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Apostila de Clínica Médica

Professora: Célia Alves Daniel

Enfermagem
Componente Curricular: Clínica Médica e Cirúrgica
Módulo I

Competências Habilidades Bases tecnológicas


Correlacionar Identificar as terminologias Glossário dos termos técnicos.
técnica utilizada na aérea
procedimentos e de
da saúde.
enfermagem indicado na Patologias: endócrino etiologias,
Identificar as alterações
prevenção, tratamento e sinais e sintomas, exames,
fisiopatológicas aos
reabilitação das afecções diversos sistemas diagnósticos, tratamentos clínicos,
clínicas e cirúrgicas e cirúrgicos nos sistemas:
Relacionar os cuidados de
enfermagem nas diversas • Osteoarticular
patologias.
1 1 • Gastrointestinal
Identificar as • Cardiovascular
necessidades nutricionais
• Respiratório
em diferentes estados
patológicos. • Hematopoiético
• Linfático
Relacionar os tipos de • Endócrino
dietas específicas
conforme as patologias • Nefrourinário
• Neurológico

Correlacionar os cuidados Relacionar os cuidados de Assistência de enfermagem nas


enfermagem nos períodos
de enfermagem pré e pós-operatórios patologias acima.

Identificar as alterações
2 2 fisiológicas e possíveis Dietas específicas nas patologias.
complicações no pós-
operatório.
Cuidados de enfermagem no pré
Relacionar os cuidados de e pós-operatório imediato,
enfermagem nas mediato e tardio
complicações pós-operatória

Carga Horária (Horas-aula)

100 00 Total Diurno 100 Horas-aula


TEÓRICA Prática
100 00 Total Diurno 100 Horas-aula
Sumário

PLANTA FÍSICA DA CLÍNICA MÉDICA ......................................................................................... 6


Clínica Médica – Planta Física, Localização e Elementos ................................................... 6
PORTARIA Nº 2.616, DE 12 DE MAIO DE1998 ............................................................................ 8
MÓDULO 1 – SISTEMA OSTEOARTICULARES ........................................................................ 11
Artrite Reumatoide ....................................................................................................................... 11
Reumatismo ................................................................................................................................... 11
MÓDULO 2 – SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO................................................................. 13
Fratura ............................................................................................................................................. 14
Tipos de Traumatismo ................................................................................................................ 15
Contusão .................................................................................................................................... 15
Entorse ........................................................................................................................................ 15
Luxações .................................................................................................................................... 16
Osteomielite ................................................................................................................................... 17
MÓDULO 3 – SISTEMA GASTRINTESTINAL ............................................................................. 18
Estomatite ...................................................................................................................................... 18
Gastrite............................................................................................................................................ 20
Gastrite Aguda .......................................................................................................................... 20
Gastrite Crônica ........................................................................................................................ 20
Gastrite Esofagite......................................................................................................................... 22
Gastroenterite ............................................................................................................................... 23
Colite Ulcerativa ........................................................................................................................... 24
Pancreatite ..................................................................................................................................... 27
Colecistite....................................................................................................................................... 29
Hepatite ........................................................................................................................................... 31
Cirrose Hepática ........................................................................................................................... 33
MÓDULO 4 – SISTEMA CARDIOVASCULAR............................................................................. 35
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)............................................................................................ 36
Angina Pectóris ............................................................................................................................ 38
Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) ............................................................................... 39
Pericardite ...................................................................................................................................... 42
Endocardite Infecciosa ............................................................................................................... 44
Hipertensão Arterial..................................................................................................................... 45
MÓDULO 5 – SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................................................................... 46
Broncopneumonia ....................................................................................................................... 47
Bronquite ........................................................................................................................................ 48
Edema Agudo de Pulmão (E.A.P.) ........................................................................................... 50
Enfisema Pulmonar ..................................................................................................................... 52
Asma Brônquica ........................................................................................................................... 53
MÓDULO 6 – SISTEMA HEMATOPOIÉTICO .............................................................................. 55
Anemia ............................................................................................................................................ 55
Leucemia ........................................................................................................................................ 58
Hemoterapia................................................................................................................................... 60
MÓDULO 7 – SISTEMA LINFÁTICO ............................................................................................. 64
Linfedema ....................................................................................................................................... 64
MÓDULO 8 – SISTEMA IMUNOLÓGICO ..................................................................................... 66
O que é Imunologia? ................................................................................................................... 66
O que é Imunidade?..................................................................................................................... 66
O que é sistema imunológico? E como ele funciona?....................................................... 68
Quais são os órgãos do sistema imunológico humano e suas funções? .................... 69
Órgãos linfoides primários ........................................................................................................ 70
Medula Óssea ................................................................................................................................ 71
Timo ................................................................................................................................................. 71
Órgãos Linfoides Secundários ................................................................................................. 71
Linfonodos ..................................................................................................................................... 71
Baço ................................................................................................................................................. 72
Tonsilas........................................................................................................................................... 72
Tecido linfático no intestino e em outras membranas mucosas no corpo .................. 73
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) ....................................................................................... 74
O que é Tireoidite de Hashimoto? ........................................................................................... 75
MÓDULO 9 – SISTEMA ENDÓCRINO .......................................................................................... 77
Complicações Hipotireoidismo ................................................................................................ 79
Complicações Hipertireoidismo ............................................................................................... 79
Diabetes Mellitus .......................................................................................................................... 80
Ácidos Graxos............................................................................................................................... 81
Diabetes tipo I ............................................................................................................................... 82
Diabetes tipo II .............................................................................................................................. 83
Diabetes Gestacional .................................................................................................................. 84
Locais para aplicações da insulina ..................................................................................... 89
Preparando para aplicação da insulina .............................................................................. 90
Armazenamento e transporte de insulina .......................................................................... 90
Modulo 10 – SISTEMA NEFRO URINÁRIO ................................................................................. 93
Uretra ............................................................................................................................................... 94
Insuficiência Renal....................................................................................................................... 96
Insuficiência Renal Aguda (I.R.A.) ....................................................................................... 96
Insuficiência Renal Crônica ................................................................................................... 98
Glomerulonefrite Difusa Aguda (GNDA) .............................................................................. 100
Diálise Peritoneal ....................................................................................................................... 102
Diálise Peritoneal Contínua Ambulatorial (CAPD)............................................................. 103
Hemodiálise ................................................................................................................................. 104
Cálculo Renal .............................................................................................................................. 108
O que é Diabetes Insípidus? ................................................................................................... 110
1. Diabetes Insípidus Central ........................................................................................... 110
2. Diabetes Insipidus Nefrogênico ................................................................................. 111
3. Diabetes Insípidus Gestacional .................................................................................. 112
MÓDULO 11 – SISTEMA NEUROLÓGICO ................................................................................ 113
Acidente Vascular Cerebral (A.V.C.) ..................................................................................... 114
Doença de Parkinson ................................................................................................................ 120
Epilepsia ....................................................................................................................................... 122
Miastenia “GRAVIS” .................................................................................................................. 124
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 126
PLANTA FÍSICA DA CLÍNICA MÉDICA

Clínica Médica – Planta Física, Localização e Elementos


Planta física
A planta física de uma unidade clínica médica deve proporcionar um ambiente
tranquilo e agradável, fácil acesso, conforto, uma boa iluminação e ventilação, meios
de comunicação como campainhas, espaço suficiente para a mobilização do paciente
e funcionários.

Localização
Deve ser localizada em área de fácil acesso, próximo a elevadores e rampas.

Elementos de uma unidade


• Elementos de uma unidade
• Posto de enfermagem;
• Sala para preparo de medicação;
• Sala de utilidades;
• Expurgo;
• Copa;
• Secretaria;
• Rouparia;
• Sanitários para paciente e funcionários;
• Sala de espera;
• Sala de reunião.

Materiais e equipamentos
Tipos de Unidades: unidades médicas, cirúrgica, pediatria, isolamento, tratamento
intensivo, etc.

Unidade do paciente
É o conjunto de espaços e moveis destinados a cada paciente, Componentes Diferem
de hospital para hospital, mas basicamente, consta de: cama com colchão, mesa de
cabeceira equipada com os pertences do paciente, uma cadeira, campainha, mesa de
6
refeições, escadinha. oxigênio. A disposição dos móveis, deverão ser de maneira que
permita boa circulação ao redor (TIMBY,2001).

Preparo na unidade de internação

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PORTARIA Nº 2.616, DE 12 DE MAIO DE1998

Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH)

ORGANIZAÇÃO
2.5.1. Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior
da área de saúde para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga
horária diária, mínima, de 6 (seis) horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os
demais profissionais.
2.5.1.1. Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro.
2.5.1.2. A carga horária diária, dos membros executores, deverá ser calculada na base
da proporcionalidade de leitos indicado no número 2.5.1.
2.5.1.3. Nos hospitais com leitos destinados a pacientes críticos, a CCIH deverá ser
acrescida de outros profissionais de nível superior da área de saúde. Os membros
executores terão acrescidas 2 (duas) horas semanais de trabalho para cada 10 (dez)
leitos ou fração;
2.5.1.3.1. Para fins desta Portaria, consideram-se pacientes críticos:
2.5.1.3.1.1. pacientes de terapia intensiva (adulto, pediátrico e neonatal);
2.5.1.3.1.2. pacientes de berçário de alto risco; 2.5.1.3.1.3. pacientes queimados;
2.5.1.3.1.4. pacientes submetidos a transplantes de órgãos;
2.5.1.3.1.5. pacientes hemato-oncológicos;
2.5.1.3.1.6. pacientes com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
2.5.1.4. Admite-se, no caso do número 2.5.1.3., o aumento do número de profissionais
executores na CCIH, ou a relativa adequação de carga horária de trabalho da equipe
original expressa no número 2.5.1;
2.5.1.5. Em hospitais com regime exclusivo de internação tipo paciente-dia, deve-se
atender aos números 2.1, 2.2 e 2.3, e com relação ao número 2.5.1, a carga de
trabalho dos profissionais será de 2 (duas) horas diárias para o enfermeiro e 1 (uma)
hora para os demais profissionais, independentemente do número de leitos da
instituição.
2.5.1.6. Os hospitais poderão consorciar-se no sentido da utilização recíproca de
recursos técnicos, materiais e humanos, com vistas à implantação e manutenção do
Programa de Controle da Infecção Hospitalar.

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2.5.1.7. Os hospitais consorciados deverão constituir CCIH própria, conforme os
números 2 e 2.1, com relação aos membros consultores, e prover todos os recursos
necessários à sua atuação.
2.5.1.8. O consórcio deve ser formalizado entre os hospitais componentes. Os
membros executores, no consórcio, devem atender aos números 2.5.1, 2.5.1.1,
2.5.1.2, 2.5.1.3 e 2.5.1.4.

COMPETÊNCIAS
3. A CCIH do hospital deverá:
3.1. elaborar, implementar, manter e avaliar programa de controle de infecção
hospitalar, adequado às características e necessidades da instituição, contemplando,
no mínimo, ações relativas a:
3.1.1. implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções
Hospitalares, de acordo com o Anexo III;
3.1.2. adequação, implementação e supervisão das normas e rotinas técnico-
operacionais, visando à prevenção e controle das infecções hospitalares;
3.1.3. capacitação do quadro de funcionários e profissionais da instituição, no que diz
respeito à prevenção e controle das infecções hospitalares;
3.1.4. uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares;
3.2. avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema de
Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de
controle propostas pelos membros executores da CCIH;
3.3. realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e
implantar medidas imediatas de controle;
3.4. elaborar e divulgar, regularmente, relatórios e C estaduais/distrital e municipais
de atuação, na prevenção e controle das infecções hospitalares;
5.11. estabelecer sistema nacional de informações sobre infecção hospitalar na área
de vigilância epidemiológica;
5.12. estabelecer sistema de avaliação e divulgação nacional dos indicadores da
magnitude e gravidade das infecções hospitalares e da qualidade das ações de seu
controle;
5.13. planejar ações estratégicas em cooperação técnica com os Estados, Distrito
Federal e os Municípios;

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5.14. acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos de infecção
hospitalar.
6. Às Coordenações Estaduais e Distrital de Controle de Infecção Hospitalar, compete:
6.1. definir diretrizes de ação estadual/distrital, baseadas na política nacional de
controle de infecção hospitalar;
6.2. estabelecer normas, em caráter suplementar, para a prevenção e controle de
infecção hospitalar;
6.3. descentralizar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar dos
Municípios;
6.4. prestar apoio técnico, financeiro e político aos municípios, executando,
supletivamente, ações e serviços de saúde, caso necessário; 6.5. coordenar,
acompanhar, controlar e avaliar as ações de prevenção e controle de infecção
hospitalar do Estado e Distrito Federal;
6.6. acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos de infecção
hospitalar;
6.7. informar, sistematicamente, à Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar,
do Ministério da Saúde, a partir da rede distrital, municipal e hospitalar, os indicadores
de infecção hospitalar estabelecidos.
7. Às Coordenações Municipais de Controle de Infecção Hospitalar, compete:
7.1. coordenar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar na rede
hospitalar do Município;
7.2. participar do planejamento, da programação e da organização da rede
regionalizada e hierarquizada do SUS, em articulação com a Coordenação Estadual
de controle de infecção hospitalar;
7.3. colaborar e acompanhar os hospitais na execução das ações de controle de
infecção hospitalar;
7.4. prestar apoio técnico às CCIH dos hospitais;
7.5. informar, sistematicamente, à Coordenação Estadual de controle de infecção
hospitalar do seu Estado, a partir da rede hospitalar, os indicadores de infecção
hospitalar estabelecidos. Programa de Controle de Infecção Hospitalar.

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MÓDULO 1 – SISTEMA OSTEOARTICULARES
Doenças Sistema Osteoarticulares

Artrite Reumatoide
Função do Sistema da Articulação

O local de encontro entre dois ossos é


chamado de articulação. Existem
diferentes tipos de articulação, sendo que
algumas permitem o movimento dos
ossos (móveis) e outras os mantêm
fortemente unidos (fixas).
Em uma articulação móvel, os
ligamentos são responsáveis por manter
os ossos no seu devido lugar, permitindo
que eles resistam ao movimento. Esses
ligamentos são constituídos de tecido conjuntivo fibroso e ligam-se à outra camada de
tecido conjuntivo que reveste os ossos (periósteo).

Reumatismo
Doenças difusas do tecido conjuntivo, envolvendo a desintegração dos componentes
proteicos do colágeno do tecido conjuntivo.

Causas
Como trata-se de uma doença degenerativa, comumente aparece com o
envelhecimento, mas existe casos que aparecem em pacientes jovens e com o
envelhecimento, acentuam os sintomas.
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Diagnóstico
• Exames físico detalhado.
• Anamnese.
• Exames laboratoriais (hemograma, VHS).
• RX.

Tratamento
O tratamento tem como finalidade a supressão da inflamação e da resposta auto-
imune, alívio da dor, manutenção e melhora da atividade articular.

Cuidados de enfermagem
• Promover o alívio da dor (aplicação de frio e calor).
• Promover o alívio da fadiga através da orientação quanto á importância de
repouso.
• Orientar o paciente quanto á importância da posição e postura para aumentar
a mobilidade articular.
• Orientar quanto a importância da autoestima.
• Administrar as medicações prescritas.
• Orientar quanto ao uso de dispositivo para ajudar na sustentação (tipoias,
talas, bengalas).

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MÓDULO 2 – SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO
Doenças do Sistema Músculo Esquelético
Função do Sistema Músculo Esquelético

O esqueleto humano compõe-se de ossos, peças de cartilagem e articulações.


As funções do sistema músculo esquelético são:
Estrutura e sustentação; ponto de apoio para os músculos esquelético se inserem;
proteção dos órgãos vitais (cérebro, coração, pulmões); participar da formação do
sangue através da medula óssea; armazenamento de cálcio e fósforo. O corpo
humano é composto de 206 ossos classificados em: longos, chatos e curtos.

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Fratura
É a perda da continuidade óssea. Elas podem ser classificadas em geral (completa,
incompleta, aberta ou exposta e fechada). Específica (galho verde, transversa,
obliqua e espiral, cominutiva, impactada, compressiva e patológica).

Sinais e sintomas
Dor intensa, edema, deformidade, impotência funcional, crepitação óssea,
hematoma devido a lesão de vasos sanguíneos.

Complicações
Infecção da ferida, infecção óssea (Osteomielite), lesão vasculares, retardo ou falta
de consolidação do osso fraturado, choque hemorrágico ou lesão nervosa
(paraplegia e tetraplegia).

Tratamento
Ocorre em três fases:
• Redução (colocar o osso em posição anatômica).
• Imobilização (através de ataduras, gesso ou tração, cuja função é manter o
osso em posição anatômica).
• Reabilitação (restabelecimento da função óssea).

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Tipos de Traumatismo
Contusão
Lesão dos tecidos moles devido a: socos,
pontapés e quedas.

Sinais e sintomas
Dor, edema de equimose (decorrente de
ruptura dos pequenos vasos sanguíneos).

Cuidados de enfermagem
• Elevar a área comprometida.
• Colocar compressas frias (vasoconstrição e diminuição do edema).
• Colocar compressas quentes na região após 6 horas (auxiliar na absorção).
• Dar apoio psicológico.

Entorse
Lesão traumática que afeta a estrutura dos
ligamentos que circundam as articulações. São
causadas por trações violentas ou torcedores.

Sinais e sintomas
Edema rápido devido ao extravasamento de
sangue dentro do tecido, dor no movimento articular.

Cuidados de enfermagem
• Acompanhar o paciente ao RX.
• Elevar e manter em repouso a área afetada.
• Aplicar compressas frias ou bolsas de gelo (12 a 36 horas).
• Aplicar compressas quentes após este período.
• Enfaixar compressivamente, se houver indicação.
• Preparo para cirurgia, quando houver indicação.
• Dar apoio psicológico.

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Luxações
Ocorre quando a superfície articular do osso perde seu contato anatômico. O osso
fica fora da articulação. As luxações podem ser congênitas, patológicas ou
espontânea e traumáticas.

Sinais e sintomas
Dor e alterações no contorno articular, perda da movimentação normal e alteração no
comprimento da extremidade.
Está afecção é mais comum do sistema músculo esquelético

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Osteomielite

Infecção óssea causada por germe


patogênico. Podem ser aguda (causada pela
bactéria STAFILOCOCUS Áureos) crônica
(causada pelas bactérias STAFILOCOCUS,
ESTREPTOCOCUS, PNEUMOCOCUS,
BACILO TIFÓIDE).

Patologia
Osteomielite Hematogênica. Osteomielite por
fratura exposta.

Sinais e sintomas
Febre, alteração de sensibilidade do osso, dor, calor, abcesso flutuante nas partes
moles, articulação vizinha edemaciada.

Complicações
Septicemia, Artrite Piogênica, dano de cartilagem, evolução para ostemielite crônica.

Cuidados de enfermagem
• Orientar o paciente sobre a necessidade de repouso no leito.
• Administração de analgésico e antibiótico conforme prescrição médica.
• Preparo para drenagem do abcesso.
• Cuidado com goteira de imobilização.
• Manuseio cuidadoso.
• Isolar o paciente evitar infecção cruzada. (Precauções padrão)
• Medidas de conforto e prevenção de deformidades e lesões, com alinhamento
correto no leito.
• Controle rigoroso de temperatura.
• Apoio psicológico.
• Curativo da fístula.

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MÓDULO 3 – SISTEMA GASTRINTESTINAL
Doenças do sistema Gastrintestinal
Função do Sistema Gastrintestinal

Digestão: quebra química e mecânica dos alimentos em pequenas unidades.


Secreção: adição de líquidos, enzimas e muco ao lúmen do trato gastrintestinal (TGI).
Absorção: processo de transferência de substância do lúmen do TGI para o sangue.

Estomatite
Conceito
São úlceras rasas encontradas nas membras mucosas da boca, mais frequentemente
no lado interno dos lábios e gengivas. Podem aparecer em qualquer lugar da boca,
inclusive sobre a língua. São conhecidas
vulgarmente como afta.

Causas e fatores predisponentes


• Distúrbios emocionais.
• Deficiência nutricional.
• Perturbações digestivas.
• Excesso de acidez da cavidade oral.
• Abuso de fumo e álcool.
• Falta de higiene oral.
• Infecções como a candidíase, principalmente em crianças.

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• Baixa resistência orgânica, especialmente em pacientes acamados e após o
uso de determinados tipos de drogas como por exemplo os quimioterápicos.

Sinais e Sintomas
Dor que se acentua com a alimentação, principalmente com alimentos ácidos e
quentes.
Mucosas avermelhadas, podendo aparecer regiões ulceradas.

Diagnóstico
• Por meio de inspeção da cavidade oral.
• Por meio das queixas do paciente.
• Por meio da coleta de material da cavidade oral.
• Para cultura e determinação dos microrganismos, se houver suspeita de
contaminação (infecção).

Tratamento
Normalmente do PH da cavidade oral por meio de medicamentos específicos. Higiene
oral, várias vezes ao dia, com substâncias alcalinas (bicarbonato de sódio) e
principalmente após as refeições.
Alimentação adequado: alimentos não muito quentes, pouco tempero, evitar frutas
cítricas.

Cuidados de enfermagem
▪ Orientar o paciente em relação ao tratamento medicamentoso.
▪ Cumprir o tratamento médico prescrito.
▪ Orientar quanto á higiene oral e fazê-la, se o paciente não tiver condições.
▪ Orientar quanto á dieta.
▪ Observar, orientar e anotar a evolução das lesões.

Complicações
Além do desconforto que causa ao paciente poderá ocorrer disseminação da infecção,
pelo trato digestivo, ao esôfago, estômago e intestino.

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Gastrite

Conceito
Inflamação aguda ou crônica da mucosa
do estômago.

Gastrite Aguda
A membrana mucosa gástrica torna-se
edemaciada e hiperemiada e sofre erosão superficial, ela secreta uma pequena
quantidade de suco gástrico, contendo muito pouco ácido, porém muito muco.

Gastrite Crônica
É uma forma mais grave de gastrite de gastrite aguda, causada pela ingestão de
ácidos ou álcool fortes. A mucosa pode tornar-se gangrenosa ou perfurada.

Causas
• Distúrbios emocionais.
• Erros alimentares (alimentos muito quentes, excesso de condimentos mal
mastigados, jejum prolongado).
• Medicamentos derivados do AAS, corticoides, fenilbutazona, entre outros.
• Abuso de fumo e álcool.
• Uremia, infecções sistêmicas.
• Refrigerantes gasosos, principalmente.
• Radioterapia.

Sinais e sintomas
• Desconforto abdominal com cefaleia.
• Anorexia.
• Náuseas e vômitos.
• Pirose.
• Diarreia.
• Cólicas.
• Soluços.
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• Gosto amargo na boca.

Diagnóstico
• Anamnese completa.
• Gastroscopia
• Prova de acidez gástrica.
• Endoscopia.

Tratamento
Medicamentoso, segundo os sintomas do paciente: analgésicos, antiespasmódico,
antiácidos e sedativos.
Dieta fracionada.
Repouso físico; mental e controle emocional.

Cuidados de enfermagem
Cumprir o tratamento medicamentos prescrito.
Proporcionar ambiente calmo e limpo ao paciente.
Orientar a importância da dieta e mastigação; devendo o paciente evitar condimentos,
Orientar a importância de se abolirem fumo e o álcool.
Fazer controle hídrico.

Complicações
A mucosa gástrica é capaz de recuperar-se espontaneamente após um episódio
gástrico, se não houver intensificação do quadro clínico e evolução para uma
ulceração gástrica.

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Gastrite Esofagite

Sinais e sintomas
• Dor epigástrica maior após
as refeições.
• Sensação de peso.
• Cólicas gástricas.
• Náuseas.
• Vômitos.
• Pirose. Esôfago mede aproximadamente 25 cm variando de
• Anorexia. acordo com tórax.

• Sialorreia.
• Hematêmese e melena em casos de úlcera sangrante.
• Diarreia.

Tratamento
• Repouso físico e mental.
• Dieta equilibrada e fracionada.
• Evitar fumo, álcool, café, chá e refrigerantes.
• Antiácidos nos intervalos das refeições.
• Ansiolíticos.
• Tratamento medicamentoso sintomático.
• Psicoterapia.
• Congelamento gástrico por SNG e introdução de solução fisiológica gelada,
para auxiliar na hemostasia, quando existir hemorragia gástrica.

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Gastroenterite
Conceito
Infecção simultânea do estômago e intestino.

Causas fatores predisponentes


Vírus, bactérias e fungos.
Contaminação direta ou indireta (de origem tóxica ou infecciosa).
Baixa resistência.

Sinais e sintomas
Náuseas, vômitos, dores abdominais tipo cólicas.
Febre acompanhada de calafrios.
Evacuações líquidas, fétidas e frequentes podendo ser acompanhadas de muco e
sangue.

Diagnóstico
Exames de fezes (parasitológico, cultura)
Exames radiológicos.
Exames de sangue.

Tratamento
Antibioticoterapia, fungicida, virucida, conforme etiológico.
Tratamento medicamentoso conforme a sintomatologia.
Hidratação parietal SNG (parenteral e/ ou VO).
Dieta zero enquanto os vômitos estiverem presentes, passando para líquida, conforme
evolução.

Cuidados de enfermagem
Controlar evacuações e anotar.
Fazer balanço hídricos.
Manter cuidados higiênicos gerais.
Controlar os sinais vitais.
Observar sinais de choque.
Controle de peso e diurese.
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Manter ambiente limpo.
Preparar e auxiliar na coleta de material para exames.
Proporcionar repouso.
Observar o aspecto da pele em geral, para observar sinais precoces de desidratação
e edema.

Complicações
Desidratação.
Choque hipovolêmico.
Insuficiência Renal Aguda.
Desnutrição.
Caquexia.
Óbitos (principalmente em crianças menores de 1 ano)

Colite Ulcerativa
Conceito
Inflamação com ulceração das mucosas do cólon e reto.

Causas
A causas exata é desconhecida. O fator emocional é de considerável importância,
sendo considerada por vários autores como uma doença psicossomática.

Sinais e sintomas
• Dor abdominal.
• Diarreia intensa.
• Fezes muco sanguinolento com pus e com tenesmo.
• Perda de peso.
• Febre.
• Cólicas abdominais baixas
• Mal-estar fraqueza.
• Anorexia.
• Dor á palpação abdominal.
• Náuseas, vômitos.
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Incidência
Maior em adultos jovens, mas poderá aparecer em qualquer grupo etário.

Diagnóstico
Anamnese, exame físico.
Exames de fezes.
Retossigmoidoscopia.
Clister opaco.

Tratamento
Repouso na fase aguda da doença.
Hidratação.
Antidiarreicos, antiespasmódicos, antitérmicos.
Dieta leve, sem resíduos, rica em ferro e proteínas, fracionada.
Ansiolíticos.
Psicoterapia.

Tratamento Cirúrgico
Colectomia
Ileostomia

Cuidados de enfermagem
Controlar evacuações.
Controle de vômitos
Fazer balanço hídrico
Controle de diurese.
Prestar cuidados higiênicos.
Controlar sinais vitais e observar sinais de choque.
Manter ambiente limpo e calmo.
Preparar e auxiliar na coleta de material para exames.
Proporcionar repouso.
observar o aspecto da pele em geral para sinais precoces de desidratação e edema.

25
Complicações
Desidratação.
Choque.
Anemia.
Caquexia.
Perfuração intestinal, hemorragia, abcessos.
Recidiva das crises diarreicas.
Degeneração maligna.
Estenose de cólon e reto.

Intestino grosso mede de 1,5 metros de


comprimento

Composto de três partes o ceco, cólon e o reto

26
Pancreatite
Conceito
É inflamação do pâncreas, pode ser aguda ou crônicas.

Causas
É desencadeada pela “digestão” do órgão pelas enzimas que ele produz,
principalmente a tripsina.
Infecciosa: pode ocorrer como complicação das infecções virais ou bacterianas, como
exemplo da viral com o vírus da caxumba.
Por ingestão excessiva de bebidas alcoólicas.
Trauma abdominal, uso incorreto de medicamentos.

Função do Pâncreas

Pâncreas – mede 15 cm de comprimento e pesa 100 gramas

• Dor abdominal, dor nas costas.


• Distensão abdominal associada a dor.
• Náuseas e vômitos.
• Febre, icterícia, confusão mental e agitação.
• Hipotensão, taquicardia, cianose e frio.
• Pele úmida.
• Dispneia, taquicardia e hipóxia.
• Fezes volumosas, claras e fétidas.
27
Diagnóstico
Anamnese.
Exame físico
Exames laboratoriais (sangue e urina).
RX de abdome.
Tomografia abdominal.

Tratamento
Sintomático.
Jejum oral e nutrição parenteral.
Antibioticoterapia S/N.
Insulinoterapia S/N (casos de hiperglicemia)
Oxigenoterapia S/N.

Cuidados de enfermagem
Alívio da dor e desconforto.
Administrar o tratamento prescrito.
Balanço hídrico e condição nutricional.
Dieta hipo gordurosa.
Manter leito Semi-Fowler.
Auxiliar na melhora da função respiratória
Educação do paciente e cuidados domiciliares.

Complicações
Pancreatite crônica (necrose celular).
Cistos pancreáticos.
Tumores das ilhotas pancreáticas.
Hiperinsulinismo.

28
Colecistite
Conceito
Consiste na inflamação da vesícula e vias biliares que interfere com a drenagem
anormal da bile para dentro do duodeno.

Função da Vesícula biliar


Sua função é armazenar a bile, líquido produzido pelo fígado que atua na digestão
de gorduras no intestino

Vesícula biliar mede cerca 7,6 a 10,2 cm de


comprimento e 2,5 de largura.

Classificação
1. Calculosa: um cálculo vesicular obstrui o fluxo anterógrado da bile.
2. Acalculosa: inflamação aguda da biliar na ausência de obstrução por cálculos
vesiculares.
Ocorre após grandes procedimentos cirúrgicos, traumatismo reversos e
queimaduras.

Causas
Inflamação e retenção de bile, colesterol ácido e sais.
Anemia hemolítica que leva à formação excessiva de bilirrubina.

Sinais e sintomas
• Cólicas biliar.
• Náuseas
• Vômitos.

29
• Anorexia.
• Icterícia.
• Acolia (fezes esbranquiçadas).
• Urina escura (cor de coca cola) devido os sais biliares.
• Dor intensa no hipocôndrio direito, principalmente à palpação.
• Intolerância a alimentos gordurosos.
• Febre.
• Massa abdominal.

Diagnóstico
• Exame clínico e anamnese.
• Palpação do fígado.
• Inspeção da pele e mucosas.
• Dosagem da bilirrubina.
• Colecistografia.
• RX da vesícula (simples ou contrastado).
• USG.

Tratamento Clínico
Medicamento, conforme sintomatologia.
Dieta leve, pobre em gorduras.

Cuidados de enfermagem
Observar referências de dor em hipocôndrio direito.
Observar eliminações urinária e intestinais (acolia e urina escura).
Observar e relatar icterícia
Orientar para cumprir o tratamento medicamentoso.
Orientar a dieta, informando o paciente para evitar alimentos com condimentos,
temperos, chocolates, bebidas alcoólicas.
Evitar alimentos que aumentam os gases como couve, couve-flor, feijão, e lentilha,
repolhos.

Complicações
Abcessos.
Perfuração da vesícula e derrame de bile no peritônio.
30
Hepatite
Conceito
Inflamação do fígado, que pode ser causada por vírus, bactérias ou substâncias
tóxicas.

Classificação
• Infecciosa: vírus tipo A e vírus tipo B.
• Tóxica induzida por medicamentos.

Função do fígado

Diagnóstico geral das hepatites


• Exame físico, anamnese.
• Pesquisa no sangue de antígeno aos vírus A e B.
• Dosagem de bilirrubina.
• Dosagem de TGO (transaminase glutâmica oxalacética).
• Dosagem de TGP (transaminase glutâmico pirúvica).
• Biópsia hepática.

Tratamento
Não existe tratamento específico para a hepatite viral, mas o fígado tem um grande
poder de regeneração, desde que não haja complicações.
O tratamento, portanto, é feito com repouso no leito, absoluto, na fase aguda e,
relativo, conforme a regressão dos sintomas.

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A dieta deve ser hipercalórica (rica em açúcar) e hipogordurosa, evitando os excessos
de gorduras, condimentos e substâncias artificiais.
Na hepatite tóxica o repouso deverá ser absoluto e o tratamento voltado para a
hidratação. A dietas hipercalórica e hipoproteica.
A possibilidade de recuperação dos casos graves é mínima, quanto ocorre;
geralmente os pacientes desenvolvem cirrose hepática.

Cuidados de enfermagem
Precauções nas, hepatite A e B (uso de avental, máscara, luvas para executar
cuidados de higiene).
Comadres e papagaios de uso exclusivo dos pacientes.
Proporcionar repouso no leito.
Estimular a ingestão da dieta e hidratação.
Observar as eliminações e fazer controle hídrico.
Manter as unhas curtas e limpas e orientar para que não se coce, para evitar infecção
na pele.
Observar sinais de complicação como hematêmese, melena, equimose e distensão
abdominal.
Educação e cuidados domiciliares de saúde.

Profilaxia da hepatite
Higiene e saneamento básico.
Evitar banhos em águas poluídas.
Triagem dos doadores de sangue.
Esterilização correta de materiais.
Exames dos indivíduos que entraram em contato com o portador.
Notificação dos órgãos de Saúde Pública, todos os casos de hepatite viral.
Aplicação correta das técnicas pelo pessoal de enfermagem nos cuidados com
pacientes e materiais contaminados.

32
Cirrose Hepática
Conceito
Refere-se a fibrose (cicatrização) do fígado. São considerados três tipos:
1. Portal de Laennec (alcoólica, nutricional): o tecido cicatricial as áreas portais
devido ao Alcoolismo crônico.
2. Pós necrótico: existem largas faixas de tecido cicatricial, como resultado
tardio e Hepatite viral aguda prévia.
3. Biliar: resultado de uma obstrução biliar crônica com infecção.

Causas e fatores predisponentes


• O mecanismo exato é desconhecido.
• O alcoolismo crônico desnutrição exposição a substâncias hepatotóxicas
esquistossomose, hepatite, obstrução biliar crônica e infecção por vírus ou
bactérias.

Incidência
Maior em homens e, principalmente, em alcoólatras crônicos entre 40 a 60 anos de
idade.

Sinais e sintomas
A doença geralmente tem evolução lenta, podendo levar vários anos até que se
manifestem todos os sintomas.
Febre, icterícia, náuseas, vômitos, flatulência, distúrbios intestinais, hepatomegalia,
astenia, aumento do baço, ascite, hipertensão, edema, equimoses, púrpura, anemia,
hemorroidas, hematêmese, tremores, delírios, convulsões e coma.

Diagnóstico
• Provas de função hepática.
• Exame físico.
• Anamnese.
• Biópsia hepática.
• USG

33
Tratamento
• Repouso
• Dieta hiperprotéica,
hipossódica, quando o
paciente apresenta edema
e ou ascite.
• Proibição da ingestão de
bebidas alcoólicas.
• Hepatoprotetores
(aminoácidos essenciais).
• Tratamento sintomático.

Cuidados de enfermagem
• Dar apoio emocional.
• Estimular o paciente para a alimentação, orientando quanto a importância da
dieta.
• Proporcionar repouso, manter o ambiente calmo.
• Controlar peso diariamente.
• Fazer controle de diurese.
• Medir circunferência abdominal dos pacientes portadores de ascite.
• Observar as eliminações intestinal, em busca de sinais de sangramento e
distúrbios como diarreia ou obstipação.
• Controlar sinais vitais.
• Fazer profilaxia de hemorragias e executar técnicas de hemostasia, caso se
faça necessário.
• Estar atento para alterações mentais e saber aplicar técnicas de contenção em
pacientes agitados.
• Observação rigorosa do estado do paciente e anotar qualquer alteração.
• Cuidados especiais com a sonda de Blakemore em casos de hemorragias
esofagianas.
• Cuidados na administração de hemoterapia.
• Cuidados preventivos de lesões por pressão.
• Educação do paciente e cuidados domiciliares de saúde.
34
MÓDULO 4 – SISTEMA CARDIOVASCULAR
Doenças Sistema Cardiovascular
Função do Sistema Circulatório

• Leva oxigênio e nutrientes á células.


• Recolhe dióxido de carbono e outros produtos tóxico.
• Defesa do organismo contra micróbios

• Coração – impulsiona o sangue.


• Vasos sanguíneos – locais para onde circula o sangue.

O coração saudável de um adulto pesa entre 250 a 400 gramas.


O tamanho do coração de um adulto é um pouco maior que um punho de um homem
adulto
aproximadamente. Em repouso, uma pessoa tem o sangue bombeado pelo coração,
por todo corpo, em 50 segundos.

35
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
Conceito
Processo pelo qual o tecido miocárdio é destruído em regiões desprovidas do
suprimento sanguíneo, devido à redução no fluxo, causado pelo estreitamento da
artéria coronária.

Causas
• Arteriosclerose coronária (95% dos casos).
• Trombose coronária e embolia
• Diminuição do fluxo sanguíneo por choque ou hemorragia.

Sintomas
• Dor pré cordial intensa, construtiva (em garra), de localização retro externa,
podendo irradiar para o ombro, pescoço, braço e abdômen, que não passa com
o repouso ou pela medicação.
• Sudorese intensa, pele úmida e pegajosa, cianos das extremidades, ansiedade
e angústia, queda de pressão arterial, dispneia, náuseas e vômitos, confusão
mental.

Tratamento clínico
• Visa corrigir o choque, melhorar a dor, promover repouso miocárdio.

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• Analgésicos: dolantina, demerol, coronário dilatadores (isordil sublingual).
Proporciona também vasodilatação cerebral, induzindo a cefaleia, aumento da
frequência cardíaca. Às vezes pode dar hipotensão.
• Anticoagulantes: liquimine ou heparina. Existe corrente a favor e contra
• Vasopressores para aumentar a pressão sanguínea: isuprel, alupente, etc.
• Soro Glicose 10% + insulina para diminuir as arritmias e a área de necrose (uso
discutido).
• Oxigênio
• Repouso absoluto

Assistência de enfermagem
• O paciente infartado pode desenvolver complicações gravíssimas nas
primeiras 24 e 48 horas e deve ter uma assistência rigorosa. A morte sobrevém,
sempre por arritmia, insuficiência cardíaca e choque.
• Deve-se observar o seguinte.
• Repouso no leito 72 horas, aumentando atividade gradativamente de acordo
com ordem médica. Executar imediatamente a prescrição médica e segui-la
rigorosamente.
• Controle rigoroso dos sinais vitais.
• Observação rigorosa dos sinais de choque :hipotensão, palidez, sudorese, pele
úmida, dor, oligúria.
• Controle hídrico, principalmente diurese.
• Dieta hipossódica inicialmente líquida e depois branda.
• Visitas devem ser de curta duração e evitar assuntos que preocupem o
paciente.
• Assistência espiritual: deve ser oferecida de acordo com a crença do paciente.
• Educação do paciente.

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Angina Pectóris

É a insuficiência coronariana, devido a uma obstrução parcial do vaso sanguíneo de


tal forma que o músculo cardíaco recebe um fluxo menor de sangue (isquemia),
acarretando sofrimento pela falta de oxigenação. Na insuficiência coronária não há
obstrução total da coronária e sim parcial em grau variado.

Causas principais
• Geralmente, 90 % dos casos deve-se a arteriosclerose das coronárias.
• Espasmo da coronária (mecanismo desconhecido). Pode aparecer após uma
refeição pesada sobrecarregando o trabalho do coração: consequentemente
a forte emoção, dor, cólera, alergia, preocupação.
• Distúrbios hemodinâmicos (hipotensão, choques).
• Sistema de alteração no transporte de oxigênio (hipóxia, anemia, etc).
• Esforço físico.
• Exposição ao frio.

Sintomas
• A Angina Pectóris ou síndrome intermediária manifesta-se de diversas formas:
• Dor precordial (sintoma mais característico): dor em aperto, melhora com o
repouso, pode ser acompanhada de sudorese e palidez.
• Arritmias.
• Hipotensão.
• Ansiedade, fraqueza.
• Sensação de morte iminente.

Medicação usada e cuidados de enfermagem


Os sintomas de angina e infarto do miocárdio são parecidos; até esclarecimento do
diagnóstico, o tratamento e a assistência de enfermagem são quase idênticos.

Tratamento cirúrgico
Quando o paciente apresenta insuficiência coronariana ou síndrome intermediária é
indicado a cinecororianariografia para estudo do comprometimento vascular das

38
artérias coronárias. Havendo indicação cirúrgica ele é submetido a uma cirurgia
denominada: Ponte de Safena ou Revascularização do miocárdio.

Orientação ao paciente com infarto do miocárdio e angina


• Apoio psicológico.
• Repouso iniciando as atividades progressivamente de acordo com orientação
médica.
• Evitar levantar pesos e executar trabalhos pesados.
• Evitar emoções intensas.
• Repousar após as refeições.
• Se necessário, diminuir o peso corporal para reduzir a sobrecarga do
coração.
• Evitar bebidas alcoólicas e as que contém cafeína (café, coca- cola, que
podem provocar arritmias).
• Parar de fumar: o monóxido de carbono inalado diminui a oxigenação.
• Ao sentir dor parar imediatamente, repousar.
• Providenciar tratamento médico.
• Ter sempre à mão um vaso dilatador de acordo com a orientação médica.
• Ter vida moderada normal.

Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)


Definição
É a incapacidade de o coração desempenhar sua função e satisfazer as necessidades
circulatórias dos órgãos. O coração não consegue manter o fluxo sanguíneo para os
órgãos e tecidos.
Isto causa retenção de sódio e água o que aumenta a pressão, aparece, o edema
generalizado (anasarca); ocupando uma retenção de líquidos nos pulmões e tecidos.
Devido a esta congestão de líquidos denomina-se ICC.

Fisiopatologia
Na ICC, o coração é incapaz de bombear uma quantidade suficiente de sangue para
satisfazer as necessidades de oxigênio e nutrientes dos tecidos.

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O mecanismo básico da ICC envolve uma alteração nas propriedades contráteis do
coração, a qual determina um débito cardíaco menos que o normal.
Lembre-se que o débito cardíaco é uma função da frequência cardíaca multiplicada
pelo volume de ejeção. = (DC= FC x VE)
A ICC caracteriza-se por manifestações que estão relacionadas basicamente com a
retenção de líquidos nos pulmões ou tecido periférico.

Etiologia
• Arteriosclerose coronariana;
• Hipertensão arterial;
• Doença muscular inflamatória ou degenerativa;
• Infarto do miocárdio;
• Hipertensão sistêmica ou pulmonar;
• Estenose de válvulas semilunar;
• Tamponamento pericárdio;
• Pericardite constritiva;
• Estenose de válvulas átrio ventriculares;
• Insuficiência das válvulas átrio ventriculares;
• Hipóxia, anemia;
• Acidose respiratória ou metabólica.

Sinais e sintomas
• Angústia e desconforto respiratório;
• Dispneia aos pequenos esforços, associada a taquipneia;
• Ortopnéia é quando o paciente respira melhor sentado;
• Dispneia paroxítica noturna – um surto de angústia respiratória imediata, tendo ao
sufocamento;
• Edema pulmonar agudo (estertores em base bilateral);
• Escarro cor de ferrugem;
• Respiração Cheyne Stokes;
• Palidez;
• Sudorese;
• Extremidades frias;
40
• Frequência cardíaca rápida;
• Aumento do tamanho do coração;
• Astenia;
• Distensão venosa sistêmica;
• Fígado aumentado (hepatomegalia)
• Edema generalizado(anasarca)
• Cefaleia, insônia;
• Oligúria;
• Ansiedade;
• Estase jugular;
• Edema de MMII, que depois se generaliza em anasarca.

Avaliação diagnóstica
• Histórico do paciente.
• Exame Físico;
• Raio X de tórax;
• ECG;
• Cateter arterial pulmonar.

Complicações
• Pneumonia;
• Edema agudo de pulmão;
• Coma hepático;
• Insuficiência renal.

Tratamento
Promover o repouso para reduzir a carga de trabalho do coração.
Administrar agentes farmacológicos para aumentar a força e a eficiência da contração
miocárdica e diminuir a frequência cardíaca. EX: cedilanide, digoxina, etc.
Diuréticos para diminuir o líquido acumulado nos tecidos e órgãos(edema),
aumentando a sua eliminação. EX.: lasix, edecrin, aldactone, etc.
Sedativos para manter o paciente calmo.
Antibióticos para afastar infecções que podem agravar o estado do paciente.
Dieta hipossódica.
41
Assistência de enfermagem
Paciente em repouso na posição Fowler, com a finalidade de reduzir o trabalho
cardíaco.
As vezes o paciente prefere ficar sentado com as pernas pendentes.
Banho no leito, se necessário e exercícios nos membros inferiores para evitar
embolias.
Mudanças de decúbito: paciente com edema tem mais tendências a lesão por
pressão.
Oxigênio úmido, cateter nasal.
Controle rigoroso de pressão arterial, pulso e diurese.
Observar cianose, dor, dispneia e sinais de intoxicação digitálica:
Náuseas, vômitos, cefaleia, fraqueza, sonolência, bradicardia.
Dieta leve e hipossódica para facilitar a digestão e evitar retenção de líquidos.
Observar aceitação pelo paciente.
Reeducação da ansiedade.
Educação do paciente.

Pericardite
Conceito
Inflamação do pericárdio, ou saco membranoso que envolve o coração.

Pericárdio consiste em dois folhetos (camadas)


Visceral (serosa) – Produz um líquido (soro) que permite que os dois folhetos
escorreguem um sobre outro, além disso produz e libera o peptídeo natriurético atrial
no sangue.
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Parietal (fibroso) – composto principalmente de fibras de colágeno.

Causas
• Etiologia idiopática ou • Doença do sono;
inespecíficas; • IAM;
• Infecções bacteriana, viral e • Aneurisma;
micótica; • Pneumonia;
• Lúpus eritematoso sistêmico; • Doença neoplásica;
• Febre reumática; • Radioterapia;
• Artrite reumatoide; • Trauma;
• Poliartrite; • Tuberculose.
• Reações imunológicas e
farmacológicas;

Sinais e sintomas
Dor sob a clavícula, pescoço e região da escapular esquerda.
Dispneia.
Febre.

Diagnostico
História Clínica, exame físico e ECG.

Tratamento
Antibióticos de acordo com a sensibilidade da cepa, antitérmico, repouso no leito,
administrar agentes farmacológicos específico para reverter a causa.

Assistência de enfermagem
Repouso no leito ou cadeira para alívio da dor.
Controle dos sinais vitais.
Controle rigoroso da pressão arterial para prevenção do derrame pericárdio.
Educação do paciente para autocuidados.

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Endocardite Infecciosa
Conceito
Infecção da válvulas e superfície endotelial do coração, causada pela invasão direta
por bactérias ou outros microrganismos levando a deformação dois folhetos
valvulares.

Causas
• Pacientes com história de cardiopatia valvular reumática ou prolapso da válvula
mitral, mas comum em pessoas idosas;
• Tosse;
• Dores articulares e lombar;
• Febre;
• Hemorragias sob unhas dos dedos da mão e pés;
• Petéquias em conjuntiva e mucosa;
• Cefaleia.

Tratamento
Antimicrobiano adequado, antitérmico e cirurgia.

Diagnóstico
Exame físico, anamnese, hemocultura.

Complicações
ICC, estenose ou regurgitação valvular e embolias sépticas ou assépticas.
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Assistência de enfermagem
• Estar familiarizado com os sinais e sintomas da faringite estreptocócica.
• Administrar no horário as medicações prescritas.
• Estimular a ingestão hídrica e alimentar.

Hipertensão Arterial
Níveis persistentes de pressão arterial em que a pressão sistólica está acima de
145mmhg e a pressão diastólica acima de 95 mmhg.

Sinais e sintomas
• Cefaleia intensa; • Diminuição da força;
• Distúrbio da visão; • Hemiparesia;
• Náuseas, vômitos; • Alteração da retina com
• Confusão mental; hemorragia e exsudato;
• Sonolência; • Edema de pupila.

Diagnóstico
Exame físico, anamnese, aferição da pressão arterial, exames laboratoriais, ECG.

Tratamento
• Redução de peso.
• Restrição de álcool, sódio e tabaco.
• Exercícios e relaxamento.
• Abordagem farmacológica: diurético, beta- bloqueadores, antagonistas do
cálcio e inibidores da enzima conversora da angiotensina
• Mudança de estilo de vida.

Assistência de enfermagem
• Educação do paciente para mudar estilo de vida e hábitos alimentares;
• Incentivar a participação em grupos de hipertensos;
• Controle rigoroso da pressão arterial;
• Administrar corretamente as medicações;
• Observar e anotar controle da diurese;
• Orientar em relação a dieta.
45
MÓDULO 5 – SISTEMA RESPIRATÓRIO
Doenças do sistema Respiratório

Definição
É um processo inflamatório do parênquima pulmonar, causado por agentes
infecciosos.
É classificada de acordo com o agente causal: bacteriana, vírus, fúngica ou química
(inalação de gases irritantes).
Pneumonia lobar: quando a inflamação atinge apenas um dos lobos pulmonares.
Pneumonia dupla: quando atinge os dois pulmões difusamente.
Peso de 700 gramas

Função do pulmão
Pulmão humano. Os pulmões do ser humano são órgãos do sistema respiratório,
responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. Sua principal função
é oxigenar o sangue e eliminar o dióxido de carbono do corpo. Cada pulmão adulto
tem em média cerca 25cm de altura e 16 cm de profundidade, sensivelmente 10 cm
de pulmão é pesa em média 700 g.

46
Broncopneumonia

Definição
Quando processo pneumônico está distribuído em placas, originando-se em uma ou
mais áreas localizadas dentro dos brônquios e se estende para o parênquima
pulmonar.

Diagnóstico
• Anamnese (história).
• Exame física.
• Raio X de tórax
• Cultura de escarro.
• Hemocultura.

Sinais e sintomas
• Febre,
• Dor em pontadas no tórax, que aumenta com a respiração e a tosse.
• Taquipneia e ou dispneia.
• Batimentos de asa de nariz.
• Cianose de extremidades.
• Pulso rápido e cheio.
• Sudorese.
• Escarro purulento e, às vezes, sanguinolento.

Tratamento
• Antibioticoterapia apropriado
• Antitérmicos e analgésicos, quando necessário.
• Repouso no leito.
• Boa hidratação e alimentação.
• Oxigênio quando necessário.
• Fisioterapia respiratória.
• Broncodilatadores.

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Cuidados de enfermagem
• Controle dos sinais vitais, principalmente temperatura e frequência respiratória.
• Assegurar uma boa hidratação e nutrição.
• Orientar quando a importância do repouso.
• Cuidados com oxigenoterapia: troca de cateter nasal diariamente, fluxo de
oxigênio prescrito administração de oxigênio umidificado, etc.
• Administração dos medicamentos prescritos nos devidos horários: antibióticos,
antitérmicos e analgésicos quando necessário.
• Drenagem postural: evitar deitar o paciente sobre o lado afetado.
• Atenção a complicações: piora do padrão respiratório, alteração do nível de
consciência.
• Alteração do aspecto da secreção expectorada.
• Educação do paciente.

Complicações
• Derrame pleural
• Hipóxia
• Parada respiratória.

Bronquite
Definição
Inflamação do tecido que recobre internamente os brônquios: caracteriza-se por
excessiva secreção mucosa, tosse e dispneia, associadas a infecções recorrentes do
trato respiratório inferior e a reduzida capacidade de ventilar os pulmões.

Causas
• Inalação de substâncias irritantes.
• (poluição do ambiente; fumaça de cigarros, etc.).
• Exposição ao frio.
• Alergias.
• Fatores hereditários.
• Infecções virais e bacterianas.

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Prevenção
Evitar fumar.
Tratamento precoce das infecções respiratórias altas (ex. gripe) para que se evite
desencadear crises bronquíticas.
Vacinas contra gripes.
Evitar fatores alérgicos – Ex. presença de animais domésticos, poeira, móveis e
utensílios domésticos que retenham(carpetes), cortinas, brinquedos de pelúcia, etc.

Sinais e sintomas
• Tosse forte dolorosa.
• Expectoração escassa no início, torna-se abundante com a evolução da
afecção.
• Febre.
• Dispneia.
• Respiração ruidosa.
• Cianose de extremidades.

Diagnóstico
Principalmente exame físico, raio x, cultura de escarro.

Complicações
• Bronquiolite (extensão do processo infeccioso aos bronquíolos).
• Pneumonia. Atelectasia (obstrução de brônquios e bronquíolos inflamado,
impedindo que os alvéolos sejam ventilados).

Tratamento
• Boa alimentação.
• Repouso.
• Oxigenoterapia (inalação e nebulizações)
• Analgésicos e antitérmicos.
• Expectorantes.
• Antibióticos.
• Broncodilatadores.
49
• Anti-histamínicos (anatialérgicos0.
• Para alguns pacientes, é recomendado modificar os seus hábitos de vida, local
de trabalho e clima.

Cuidados de enfermagem
• Proporcionar ambiente livre de qualquer fator irritante (incluindo o emocional).
• Orientar e estimular exercícios respiratórios.
• Observar e anotar dados sobre a expectoração (coloração, aspecto e
quantidade).
• Estimular a ingestão hídrica e a dieta.
• Controlar sinais vitais.
• Administrar medicamentos conforme a prescrição médica e observar efeitos
colaterais.
• Cuidados específicos com broncodiladores.
• Administração lenta e diluída, se a via for EV.
• Aferir os sinais vitais.
• Observar sinais como: taquicardia, dispneia, tremores, cianose, hipotensão.

Edema Agudo de Pulmão (E.A.P.)


Conceito
É acúmulo de líquido no pulmão, seja nos espaços intersticiais ou nos alvéolos.

Sinais e sintomas
Dispneia intensa, cianose, ansiedade, agitação, tosse com expectoração espumosa,
tingida de sangue, sudorese fria, veias do pescoço distendidas, taquicardia.

Causas
Insuficiência mitral ou insuficiência cardíaca, esquerda e excesso de administração de
líquido por via venosa(sobrecarga).

Tratamento
Deve ser imediato e consiste em melhorar a oxigenação, reduzindo a quantidade de
sangue nos pulmões e melhorando a função cardíaca.
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Assistência de enfermagem
• Administrar oxigênio para evitar e prevenir hipóxia e dispneia.
• Aspirar secreções se necessário para manter as vias aéreas permeáveis;
• Promover diminuição do retorno venoso sentando o doente à beira da cama
com as pernas pendentes,
• Posicionar em Fowler alto;
• Administrar diuréticos para promover a diurese imediata;
• Preparar os materiais para sondar o paciente para controlar débito urinário;
• Vigiar sinais de hipovolemia;
• Colher sangue para avaliar o potássio sérico;
• Administrar bronco dilatador (conforme Prescrição Médica);
• Avaliar sinais vitais (SSVV);
• Viabilizar acesso venoso;
• Auxiliar na intubação oro traqueal, caso seja necessário e aspiração;
• Manter carrinho de urgência próximo ao leito do paciente;
• Observar diurese e oferecer material para drenagem urinária (papagaio,
comadre) após administração do diurético;
• Fornece apoio psicológico: permanecendo ao lado do paciente para diminuir a
ansiedade.

51
Enfisema Pulmonar
Conceito
Padrão não uniforme de distensão permanente e anormal dos espaços aéreos, distal
aos bronquíolos com destruição dos septos alveolares.

Causas
• Inflamação e edema dos brônquios.
• Produção excessiva de muco.
• Perda da elasticidade das vias aéreas.
• Colapso dos bronquíolos e redistribuição dos alvéolos funcionais.
• Fumo.
• Hereditariedade.

Sinais e sintomas
Dispneia. Fadiga.
Tosse crônica. Anorexia.
Sibilos. Perda de peso.
Taquipneia. Fraqueza.
“tórax em barril”

Tratamento
Fisioterapia respiratória, bronco dilatadores, corticosteroides, oxigenoterapia e boa
alimentação.

Cuidados de enfermagem
• Administrar corretamente a oxigenoterapia.
• Prevenir infecção.
• Repouso.
• Manter paciente confortável.
• Proporcionar ambiente tranquilo e apropriado para facilitar a respiração.
• Apoio psicológico.
• Educação e reabilitação do paciente.

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Asma Brônquica
Definição
É uma doença de origem múltipla caracterizada por uma resposta da traqueia e dos
brônquios a estímulos de diversas origens.
Esta resposta aumentada é responsável pela tríade clássica da asma edema da
mucosa, hipersecreção de muco e espasmo da musculatura brônquica.
Principais fatores, que podem causar crise asmática: alergias, fatores emocionais,
alterações climáticas, infecções respiratórias, fatores constitucionais hereditariedade
e outros.

Manifestações clínicas
• Ansiedade depressão ou irritabilidade.
• Coriza, cianose, tosse, vômitos, febre, anorexia, sudorese, dispneia, sibilos,
taquicardia.
• Dores torácica e abdominal, tórax abaulado.
• Olheiras (resultantes do cansaço).

Cuidados de enfermagem
Orientar o paciente e a família sobre os cuidados relativas a doença e estimular sua
participação.
Dar apoio ao paciente, tentando tranquilizá-lo.
Manter o paciente em decúbito elevado
Verificar sinais vitais, frequentemente, atentando para frequência respiratória e
pulso.
Evitar uso de roupas apertadas.

Tratamento
• Broncodilatadores.
• Fluidificantes de secreções.
• Antibióticos.
• Corticosteroides.
• Reposição calórica.
• Aspiração das secreções.

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• Manutenção das vias aéreas livres.
• Fisioterapia respiratória.
• Oxigenoterapia.
• Manter a permeabilidade das vias aéreas superiores (VAS), por meio de
fluidificação de secreção e aspiração das mesmas.
• Administrar nebulização e oxigenoterapia de acordo com a prescrição médica.
• Manter acesso venoso.
• Manter hidratação adequada.
• Manter NPP e passar SNG na fase aguda.
• Oferecer cautelosamente líquidos e alimentos (VO E SNG) na fase aguda
(quando houver indicação).
• Manter repouso no leito durante a fase aguda.
• Vigiar atentamente o paciente, atentando para sinais de insuficiência
respiratória.
• Esclarecer o paciente e a família sobre efeitos colaterais do uso de
medicamentos, principalmente dos corticoides.
• Orientar o paciente e a família sobre o acompanhamento ambulatorial
sistemático.

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MÓDULO 6 – SISTEMA HEMATOPOIÉTICO
Doenças do sistema hematopoiético

Anemia
Conceito
Anemia é uma condição na qual o conteúdo de hemoglobina ou glóbulos vermelhos
no sangue está abaixo do normal, devido à carência de um ou mais nutrientes
essenciais, como ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas.

Função do sangue

O sangue tem como função a manutenção da vida do organismo no que tange ao


transporte de nutrientes, excretas (metabólitos), oxigênio e gás carbônios, anticorpos,
e demais substâncias ou corpúsculos cujos transporte se façam essenciais entre os
mais diversos e mesmo remotos tecidos e órgãos do organismo. OBS. glóbulos
vermelhos (denominados hemácias ou eritrócitos); glóbulos brancos (são
chamados de leucócitos).

De acordo com especialistas, não dá para saber, exatamente, quantos litros de


sangue o corpo humano tem. O que existe é uma média de sangue no organismo
humano, que pode chegar entre 4 e 6 litros.
De forma geral, essa quantidade de sangue corresponde a até 7% do peso das
pessoas. No entanto, a verdade mesmo é que esse volume costuma variar de acordo
com o peso, o tamanho e a composição do corpo, por isso é tão difícil afirmar, com
exatidão quantos litros de sangue o corpo humano tem.

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Causas
• Deficiência de ferro, Vitamina B 12e ácido fólico.
• Supressão da medula óssea (tumores ou drogas)
• Doença renal crônica (falta ou deficiência da eritropoetina)
• Destruição em massa das hemácias.
• Produção de hemácias anormais (anemia falciforme).
• Grandes perdas de sangue.

Sinais e sintomas
• Fadiga.
• Tendências hemorrágicas.
• Lesões ulceradas de língua, gengivas ou membranas mucosas.
• Dispneia.
• Dores ósseas e articulares.
• Hipotermia.
• Palidez de mucosa e membranas.

Classificação
a) Quanto a etiologia
Hemorrágica – quando ocorre perda sanguínea.
Hemolítica – quando há uma destruição maciça das hemácias.
Aplástica – quando há uma deficiência na medula óssea.
Ferropriva – deficiência de ferro.
Falciforme – doença congênita onde há um defeito na forma das hemácias (forma de
foice).
Perniciosa – deficiência do fator intrínseco do estômago que metaboliza a vitamina
B12.
Megaloblástica – deficiência do ácido fólico.
b) Quanto á morfologia
Macro cita – hemácias anormalmente grandes.
Normocíticas – hemácias com tamanho normal.
Microcítica – hemácias com tamanho reduzido e hemoglobina normal.
Microcítica hipocrômica – hemácias pequenas com hemoglobina reduzida.
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Diagnóstico
• Anamnese completa.
• Exame físico.
• Hemoglobina completo.
• Biópsia da medula óssea.

Tratamento
• Visa a reversão da causa e a reposição do sangue perdido.
• Dieta hipossódica, rica em ferro.
• Repouso.
• Transplante nas anemias aplásticas.

Cuidados de enfermagem
• Conservar energia emocional.
• Repouso frequente.
• Elevar a cabeceira do leito e os travesseiros para apoio.
• Controle dos sinais vitais.
• Observar retenção de líquidos.
• Dieta balanceada.
• Orientar família.
• Educação do paciente.

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Leucemia
Conceito
É a proliferação ou o acúmulo desregulado de leucócitos na medula óssea, que
substitui os elementos normais medulares: Também há proliferação no fígado baço,
linfonodos, entre outros.

Causas
A causa exata ainda é desconhecida, mas existe alguma evidência de influência
genética e da patologia viral, exposição à radiação ou substâncias químicas
(benzeno).

Classificação
1) Conforme a linhagem celular afetada:
a. Linfócitos.
b. Mielocíticas.
2) Segundo a maturidade das células malignas:
a. Agudas- células imaturas (maior incidência em crianças e jovens)
b. Crônicas- células diferenciadas (maior incidência em adultos e idosos)

Sinais e sintomas
Febre alta, dor devido ao aumento do fígado e baço, cefaleia, vômitos,
emagrecimento, apatia, tonturas, palidez, petéquias, equimose, sangramentos nasais,
gengivais, e vaginais, linfoadenopatia, infecções secundárias, principalmente do trato
respiratório e urinário, fraqueza e fadiga.
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Diagnóstico
• Exame físico.
• Hemograma- aparecimento de anemia e trombocitopenia, leucócitos.
• Biópsia da medula óssea.
• Biópsia de gânglios linfáticos.

Tratamento
Geralmente são utilizados recursos quimioterápicos, corticoides, antibiótico,
transfusão sanguínea, oxigenoterapia, recurso antitérmico, analgésico, complexos
vitamínicos.
Evita-se a administração de aspirina e ASS ou injeções intramusculares, A higiene
oral deve ser realizada com muito cuidado para evitar sangramento.
As talas e outros dispositivos ortopédicos são muito úteis em pacientes com
sangramento articular e muscular.

Cuidados de enfermagem
• Controlar e reduzir os níveis álgicos.
• Obter a manutenção da perfusão tecidual adequada.
• Manter medidas de controle de sangramentos.
• Proporcionar conforto físico e emocional.
• Ajudar o paciente a manter vida normal.
• Evitar traumatismo e orientar o paciente neste sentido.
• Orientar quanto á importância de uma higiene oral adequada.
• Orientar para que o paciente utilize um cartão de identificação de hemolítico,
contendo grupo sanguíneo, fator RH, nome e telefone do médico e telefone e
nome da pessoa a ser avisada em caso de urgência.

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Hemoterapia

É a administração de sangue total ou partes


separadas de sangue (plasma, hemácias, plaquetas,
fibrogênio, etc.).
É uma técnica que exige muita responsabilidade da
enfermagem, devido a várias complicações que
podem ocorrer durante e após a transfusão. O doador
deverá apresentar alguns requisitos, além de ser
entrevistado e examinado antes da doação.

Requisito dos doadores


• Idade entre 17 e 35 anos.
• Peso corpóreo: superior a 50 Kg.
• Temperatura oral: não superior a 37,5 graus.
• Pulso: entre 50 e 100 bpm.
• Pressão arterial: sistólica entre 90 a 180 mmhg e diastólica entre 50 a 100
mmhg.
• Hemoglobina: mulher 12,5 g /dl, homem 13,5 g/dl.

Fatores que contraindicam a doação


História de doenças como hepatite viral, sífilis, malária, doença de chagas,
tuberculose, alergias, asma, diabetes, AIDS, urticária, epilepsia, doenças de pele,
câncer, anemia, ou qualquer outra infecção ativa, alcoólatras crônicos, dependente de
drogas. É contraindicado ainda, para gestantes e em até 6 meses, após o parto ou
mais se estiver amamentando, durante o período menstrual e até 6 meses, após
qualquer intervenção cirúrgica.

Intervalos entre as doações:


O intervalo mínimo entre doações é de 2 meses para homens e 3 meses para
mulheres. É importante ressaltar que os homens podem doar no máximo 4 vezes
durante o ano e as mulheres 3 vezes nesse mesmo período. Já para pessoas com
idade acima de 60 anos, o intervalo mínimo entre as doações é de 6 meses.

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Durante a coleta de sangue, o doador deve ficar deitado em decúbito trendelenburg e
deve-se os sinais vitais.
Após a coleta, o doador deve ficar deitado mais 5 a 10 minutos, verifica-se novamente
os sinais vitais e que o mesmo deve permanecer no local por mais 30 minutos (período
em ocorre as complicações). O mesmo é orientado para que não realize exercícios
físicos, beba bastante líquido e alimenta-se adequadamente.

Complicações para o receptor


• Sangramento excessivo no local da punção.
• Laceração das veias por falha na punção.
• Tonturas, vertigens, desmaios.
• Infecções locais por contaminação do material.

Cuidados com o sangue


Após a coleta, a bolsa deve ser lacrada, devidamente identificada e conservada em
geladeira. O sangue total pode ser conservado em uma temperatura de 4 graus por
21 dias é o plasma pode ser conservado por até 12 meses.

Cuidados com o receptor


Preparar psicologicamente o paciente.
Conferir o rótulo, conferindo RH e o grupo sanguíneo.
Descongelar o sangue, caso esteja congelado e deixar o sangue em temperatura
ambiente para que aqueça um pouco; não se deve administrar sangue gelado.
Puncionar uma veia calibrosa, conectar um equipo especial para sangue, mantendo
técnica asséptica.
Controlar o gotejamento, conforme a prescrição médica, em geral o sangue deve ser
administrado lentamente, nos primeiros 15 minutos, não deve ultrapassar 20 gotas
por minutos.
Anotar o início e o término da transfusão, bem como o volume infundido.
Fazer as anotações de enfermagem, comunicar ao médico qualquer reação que o
paciente possa apresentar.
O acesso venoso para a transfusão sanguínea deve ser único, não podendo
administrar nenhum tipo de medicamento nessa via.

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Complicações da Transfusões
1. Febre elevação da temperatura corpórea, acompanhada ou não de calafrios,
surge geralmente, na primeira hora de transfusão. Pode ocorrer devido a
presença de pirógeno
bacteriano, sensibilidade a leucócitos ou plaquetas, reações hemolíticas e
outros fatores ainda desconhecido.
2. Reações alérgicas podem aparecer sob a forma de urticária, prurido,
dificuldade respiratória ou anafilaxia. A causa exata desse tipo de reação é
totalmente desconhecida, mas acredita-se que possa ser decorrente de
anticorpos presentes no plasma do doador, que reagem com algum antígeno
ao qual o receptor esteja exposto.
3. Reações hemolíticas ou de incompatibilidade sanguínea: caracterizam-se pelo
surgimento súbito de calafrios, dor lombar, cefaleia, ansiedade, dispneia,
cianose, febre, náuseas, vômitos, hematúria, hipotensão arterial, seguidos de
choque. Aparecem, geralmente, nos primeiros 30 minutos de transfusão e são
devidos a incompatibilidade sanguínea.
Nestes casos, os anticorpos presentes no plasma do receptor combinam-se
rapidamente com os eritrócitos do doador, ocorrendo destruição maciça das
hemácias, tanto as da circulação, quantos as sistema reticulo endotelial,
podendo levar o paciente a complicações renais graves ou a óbito em pouco
tempo. É uma das complicações mais séria das transfusões e as
consequências, geralmente, são proporcionais as quantidades de sangue
transfundido.
4. Sobrecarga circulatória aumento brusco do volume circulante, manifesta-se por
dispneia intensa, ortopnéia, cianose, ansiedade, tosse, e escarro róseo e
espumoso. Ocorre devido ao gotejamento muito rápido ou em pacientes que
apresentam volume circulante normal ou aumentado, ou ainda nos portadores
de insuficiência renal ou cardíaca.

Tardias
1. Hepatite sérica pode manifestar-se 2 até 6 meses após a transfusão,
apresentando os sinais e sintomas clássicos da doença. Ocorre devido a
presença do vírus no sangue do doador.

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2. Malária surge, geralmente, algumas semanas após a transfusão com os
pacientes apresentando febre alta, cefaleia. Também é decorrente
contaminação do sangue do doador muitos dos quais são portadores.
3. Sífilis atualmente é uma complicação rara devido aos testes sorológicos
empregados em todos os bancos de sangue, e porque o microrganismo não
resiste a refrigeração.

Assistência de enfermagem nas reações transfusionais


• Interromper imediatamente a transfusão e comunicar-se logo com o enfermeiro
ou médico.
• Aplicar a terapêutica necessária, conforme prescrição. Guardar a bolsa de
sangue e equipamento para serem examinados.
• Colher amostra de sangue e urina.
• Comunicar ao responsável, do banco de sangue o ocorrido.

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MÓDULO 7 – SISTEMA LINFÁTICO
Doenças do sistema Linfático
Função do sistema linfático

O sistema linfático possui a função de drenar o excesso de líquido intersticial (líquido


onde as células ficam mergulhadas e de onde elas retiram seus nutrientes e eliminam
substâncias residuais de seu metabolismo) a fim de devolvê-lo ao sangue e assim
manter o equilíbrio dos fluidos no corpo.

Linfedema
Linfedema é o inchaço causado pelo acúmulo de fluido linfático, que pode ocorrer se
o sistema linfático está danificado ou tem malformação. Geralmente afeta os membros
superiores e inferiores, embora o rosto, pescoço e abdômen também possam ser
afetados. Estima-se que 170 milhões de pessoas desenvolvem linfedema, que
progride em três etapas:
Etapa 1: Ao pressionar o membro inchado, surge uma depressão (buraco) que tarda
um tempo para encher novamente. Isso acontece porque há pouca fibrose
(endurecimento), frequentemente é reversível. A elevação do membro reduz o inchaço
parcial ou completamente.

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Etapa 2: A pressão sobre o membro não deixar uma depressão. A elevação do
membro não ajuda. Se não for tratado, o membro torna-se fibrótico.
Etapa 3: Esta etapa de linfedema é chamada elefantíase.

Normalmente, só ocorre nas pernas depois que o


linfedema fica muito tempo sem receber
tratamento. Embora o tratamento possa ajudar um
pouco, não é reversível.
Algumas causas comuns de gânglios linfáticos inchados incluem infecções,
mononucleose infecciosa, câncer (por exemplo, Linfoma de Hodgkin e não-Hodgkin),
e a metástase de células cancerosas através do sistema linfático.
Na elefantíase, uma infecção dos vasos linfáticos provoca um espessamento da pele
e a ampliação dos tecidos subjacentes, especialmente nas pernas e nos órgãos
genitais

Causa
Mais comum é uma doença parasitária conhecida como filariose linfática.
O linfangiossarcoma é um tumor maligno dos tecidos moles (sarcoma dos tecidos
moles), enquanto o linfangioma é um tumor benigno, que ocorre frequentemente em
associação com a Síndrome de Turner. A linfangioleiomiomatose é um tumor benigno
do músculo liso dos vasos linfáticos que ocorre no pulmão. Sarcoma de kaposi.

65
MÓDULO 8 – SISTEMA IMUNOLÓGICO
Doenças do Sistema Imunológico
Função do Sistema Imunológico

O sistema imunológico tem como função reconhecer agentes agressores e defender


o organismo da sua ação, sendo constituído por órgãos, células e moléculas que
asseguram essa proteção. Entre as células do sistema imunológico, encontramos os
glóbulos brancos, ou leucócitos.

O que é Imunologia?
Podemos entender a imunologia como o estudo da imunidade, e de uma maneira mais
ampla, como os eventos celulares e moleculares quando o nosso organismo entra em
contato com microrganismos e outras moléculas consideradas estranhas a ele.

O que é Imunidade?
O termo imunidade surgiu da palavra latina immunitas (liberação ou isenção) e se
referia à proteção contra os processos que os senadores romanos possuíam durante
o mandato deles.
organismo contra uma infecção que foi chamada de “peste”. Mas é possível que o
conceito de
imunidade já existisse
bem antes disso, por
exemplo na China,
com o hábito de
estimular a imunidade
das crianças contra a
varíola.
Para nós da área da
saúde, imunidade
quer dizer proteção
contra doenças,
principalmente as

66
doenças
infecciosas.
Existem diferentes
tipos de imunidade,
como a imunidade
natural e a
imunidade
adquirida, mas
sobre isso
conversamos em
outra
oportunidade, ok?

67
O que é sistema imunológico? E como ele funciona?
Como vimos no tópico anterior, o nosso organismo reage a todo momento contra o
ataque de microrganismo, como bactérias, fungos, vírus etc. E essa defesa é
extremamente complexa, formando uma grande barreira, que é desempenhada por
milhões de moléculas e vários tipos diferentes de células e com diversas funções.
Essas moléculas e células são as grandes responsáveis que por garantir a verdadeira
68
defesa do nosso organismo e manter nosso corpo funcionando livre de várias
doenças. A todo esse sistema complexo de interação entre milhões de moléculas e
células para nos proteger contra microrganismos, damos o nome de sistema
imunológico.

Quais são os órgãos do sistema imunológico humano e suas


funções?
As superfícies internas e externas do nosso corpo são as primeiras barreiras contra
os microrganismos patógenos. Essas superfícies incluem a pele e mucosas, que
formam um tipo de parede mecânica protetora (barreira).
Diversos fatores fornecem apoio a essa barreira protetora:
▪ As próprias substâncias antibacterianas do organismo podem incapacitar
patógenos do ambiente em estágios iniciais;
▪ Certos tipos de enzimas encontradas na saliva, vias aéreas e lágrimas podem
destruir a parede celular bacteriana.
▪ Muitos patógenos inalados são aprisionados na mucosa dos brônquios e então
são movidos para fora das vias aéreas pelas células ciliadas;
▪ A maioria dos patógenos que entra no organismo junto com o alimento
geralmente são parados pelo ácido estomacal.
▪ A microbiota normal, ou seja, bactérias que residem na pele e na maioria das
membranas mucosas do corpo, também ajudam a proteger o organismo.
▪ O reflexo de tosse e espirro também podem ajudar a remover microrganismos.
▪ E além de todas essas barreiras, ainda existem órgãos especializados que
controlam a produção e maturação de certos tipos de células, que vamos
comentar mais para frente.

69
Órgãos linfoides primários
Medula óssea e timo, uma glândula situada acima do coração e atrás do esterno são
chamados de órgãos linfoides primários. A medula óssea produz células de defesa,
como os linfócitos do tipo T. Algumas dessas células se diferenciam no timo, sendo
capazes de reconhecer proteínas estranhas ao nosso organismo. A essas proteínas
chamamos de antígenos

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Medula Óssea
A medula óssea é um tecido esponjoso situado dentro da maioria dos ossos. A maioria
das células de defesa é produzida e se multiplica nesse local. Então elas migram para
a corrente sanguínea e alcançam órgãos e tecidos, nos quais as células maturam e
se especializam.
Quando nascemos, a maioria dos nossos ossos contêm um tipo de medula óssea
vermelha que continuamente produz células de defesa, mas durante o curso da vida,
cada vez mais medula óssea vermelha é substituída por tecido adiposo, restando
apenas em alguns ossos, como costelas, esterno, e osso da pelve.

Timo
O timo somente está totalmente desenvolvido nas crianças, e a partir da adolescência,
ele é gradativamente transformado em tecido adiposo. Ele se situa atrás do esterno,
acima do coração. Certas células de defesa, como os linfócitos do tipo T, são
diferenciadas no timo, sendo responsáveis pela coordenação do sistema imune inato
e adquirida.
Essas células se movem pelo corpo e constantemente checam a superfície de todas
as células procurando modificações. Para estarem aptas a realizar essa função, elas
aprendem no timo quais estruturas na superfície das células são do nosso próprio
organismo e quais não são estranhas. Quando elas entram em contato com corpos
estranhos, elas disparam e regulam diferentes reações de defesa. Na infância o timo
também produz dois hormônios, a timosina e a timopoietina, que regulam a maturação
de células de defesa nos linfonodos.

Órgãos Linfoides Secundários


Os órgãos linfoides secundários são os locais nos quais as células de defesa
desempenham seu verdadeiro trabalho, podem citar: os linfonodos, o baço, as
tonsilas, e outros tecidos especializados nas membranas mucosas do intestino, por
exemplo. Nesses locais as células de defesa têm contato constante com substâncias
estranhas ao organismo, bem como patógenos.

Linfonodos
O sistema linfático, composto por linfonodos e vasos linfáticos, é muito importante
para troca constante de substâncias entre o sangue e os tecidos do corpo. Os vasos
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linfáticos formam uma rede bem fina de vasos que constantemente drenam fluidos
dos diferentes tecidos do corpo. Os linfonodos filtram e limpam o fluido linfático (linfa)
e encaminham para a veia cava superior, entrando na corrente sanguínea.
Os linfonodos trabalham como estações de tratamento biológico, contendo diferentes
células de defesa. Essas células aprisionam patógenos e ativam a produção de
anticorpos específicos no sangue. Algumas vezes os linfonodos ficam inchados,
dolorosos ou endurecidos. Isso pode ser um sinal de uma reação de defesa ativa, por
exemplo uma infecção.

Baço
O baço se situa na parte superior esquerda do abdômen, logo abaixo do diafragma, e
desempenha uma variedade de tarefas no sistema de defesa.
Antes do nascimento, o baço basicamente produz células sanguíneas e de defesa. Já
após o nascimento, ele é sobretudo, responsável pela remoção das células
sanguíneas e por algumas funções de defesa específicas, como: o armazenamento
de células de defesa para serem liberadas quando necessárias (macrófagos que
podem atacar substâncias estranhas e patógenos diretamente; linfócitos T que
inspecionam a superfície das células e ajudam a controlar a defesa) e também podem
destruir diretamente as células que forem reconhecidas como não próprias, como
patógenos; linfócitos B que produzem anticorpos.
O baço também é responsável pela remoção de células vermelhas envelhecidas
(eritrócitos), e pelo armazenamento e remoção das plaquetas (ou trombócitos), que
participam da coagulação sanguínea.

Tonsilas
As tonsilas também pertencem ao sistema de defesa. Elas têm uma localização
especial na garganta e no palato. Então suas células de defesa entram em contato
com patógenos rapidamente. E podem ativar o sistema imunológico imediatamente.
Seus tecidos são compostos primariamente por linfócitos. Além das tonsilas palatinas
do lado direito e esquerdo, também existem as adenoides. Elas se situam na parte
mais superior da garganta, acima do palato. Também existem as tonsilas linguais na
base da língua. E mais tecidos linfáticos nos lados da garganta.

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Tecido linfático no intestino e em outras membranas mucosas no
corpo
O intestino desempenha um papel central na defesa do organismo contra os
patógenos. Mais da metade das células que produzem anticorpos são encontradas
nas paredes do intestino. Em especial na última parte do intestino delgado e no
apêndice.
Essas células reconhecem patógenos e outras substâncias estranhas, as marcam e
destroem. O intestino grosso também contém bactérias que pertencem ao nosso
organismo, a tão conhecida microbiota intestinal. Essas bactérias dificultam a entrada
e desenvolvimento de outras bactérias no corpo.
Outras partes do corpo por onde patógenos podem entrar também podem conter
tecido linfático nas membranas mucosas. Todo esse tecido em conjunto é
denominado tecido linfoide associado a mucosa (MALT). Os patógenos também
podem entrar no organismo pelas vias aéreas ou pelo trato urinário. Assim, tecidos
linfáticos podem ser encontrados nos brônquios e nas membranas mucosas do nariz,

73
da bexiga urinária e da vagina. Esses tecidos podem conter células de defesa que
podem prevenir o ataque de bactérias e vírus.

Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)


Conceito
É uma colagenosa autoimune, inflamatória crônica que atinge vários órgãos do corpo.
As mulheres são mais afetadas do que os homens cerca de 9:1 com idade média de
30 anos.

Sinais e sintomas
Artralgias, artrite, comprometimento cutâneo (erupção na forma de borboleta que
atinge as bochechas e ponta do nariz), ulceração na mucosa bucal e no palato duro,
pericardite, inflamação de arteríolas, linfadenopatia, comprometimento renal.

Diagnóstico
• Anamnese detalhada
• Exames laboratoriais
• Exame físico

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Tratamento
O tratamento visa o controle da doença na fase aguda e na crônica, são usados
antimaláricos, corticosteroides, imunossupressores, analgésicos e antitérmicos.

Cuidados de Enfermagem
• Cuidar da manutenção da integridade cutânea.
• Proporcionar medidas de conforto para diminuir a fadiga.
• Dar orientações sobre técnicas de controle da dor.
• Promover a auto estima positiva.
• Encorajar o envolvimento de entes queridos.
• Administrar medicação conforme prescrição médica.
• Fornecer informações sobre a doença ao paciente ao paciente e família.

O que é Tireoidite de Hashimoto?


O hipotireoidismo resulta da incapacidade da tireoide em produzir os hormônios T4 e
T3 na quantidade em que o corpo precisa para manter seu funcionamento em ritmo
normal. A tireoidite de Hashimoto é causada porque o organismo passa a fabricar
anticorpos (um de nossos agentes de defesa) que acabam atacando a tireoide. Para
simplificar, é como se o nosso corpo não reconhecesse a tireoide e assim ocorre a
produção de anticorpos que podem gerar um quadro inflamatório - indolor - na tireoide.
Isso faz com que a tireoide tenha dificuldade de funcionamento, daí o hipotireoidismo

Causas
A tireoidite de Hashimoto é causada quando o organismo fabrica anticorpos contra a
tireoide. O nosso sistema imunológico é uma máquina programada para ser eficiente.
Ele é programado para reconhecer, identificar e atacar os invasores do nosso corpo.
Estamos cercados por vírus, parasitas e bactérias. Quando somos "atacados" existem
células de defesa que vão fazer uma leitura do invasor - como se o escanceasse por
inteiro - e vão levar as informações para o sistema imunológico. A partir daí o sistema
imune vai então dizer o que precisa ser feito: atacar ou não, produzir anticorpos ou
enviar células de destruição ao local onde o invasor se encontra.
Em algumas pessoas, o sistema imunológico acaba recebendo algumas informações
incorretas ou faz uma análise incorreta ou trocada das informações que recebeu. O

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resultado é a produção de anticorpos que vão atacar algumas regiões do próprio
corpo, chamados auto anticorpos. Dessa forma, é possível que uma pessoa que tenha
o sistema imunológico alterado, produza auto anticorpos contra a tireoide - fazendo
hipertireoidismo - que chamamos de Doença de Basedow Graves, ou hipotireoidismo
- que é a tireoidite de Hashimoto. Na tireoidite de Hashimoto, o ataque dos anticorpos
na tireoide causa a dificuldade de funcionamento e uma inflamação crônica, conhecida
como tireoidite linfocítica crônica.

Fatores de risco
Existem alguns fatores que aumentam as chances de ter a Tireoidite de Hashimoto,
como:
1) Sexo feminino: As mulheres são muito mais propensas a desenvolver a
doença de Hashimoto.
2) Meia idade: A doença de Hashimoto pode ocorrer em qualquer idade, mas
mais comumente ocorre durante a meia idade.
3) Genética: Casos de hipotireoidismo ou hipertireoidismo na família, ou outras
doenças autoimunes como: Artrite reumatoide, Lúpus Eritematoso Sistêmico
ou Vitiligo podem determinar que o paciente esteja em maior risco para a
doença de Hashimoto.
4) Ter outra doença autoimune: Quadros como como artrite reumatoide,
Diabetes tipo 1 ou Lúpus Eritematoso Sistêmico - aumenta o risco de
desenvolver a doença de Hashimoto.
5) Exposição à radiação: As pessoas expostas a níveis excessivos de radiação

Na tireoidite de Hashimoto, o ataque dos anticorpos na tireoide causa a dificuldade de


funcionamento e uma inflamação crônica, conhecida como tireoidite linfocítica crônica.

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MÓDULO 9 – SISTEMA ENDÓCRINO
Doenças do Sistema Endócrino
Função do sistema endócrino

Funções
• Controlam a função de órgãos inteiros
• Controlam o crescimento e o desenvolvimento, a reprodução e as
características sexuais.
• Influenciam a maneira como o organismo utiliza e armazena a energia.
• Controlam o volume de líquido e as concentrações de sal e de açúcar no
sangue.
• Alguns hormônios afetam somente um ou dois órgãos, enquanto outros
afetam todo o organismo.

Mede 1,25 cm comprimento e pesa entre 25 e 30 gramas

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78
Complicações Hipotireoidismo Complicações Hipertireoidismo
Cardíacas (infarto, insuficiência Desnutrição, emagrecimento excessivo;
cardíaca); Exoftalmia progressiva com ulceração
Diminuição da resistência orgânica; de córnea;
Predispondo a infecções; Cegueira;
Psicose orgânica com delírios Complicações cardíacas que podem
paranoides; levar a óbito.
Coma.

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Cuidados de enfermagem Cuidados de enfermagem
Hipotireoidismo Hipertireoidismo
Controlar líquidos ingeridos e Proporcionar ambiente agradável,
eliminados. calmo e arejado.
Controlar peso diário. Evitar tudo que possa irritar o paciente.
Manter p ambiente aquecido. Controlar peso diariamente.
Controlar sinais vitais. Controlar líquidos ingeridos e
Administrar medicamentos, conforme eliminados.
prescrição médica. Controlar sinais vitais.
Orientar sobre os cuidados com a pele. Observar que a dieta supre as
Incentivar a movimentação. necessidades do paciente, que
Proporcionar recreação ao paciente. normalmente apresenta apetite
Observar funcionamento intestinal. aumentado
Observar e anotar sinais de Administrar medicação conforme
complicações, bem como qualquer prescrição médica.
modificação no comportamento do Proteção dos olhos em pacientes com
paciente. exoftalmia acentuada para evitar lesões
Cuidados especiais na administração de córnea.
de sedativos e hipnóticos. Estes Orientar o paciente para evitar o café e
pacientes são extremamente sensíveis, qualquer outro alimento estimulante.
tais medicamentos, mesmo em O fumo e álcool também devem ser
pequenas doses, podem induzir ao evitados.
sono profundo e produzir depressão Observar o funcionamento intestinal.
respiratória.
Educação do paciente.

Diabetes Mellitus

Conceito
É um distúrbio do metabolismo dos hidratos de carbono ou carboidratos, devido a
uma insuficiência ou ausência de produção de insulina pelo pâncreas.

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Tipos de diabetes
Infanta Juvenil ou tipo I: que se instala no período do crescimento, caracteriza-se por
falta de produção de insulina.
Do ponto de vista clínico, é o mais grave, também chamado de insulinodependentes.
Do adulto ou tipo II: que surge no período da maturidade (mais ou menos por volta
dos 40 anos) e de maneira geral, caracterizava-se por uma diminuição da produção
de insulina pelo pâncreas.
É controlado usualmente apertas com dieta e hipoglicemiantes orais. Um dos mais
importantes processos metabólicos do organismo é a conversão de alimentos em
energia e calor dentro do corpo. Os alimentos são constituídos de três nutrientes:
• Carboidratos – (digestão).
• Glicose (açúcar do sangue).
• Proteínas – (digestão) – aminoácidos
• Gorduras – (digestão).

Ácidos Graxos
Podemos retirar energia de qualquer uma das três categorias, mas os carboidratos
são especialmente importantes, porque eles são rapidamente convertidos em glicose
quando precisamos rapidamente de energia. Entre as refeições, o fígado libera a
glicose estocada para a corrente sanguínea. Assim, mantém normais os níveis de
glicose de sangue.
Para ajudar a penetração do suprimento de açúcar em cada célula do corpo, o
pâncreas envia insulina para a corrente sanguínea, fazendo com que o hormônio
chegue aos receptores de insulina na superfície destas células. Só quando a insulina
se liga a superfície das células é que elas podem absorver a glicose da corrente
sanguínea. Quando o nível de glicemia (açúcar no sangue) aumenta após uma
refeição, a quantidade de insulina (chamada de insulina na hora da refeição) também
aumenta para que este excesso de glicose possa ser rapidamente absorvido pelas
células.
O fígado para de secretar glicose e passa a estocar glicose do sangue para usá-la
posteriormente.
Quando a insulina termina seu trabalho, ela se degrada. O corpo, assim, tem de
renovar constantemente seu estoque de insulina.

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As enzimas produzidas pelos pâncreas ajudam a separar nutrientes como o açúcar
dos alimentos que estão nos intestinos. Os nutrientes, então, passam para a corrente
sanguínea que os leva até as células do corpo. Com o auxílio da insulina do pâncreas
a glicose é absorvida pelas células do corpo e usada para produzir energia.

Diabetes tipo I

No Diabetes Tipo I, ou insulina -dependente, as células do pâncreas que normalmente


produzem insulina, formam destruídas, quando pouca ou nenhuma insulina vem do
pâncreas, o corpo não consegue absorver a glicose do sangue; as células começam
a passar fome e o nível de glicose no sangue fica constantemente alto. A solução é
injetar insulina subcutânea para que possa ser absorvida pelo sangue. Ainda não é
possível produzir uma forma de insulina que possa ser administrada oralmente já que
a insulina é degradada pelo estômago em uma forma inativa.
Uma vez que o distúrbio se desenvolve, não existe maneira de reviver as células
produtoras de insulina do pâncreas.
O transplante de um pâncreas sadio ou, apenas o transplante de células produtoras
de insulina de um pâncreas sadio já foi pesquisado, mas ainda são considerados em
estágio de experiências. Portanto, a dieta e o tratamento com a insulina ainda são
necessários por toda a vida de um diabético.
Não se sabe o que causa a destruição das células produtoras de insulina do pâncreas
ou o porquê de o diabetes aparecer em certas pessoas e não em outras.
Fatores hereditários parecem ter seu papel, mas o distúrbio, praticamente, nunca é
diretamente herdado.
Os diabéticos, ou as pessoas com diabetes na família, não devem ter restrições
quanto a ter filhos.
Quando o pâncreas não funciona adequadamente, os nutrientes não são totalmente
utilizados e as células não absorvem a glicose do sangue.

Diagnosticando o Diabetes tipo I


Em um paciente diabético tipo I, não tratada, o metabolismo da glicose pelas do corpo
é reduzido e o excesso de glicose, presente no sangue, é eliminado pela urina.
Esta condição produz muitos sintomas:

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• Perda de peso.
• Polifagia (aumento do apetite).
• Fadiga.
• Poliúria (muita urina).
• Sede excessiva (polidipsia).
Uma pessoa com estes sintomas pronunciados, pode ser facilmente diagnosticada
como portadora do diabetes tipo I. Os portadores do Diabetes tipo I apresentam
diversos níveis de gravidade e sintomas, e podem passar por um período (até de
muitos anos) onde não se suspeitará do diabetes.

Diabetes tipo II

Embora não se saiba o que causa o diabetes tipo II, sabe-se que, neste caso, o fator
hereditário tem uma importância bem maior do que no Diabetes tipo I. Também existe
uma conexão entre a obesidade e o Diabetes tipo II. O Diabetes tipo II é um distúrbio
comum, afetando 2 a 10 % da população. Todos os diabéticos tipo II produzem
insulina quando diagnosticados e, e a maioria, continuará produzindo insulina pelo
resto de suas vidas. O principal motivo, que faz com que os níveis de glicose no
sangue permaneçam altos, está na incapacidade das células musculares e adiposas
de usarem toda a insulina secretada pelo pâncreas. Assim muito pouco da glicose
presente no sangue é aproveitado por estas células.
Esta ação produzida de insulina é chamada de “resistência insulínica”.

Sintomas
Os sintomas do Diabetes tipo II são menos pronunciados e esta é a razão para
considerar este tipo de diabetes mais “brando “que tipo I.
O Diabetes Tipo II deve ser levado a sério; embora seus sintomas possam permanecer
despercebidos por muito tempo, pondo em risco a saúde do indivíduo. Os diabéticos
tipo II produzem um pouco de insulina natural, mas por muitas razões suas células
não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sanguínea.

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Diabetes Gestacional

O Diabetes Gestacional é uma patologia que acomete subitamente mulheres não


diabética que engravidam. No diabetes Gestacional, a mulher desenvolve o Diabetes
somente durante a gestação, porque produz uma quantidade insuficiente de insulina
para ela e o seu bebê.
Ao término da gestação, a mulher volta ao seu estado normal de produção de insulina.
Isto ocorre porque, neste período a placenta produz substâncias, que bloqueiam a
ação da insulina, o que pode provocar a elevação da glicose.

Fatores de risco do diabetes gestacional:


• Idade acima de trinta anos;
• Obesidade ou ganho excessivo de peso na gestação;
• Parentes próximos com diabetes (fator hereditário);
• Gestação anterior com bebê pesando mais de 4 kg ao nascer;
• Aborto ou morte fetal anterior (não esclarecidos);
• Tratamento para pressão alta;
• Diabetes presente em gestações anteriores;
• Presença de glicose na urina.

Sintomas do Diabetes Gestacional


• Urinar muito;
• Ter sede exagerada;
• Comer muito;
• Perda ou aumento exagerado de peso;
• Cansaço, fraqueza e desânimo.

Consequência do aumento anormal da glicose para a mãe e o bebê:


• Macrossomia – a criança cresce muito e pode nascer pesando mais de 4kg;
• Parto cesariana em função do tamanho da criança;
• Bebê hipoglicemia;
• Morte fetal intra- útero
• Infecções urinárias frequentes na gestação;
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• Parto prematuro em função de excesso de líquido amniótico no útero, causando
inclusive aumentando exagerado da barriga e do peso corporal.

Quando o diagnóstico for confirmado


Fazer acompanhamento com equipe composta por médicos obstetra e
endocrinologista, nutricionista e enfermeira.

A importância do tratamento
Os diabéticos, que raramente monitoram seus níveis de glicose no sangue, podem
estar controlando muito mal o distúrbio sem darem conta disso, porque os sintomas
não são sempre óbvios. Porém, muitos diabéticos sentem-se melhor, quando
monitoram o nível de glicose no sangue. Não é fácil definir exatamente qual é o nível
ideal de glicose para todos os diabéticos. Naturalmente, o nível normal de glicose no
sangue é de 70 a 110mg/l.
Existem indicações fortes que um bom controle da glicose no sangue retarda ou
prevenirá o desenvolvimento das posteriores complicações do diabetes. Estas
complicações, que podem levar anos para aparecerem, incluem:
1) Aumento dos riscos de um ataque cardíaco.
2) Circulação sanguínea deficiente e a perda de sensibilidade nas pernas e pés.
3) Olho diabético e doenças renais.

Os diabéticos não precisam, necessariamente, apresentar todas estas complicações


e alguns jamais as experimentarão. Porém não é possível predizer quem as
apresentará ou não.
Em um indivíduo não diabético, a glicose e a insulina, automaticamente, trabalham
juntas. Assim, o paciente diabético Tipo I deve aprender, com experiência, como
combinar as quantidades de alimentos, que ingere, com a quantidade de insulina que
administra. A melhor maneira de fazer esta combinação é medindo o nível de glicose
no sangue em diferentes horas do dia, com orientação médica.

Dieta
Aqui estão algumas regras gerais que devem ser lembradas:
• Coma de 4 a 6 pequenas refeições e lanches por dia;

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• Mantenha horários rígidos para as refeições não “pule” refeições;
• Não coma além da conta; coma as quantidades recomendadas pelo seu
médico, nutricionista e/ ou educador em diabetes;
• Coma pães de fibras ou de grãos inteiros – evite pão branco;
• Coma verduras e legumes diariamente;
• Evite as gorduras, açúcares e álcool.

Exercícios
Os exercícios aumentam a sensibilidade do corpo à insulina e, portando, tende a
diminuir o nível de glicose no sangue. Para o diabético, qualquer tipo de atividade
física (trabalho em casa, caminhar, correr) deve ser considerado como exercício.
Exercícios regulares e programados são melhores porque impactos súbitos de
exercícios mais intensos podem trazer problemas para o controle da glicose no
sangue.

O tratamento com Insulina


A insulina só pode ser administrada por injeção, porque ela é destruída no estomago,
se administrada oralmente. Embora a insulina administrada subcutânea seja tão boa
quanto a insulina produzida no pâncreas, ela é mais fácil de ser regulada. O pâncreas
normal sente o aumento da glicose no sangue depois de uma refeição e,
imediatamente ajusta o suprimento de insulina. A insulina injetada, porém, é absorvida
pelo sangue independente das quantidades de glicose presentes. Os diabéticos
devem aprender como ajustar refeições e administrações da insulina, para evitar
extremos de muita glicose no sangue (hiperglicemia) e pouca glicose no sangue
(hipoglicemia).
Existem vários tipos de preparos de insulina, o médico vai ajudar a decidir pelo
preparado que lhe é mais indicado (para o controle da glicose no seu sangue) e as
frequência com que deve ser administrada; frequentemente são necessárias mais de
uma aplicação diária.
Existem alguns aparelhos tipo “caneta” (Novo Pen) que fazem administração da
insulina ser mais fácil e conveniente.

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Escolha bem os locais de aplicação
Muitos diabéticos erram na escolha dos locais de aplicação de insulina.
Outros nem fazem o rodízio dos pontos de aplicação. Isso pode provocar problemas
no futuro.
Por isso se deve conhecer os melhores locais para aplicar a injeção de insulina. Assim,
as aplicações serão mais fáceis, seguras e confortáveis.

Hipoderme ou tecido subcutâneo


Localizado abaixo da pele, o tecido subcutâneo também chamado tela subcutânea ou
hipoderme é o local indicado para receber a insulina.
Composta por células de gordura, a hipoderme protege o corpo contra perda
excessiva de calor e prende a pele aos tecidos mais profundos.
A insulina injetada na hipoderme é absorvida na corrente sanguínea em taxas
contínuas.

Onde aplicar a insulina


A hipoderme é encontrada em todo o corpo, o que proporciona uma vasta área para
aplicação da insulina.
Os locais mais adequados para a aplicação são aqueles afastados da articulações,
nervos e grandes vasos sanguíneos:
• Partes superiores e externas dos braços;
• Laterais e frontais das coxas;
• Região gástrica e abdome;
• Nádegas;
• Costas (logo acima da cintura);

Onde não se deve aplicar a insulina


• Nunca aplique a insulina nos antebraços e nas pernas;
• Evitar as proximidades do umbigo e da cintura;
• Aplique a insulina distante das articulações;
• Nunca aplique na região genital e na virilha;
• Mulheres gravidas não devem usar a região gástrica e o abdome.

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Selecione e reveze os locais de aplicação
Como você viu, diabetes e seu tratamento não tem mistério.
Para um conforto total, selecione e reserve os locais de aplicação.
Assim, você evita que os locais aplicados apresentem caroços, inchaços e propicia
uma melhor absorção da insulina pelo organismo. E nunca se esqueça da assepsia.

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Locais para aplicações da insulina

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Preparando para aplicação da insulina

Armazenamento e transporte de insulina


• Não exponha a insulina ao sol;
• Não congele a insulina;
• Não transporte a insulina com gelo seco.
• Não exponha a insulina ao calor excesso (porta-luvas do carro, em cima de
estufa, fogão ou aparelhos elétricos);
• Não agite o frasco de insulina violentamente;
• Não use insulina com data de validade vencida;
• Não transporte insulina em veículos inapropriados: sem isolamento térmico;
sem ventilação; estacionamento sob sol e exposto ao calor excessivo (preferir
o transporte noturno);
• Não use a insulina se observar:
• Mudança na cor (amarela escuro);
• Homogeneização incorreta do líquido;

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• Granulação;
• Não coloque a insulina em prateleira ou armário;
• Em viagens não coloque insulina em bagagens.

Como evitar problemas com a insulinoterapia


A insulinoterapia, em si, é um processo relativamente simples. O importante neste
tratamento são os cuidados básicos que você deve tomar para que não haja
complicações como abcessos, lipodistrofias, alergias e hipoglicemia.

Abcessos
A incidência de abcessos ocorre quando
não são tomados os devidos cuidados de
assepsia durante o preparo e a aplicação da
injeção da injeção. Algumas dicas podem
ajudá-lo a evitar o seu aparecimento:
• Lave bem as mãos antes de preparar
o material;
• Desinfeta a tampa de borracha do frasco de insulina;
• Ao manipular o material, não encoste os dedos nem objetos na agulha;
• Faça a assepsia do local da aplicação;
• Ao introduzir a agulha, verifique se algum vaso sanguíneo foi atingido;
• Nunca aproveite seringa ou agulhas descartáveis.

Orientação aos pacientes


• Assumir o compromisso de conhecer cada vez mais o diabetes;
• Cumprir rigorosamente as recomendações dietéticas;
• Seguir orientação médica quanto aos medicamentos;
• Realizar atividades física e exercícios;
• Praticar autocuidado;
• Viver uma vida normal;
• Não ignorar o fato de que o diabete pode trazer consequências sérias;
• Controlar o peso;
• Participar de grupos;
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• Estimular a autoestima;
• Cuidados com os pés e visão;
• Realizar acompanhamento médico rigoroso;
• Orientar o paciente quanto a importância do tratamento medicamentoso,
alimentação e higiene (profilaxia);
• Orientar a proibição de fumo e bebidas alcoólicas;
• Ensinar a supervisionar a auto aplicação de insulina, e os exames;
• Orientar quanto a hipoglicemia e hiperglicemia.

Diabetes: valores de referência 2 horas após a refeição


• Inferior 70 mg/dl: hipoglicemia.
• 70 mg/dl a 140 mg/dl: normal.
• 140 mg/dl a 200 mg/dl: pré-diabetes.
• Superior 200 mg/dl: diabetes.

Atenção aos valores!

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Modulo 10 – SISTEMA NEFRO URINÁRIO
Sistema Doenças do Sistema Renal
Função do sistema nefro urinário

Os rins são os responsáveis por filtrar o sangue e reabsorver água e outras


moléculas úteis ao nosso organismo.
O sistema urinário é o responsável por filtrar e eliminar a ureia e outras substâncias
consideradas tóxicas para o nosso organismo.

Quanto mede um rim humano?


Cada rim tem cerca de 11,25 cm de comprimento, 5 a 7,5 cm de largura e um pouco
mais que 2,5 cm de espessura. O esquerdo é um pouco mais comprido e mais
estreito do que o direito. O peso do rim do homem adulto varia entre 125 a 170 g; na
mulher adulta, entre 115 a 155 g.

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Bexiga é o órgão humano no qual a sua principal função é de armazenada a urina,
que é produzida pelos rins. É uma víscera oca caracterizada por sua distensibilidade.
À bexiga segue-se a uretra, o ducto que exterioriza a urina produzida pelo organismo.
A capacidade média da bexiga de um adulto é de 700 a 800 ml.

Uretra
A uretra é o único órgão que é diferente entre os sexos, isso porque a uretra masculina
participa dos sistemas urinários e genitais, ou seja, serve tanto para a eliminação da
urina quanto para a ejaculação, enquanto nas mulheres, a uretra tem função exclusiva
de eliminar a urina.
Na mulher, a uretra se inicia no interior da bexiga, atravessa o meio esfíncter (controla
a micção) e se abre no pudendo através do óstio externo da uretra, mede cerca 5
centímetros.
Já nos homens a uretra se inicia no interior da bexiga, atravessa a próstata, o meio
esfíncter e todo o corpo esponjoso do pênis, abrindo-se no óstio externo da uretra
localizado na glande do pênis, pode chegar a medir 25 centímetros.

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95
Insuficiência Renal

Definição
Síndrome caracterizada pela redução da velocidade de filtração glomerular, limitando
a capacidade renal de manutenção do ambiente interno do organismo.
A insuficiência renal ocorre quando os rins são incapazes de remover a água,
eletrólitos e escórias metabólicas do organismo. Consequentemente, essas
substâncias acumulam-se nos líquidos corporais, prejudicando as funções do
organismo.
Podendo ser a insuficiência renal aguda ou crônica, elas distinguem-se apenas pelos
períodos evolutivos da doença.

Insuficiência Renal Aguda (I.R.A.)


Conceito
Processo de falência súbita dos rins, diminuindo assim suas funções.

Causas
• Choque hipovolêmico pela deficiência na circulação renal (diminuição do
líquido circulante).
• Substância nefrotóxicas- substâncias que são tóxicas ao rim. EX: Arsênico,
veneno de cobra.

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• Transfusão de sangue incompatível- neste caso ocorre destruição demasiada
de hemácias.
• Processos infecciosos – sepse
• Destruição extensa do tecido renal.

Sinais e sintomas
• Pele seca
• Hipertensão;
• Edema
• Anúria;
• Oligúria;
• Intoxicação por substâncias tóxicas;
• Hipovolemia;
• Náuseas persistentes;
• Letargia;
• Vômito;
• Diarreia;
• Cefaleia.

A I.R.A. é reversível, quando tratada adequadamente, a mesma passa por três fases:
Fase oligúrica: corresponde ao surgimento dos sintomas e caracteriza-se pela
oligúria.
Fase de Diurese: após dias ou até 6 semanas, o paciente supera a fase inicia-se a
fase diurética, significando que o os nefros estão se recuperando. Inicia-se lentamente
e vai aumentando até a normalização da excreção.
Fase de convalescência: conforme condições do paciente, esta fase pode durar de
6 a 12 meses até que a função renal normalize.

Tratamento
O rim é um órgão que tem rara recuperação, portanto, quanto mais rápido o tratamento
for realizado, mais probabilidade de recuperação haverá na função renal.
• Diálise peritoneal ou hemodiálise.
• Repouso.
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• Tratamento etiologia, conforme a causa base.
• Peso corporal.

Complicações
Insuficiência Cardíaca Congestiva.
Intoxicação pelo potássio.
Infecções.
Insuficiência renal Crônica.

Assistência de Enfermagem
• Realizar balanço hídrico nas 24 horas.
• Controle diário rigoroso do peso.
• Proporcionar conforto, higienização, tendo cuidados especiais com a pele seca
e com a mucosa oral.
• Prevenir infecções, uso rigoroso das técnicas assépticas nos cuidados com
paciente.
• Orientar o paciente e a família quanto a dieta específica.
• Controlar sinais vitais.
• Preparar para atendê-lo durante a sessão de diálise.
• Observar estado psíquico do paciente.
• Repouso se necessário.

Insuficiência Renal Crônica

Conceito
É uma doença em que ocorre uma deterioração progressiva e da função renal, de
progressão lenta e geralmente fatal.

Causas
• Glomerulonefrite;
• Pielonefrite;
• Hipertensão não controlada;
• Lesões hereditárias;
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• Distúrbios vasculares;
• Obstrução do trato urinário;
• Doença renal secundária e sistêmica;
• Infecções;
• Medicamentos;
• Agentes tóxicos.

Sinais e sintomas
• Fadiga, letargia, sede.
• Cefaleia.
• Sonolência.
• Náuseas.
• Nervosismo.
• Mau hálito.
• Palidez de pele e mucosa.
• Anorexia.
• Edema.
• Dificuldade respiratória.
• Gelo urêmico.
• Hipertensão arterial.
• Diarreia.

Tratamento
Não há tratamento específico, o tratamento apenas visa manter os níveis do sangue,
o mais próximo do normal por meio de:
• Dieta
• Diálise
• Transfusões
• Diurético e anti-hipertensivo.

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Complicações
As complicações dependem de como são controladas as manifestações clínicas e da
terapêutica, instituída. O curso clínico e o prognóstico variam muito. A sobrevivência
depende da causa desencadeamento, da idade, de problemas clínico associados e
de haver ou não infecções concomitantes.

Assistência de enfermagem
A assistência de enfermagem é a mesma utilizada para o paciente portador de
insuficiência renal aguda.

Glomerulonefrite Difusa Aguda (GNDA)

Conceito
Síndrome caracterizada por inflamação glomerular, que resulta de efeitos colaterais
do mecanismo de defesa do organismo. Acredita-se numa reação antígeno-anticorpo,
após uma infecção a distância que leva a uma lesão difusa do glomérulo renal e atinge
ambos os rins.

Causas
A glomerulonefrite difusa aguda, geralmente, surge como complicações de infecções
a distância, principalmente aquelas causadas por estreptococos (amigdalite, faringite).

Sinais e sintomas
• Dor a palpação;
• Palidez;
• Cefaleia;
• Náuseas;
• Edema de pálpebra e facial;
• Hematúria;
• Hipertensão arterial;
• Dispneia;
• Febre.

100
Tratamento
Os objetivos do tratamento são: protege os rins que funcionam mal, reconhecer e
tratar imediatamente as complicações. O tratamento é realizado com:
• Medicamentos.
• Antibióticos.
• Anti-hipertensivo.
• Diuréticos.
• Repouso – indicado na fase aguda, em que se apresenta hipertensão e
retenção de água e sódio, favorecendo a diurese, o aumento da atividade física
pode aumentar a proteinúria, (Proteinúria é a perda exacerbada de proteína
pela urina, especialmente a albumina. Esta é uma proteína presente no plasma
sanguíneo, fabricada pelo fígado) e hematúria (Hematúria é definida como a
presença anormal de eritrócitos (glóbulos vermelhos) na urina.

Dieta
• Restrição rigorosa de sal.
• Restrição de proteínas, se houver evidência de insuficiência renal e ureia
elevada.
• Restrição hídrica, em função do débito urinário e outras perdas.

Complicações
• Anemia.
• Insuficiência cardíaca.
• Hipertensão arterial.
• Evolução da doença para cronicidade.

Assistência de enfermagem
• Controlar rigorosamente líquidos ingeridos e eliminados nas 24 horas.
• Controlar o peso rigorosamente.
• Proporcionar repouso e higiene.
• Cuidados com a pele.
• Prevenir infecções.
• Orientar e esclarecer ao paciente e familiares, quanto a dieta.
101
• Controlar sinais vitais, registrar qualquer anormalidade.
• Observar o estado psíquico do paciente.
A assistência de enfermagem, além das explicações que devem dados ao paciente e
a família, inclui esquema rigoroso de avaliação da pressão arterial e dos exames de
urina e sangue, além de observação das complicações.

Diálise Peritoneal

Processo para depuração do sangue do sangue em que utiliza o peritônio como uma
membrana dialisadora, realizando-se por meio dele as trocas entre o sangue e uma
solução dialisadora.

Materiais necessário
Conjunto de polietileno em “Y” (equipamento para dialise).
Bolsas contendo solução dialisadora.
Frascos ou bolsas de drenagem graduado para o líquido dialisado.
Dispositivo apropriado para aquecer os frascos de solução.
Solução antisséptica.

Via de acesso para a diálise peritoneal


A via de sangue é obtida cirurgicamente,
mediante introdução de um trocater com
mandril, em uma incisão vertical de 3 a 5 cm,
abaixo da cicatriz umbilical. Após a punção do
peritônio, o mandril e removido e introduz-se o
cateter de polietileno apropriado, que é fixado na
parede abdominal com pontos e protegido com
curativo.
Trocater

Complicações
• Peritonite.
• Choque.
• Perdas de proteínas.

102
• Perfuração vesico intestinal.
• Alteração da imagem corporal e sexualidade.

Assistência de enfermagem:
Cuidados antes da diálise
• Preparar a unidade e o material.
• Preparar psicologicamente o paciente.
• Possibilizar o esvaziamento da bexiga espontaneamente.
• Verificar o peso do paciente.
• Executar a tricotomia da região abdominal e antissepsia da aérea.
• Controlar os dados vitais.
• Coletar materiais para exames se necessário.
• Posicionar o paciente, em DDH.
• Auxiliar na colocação do cateter e na instalação da diálise.
• Preparar os banhos dialisantes, conforme prescrição.

Diálise Peritoneal Contínua Ambulatorial (CAPD)

Cuidados durante a diálise


Promover o conforto do paciente durante o procedimento;

103
Anotar rigorosamente, a cada banho, início, duração, volume infundido e volume
drenado;
Controlar rigorosamente, durante cada banho, sinais vitais, diurese, cor e aspecto do
líquido drenado;
Observar e comunicar sinais de dor, hemorragia, hipotensão, edema, dificuldade
respiratória;
Assegurar um ambiente tranquilo, informal e descontraído;
Prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;
Estimular alimentação;
Possibilitar com terapia ocupacional.

Cuidados com a diálise peritoneal


Observar e anotar as condições do paciente;
Trocar o curativo, remover ou fixar o cateter;
Verificar o peso do paciente;
Controlar os sinais vitais;
Realizar o fechamento da folha de balanço hídrico;
A assistência de enfermagem abrange controles, cuidados e observação antes,
durante e após a diálise peritoneal.

Hemodiálise

A hemodiálise é um processo empregado para depuração do sangue, em que se


utiliza um equipamento (rim artificial) que possibiliza o contato da solução dialisadora
com o sangue do paciente. Esse contato é feito por meio de uma circulação
extracorpórea.

Via de acesso à circulação do paciente


É feita por meio de uma fístula artéria venoso
interna (geralmente, a artéria radial é a veia
mais próxima) na região do antebraço.

104
• Infecções – devido a contaminação da máquina ou por falta de cuidados
antissépticos durante a punção arteriovenoso.
• Hipotensão arterial- devido a retirada brusca da pressão líquida do paciente,
podendo levar ao choque.
• Síndrome do desequilíbrio- pela filtração excessiva de eletrólitos.
• Hemorragia- devido ao uso de anticoagulante que é adicionado ao sangue do
paciente, para evitar que o sangue coagule no percurso da máquina.
• Câimbras – provocadas pela perda de sódio ou de cálcio excessivas.
• Alterações emocionais – devido a depressão que a doença causa ao
organismo.
• Doenças cardiovascular arteriosclerótica.

105
Assistência de enfermagem
• Montar o sistema conforme rotina.
• Pesar o paciente.
• Possibilitar o esvaziamento da bexiga,
• Acomodar o paciente confortavelmente.
• Controlar os sinais vitais.
• Proceder a antissepsia rigorosa no local da fístula com solução antisséptica.
• Se necessário coletar material para exame de laboratório.

Cuidados durante a hemodiálise


• Manter o braço da fístula em posição ao funcional.
• Controlar rigorosamente os sinais vitais, principalmente alterações da pressão
arterial.
• Administrar medicações conforme as intercorrências apresentadas.
• Observar reações do paciente (tremores, sonolência, náuseas, epistaxe).
• Oferecer dieta e hidratação conforme prescrição médica.
• Vigiar continuamente os equipamentos e as reações do paciente.

Cuidados após a hemodiálise


• Avaliar as condições gerais do paciente
• Controlar os sinais vitais.
• Pesar (avaliar perdas do paciente).
• Proceder a antissepsia do curativo e realizá-lo compressivamente.
• Orientar o paciente quanto a dieta.

106
Prestar os cuidados para a limpeza e a desinfecção da máquina.
A assistência de enfermagem ao paciente submetido à hemodiálise deve abranger
aspectos gerais, o atendimento ao paciente, assim como aos familiares é muito
importante, fazendo com que o paciente sinta apoiado e que a família compreenda
que os sentimentos de raiva e desânimo são reações emocionais esperadas no
paciente.

Imagem do filtro de diálise

107
Cálculo Renal

Conceito
O cálculo renal forma-se no trato urinário, pela deposição de substâncias cristalinas
(fosfato de cálcio oxalato, ácido, úrico) excretado pela urina. O aspecto apresentado
pelo cálculo está ligado a sua composição química.

Etiologia
Ingestão excessiva de leite, vitamina D;
Infecções;
Gota.

Sinais e sintomas
• Calafrios;
• Febre;
• Disúria;
• Dor intensa e desconforto;
• Piúria;
• Cólica renal com diarreia.

Complicações
• Hidronefrose. (dilatação da pelve e cálices renais).
• Insuficiência renal.
• Infecções que não respondem ao tratamento.
• Recidiva dos cálculos.

108
Tratamento clínico
Litotripsia – fragmentação do cálculo pelo ultrassom, para sua posterior remoção.

Tratamento cirúrgico
É indicado quando o tratamento clínico não surtiu resultado satisfatórios.

Assistência de enfermagem
Pré-operatório
• Tricotomia da área correspondente ao acesso cirúrgico
(toracoabdominoperineal).
• Administrar medicação.
• Estimular a ingestão líquidas para aumentar o débito urinário e reduzir a
concentração da urina.
• Pesquisar a presença de resíduos urinários em cada micção para detectar a
eliminação de cálculos.

Pós-operatório
• Colocar o paciente em decúbito lateralizado.
• Observar e anotar a drenagem e a permeabilidade das sondas.
• Observar alterações no aspecto da urina drenada.
109
• Proceder a troca frequente dos curativos, sempre que necessário.
• Observar rigorosamente a higienização do paciente e do ambiente.
• Tomar os demais cuidados pertinentes ao pós-operatório geral.

O que é Diabetes Insípidus?

Diabetes insípidus consiste em um distúrbio de controle da água no organismo, no


qual os rins não conseguem reter adequadamente a água que é filtrada. Como
consequência, o paciente passa a apresentar um aumento no volume de urina
(poliúria), que ultrapassa facilmente os 3 litros por dia, podendo chegar a mais de 10
litros de urina.
O nome insípidus vem do fato da urina ser bastante diluída e por isso “sem gosto”, ao
contrário do diabetes melittus, no qual o paciente perde muita água e açúcar pela urina
(quando o diabetes está descompensado), podendo ficar “doce”.

Tipos
Os diabetes insípidos podem ser subdivididos de acordo com a origem do problema
em:
1. Diabetes Insípidus Central
O diabetes insípidus central tem origem no sistema nervoso central. O hipotálamo e a
hipófise (glândulas localizadas na base do cérebro) são responsáveis pela produção
do hormônio antidiurético, abreviado por ADH e também chamado de vasopressina.
Este hormônio age nos rins estimulando a reabsorção de água e impedindo que
percamos este item pela urina. Quando acontece alguma lesão nestas estruturas, de
modo a comprometer a produção e/ou liberação do ADH, ocorre a queda das
concentrações deste hormônio no sangue e assim os rins perdem a capacidade de
reter a água filtrada, que escapa através da urina em grandes quantidades.

Causas
As principais causas de diabetes insípidus central são tumores que acometem a
região hipotalâmica hipofisária, como por exemplo:
• Germinomas
• Craniofaringioma

110
• Metástases de outros tumores fora do sistema nervoso (pulmão e mama).

Diabetes insípidus central também pode ser causado por doenças inflamatórias do
sistema nervoso central, como sarcoidose, histiocitose e por doenças autoimunes
como as hipofisites. O trauma do sistema nervoso central após acidentes também
pode causar DI. Outras causas menos comuns são:
Infecções: toxoplasmose, meningite, encefalite;Doenças autoimune: infundibulite,
Lupus;Toxinas: veneno de cobra, tetrodotoxina;Alterações vasculares: Síndrome de
Sheehan, encefalopatia hipóxica;Doenças genéticas, como por exemplo: Síndrome
de Wolfram, mutações no gene do ADH, displasia septo-ótica, etc.; Idiopática (causa
desconhecida).

2. Diabetes Insipidus Nefrogênico


No caso do diabetes insípidus nefrogênico, o hipotálamo e a hipófise funcionam
corretamente e produzem quantidades adequadas do ADH. No entanto, este
hormônio não funciona bem devido a um problema originado nos próprios rins.

Causas
O diabetes insípidus nefrogênico pode ser causado principalmente por uso de
medicamentos tóxicos aos rins, como por exemplo em pacientes que usam Lítio,
anfotericina B, demeclociclina dentre outros medicamentos. Também pode ocorrer em
crianças, devido mutações genéticas que alteram o receptor do ADH ou proteínas
relacionadas a sua função. Causas menos comuns de ADH estão listadas abaixo:

Causas genéticas
Mutação recessivo ligado ao X (receptor V2); Mutação no gene da Aquaporina 2
(Autossômica recessiva); Mutação no gene da Aquaporina 2 (Autossômica
dominante).

Causas adquiridas (doenças):


Metabólicas (hipocalcemia, hipopotassemia); Obstrução crônica renal; Doenças
vasculares renais (anemia falciforme, isquemia renal); Doenças granulomatosas
(sarcoidose); Neoplasia (sarcoma); Infiltração renal (amiloidose); Idiopática (causa
desconhecida).
111
3. Diabetes Insípidus Gestacional
O diabetes insípidos gestacional é uma forma fisiológica de diabetes insípidus que
ocorre na gravidez, devido a produção de uma enzima produzida pela placenta,
chamada vasopressinase, que degrada o hormônio ADH levando ao aumento da
urina. Em geral é autolimitada, normalizando ao término da gravidez.

Fatores de risco
Os fatores de risco conhecidos são: a presença de alguma destas doenças, listadas
anteriormente no paciente ou o uso de medicamentos que possam danificar o rim. Em
pacientes com histórico de doenças genéticas na família, pode haver risco aumentado
de diabetes insípidus.

112
MÓDULO 11 – SISTEMA NEUROLÓGICO
Sistema Neurológico
Doenças do sistema neurológico

Função do sistema nervoso


Sua função é conectar o sistema nervoso central ao resto do corpo. Nervos
Raquidianos: são 31 pares de nervos que saem da medula espinhal. São formados
de neurônios sensoriais, que recebem estímulos do ambiente; e neurônios motores
que levam impulsos do sistema nervoso central para os músculos ou para as
glândulas. O nosso sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central, constituído
pelo encéfalo e pela medula espinhal e pelo sistema nervoso periférico (nervos
cranianos e raquidianos). O encéfalo é formado pelo cérebro, cerebelo, bulbo,
elementos importantes na constituição nervosa do nosso organismo.

113
Acidente Vascular Cerebral (A.V.C.)

Definição
É a perda súbita de uma parte das funções do cérebro. É resultante de uma
interrupção no suprimento sanguíneo do cérebro, que causa perda temporária ou
permanente de movimento, pensamento, fala ou sensação.

Causas
• Trombose – um coágulo de sangue dentro de um vaso sanguíneo cerebral.
• Embolia Cerebral – um coágulo do sangue ou outro material transportado até
o cérebro, vindo de outra parte do corpo.
• Isquemia cerebral.
• Hemorragia cerebral- ruptura de um vaso sanguíneo cerebral. Também pode
ser extradural, subdural, subaracnóidea, intracerebral.
• Uso de anticoncepcionais.
• Alcoolismo.

Fatores predisponente
• Idade avançada.
• Hipertensão arterial.
• Doença cardíaca.
• Diabetes.
• Alta taxa de colesterol.
114
• Queda da pressão arterial por tempo prolongado.
• Tabagismo.
• Obesidade.
• Uso de drogas.
• Hereditariedade

Sinais e sintomas
• Hemiparesia ou hemiplegia.
• Disartria (dificuldade para pronúncia) e ou disfagia (dificuldade para deglutir).
• Afasia (perda da fala).
• Perda do controle do esfíncter urinário e intestinal.
• Perda de parte do campo visual (acuidade visual).
• Diminuição da capacidade de aprendizado e memória.
• Confusão mental.
• Depressão.

Diagnóstico
• Exame físico.
• Tomografia computadorizada do crânio.

Classificação
A. Isquêmico: por falta de circulação na aérea afetada a aérea afetada não irrigada
é necrosada por falta de nutrientes.
Etiologia trombose, arteriosclerose, HAS, choque, diabetes mellitus descompensada.
B. Hemorrágico: Etiologia: PIC, aneurisma, trombose, TCE, HAS.

Manifestações clínica
• Perda motora – nível de consciência.
• Perda da comunicação – desvio de rima labial.
• Perda do campo visual.
• Perda sensitiva.
• Alteração da bexiga.
• Deterioração da atividade mental e efeitos psicológico.
115
Avaliação diagnóstica
• Histórico – doenças de base.
• Tomografia.
• Angioplastia carotídea.
• Punção de líquor – com hemácias.

Tratamento clínico para AVCI


• Vasodilatadores cerebrais – Persantin.
• Anticoagulantes – heparina em alguns casos para não forma novos trombos.

Tratamento clínico para AVCH


• Vaso constritivos
• Adrenalina.
• Atropina.
• Glicocorticoides.
• Manitol.

OBS: Os glicocorticoides são uma classe de hormônios esteroides caracterizados


pela habilidade de se ligar com o receptor de cortisol e desencadear efeitos similares.
Os glicocorticoides são um grupo de fármacos utilizados como imunossupressores
e anti-inflamatórios.

OBS: A Solução de Manitol é indicada para a promoção da diurese (produção de


urina pelos rins), na prevenção da falência renal aguda (perda repentina da
capacidade dos rins em realizar suas funções) durante cirurgias cardiovasculares e/ou
após trauma; redução da pressão intracraniana e tratamento do edema cerebral;
redução.

OBS: Atropina é um medicamento de uso injetável conhecido comercialmente como


Atropion, que é um estimulante do sistema nervoso parassimpático que age inibindo
a atividade do neurotransmissor acetilcolina.

116
OBS: A adrenalina é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais e prepara
o organismo para realizar atividades físicas e esforços físicos. A adrenalina, ou
epinefrina é um hormônio e um neurotransmissor, pois atua no sistema nervoso
simpático.

Tratamento cirúrgico
• No pré-operatório; idem para craniotomia.
• No pós-operatório – a atividade motora deve ser avaliada na parte afetada.
• Fisioterapia.
• Não deitar o paciente do lado afetado.
• ECG.
• Encaminhar o paciente para o centro de reabilitação.

Cuidados de enfermagem com o paciente com AVC


Durante a fase aguda:
Durante este período, o paciente encontra-se inconsciente.

Objetivo da enfermagem é assumir esses mecanismos protetores até que o


paciente retorne à consciência e possa funcionar em seu ambiente.
• Estabelecer e manter uma via aérea adequada (obstrução da via aérea agrava
o edema cerebral, podendo ser uma de inconsciência mantida e aprofundada.
• Colocar o paciente três quartos reclinados ou em decúbito lateral, com face
pendente (para evitar que a língua obstruía a via aérea, promover a drenagem
das secreções respiratórias e estimular a troca de O2 por CO2).
• Manter vias aéreas livres de secreções por aspiração eficaz.
• Virar a cabeça de um lado para o outro enquanto aspira.
• Manter uma avaliação constante do nível de consciência do paciente e
mudança na resposta.
• Registrar com exatidão as reações, movimentos e qualidade da fala do
paciente (pedir para o paciente fale, que realize algumas atividades, levantar o
braço, colocar a língua para fora, etc.) aplicar estímulo doloroso.
• Avaliar a evolução dos sinais vitais PA, P, T, e R.
• Manter o equilíbrio hidro- eletrolítico.
117
• Oferecer o apoio da enfermagem à medida que as mudanças na condição do
paciente o indicarem (estar ciente das várias fases de inquietação).
• Evitar sedação excessiva do paciente.
• Manter a pele limpa, seca e livre de pressão.
• Realizar exercícios de amplitude de movimento com todos os membros, 4
vezes ao dia.
• Virá-lo de um lado para os outros intervalos regulares.
• Observar e controlar quantidade e aspecto de diurese (evitar a retenção
urinária).
• Proteger os olhos contrairritação da córnea (irrigar os olhos com SF externa em
cada olho).
• Proteger o paciente durante crises convulsivas (anotar a duração).
• Reabilitação (prevenir deformidades, rei treiná-lo o braço e a perna, ajudar a
obter independência na higiene pessoal e no vestir-se).
• Evitar aferir a pressão arterial e punções venosas no membro do lado afetado.
• Auxiliar durante a administração da dieta.
• Realizar ou auxiliar na higienização oral e corporal.
• Auxílio na deambular (quando possível).
• Estimular movimentação ativa.
• Apoio psicológico.

118
119
Doença de Parkinson

Definição
É uma alteração neurológica progressiva que afeta os centros cerebrais que são
responsáveis pelo controle e regulação do movimento. É caracterizada por lentidão
do movimento, tremor e rigidez muscular (bradicinesia).

Incidência
Acomete com mais frequência pessoas entre 50 anos e 60anos.

Sinais e sintomas
• Ausência de reflexos postura.
• Movimentos prejudicados.
• Rigidez muscular na execução de todos os movimentos
• Depressão.

120
• Às vezes, confusão mental.
• Constipação intestinal.
• Tremores generalizado.
• Dislalia.
• Cabeça curva para frente.
• Desmineralização óssea.
• Perda de peso.
• Excesso de salivação.

Tratamento
• Anticolinérgicos.
• Levodopa.
• Antidepressivos.
• Intervenção cirúrgica.
• Fisioterapia.
• Educação do paciente e família.

Cuidados de enfermagem
• Estimular exercícios diários.
• Banhos quentes e exercícios passivos.
• Orientação ao paciente para evitar quedas e ou outros acidentes.
• Orientação ao paciente durante as dietas, para evitar bronco aspiração de
alimentos.
• Tratamento medicamentoso.
• Reabilitação.

121
Epilepsia

É um distúrbio produzido por uma descarga elétrica desordenada das células


nervosas (neurônio), caracteriza-se por contrações musculares tônico-clônicas e por
alterações do nível de consciência. As crises convulsivas podem ser focais ou
generalizadas.

Etiologia
A etiologia da epilepsia é ampla e variada, sendo as principais; hipertermia, infecções
do SNC, hemorragia intracraniana, tumores cerebrais, distúrbios metabólicos,
hipoglicemia, calcemia, hiponatremia, intoxicações, exógenas (chumbo), edema
cerebral, sequelas cerebrais, disfunção cardiovascular, infecções, distúrbios
emocionais e tensões ambientais.

122
Manifestações clínicas
• Olhar fixo e perdido.
• Confusão mental.
• Apatia.
• Flacidez ou rigidez.
• Movimentos tônicos-clônicos generalizados ou focais.
• Contraturas musculares.
• Hipertonia.
• Presença de movimentos mastigatórios.
• Sialorreia abundante.
• Cianose.
• Perda de consciência.

Diagnóstico
Eletroencefalograma (EEG) fornece uma prova de diagnóstico e classificação.
Ressonância magnética (RNM) mostra a aérea da lesão que causa a crise convulsiva.
História do desenvolvimento.

Tratamento
Controle de eletroencefalograma.
Uso das principais drogas anticonvulsivantes.
Carbamazepina, fenitóina, (hidantal), primidona, etosuximida, valpoato.

Cuidados de enfermagem
• Permanecer ao lado do paciente durante a crise.
• Proteger o paciente durante a crise de traumatismo e queda.
• Usar cânula de guedel caso esteja apresentando mordeduras ou retração da
língua.
• Manter oxigenoterapia.
• Manter permeabilidade das vias aéreas superiores, aspiração de secreções.
• Manter acesso venoso para facilitar a administração.
• Controle dos sinais vitais.
• Controlar e anotar o tipo de crise, sua duração e frequência.
123
• Conhecer as vias de administração das drogas usadas e os cuidados especiais
durante a sua administração.
• Manter os materiais de intubação disponível.
• Oferecer apoio emocional ao paciente e a sua família, orientando-os sobre o
ocorrido.
• Reforçar com a família a importância de um acompanhamento ambulatorial
sistemático.

Miastenia “GRAVIS”

Conceito
Distúrbio que afeta a transmissão neuromuscular dos músculos voluntários corporais,
caracterizada por excessiva debilidade e fatigabilidade, principalmente dos músculos
voluntários e dos que são inervados por função dos nervos cranianos.

Causa
Considerada doença autoimune, a qual acomete principalmente as mulheres.

Sinais e sintomas
• Extrema fraqueza muscular;
• Fácil fatigabilidade;
• Cansaço com leve esforço;
• Diplopia (visão dupla);
• Ptose (queda da pálpebra);
• Expressão sonolenta e do tipo máscara;
• Distonia (alteração ou física que resulta no impedimento);

124
Diagnóstico
Exame físico, anamnese – uso de edofrónio e eletromiografia.

OBS: Endrofónio ou cloreto de edrofónio, uma droga que atua como um drogas
colinérgicas, ou inibidor da acetilcolinesterase. Isto impede que a enzima
colinesterase de degradação ou hidrólise do neurotransmissor acetilcolina, ou de
compostos químicos.

Tratamento
Anticolinesterase, terapia imunossupressora, plasmaferese e timectomia.

Assistência de enfermagem
• Manter vias aéreas permeáveis;
• Evitar emoções, garantindo o apoio psicológico ao paciente;
• Técnicas assépticas para prevenção de infecção;
• Repouso do paciente, ouvi-lo;
• Cuidados oculares;
• Posicionar para dieta mantendo o decúbito elevado;
• Orientar quanto ao autocuidado;
• Administrar as drogas no horário das refeições.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Janeiro, 1994. Volume 1, 2, 3, 4.

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Araújo,1984 Volume1.

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