o único espaço em que há
a possibilidade de uma união da comunidade.
3 METODOLOGIA

Referente aos procedimentos metodológicos, inicialmente se estudou e


compreendeu os conceitos da cultura maker, o manifesto maker e seus pilares. Após,
planejou-se oficinas de promoção à cultura maker e aplicou-se para duas turmas na
Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) no IFSC Câmpus Araranguá.
Essas duas oficinas tiveram quatro horas de carga horária e um total de 15
participantes por oficina, sendo que uma aconteceu no período da manhã e a outra, no
período da tarde.
A ideia inicial era fundar um espaço maker no Instituto Federal de Santa Catarina
Câmpus Araranguá, porém, houveram dificuldades para realizar esse objetivo, portanto,
não concluiu-se essa parte.
Quanto ao conteúdo apresentado nas oficinas, planejou-se uma interação
dialogada com os alunos, utilizando slides como suporte. Apresentou-se sobre a cultura
maker e os pilares do manifesto maker nas oficinas, como mostra o Quadro 1.

Quadro 1: Planejamento das oficinas.

Oficina Tópicos trabalhados Abordagem CH

Cultura Maker;
Aula dialogada;
1 Manifesto Maker e seus 4
Uso de slides.
pilares.

Cultura Maker;
Aula dialogada:
2 Manifesto Maker e seus 4
Uso de slides.
pilares.
Fonte: Os autores.

O público-alvo das oficinas foram estudantes que estavam visitando o câmpus,


através da Semana Nacional de Tecnologia (SNCT), sendo que na primeira oficina os
alunos eram, em sua maioria, do Ensino Fundamental, e na segunda oficina, os alunos
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presentes eram, de grande parte, do Ensino Médio.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Apresentamos nossa oficina com base nos pilares do “manifesto maker”, criado por
Mark Hatch. Utilizamos turmas de outras instituições e colégios que nos visitaram no
período da manhã com o acompanhamento de coordenadores do tour. Os alunos foram
interativos e autodidatas, tivemos sucesso em plantar uma semente Maker nos alunos. Os
professores foram totalmente interativos.
No período da tarde os alunos infelizmente não colaboraram conosco ao evitar a
interação, sendo um pouco introvertidos; Isso se dá pelo fato de não nos conhecerem
bem, e também porque eram alunos do ensino médio, por isso tendem a ser mais
introvertidos.tivemos a presença de um aluno que é deficiente auditivo, precisando de um
tradutor para libras em tempo real; O que é gratificante sobre esse fato é que até mesmo
uma pessoa com deficiência pôde participar de nossa apresentação, mostrando também
que a comunidade maker abrange todos que tenham interesse, sem nenhuma
descriminação ou preconceito.
Convidamos os alunos para conhecer todo nosso Campus Araranguá, todos os
alunos desde de crianças até jovens ficaram admirados com nossos laboratórios técnicos,
fizeram várias perguntas para os professores do campus e puderam aprender um pouco
mais sobre nossos cursos.
Algo que percebemos foi que vários alunos da turma da manhã tinham muito
interesse em fazer algo de maneira prática, além daqueles que já haviam feito algo, e que
tiveram muito prazer e empolgação em relatar suas experiências. Um exemplo desses
alunos foi uma jovem que nos contou como ela havia criado uma cadeira de bonecas para
sua prima, feita em papelão. A empolgação da garota em criar, é o que demonstra que as
pessoas realmente têm interesse em criar, e às vezes só o que falta são ferramentas, e
não a vontade e determinação.
No período da tarde tivemos a presença de uma garota do ensino médio que fez
um projeto de sistema de irrigação para a horta do colégio, a mesma alega ser prazeroso,
apesar da falta de ferramentas e equipamentos Tudo isso nos mostra o quão útil seria um
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espaço maker, um lugar para dividir ferramentas e conhecimentos


Já no período da manhã tivemos a presença de um garoto que tinha em torno de 8
anos de idade, e possuía uma enorme vontade e determinação em criar e construir.
Infelizmente não tínhamos muito tempo disponível para fazermos algo prático com
os alunos, mas era muito visível a empolgação da maioria dos alunos da turma da manhã.
Isso já não era tão presente na turma da tarde, que se mostrava desanimada e sem
determinação.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho de pesquisa apresentou êxito na criação da oficina maker, tendo


bons resultados em plantar conhecimento da área maker nos alunos, tendo grande
participação dos alunos nas oficinas maker. Entretanto, tivemos dificuldades na criação e
organização dos fichamentos e do artigo final, devido a falta de participação dos
integrantes e a ausência de participação nas reuniões. Além disso, não alcançamos o
objetivo da criação do clube maker para melhor desempenho do projeto e infelizmente
não tivemos êxito na criação de espaço maker no colégio E.E.B. Nova Divinéia, por falta
de interesse dos mesmos.

REFERÊNCIAS

HATCH, Mark. The Maker Movement Manifesto. New York: McGraw-Hill Education,
2013. 253p

VUORIKARI, R.; FERRARI, A.; PUNIE Y. Makerspaces for Education and Training.
Joint Research Centre - JRC. Report. Luxembourg: Publications Office of the European
Union, 2019

RAABE, André; GOMES, Eduardo Borges. Maker: uma nova abordagem para
tecnologia na educação. Revista Tecnologias na Educação, v. 26, n. 26, p. 6-20, 2018.
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Martin, L. (2015). The Promise of the Maker Movement for Education. Journal of Pre-
College Engineering Education Research (J-PEER), 5(1), Article 4.

Godhe, Anna-Lena; Lilja, Patrik; Selwyn, Neil (2019) Making sense of making: critical
issues in the integration of maker education into schools. Technology, Pedagogy and
Education, 28:3, 317-328, 2019 https://doi.org/10.1080/1475939X.2019.1610040.

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