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CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA MECATRÔNICA

KELVIN MULLER MINHOS

MODULARIZAÇÃO EM PROJETOS ELÉTRICOS

Caxias do Sul
2022
KELVIN MULLER MINHOS

MODULARIZAÇÃO EM PROJETOS ELÉTRICOS

Trabalho do Curso de Engenharia


Mecatrônica, do Centro Universitário
Uniftec como parte dos requisitos para
avaliação do Estágio Curricular.

Orientador (a): Prof. Me. Rodrigo Patricio De Arruda

Caxias do Sul
2022
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................4
2.1 OBJETIVOS GERAIS ..............................................................................................5
2.1.1 Objetivos específicos .................................................................................................5
2.2 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................5
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .........................................................................................6
3.1 RELEVÂNCIAS DA MODULARIZAÇÃO .......................................................................6
3.2 ESTRUTURAÇÕES MODULAR .....................................................................................6
3.3 VANTAGENS .....................................................................................................................8
3.4 DESVANTAGENS .............................................................................................................9
4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 10
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS................................................ 12
5.1 MODULARIZAÇÃO DE PROJETOS ELÉTRICOS ................................................... 12
5.1.1 CIRCUITO DE FORÇA E COMANDO .................................................................... 12
5.1.2 CIRCUITO DE I/O’S DIGITAIS ................................................................................. 15
5.1.3 CIRCUITO DE SEGURANÇA ................................................................................... 16
5.1.4 CIRCUITO DE PAINEL MÓVEL ............................................................................... 20
5.1.5 LAY-OUT ELÉTRICO ................................................................................................. 25
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 28
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 29
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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo apresentar os conceitos fundamentais na


estruturação de modularização de produtos, aplicado em projetos elétricos
industriais. Ele foi realizado na empresa Engineering Máquinas de Tecnologia
(EMT), como parte dos requisitos para avaliação do estágio curricular.
A atual globalização aumentou a competitividade entre as empresas nos mais
diferentes seguimentos, exigindo uma busca constante de novas estratégias para se
manterem vivas no mercado. Vale ressaltar que a Build to order, uma metodologia e
prática de fabricação focada no processo de montagem sob encomenda, vêm sendo
adotadas por inúmeras empresas.
Na EMT, por exemplo, eles utilizam essa abordagem para construir seus
produtos. Sua missão como organização é prover a indústria metal mecânica de
soluções para a fabricação de produtos/serviços, agregando inovação e tecnologia,
visando atender as necessidades dos clientes. (INSTITUCIONAL, 2022).
A visão da diretoria para a empresa é a de ser referência no Brasil como a
melhor empresa no desenvolvimento e fabricação de equipamentos no ramo de
corte, dobra, conformação de tubos e processos de automação de produção. Com
esse sistema é possível assim que um pedido confirmado é recebido, evitar a
imobilização de capital no estoque.
Mas como existe algumas desvantagens na utilização desta sistemática, onde
a principal é às flutuações da demanda do mercado em que os fabricantes ficam
suscetíveis, reduzindo sua capacidade de produção. Levando isso em consideração
é que surge a necessidade de aumentar a produtividade da organização, adotando o
conceito de modularização aliado ao build to order.
A modularização é uma estratégia que permite as empresas se beneficiarem
de três motivos principais que fazem as companhias adotarem essa estrutura. As
categorias são variedade versus padronização, organização do desenvolvimento e
manufatura, e pós-vendas podendo ser analisados separadamente ou em conjunto.
(SONEGO, 2013).
Desta forma uma proposta de adaptação do método Modular Function
Deployment Adapted - MFDA é aplicável nesse projeto. Serve como guia de
orientações de atividade integradas por abordar pontos âncora da escala, de alta e
baixa novidade e complexidade, reduzindo em até 20% o tempo em projetos.
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2 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA
Neste trabalho apresentam-se os seguintes objetivos.

2.1 OBJETIVOS GERAIS

Reduzir tempo de detalhamento de projetos elétricos para efetuar montagem


final.

2.1.1 Objetivos específicos

• Definir metodologia para padronizar componentes de entradas e saídas


(I/O’s) de modo a agilizar o processo de desenho com seleção automática;
• Criação de bibliotecas pré-configuradas, no QCECAD (software ECAD
para criação e modificação de projetos de sistemas elétricos), para dispositivos
críticos conforme modelo de máquina (CLP’s e Relés de Segurança.);
• Adicionar lista de instruções para montagem de fios para iniciantes;
• Elaboração de layouts do painel elétrico;
• Disponibilizar rapidamente o projeto elétrico para efetuar montagem.

2.2 JUSTIFICATIVA
Build to order é a metodologia de fabricação utilizada na indústria para o
processo de montagem sob encomenda, realizada assim que um pedido confirmado
é recebido, evitando a imobilização de capital no estoque. Porém umas das
desvantagens é que a disponibilidade de peças no mercado pode restringir e elevar
o tempo montagem/conclusão do projeto, reduzindo a capacidade produtiva da
corporação que adota apenas este método.
Outro ponto a destacar é a escassez no fornecimento de materiais elétricos
críticos, como clp’s (controlador lógico programável) e relés de segurança para o
desenvolvimento de qualquer tipo de maquinário, notou-se a necessidade de adotar
novas estratégias para acompanhar toda essa variabilidade no processo produtivo.
Modularização foi uma alternativa para driblar todas as desvantagens
ocasionadas pela estratégia adotada pela companhia. Para viabilizar e comprovar a
eficácia deste método focou-se em apenas uma das partes envolvendo a elaboração
dos esquemas elétricos, e após buscar modular o restante do sistema de criação.
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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 RELEVÂNCIAS DA MODULARIZAÇÃO


A competitividade no mundo globalizado exige tomada de decisões
organizadas e sendo executadas da melhor forma possível. Desta forma a
modularidade permite ao projetista maior flexibilidade nas mudanças de produto,
processo e requisitos. (GERSHENSON,1999).
É importante analisar a arquitetura do produto, ou seja, como estruturar ele
em blocos de componentes a serem montados, para facilitar a modularização.
Nessa construção são levados em conta alguns pontos primordiais, onde se
destacam a forma e função de cada componente, processo de montagem e os tipos
de materiais e processos de fabricação a serem usados na produção.
Ao aplicar o paralelismo no decorrer do processo modular ocasiona um ganho
de tempo de alteração do módulo, não afetando significativamente a formação de
produtos similares. Porém é fundamental que as interações entre os blocos sejam
bem definidas, para que o objetivo principal na redução do ciclo-de-vida seja
alcançado com sucesso.
A indústria automobilística tornou-se uma referência no assunto proposto
neste trabalho. Através desta é possível visualizar com clareza os resultados obtidos
com um processo produtivo totalmente preparado para abranger todas as
dificuldades envolvidas no emprego desse procedimento técnico.
Os resultados que acompanham o projeto modular servem para atender
rapidamente as demandas de mercado com o aumento da capacidade de produção.
Dentre os frutos oriundos da aplicação correta dessa metodologia estão às razões
funcionais e as de comercialização.

3.2 ESTRUTURAÇÕES MODULAR


A introdução deste conceito em qualquer organização existente provoca um
empenho empresarial maior na sua totalidade. Essa reestruturação cultural da
empresa tende a mudar toda gestão estratégica, unindo o processo produtivo com o
produto modular. (BARBOSA, 2009).
É necessário destacar que entre as mudanças no processo produtivo somado
com um produto modular tendem a resultar um aumento significativo na fabricação
de mercadorias. Vale destacar que a criação da modularização dos objetos são
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primordiais para depois serem feitas ajustes na manufatura.


No livro projeto e desenvolvimento de produtos de Antônio Nunes Barbosa
Filho é possível encontrar um esquemático que resume as etapas envolvidas no
desenvolvimento de projetos, podendo este auxiliar na construção modular de
qualquer produto, conforme figura 1. (BARBOSA, 2009).

Figura 1: Resumo de Etapas de Projeto (BARBOSA, 2009).

Mike Bixter em seu livro guia prático para o design de novos produtos destaca
alguns conceitos importantes para a criação destes. É possível destacar que a
arquitetura envolvida pode ser descrito em termos funcionais ou físicos, sendo os
funcionais responsáveis por manter o desempenho global do aparelho.
Já os elementos físicos são o conjunto de peças ou dispositivos responsáveis
por manter as funções originais do produto em atividade. O estudo desta interação
entre os diferentes subconjuntos envolvidos na sua concepção é denominado
arquitetura do produto. (BAXTER, 2011).
A disposição dos conjuntos é um fator extremamente relevante no instante em
que for aplicado a modularização, pois precisará levar em conta todas as suas
limitações físicas sem perder a originalidade da criação. A gerência do projeto na
arquitetura modular exige um cuidadoso planejamento em cada fase, onde é
possível na figura 2 verificar essa configuração. (BAXTER, 2011).
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Figura 2: Configuração de Projeto (BAXTER, 2011).

3.3 VANTAGENS
Existem duas importantes contribuições de projeto modular: as razões
funcionais e as razões de comercialização. Onde as razões funcionais relacionam-se
principalmente na melhoria de desempenho e aumento da velocidade de construção
do produto. (MORIBUNDO, 2001).
A principal vantagem ao usufruir desta metodologia, no âmbito funcional, é a
possibilidade de se padronizar os blocos, viabilizando a utilização do mesmo
conjunto em vários outros modelos do produto. Essa padronização permite a
empresa acompanhar e atender rapidamente as demandas de mercado.
Outro ponto a destacar relacionado ao operacional do produto é a sua
manutenção, favorecendo os fornecedores, que passam a fabricar peças e
componentes padronizados. Para isso cada bloco é testado separadamente, até a
localização do problema. Ao encontrar a falha o bloco danificado pode ser
simplesmente retirado e substituído.
As razões de comercialização dizem respeito ao atendimento das
necessidades individuais dos clientes e redução de custos para o fabricante. A
padronização permite ao fabricante a produção dos blocos em maior número,
reduzindo os custos de produção, aumento de flexibilidade e diminuição do tempo
de lead-time. (MALEZZAN, 2008).
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Através da arquitetura modular permite o cliente personalizar o seu produto


através da combinação de um grupo de componentes básicos e de interfaces
padronizadas, determinadas por este na compra do produto. Essas combinações
dos blocos entre os diferentes modelos permite ao cliente e fabricante melhor custo-
benefício. (BARBOSA, 2009).

3.4 DESVANTAGENS
Modularidade é a capacidade de criar produtos complexos através da
combinação de módulos relativamente simples. As definições das funções
envolvidas na sua concepção precisam ser extremamente claras, o que implica um
padrão comum para interfaces e interações. (MILLER, 1998; ERIXON, 1998).
A depender do tipo de produto fabricado poderá necessitar uma mudança em
toda gestão da empresa. Vale destacar que ao definir a utilização desta metodologia
é necessário um mapeamento do processo produtivo, provocando investimento na
linha de produção por parte do fabricante.
Além de esse investimento inicial acabar se tornando elevado, aumenta o
nível de complexidade de desenvolvimento. Outro ponto importante a destacar é
devido a capacidade personalização ser melhorada, acresce falta de foco no cliente
e riscos com relação à propriedade intelectual (MODULAR DESIGN PLAYBOOK,
2010).
Em relação à propriedade intelectual o perigo aumenta sistematicamente.
Essa elaboração no desenvolvimento de produtos similares é superior a tradicional,
porém com a divisão clara em submodelos eleva a facilidade de cópia na
reutilização de módulos, vista por concorrentes daquele fabricante em questão.
(KONG et al., 2010).
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4 METODOLOGIA

A análise detalhada, oriunda do atraso correspondente na execução de


projetos elétricos das máquinas, será verificada para propor uma modularização
desses dispositivos de controle e monitoramento de processos dentro do PDP
(Processo de Desenvolvimento de Produto),
Essa estratégia foi executada dentro do PDP, no qual são elencadas todas as
tomadas de decisões que afetam o ciclo de vida do artefato, com o auxilio do MFDA
(Modular Function Deployment Adapted) para analisar a complexidade e inovação
do item correspondente.
A união destas metodologias permitiu a criação de uma biblioteca
padronizada de Relés de Segurança, abrangendo o maior número de dispositivos
que atendam as necessidades de uma curvadora automática de tubos, facilitando a
substituição do mesmo, conforme disponibilidade de mercado. Na imagem 3 é
possível visualizar o funil de configuração de produto utilizado.

Figura 3: Funil de Decisões Gerenciais


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Vale destacar que esta biblioteca será aplicado através do QCECAD, um


software ECAD para criação e modificação de projetos de sistemas elétricos.
Através dele é possível eliminar tarefas repetitivas e improdutivas, com isso foram
executados os seguintes passos:
1) Subdividir o projeto elétrico em circuitos separado;
2) Criar uma pasta abrangendo todos acessórios modularizados;
3) Analisar equipamentos utilizados pela empresa;
4) Elencar quantidade de I/O’s mínimas para atender demandas;
5) Pré-definir entradas e saídas do controlador de segurança;
6) Definir um padrão de numeração e layout de página para os diferentes
portões ou portas de segurança;
7) Elaborar bibliotecas que abrangem os diferentes painéis de controle;
8) Verificar diferenciações nos tamanhos dos aparelhos para executar
montagem de lay-out elétrico;
Para validar a melhoria de desempenho e confiabilidade do processo é
necessário considerar a metodologia de projetos ágeis, utilizada na empresa
Engineering Máquinas de Tecnologia atualmente. É fundamental ponderar a
importância de servir-se de um sistema híbrido de gestão, focado na agilidade sem
dispensar o tradicional de programas.
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5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 MODULARIZAÇÃO DE PROJETOS ELÉTRICOS


Para aplicação da modularização nesta etapa do projeto foi considerada
principalmente máquinas para curvar tubos (CT) de diferentes diâmetros, como
CT10, CT32, CT42, CT63, CT65 e CTC100. Vale destacar que existem muitas
similaridades entre as máquinas estudadas, assim como algumas diferenças
primordiais principalmente no comando de força.
A elaboração do projeto elétrico para liberação da montagem foi subdividido
em alguns grupos principais: Circuito de Força, Circuito de Comando, Circuito de
I/O’s digitais, Circuito de Segurança, Circuito do Painel Móvel e Lay-out da placa de
componentes.

5.1.1 CIRCUITO DE FORÇA E COMANDO


O circuito de força e comando foi pensado de uma maneira em que pudesse
abranger todos os tipos de configurações possíveis, subdividindo-os conforme o tipo
de partida. Através da figura 4 é possível verificar como ficou a subdivisão desses
componentes que foram criadas juntamente da pasta de acessórios para projeto.

Figura 4: Exemplo das Subdivisões


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Na figura 5 é possível visualizar como ficou a padronização do comando para


uma partida direta com reversão. Na parte superior foi adicionada uma linha amarela
auxiliar que delimita onde deverá ser adicionado o próximo acionamento de motores.

Figura 5: Comando Partida Direta Com Reversão

Nesta mesma imagem é possível perceber que foi retirada a seleção de nome
de fio automática, permitindo total liberdade ao projetista na nomeação dos cabos ao
finalizar o projeto, seguindo assim uma sequência lógica do menor para o maior
após inserir todos os componentes do projeto.
Nas lacunas entre os fios são inserido os componentes previamente
definidos, seguindo de contato do relé de acionamento, contato relé térmico ou
disjuntor motor para proteção, e contato de retenção da contatora que será utilizada.
A figura 6 demonstra outra biblioteca já aplicada em um projeto, porém para uma
partida estrela-triângulo.
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Figura 6: Circuito de Comando Partida Estrela-Triângulo

Na execução da modularização no circuito de força o resultado obtido foi


alcançado com sucesso. Na figura 7 é possível visualizar como ficou a aplicação na
configuração de disjuntor motor, contatoras e o motor.

Figura 7: Circuito de Força Partida Estrela -Triângulo


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Outro ponto que foi considerado sobre diversificação de produtos é que


muitas vezes as ligações da potência dos motores das máquinas são feitas através
da troca de sinais via tomada. Na figura 8 é possível verificar uma biblioteca que
leva essa configuração em questão, com uma caixa auxiliar escrita tomada, onde ao
inserir os fios, o projetista deve apenas excluir ela e inserir os pinos das tomadas.

Figura 8: Partida Direta com Reversão e Tomada

5.1.2 CIRCUITO DE I/O’S DIGITAIS


Nas máquinas curvadoras de tubos estudadas para a execução da
modularização, essa etapa foi mantida exatamente da mesma forma. Uma das
bibliotecas com maior número de entradas e saídas para pré-definir foi modelada
pelo projetista que ocupava essa função na empresa.
Ao retirar dados de outras máquinas, observou-se o estante disponível no
software para detalhar o projeto. Uma gama de bibliotecas, assim como nas
máquinas citadas, foi elaborada com o mesmo objetivo em períodos anteriores,
agilizando essa etapa na construção do equipamento.
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5.1.3 CIRCUITO DE SEGURANÇA


O circuito de segurança entre as máquinas são praticamente iguais,
permitindo que a modularidade seja adotada para qualquer tipo de máquina em que
possa ser adotada a utilização de relés que atendam a categoria doze da norma
regulamentadora, conhecida como NR12.
Através de informações primordiais para utilização dos relés de seguranças
do modelo Schneider, aplicado em máquinas anteriormente, somado aos que vêm
sendo usado atualmente, obteve-se a tabela um com suas características principais
e estilos. Vale destacar que todos tem sinal positivo-negativo-positivo (PNP).
Tabela 1: Características Individuais
MODELO: OMRON REER SCHNEIDER SCHNEIDER
G9SP-N20S MZERO 16.4C XPSMC16Z XPSMC32Z
Alimentação 24VCC 24 VCC 24 VCC 25 VCC
(-15%+10%) (± 20%) (± 20%) (± 20%)
Entradas de 20 PNP 16 PNP 16 PNP 32 PNP
Segurança :
Saídas de 8 PNP 8 PNP 8 PNP 8 PNP
Segurança
Saídas Teste 6 PNP 4 PNP 8 PNP 8 PNP
Dimensões 20x12x7cm 11x4,5x11,5cm 15x7,4x15,3cm 15x7,4x15,3cm
AxLxP

Levando em consideração esses dados foram criados no QCECAD uma


pasta contendo algumas bibliotecas com as entradas já pré-definidas separadas por
modelos, conforme figura 9. Vale destacar que as antigas foram apagadas e
recriadas para um modelo em que possa substituir um relé por outro sem alterar as
entradas.

Figura 9: Definição de Biblioteca

A seleção de configuração para esta etapa do projeto levou em consideração


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as limitações de quatro pulsos testes presentes no relé de segurança da Reer. Foi


possível organizar as entradas para as três bibliotecas totalizando quatorze entradas
começando da entrada zero até a entrada treze, e as demais ficaram como reservas.
As entradas foram organizadas seguindo a seguinte sequência: dois sinais
para botão de emergência, um sinal para chave de manutenção, um sinal para botão
de rearme, um sinal para retro aviso emergência, um sinal para retro aviso
interferência, um sinal máquina parada, um sinal reset erro relé, dois sinais para
scanner ou barreira de segurança, dois sinais para sensor magnético porta um e
dois sinais para sensor magnético porta dois.
A figura 10 demonstra como ficou padronizada esta biblioteca no relé de
segurança da Reer. É importante destacar que os equipamentos possuem as suas
diferenciações ao que se refere ao nome dos canais de entrada e saída, podendo
ser observado na figura 11 no relé de segurança da Schneider, porém as posições
foram mantidas, facilitando a execução do projeto elétrico.

Figura 10: Relé De Segurança Reer Mzero 16.4C

Figura 11: Relé de Segurança Schneider Xpsmc16z


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Outro ganho nessa etapa do circuito de segurança foi à padronização na


numeração dos portões ou portas que podem compor esse equipamento. Muitos
desses conjuntos podem abranger dois contatos fechado para botão de emergência,
sensor magnético e trava magnética.
Foi definida que independente da quantidade de portões ou portas que podem
existir nessa máquina seria identificado a partir do número 600 até a quantidade
necessária. Muito desses conjuntos podem passar por uma, duas, ou ás vezes
nenhuma tomada, e até dispensar o uso de botão de emergência.
As figuras 12 demonstra com clareza como ficou disposta a biblioteca criada
no software. Vale ressaltar que foram adicionados contatos de optoacopladores e
tomadas, simulando como ficaria após a inserção desses num projeto real com
entradas e saídas definidas.

Figura 12: Portão Com Duas Tomadas de 16 Polos


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Já a figura 13 demonstram uma configuração de porta para proteção de uma


lâmina de serra para cortar tubos, contanto com sensor magnético e trava. Nesse
formato foi possível adicionar a padronização de um cabo múltiplas vias e suas
respectivas cores. Outro ponto a destacar é que são estilos que abrangem o formato
com uma tomada ou nenhuma.

Figura 13: Configuração Sensor e Trava Magnética


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5.1.4 CIRCUITO DE PAINEL MÓVEL


Nessa etapa do processo o resultado levou em consideração outros modelos
de máquinas em questões, por averiguar as semelhanças na utilização do painel
móvel. A criação das bibliotecas foi dividas em três categorias maiores e após em
suas subcategorias, conforme mostra a figura 14.

Figura 14: Categorias Painel Móvel

Foi definido que todos os fios pertencentes a esse circuito seriam já definidos
a partir da numeração 700 em diante, facilitando a inserção da biblioteca no projeto.
Além disso, foi definido a utilização de um cabo de vinte e quatro vias, para troca de
sinais, um cabo duas vias para alimentação 220V e outro cabo para aterramento da
carcaça do dispositivo, em todos os modelos.
Foi observado que todos os painéis possuem em comum botão de
emergência, botão de rearme, chave de manutenção, botão de início e manopla de
duas posições (avanço e recuo). Os únicos modelos de máquinas que possuem
mais botões são CT63-2X, com mais uma manopla de duas posições (avanço e
recuo) e a CTC100-3X com mais uma manopla de duas posições (avanço e recuo) e
manopla de duas posições para manual automático.
Nas figuras em sequência é possível verificar como ficou padronizada a
página do painel móvel, com as numerações já definidas, exigindo apenas amarrar
ao controlador responsável por fazer a leitura das entradas e saídas digitais.
A figura 15 mostra o mesmo padrão utilizado para CT63-2X, enquanto que a
figura 16 demonstra o que foi aplicado para os demais modelos de curvadoras de
tubos.
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Figura 15: Painel Móvel CT63-2X


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Figura 16: Padrão Painel Móvel


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Já para máquinas que trabalham com um sistema totalmente com


comunicação em rede, o painel móvel teve que utilizar outra configuração no projeto
elétrico. Nesse estilo de equipamento são necessárias duas páginas, sendo uma
para configuração da cabeça de rede com seus cartões de I/O’s e outro com os
botões de acionamento, seguindo o mesmo padrão das curvadoras, botão de
emergência, botão de rearme, chave de manutenção, botão de início e manopla de
duas posições (avanço e recuo).
A figura 17 demonstra a padronização da página com a parte da cabeça de
rede, enquanto que a figura 18 demonstra a página com os botões. É importante
ressaltar que foi adotado outro padrão de cores na ligação dos botões, exatamente
com a finalidade de distinguir esse painel das demais configurações. Outra
característica que o distingue dos demais é possuir apenas uma tomada de seis
polos contendo apenas a alimentação 24 volts continua e 220V, pois a troca de
sinais dos atuadores, botões, é feita por rede de comunicação ethercat.

Figura 17: Página Comunicação em Rede


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Figura 18: Página Botões


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5.1.5 LAY-OUT ELÉTRICO


O lay-out elétrico é a última etapa antes da liberação para a montagem
elétrica, sendo primordial para averiguar e corrigir o tamanho das placas
previamente estabelecidas. Na figura 19 é possível verificar os relés de segurança
que são usados na empresa, demonstrando as suas diferenças de tamanho, onde
para o lay-out elétrico deverá ser considerado um tamanho que abrange a todos os
modelos.

Figura 19: Relés de Segurança lado a lado

Na figura 20 é possível verificar um lay-out feito para uma máquina de modelo


CT65-5X em que foi utilizado o relé de segurança da Omron, destaca na flecha
vermelha, denominado SF3 na imagem anterior, sendo o com maior comprimento
entres os relés de segurança utilizados na empresa atualmente.
Nesta mesma imagem é possível notar que foi deixado um espaço suficiente
para substituir por qualquer um dos demais modelos apresentados anteriormente.
Levaram-se em consideração os fatores limitantes de altura e comprimento
correspondentes.
Já as figuras 21, 22 e 23, mostram como ficaram as diferenciações entre os
lay-outs dos painéis móveis abordados nos tópicos anteriores já na sua montagem
final, podendo verificar claramente as peculiaridades de estilo que compõe cada um
dos conjuntos.
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Figura 20: Lay-out CT65-5X

Figura 21: Padrão Painel Móvel Transfer


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Figura 22: Padrão Painel Móvel CT100-3X

Figura 23: Padrão Painel Móvel CT63-2X


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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na competividade atual os empresários buscam retorno rápido com pouco


investimento, enquanto que os engenheiros focam na simplicidade, facilidade da
montagem e inovação do equipamento. Além disso, os consumidores buscam
melhores produtos com precificação mais acessível, abrindo caminho para
modularidade entrar.
De modo geral ela atingiu resultados satisfatórios nesse estágio, embora não
fora possível medir o tempo ganho na elaboração de uma máquina desde o seu
nascimento. Outro aspecto a ser levado em conta é que ela permitiu configurações
de produto serem readaptadas e utilizadas em outros equipamentos.
Através desse sistema foi possível o incremento de escala nos componentes
através da padronização, além de agilizar e facilitar a atualização do produto. Outro
ponto importante é a diminuição do tempo de lead-time somado ao aumento na
capacidade de se obter variantes do produto.
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REFERÊNCIAS

BARBOSA, ANTONIO N. FILHO, Projeto e desenvolvimento de produtos, 1. ed.


Atlas, 2009.

BAXTER, MIKE Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos /
Mike Baxter; tradução Itiro Iida. – 3. ed. – São Paulo: Blucher, 2011.

ERIXON, G. Modular Function Deployment: a method for product modularisation.


1998. 178 p. Doctoral Thesis – The Royal Institute of Technology, Stockholm,
Sweden, 1998.

GERSHENSON, J. K., PRASAD, G. J.; ALLAMNENI, S. (1999), Modular product


design: a life-cycle view.

INSTITUCIONAL. Engineering Máquinas de Tecnologia, 2022. Disponível em:


<http://www.emt.ind.br/>. Acesso em: 08 novembro e 2022.

KONG, F.B.; MING, X.G.; WANG, L.; WANG, X.H.; WANG, P.P..On Modular
Products Development.Concurrent Engineering, Research and Applications v. 17, p.
291-300, 2010.

MARIBONDO, J. F. Desenvolvimento de uma metodologia de projeto de sistemas


modulares, aplicada a unidades de processamento de resíduos sólidos domiciliares.
2001. Tese (Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica).
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis.

MALEZZAN, ALEXANDRE. F. (2008) Sistematização da Concepção de Produtos


Modulares: Estudo de caso na indústria de refrigeração. Disponível em: <
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/90915/257293.pdf?sequence=
1 >. Acesso em: 08 novembro e 2022

MILLER, T.D.; ELGARD, P. (1998). Defining Modules, Modularity and Modularization


: Evolution of the concept in a Historical Perspective. Proceeding of the 13th IPS
Research Seminar, Dinamarca.

MODULAR DESIGN PLAYBOOK. Guidelines for assessing the Benefits and Risks of
Modular Design. The Corporate Executive Board Company, 2010.

SONEGO, MONIQUE. (2013) Métodos de Modularização no Projeto Conceitual de


Desenvolvimento de Produtos. Disponível em: <
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/79844/000898560.pdf?sequence=
1>. Acesso em: 01 novembro e 2022.

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