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coluna da matriz desenvolvida para o polinômio em ŝ é igual ao número de raízes que estão
localizadas à direita da linha vertical s = –v. Assim, esse teste revela o número de raízes que se
situam à direita da linha vertical s = –v.
Aplicação do critério de estabilidade de Routh à análise de sistemas de controle. O
critério de estabilidade de Routh é de utilidade limitada na análise de sistemas de controle linea-
res, principalmente porque não sugere como melhorar a estabilidade relativa ou como estabilizar
um sistema instável. É possível, entretanto, determinar os efeitos da mudança de um ou dois
parâmetros de um sistema examinando os valores que causam a instabilidade. A seguir, consi-
deraremos o problema da determinação do intervalo de variação de um parâmetro, compatível
com a estabilidade do sistema.
Considere o sistema mostrado na Figura 5.35. Vamos determinar o intervalo de valores de K
para que haja estabilidade. A função de transferência de malha fechada é:
C^sh K
=
R^sh s^s2 + s + 1h^s + 2h + K
A equação característica é:
s4 + 3s3 + 3s2 + 2s + K = 0
A matriz de coeficientes é, então,
s4 1 3 K
s3 3 2 0
s2 7 K
3
s1 2 – 9 K
7
s0 K
Para que haja estabilidade, K e todos os coeficientes na primeira coluna devem ser positivos.
Assim,
14
9 >K>0
14
Quando K = 9 , o sistema torna-se oscilatório e, matematicamente, a oscilação é mantida com
amplitude constante.
Note que os limites dos parâmetros de projeto que levam à estabilidade podem ser determi-
nados pelo uso do critério de estabilidade de Routh.
FIGURA 5.35
Sistema de R(s) C(s)
+ K
controle. – s(s2 + s + 1) (s + 2)
Ação de controle integral. No controle proporcional de uma planta, cuja função de transfe-
rência não possui um integrador 1/s, existe um erro estacionário, ou erro residual, na resposta a
uma entrada em degrau. Esse erro residual pode ser eliminado se uma ação de controle integral
for incluída no controlador.
No controle integral de uma planta, o sinal de controle — o sinal de saída do controlador —
em qualquer instante é a área sob a curva do sinal de erro atuante, até aquele momento. O sinal
de controle u(t) pode ter um valor não nulo quando o sinal de erro atuante e(t) for zero, como se
pode ver na Figura 5.36(a). Isso é impossível no caso do controlador proporcional, uma vez que
um sinal de controle não nulo requer um sinal de erro atuante não nulo. (Um sinal de erro atuante
em regime permanente significa que existe um erro residual.) A Figura 5.36(b) mostra a curva
e(t) versus t e a curva correspondente u(t) versus t quando o controlador é do tipo proporcional.
Observe que a ação de controle integral, embora remova o erro residual ou o erro estacionário,
pode conduzir a uma resposta oscilatória com uma amplitude que decresce lentamente ou mesmo
uma amplitude sempre crescente, ambas, em geral, indesejáveis.
Sistemas de controle proporcional. Veremos que, para uma entrada em degrau, o controle
proporcional de um sistema sem integrador ocasionará um erro estacionário. Mostraremos, então,
que esse erro pode ser eliminado se for incluída no controlador uma ação de controle integral.
Considere o sistema mostrado na Figura 5.37. Obteremos o erro estacionário da resposta do
sistema ao degrau unitário. Defina
G^sh = K
Ts + 1
Como
E^sh R^sh - C^sh C^sh 1
= = 1- =
R^sh R^sh R^sh 1 + G^sh
o erro E(s) é dado como:
E^sh = 1 R^sh = 1 R^sh
1 + G^sh 1+ K
Ts + 1
FIGURA 5.36
(a) Gráficos das curvas e(t) e(t)
e(t) e u(t) mostrando
sinal de controle não
nulo quando o sinal
0 t 0 t
de erro atuante é zero
(controle integral);
(b) gráficos das curvas
u(t) u(t)
e(t) e u(t) mostrando
sinal de controle nulo
quando o sinal de erro
atuante é zero (controle 0 t 0 t
proporcional). (a) (b)
FIGURA 5.37
Sistema de R(s) E(s) 1 C(s)
controle + K
– Ts + 1
proporcional.
Controlador Planta
proporcional
s2 ^Ts + 1h 1
= lim
s"0 Ts2 + s + K s
=0
O controle integral do sistema elimina, então, o erro estacionário na resposta ao degrau de entra-
da. Este é um importante aperfeiçoamento em relação ao controle proporcional puro, que não
impede o erro residual.
Resposta a distúrbios do tipo torque (controle proporcional). Vamos estudar os efeitos
de um distúrbio do tipo torque ou conjugado, que ocorre no elemento de carga. Considere o sis-
tema mostrado na Figura 5.40. O controlador proporcional transmite o torque T para posicionar o
FIGURA 5.38
Resposta ao c(t)
Erro
degrau unitário e residual
erro residual. 1
0 t
FIGURA 5.39
Sistema de R(s) E(s) K 1 C(s)
controle integral. +
– s Ts + 1
FIGURA 5.40
Sistema D
de controle de
distúrbio por
torque. R E T + 1 C
+ Kp +
– s(Js + b)
elemento de carga, que consiste em momento de inércia e atrito viscoso. O torque que age como
distúrbio é designado como D.
Supondo que a entrada de referência seja nula, ou R(s) = 0, a função de transferência entre
C(s) e D(s) será dada por:
C^sh
= 2 1
D^sh Js + bs + K p
Portanto:
E^sh C^sh
=- =- 2 1
D^sh D^sh Js + bs + K p
O erro estacionário causado pelo torque de perturbação em degrau, de valor Td, é dado por:
ess = lim sE^sh
s"0
-s Td
= lim
s"0 Js + bs + K p s
2
Td
=-
Kp
Em regime permanente, o controlador proporcional fornece um torque –Td, que é igual em valor,
mas de sinal oposto ao torque de perturbação Td. A saída em regime permanente pelo torque de
perturbação em degrau é:
T
css =- ess = d
Kp
O erro estacionário pode ser reduzido aumentando-se o valor do ganho Kp. O aumento desse
valor, entretanto, tornará a resposta do sistema mais oscilatória.
Resposta a distúrbios do tipo torque (controle proporcional-integral). Para eliminar
o erro residual em virtude de um distúrbio do tipo torque, o controlador proporcional pode ser
substituído por um controlador proporcional-integral.
Se for acrescentada uma ação de controle integral ao controlador, enquanto existir um sinal
de erro, um torque será desenvolvido pelo controlador para reduzir esse erro, desde que o siste-
ma de controle seja estável.
A Figura 5.41 mostra um controle proporcional-integral em um sistema cujo elemento de
carga é constituído pelo momento de inércia e atrito viscoso.
A função de transferência de malha fechada entre C(s) e D(s) é:
C^sh s
=
D^sh K
Js + bs + K p s + p
3 2
Ti
Na ausência da entrada de referência, ou r(t) = 0, o sinal de erro é obtido a partir de:
FIGURA 5.41
Controle D
proporcional-
integral de
R=0 E T + C
um elemento + Kp (1 + 1 ) +
1
– Tis s(Js + b)
de carga que
consiste em
momento de
inércia e atrito
viscoso.
E^sh =- s D^sh
Kp
Js + bs + K p s +
3 2
Ti
Se o sistema de controle for estável, isto é, se as raízes da equação característica
K
Js3 + bs2 + K p s + p = 0
Ti
tiverem partes reais negativas, então o erro estacionário na resposta a um torque de distúrbio em
degrau unitário pode ser obtido pela aplicação do teorema do valor final, como segue:
ess = lim sE^sh
s"0
= lim - s2 1
s"0 K s
Js3 + bs2 + K p s + p
Ti
=0
Assim, o erro estacionário relativo ao torque de perturbação em degrau pode ser eliminado se o
controlador for do tipo proporcional-integral.
Observe que a ação de controle integral acrescentada ao controlador proporcional converteu o
sistema originalmente de segunda ordem em um sistema de terceira ordem. Então, para um valor
muito alto de Kp, o sistema de controle pode se tornar instável, uma vez que as raízes da equação
característica podem conter partes reais positivas. (Um sistema de segunda ordem é sempre estável
se os coeficientes da equação diferencial do sistema forem todos positivos.)
É importante destacar que, se o controlador fosse um controlador integral, como na Figu-
ra 5.42, então o sistema sempre se tornaria instável, porque a equação característica
Js3 + bs2 + K = 0
teria raízes com partes reais positivas. Esse sistema instável não poderia ser utilizado na prática.
Note que, no sistema da Figura 5.41, a ação de controle proporcional tende a estabilizar o
sistema, enquanto a ação de controle integral tende a eliminar ou reduzir o erro estacionário na
resposta a várias entradas.
FIGURA 5.42
Controle D
integral de um
elemento de
R=0 E K T + 1 C
carga que + +
– s s(Js + b)
consiste em
momento de
inércia e atrito
viscoso.
FIGURA 5.43
(a) Controle R(s) 1 C(s)
proporcional de + Kp
– Js2
um sistema com
carga inercial;
(b) resposta a
uma entrada em
(a)
degrau unitário.
c(t)
0 t
(b)
FIGURA 5.44
(a) Controle R(s) C(s)
+ Kp (1 + Td s) 1
proporcional- – Js2
derivativo de
um sistema com
carga inercial;
(b) resposta a
(a)
uma entrada em
degrau unitário.
c(t)
1
0 t
(b)
C^sh K p ^1 + Td sh
= 2
R^sh Js + K p Td s + K p
A equação característica
Js2 + KpTd s + Kp = 0
tem agora duas raízes com partes reais negativas para os valores de J, Kp e Td. Assim, o controle
derivativo introduz um efeito de amortecimento. A Figura 5.44(b) apresenta uma curva típica de
resposta c(t) para uma entrada em degrau unitário. Evidentemente, a curva de resposta mostra
uma melhoria significativa em relação à curva de resposta original da Figura 5.46(b).
Controle proporcional-derivativo de sistemas de segunda ordem. Pode-se obter uma
conciliação entre o comportamento da resposta transitória aceitável e o comportamento aceitável
em regime permanente utilizando uma ação de controle proporcional-derivativo.
Considere o sistema da Figura 5.45. A função de transferência de malha fechada é:
C^sh K p + Kd s
= 2
R^sh Js + ^B + Kdh s + K p
O erro estacionário para uma entrada em rampa unitária é:
ess = B
Kp
A equação característica é:
Js2 + (B + Kd)s + Kp = 0
O coeficiente de amortecimento efetivo desse sistema é, então, B + Kd, em lugar de B. Como o
coeficiente de amortecimento ζ do sistema é:
B + Kd
g=
2 Kp J
FIGURA 5.45
Sistema de R(s) C(s)
+ Kp + Kd s 1
controle. – s(Js + B)
é possível obter valores pequenos tanto para o erro estacionário ess, correspondente a uma entrada
em rampa, como para o máximo sobressinal para uma entrada em degrau, fazendo que o valor
de B seja pequeno, o de Kp, elevado, e o de Kd seja grande o bastante para que o valor de ζ fique
entre 0,4 e 0,7.