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UC ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA FORMAÇÃO

TEMA 2 – FORMAÇÃO INICIAL NA CONSTRUÇÃO DA PROFISSÃO DOCENTE

Professora Doutora: Maria de Fátima Goulão

Pretendo com este trabalho responder ao desafio que foi colocado, pela
professora Maria Goulão, ou seja, compreender os princípios organizativos que
preparam para o desempenho da profissão docente. Os objetivos são: analisar
componentes do currículo de formação inicial de professores; conhecer a legislação
atual sobre a formação inicial de docentes e conhecer as potencialidades do período
probatório na formação dos docentes.
Partindo do princípio de que sempre tive orientações bem definidas ao longo da
minha vida e da minha carreira, procuro alcançar os meus objetivos e realizar as minhas
reflexões de forma bem sustentada, considero que a chave para o sucesso é ser e ter
uma excelente organização pessoal.

Os princípios organizativos que preparam para o desempenho de um professor


são fundamentais para o sucesso educacional dos alunos. Esses princípios incluem o
estabelecimento de uma cultura escolar positiva, a promoção da colaboração entre
professores, a definição de expectativas claras para os alunos e a implementação de
estratégias de ensino eficazes.

Uma cultura escolar positiva inclui a criação de um ambiente seguro e acolhedor


onde os alunos possam aprender e crescer. Isso pode ser alcançado através de
estratégias de disciplina consistentes e justas e uma comunicação aberta e dialogante
entre professores, alunos e pais. A colaboração entre professores é crucial para o
desenvolvimento profissional e o sucesso dos alunos. Isso pode ser feito através de
reuniões regulares de equipa, partilhando ideias e recursos, e o trabalho em projetos
colaborativos.

Definir expectativas claras para os alunos é importante para mantê-los motivados


e responsáveis para o sucesso do seu processo ensino aprendizagem. Os professores
devem estabelecer metas realistas e desafiadoras e fornecer feedback contínuo aos
alunos para ajudá-los a alcançar essas metas. É fundamental, implementar estratégias
de ensino eficazes para garantir que os alunos estejam recebendo uma educação de
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alta qualidade, isso pode incluir o uso de tecnologia educacional, a incorporação de
diferentes estilos de aprendizagem e a adaptação do currículo para atender às
necessidades individuais dos alunos. Atualmente com o Decreto-Lei nº 55/2018, estão
bem claros os objetivos que se pretende do perfil dos alunos à saída da escolaridade
obrigatória e quais as competências que os mesmos devem possuir.

Em Portugal, a formação inicial de docentes é regulada pelo Decreto-Lei n.º


79/2014, de 14 de maio, que estabelece o regime jurídico da formação inicial de
professores do ensino básico e secundário. De acordo com este diploma, a formação
inicial de docentes deve ser assegurada por instituições de ensino superior e consiste
num curso de licenciatura ou mestrado em ensino, que habilita para a docência no
ensino básico ou no ensino secundário, consoante o grau académico obtido.

O curso de formação inicial de docentes tem uma duração de três anos para a
obtenção da licenciatura e de cinco anos para a obtenção do mestrado em ensino,
sendo constituído por um conjunto de disciplinas que visam proporcionar aos futuros
docentes uma formação sólida nas áreas científicas, pedagógicas e didáticas
necessárias para o exercício da profissão. Além disso, os futuros docentes devem
também realizar um estágio pedagógico, com a duração mínima de um ano letivo, que
tem como objetivo proporcionar uma experiência prática de ensino supervisionado em
contexto real de sala de aula.

A legislação portuguesa prevê que a formação inicial de docentes seja


assegurada por instituições de ensino superior, que oferecem cursos de licenciatura ou
mestrado em ensino e que incluem disciplinas teóricas e estágio pedagógico. Quero
referir que a Lei de Bases do Sistema Educativo – Lei nº 46/86, consagra os princípios
orientadores das instituições que devem formar docentes e onde os mesmos podem
adquirir os seus graus académicos.

Tendo em conta a reflexão de Nóvoa, A. (2017), “A formação é fundamental para


construir a profissionalidade docente, e não só para preparar os professores do ponto
de vista técnico, científico ou pedagógico”. Na minha atual escola, a formação funciona
de forma exemplar, está constituída uma equipa especifica para trabalhar, orientar e
comunicar todas as formações dentro e fora da escola, quer para professores como
para todo o pessoal não docente.

Nesta sequência considero também que segundo Lopes, A. (2019:11) “Vivemos


um período de profundas transformações na organização do ensino e da formação de
professores”. Perante esta realidade temos de aproveitar esta oportunidade e realizar
as reformas necessárias para que o ensino em Portugal, acompanhe o processo que
outros países, principalmente europeus têm realizado para melhorar a formação e o
ensino aprendizagem.
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De acordo com (Campos, 2002), “O grande objetivo político do sistema de
formação de professores é que esta contribua para uma melhoria da qualidade de
ensino e das aprendizagens dos alunos. Esta melhoria deve provir da contínua
capacitação profissional dos professores ao longo da vida, para que possam atuar,
sempre numa atitude reflexiva e investigativa, como profissionais da mudança, capazes
de gerir uma escola autónoma e respetivo território educativo onde interagem”.
Considero esta análise muito pertinente e recordo que a Constituição portuguesa
aprovada em 1976, instituiu a democratização especificamente no ensino e outros
diplomas complementares vieram dar autonomia às escolas e por sua vez a
descentralização das decisões do poder central.

Recordo, ainda o período probatório (estágio) e considero uma etapa crucial na


formação inicial dos docentes, pois permite que os professores em formação
demonstrem as suas habilidades e competências na sala de aula. Durante esse período,
os professores são supervisionados por professores e avaliados com base em uma série
de critérios estabelecidos pelo Ministério da Educação e ou Secretaria Regional de
Educação da RAM. Para conhecer as potencialidades do período probatório na
formação inicial dos docentes, é necessário compreender os objetivos desse processo.
Alguns desses objetivos incluem: avaliar a capacidade dos professores em formação
para lidar com situações complexas em sala de aula, garantir a qualidade da formação
inicial dos docentes e promover o desenvolvimento profissional contínuo dos
professores.

Os planos de aula eram rigorosos e muito formalizados, as planificações eram


levadas até ao ínfimo pormenor, os segundos e os minutos eram todos contabilizados,
existia o plano A e também o plano B. Na minha opinião o período probatório deve ser
uma ferramenta eficaz para promover a excelência na educação, pois ajuda a garantir
que os professores em formação estejam preparados para enfrentar os desafios da
profissão e oferecer uma educação de qualidade aos alunos.

Teodósio Parreira (2202000)

Referências Bibliográficas:

Nóvoa, A. (2017). Firmar a posição como professor, afirmar a profissão docente, in


Cadernos de Pesquisa, Vol. 47, nº 166, pp. 1106-1133.

Lopes, A. (2019). Formação de Professores e Profissão Docente: Velhos e Novos


Desafios.

Mesquita, E. (2010). Formação inicial, profissão docente e competências para a


docência: a visão dos futuros professores.

Galvão, C., Ponte, J. P., Jonis, M., Faria, C., Chagas, I., Kullberg, C., Baptista, M.,
Onofre, M., Martins, M., Rodrigues, A., Costa, J., Santos, L., Henriques, A. (2018).
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Práticas de formação inicial de professores: Participantes e dinâmicas. Instituto de
Educação, Universidade de Lisboa.

https://dre.pt/dre/detalhe/decreto-lei/55-2018-115652962

https://dre.pt/dre/detalhe/decreto-lei/79-2014-25344769

https://dre.pt/dre/legislacao-consolidada/lei/1986-34444975

Constituição da República Portuguesa (parlamento.pt)

https://dre.pt/dre/detalhe/decreto-lei/115-a-1998-155636 (revogado)

https://dre.pt/dre/detalhe/decreto-lei/75-2008-249866

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