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Assimilação (activa) – por assimilação (conceito muito notável na teoria piagetiana) entende-se a
«operação pela qual a criança interioriza de alguma forma o meio, a fim de moldar o ambiente as
necessidades do seu organismo. A assimilação é, na perspectiva de Jean Piaget, um processo
complementar de acomodação. A assimilação prolonga as aquisições de conhecimentos»
(MARQUES; 2000). Já no campo pedagógico-didáctico, designa-se «assimilação activa ou
apropriação de conhecimentos e habilidades o processo de percepção, compreensão, reflexão e
aplicação que se desenvolve com os meios intelectuais, motivacionais e atitudinais do próprio
aluno, sob a direcção e orientação do professor» (LIBÂNEO; 2013: 89). Portanto, a assimilação
activa está para realçar o papel “protagonista” do aluno no processo de aprendizagem devendo,
portanto, meter-se em “jogo” na aquisição, elaboração e re-elaboração dos conhecimentos.
Aula – é um conjunto de meios e condições pelos quais o professor dirige e estimula o processo
de ensino em função da actividade própria do aluno no processo da aprendizagem escolar, ou seja,
a assimilação consciente e activa dos conteúdos. Em outras palavras, o processo de ensino, através
das aulas, possibilita o encontro entre os alunos e a matéria de ensino, preparada didacticamente
no plano de ensino e nos planos de aula. Cada aula é uma situação didáctica específica, na qual
objectivos e conteúdos se combinam com métodos e formas didácticas, visando fundamentalmente
propiciar a assimilação activa de conhecimentos e habilidades pelos alunos. A aula é toda situação
didáctica na qual se põem objectivos, conhecimentos, problemas, desafios, com fins instrutivos e
formativos, que incitam as crianças e jovens a aprender. Todas as aulas devem cumprir com as
seguintes exigências:
Competência (docente) – um dos conceitos que pululou o léxico pedagógico das últimas décadas
do século XX e as primeiras décadas do século XXI é competência. A ideia é que o ensino deve
ser feito para que os alunos adquiram competência (expressão derivante da pedagogia tradicional,
que dá relevância ao protagonismo do professor no processo de educativo) ou para que
desenvolvam competências (expressão derivante da pedagogia activa, que dá maior protagonismo
do aluno no processo educativo). Mas na verdade, a definição do que é competência é, desde o
início, muito complexa e muitas vezes não recolhe consensos. Não obstante isso, avançamos
algumas propostas que nos parecem pertinentes para o presente trabalho. Jonnaert avança que no
campo das Ciências da Educação existem duas perspectivas sobre o conceito de competência: uma
que o apresenta como polissémico, considerando-o “nómada” e mesmo “volátil”; outra que
propunha uma visão mais redutora que declarava que “as competências não seriam mais do que
uma reformulação dos objectivos operacionais” (JONNAERT apud MESQUITA; 2011: 34). Mas
uma abordagem norte americana atribuía um valor comportamentalista às competências. Ou seja,
as competências eram apresentadas em forma de lista e, muitas vezes, fragmentadas e eram
avaliadas como comportamentos específicos e totalmente observáveis. Com o avançar das
pesquisas educativas foi possível apelar à importância do intelecto da pessoa, à dimensão cognitiva
(habilidades, conhecimentos, capacidades, saberes processuais, saberes declarativos, etc. Ao
comportamento, portanto, se acrescenta a dimensão cognitiva. Mas diríamos que a estas duas
(comportamento e cognição) se acrescenta a dimensão relacional. Assim sendo, corroboraríamos
com a corrente francófona que considera que a competência deve aludir, no mínimo: i) um
conjunto de recursos, ii) que o sujeito pode mobilizar, iii) para tratar uma situação, iv) com sucesso.
Com esta subdivisão procura-se definir a competência como «um sistema de conhecimentos,
relativos a conceitos e procedimentos, organizados em esquemas operativos, que permitem, com
respeito a um conjunto de situações, a identificação de uma tarefa-problema, bem como a sua
solução, por meio de uma acção eficaz» (GILLET apud MESQUITA; 2011: 36), propondo que,
para além de dispositivos intrínsecos, terá de existir um desenvolvimento do indivíduo tendo em
conta a experiencia adquirida pelo mesmo, em situação. Nesta ordem de ideia podemos pontualizar
a nossa reflexão considerando que a competência é um saber agir pertinente (isto é, sem nenhum
atraso nem avanço desnecessários) e oportuno perante uma situação concreta (com menores
Hans-Georg Gadamer afirma, a este propósito, que “compreender significa, em primeiro lugar,
compreensão mútua, entendimento” (Gadamer, 1996: 198). A compreensão é, portanto, uma tarefa
constantemente recomeçada numa alternância de explicação e reinterpretação. A explicação
começa por ser um acto de elucidação, de descrição, a que se segue a exposição, a interpretação e
a reformulação para o próprio e para os outros. Nesta medida, pode-se também caracterizar, talvez
de forma original, como uma obra do pensamento sobre si mesmo e da linguagem sobre ela própria.
A compreensão pode, assim, surgir como um acto de (re)produção. O compreensível situa-se no
âmbito de um sentido que é preciso explicar continuamente.
Pode-se, então, admitir que as teorias científicas e os enunciados por elas autorizados não são mais,
stricto sensu, do que descrições bem-feitas. A física é uma ciência que descreve ou pretende
descrever-nos o que existe, a “realidade”, através de linguagens adequadas. E se acrescentarmos
que ela é uma ciência “experimental”, queremos dizer que a experiencia constitui o critério que
permite distinguir os enunciados verdadeiros dos enunciados falsos sobre a realidade. Nesta
perspectiva, que pode designar-se por “fenomenista”, o real só nos é acessível indirectamente, e a
criação de teorias e dos conceitos utilizados para descrever a nossa experiencia está subordinada
aos “nossos” meios humanos de apreensão, acção e representação do mundo.
Pode-se ainda considerar que a questão da explicação remete para problemas de linguagem e que
“compreender-explicar” corresponde a transcrever a realidade numa linguagem. “Possuímos e
Exemplo – derivado do latim exemplum, ligado ao verbo eximo (remover, isentar) e eximere.
Assim exemplum refere-se ao que se aparta, se separa, se extrai de uma multiplicidade de coisas e
põe-se em destaque com o fim de fazer-se um paradigma, um exemplo portanto, que contenha as
características peculiares e comuns daquela mesma multiplicidade de coisas. Das declinações
etimológicas feitas, portanto, podem-se distinguir três asserções conceptuais de exemplo: i) é um
facto singular/ particular capaz de ilustrar o conteúdo e o significado de um conceito geral; ii) caso
individual proposto como objecto de imitação (mas também de reprovação) é um facto para
inspirar a conduta pessoal ou de outrem; iii) refere-se à pessoa cujas peculiaridades são tidas como
paradigmáticas. Exemplo, geralmente, serve para iluminar, para mostrar, para “equipar” com
gestos e actos qualquer coisa que se propõe, não agora o nunca, exaustivamente, mas sim em
termos de analogia ou de semelhança. Assim sendo, o exemplo desempenha função ilustrativa e/ou
explicativa e, neste sentido, está relacionado com o termo ensinar – entendido do seu étimo in-
sengare que refere-se seja a “incidir, deixar marcas” seja a “mostrar, explicar”. Quem usa exemplo,
dependendo das exigências contextuais e das possibilidades didácticas de que se dispõe, faz
sempre ressaltar ou a função ilustrativa ou a função explicativa ou então ambas. Importa realçar
que se usa exemplo com função ilustrativa não é importante o número, mas sim a evidência. E
quando se usa com função explicativa, se usa como ponto de partida para alcançar uma definição
amplamente reconhecida: esta função compreende também o uso de exemplos de controlo ou de
contra-exemplos (Cfr. GEMMA in BERTAGNA & TRIANI; 2013: 171-173)
Método (de ensino) – Conjunto articulado e coerente de estratégias e técnicas que permitem dar
respostas a questão: como é que a criança e o adolescente aprendem? No essencial, podemos
dividir os métodos de ensino em três tipos: método por recepção, métodos por descoberta
autónoma e métodos por descoberta orientada. Nos primeiros, o grau de autonomia do aluno e
mínimo, cabendo ao professor a direcção do processo em todas as suas parcelas. Nos segundos, o
grau de autonomia do aluno e máximo e o professor só intervém quando solicitado pelo aluno. Nos
últimos, o grau de autonomia do aluno e crescente mas pressupõe a presença activa do professor
na orientação das várias etapas do processo (MARQUES; 1998).