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escrita, o que lhe permite compreender e produzir textos em diferentes situações sociais. O
letramento pode ser considerado como um conjunto de habilidades lingüísticas e culturais,
que vão além do domínio da gramática e da ortografia, incluindo capacidades de
interpretação, reflexão crítica e interação social.
Essa afirmação foi feita pelos estudiosos de linguística e educação que têm se dedicado ao
estudo do multiletramento. Alguns dos principais nomes nessa área incluem Bill Cope, Mary
Kalantzis, Brian Street, Colin Lankshear e Gunther Kress. Eles têm enfatizado a importância
de reconhecer e explorar a diversidade de modos e mídias através dos quais a
comunicação ocorre na sociedade atual, e de equipar as pessoas com habilidades de leitura
e escrita que permitam a elas participar plenamente dessa nova paisagem comunicativa.
Como modelo de pedagogia crítica, Brian Street afirma que o multiletramento é uma forma
nova e ampliada de letramento que se concentra em vários tipos de linguagem e
habilidades comunicativas necessárias para navegar na sociedade moderna. A pedagogia
multiletrada inclui não apenas a alfabetização tradicional, como a leitura e a escrita, mas
também habilidades para interpretar e produzir imagens, vídeos, gráficos e outras formas de
comunicação visual e multimodal. Além disso, o multiletramento leva em conta a
diversidade cultural e linguística dos alunos, reconhecendo que diferentes comunidades
usam e valorizam diferentes formas de comunicação e conhecimento. Em suma, o
multiletramento reconhece a complexidade e a diversidade das práticas de linguagem em
nossa sociedade e busca formar alunos críticos e reflexivos capazes de se comunicar
efetivamente em diferentes contextos culturais e linguísticos.
Para Magda Soares, é preciso entender que a leitura e interpretação não são fins em si
mesmos e sim meios para se alcançar outros objetivos, como a capacidade de
argumentação, a reflexão crítica e a formação de cidadãos conscientes e participativos.
Além disso, ela também enfatiza que a formação do leitor não deve se restringir apenas às
obras literárias clássicas ou acadêmicas, mas deve abranger diferentes gêneros textuais,
como jornais, revistas, quadrinhos e textos digitais.
Dessa forma, Magda Soares defende uma abordagem mais ampla e interdisciplinar sobre a
língua portuguesa, que incorpore conhecimentos e habilidades de outras áreas do saber,
como a história, geografia, sociologia, ciências políticas e tantas outras disciplinas que
contribuem para uma formação mais completa e integrada do indivíduo.