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Letramento é o estado ou condição de uma pessoa que possui habilidades de leitura e

escrita, o que lhe permite compreender e produzir textos em diferentes situações sociais. O
letramento pode ser considerado como um conjunto de habilidades lingüísticas e culturais,
que vão além do domínio da gramática e da ortografia, incluindo capacidades de
interpretação, reflexão crítica e interação social.

Essa definição é amplamente aceita na área de educação e é defendida por diversos


pesquisadores e teóricos da alfabetização e do letramento, como Paulo Freire, Magda
Soares, Ana Teberosky, entre outros.

Já o multiletramento é um conceito mais amplo que se refere à habilidade de utilizar


diferentes linguagens e múltiplos recursos semióticos (imagem, som, vídeo, hiperlink,
gestos, etc.) para lidar com a comunicação e a produção de sentido no mundo
contemporâneo. O multiletramento reconhece a diversidade de formas de comunicação e a
necessidade de se adaptar aos diferentes contextos e suportes midiáticos.

Essa afirmação foi feita pelos estudiosos de linguística e educação que têm se dedicado ao
estudo do multiletramento. Alguns dos principais nomes nessa área incluem Bill Cope, Mary
Kalantzis, Brian Street, Colin Lankshear e Gunther Kress. Eles têm enfatizado a importância
de reconhecer e explorar a diversidade de modos e mídias através dos quais a
comunicação ocorre na sociedade atual, e de equipar as pessoas com habilidades de leitura
e escrita que permitam a elas participar plenamente dessa nova paisagem comunicativa.

Enquanto o letramento tradicionalmente se concentra na competência em lidar com a língua


escrita, o multiletramento amplia o escopo das práticas de linguagem, considerando que a
comunicação contemporânea é cada vez mais multimodal e interativa. O multiletramento
valoriza a competência comunicativa e a capacidade de mobilizar recursos semióticos
diversos para comunicar ideias e informações em diferentes plataformas e mídias.
Essa afirmação é comumente defendida por estudiosos e pesquisadores que trabalham
com o conceito de multiletramento, como Brian Street, Bill Cope e Mary Kalantzis. Eles
argumentam que, no mundo atualmente, as práticas de linguagem envolvem não apenas a
escrita, mas também outras formas de comunicação, como imagens, vídeos, áudio e
interações online. Assim, para serem considerados competentes em linguagem, os
indivíduos precisam ter habilidades não apenas de leitura e escrita, mas também de
interpretação e produção de diversos tipos de textos em diferentes contextos e situações
comunicativas. Nesse sentido, o multiletramento valoriza a diversidade linguística e cultural
e reconhece a importância das habilidades de comunicação para a vida social e
profissional.

Em resumo, enquanto o letramento enfatiza a habilidade de lidar com a linguagem escrita, o


multiletramento destaca a importância da pluralidade de linguagens e recursos semióticos
no mundo contemporâneo. Ambos são fundamentais para o desenvolvimento de
habilidades comunicativas e de reflexão crítica nas diferentes esferas da vida pessoal,
social e profissional.
Essa afirmação não é atribuída a uma pessoa específica, mas é uma compreensão geral
entre os estudiosos da área de linguística e educação que o letramento e o multiletramento
são importantes para o desenvolvimento das habilidades comunicativas e críticas na
atualidade.

Como modelo de pedagogia crítica, Brian Street afirma que o multiletramento é uma forma
nova e ampliada de letramento que se concentra em vários tipos de linguagem e
habilidades comunicativas necessárias para navegar na sociedade moderna. A pedagogia
multiletrada inclui não apenas a alfabetização tradicional, como a leitura e a escrita, mas
também habilidades para interpretar e produzir imagens, vídeos, gráficos e outras formas de
comunicação visual e multimodal. Além disso, o multiletramento leva em conta a
diversidade cultural e linguística dos alunos, reconhecendo que diferentes comunidades
usam e valorizam diferentes formas de comunicação e conhecimento. Em suma, o
multiletramento reconhece a complexidade e a diversidade das práticas de linguagem em
nossa sociedade e busca formar alunos críticos e reflexivos capazes de se comunicar
efetivamente em diferentes contextos culturais e linguísticos.

VERGNA, M. A. . Concepções de letramento para o ensino da língua portuguesa em


tempos de uso de artefatos digitais. Texto Livre, Belo Horizonte-MG, v. 14, n. 1, p. e24366,
2020. DOI: 10.35699/1983-3652.2021.24366. Disponível em:
https://periodicos.ufmg.br/index.php/textolivre/article/view/24366. Acesso em: 7 maio. 2023.

Magda Soares, renomada educadora brasileira, sempre defendeu que a leitura e


interpretação de textos não são suficientes para garantir uma formação educacional de
qualidade. Segundo ela, a compreensão da língua portuguesa deve estar associada a
outros conhecimentos, como a cultura geral, a história da humanidade e a sociedade em
que vivemos.

Para Magda Soares, é preciso entender que a leitura e interpretação não são fins em si
mesmos e sim meios para se alcançar outros objetivos, como a capacidade de
argumentação, a reflexão crítica e a formação de cidadãos conscientes e participativos.
Além disso, ela também enfatiza que a formação do leitor não deve se restringir apenas às
obras literárias clássicas ou acadêmicas, mas deve abranger diferentes gêneros textuais,
como jornais, revistas, quadrinhos e textos digitais.

Dessa forma, Magda Soares defende uma abordagem mais ampla e interdisciplinar sobre a
língua portuguesa, que incorpore conhecimentos e habilidades de outras áreas do saber,
como a história, geografia, sociologia, ciências políticas e tantas outras disciplinas que
contribuem para uma formação mais completa e integrada do indivíduo.

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