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ANSIEDADE- DEFINIÇÃO

A ansiedade é um sinal de ale rta que adverte o perigo iminente e capacita para medidas
eficientes; quando ansioso o homem se coloca em posição de alarme, tanto física como
psíquica (dilatação das pupilas, aceleração do coração, dilatação dos brônquios e
musculatura enrijecida). Pronto para o ataque ou para a defesa. Pronto para enfrentar a
vida (BEM ESTAR, 2015).

O fato de sentir medo é um fiel aliado presente em momentos de tensão, sendo


mais uma característica da Ansiedade. Certos sentimentos determinados pelo perigo,
pela ameaça, pelo desconhecido e pela perspectiva de sofrimento fazem parte da
natureza humana. Preocupações com a caça, com a mulher, com a sobrevivência
estavam presentes em sua vida, mas a atitude era muito mais instintiva e menos
elaborada. Problemas existiam, mas a capacitação da resolução era o que definiria sua
existência. A ansiedade era o principal instrumento de adaptação às exigências da vida,
portanto, era positivo ser ansioso (BEM ESTAR, 2015).
Segundo Sinico e Winter (2012) a ansiedade é considerada um estado emocional
com componentes tanto psicológicos, como fisiológicos, que faz parte do espectro normal
das experiências humanas, sendo propulsora do desempenho.
O conhecido traz a sensação de segurança e controle, e o novo tem a
capacidade de potencializar a sensação de medo, de algo ruim ou perigoso que pode
vir a acontecer Os sintomas de características psicológicas mostram a interseção entre o
físico e psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos como taquicardia, tremores,
tensão muscular, aumento das secreções e da motilidade intestinal, cefaleia, secura da boca,
sudorese, arrepios, tremor, vômito, palpitação, dores abdominais (MAIS EQUILIBRIO,
2015).
Portanto, para se controlar a ansiedade existem técnicas de relaxamento,
exercícios que levam ao controle da atividade do organismo como meditação ou ioga,
terapias, e medida como sono saudável e atividades prazerosas que podem ajudar na
ansiedade.

2.2 Medo

Corazza (2000) define medo como sendo uma emoção natural do ser humano,
atuando como aliado, protegendo e funcionando como sinalizador contra perigos reais,
precavendo-os. Autora cita ainda que em estudos dentro da Psicologia, encontramos
diversas conceituações sobre o medo, sendo este resultante de uma ameaça à rotina da
existência. O Dicionário Aurélio Online (2015) apresenta as seguintes definições de
medo:

1) Estado emocional resultante da consciência de perigo ou de


ameaça, reais, hipotéticos ou imaginários. 2) Ausência de coragem. 3)
Preocupação com determinado fato ou com determinada possibilidade.
4) Alma do outro mundo.

Corazza (2000) considera que o medo deva aparecer em situações que exigem
atenção e um preparo adequado, com antecedência. Diz ainda que o medo seja uma
emoção natural do ser humano. Não se imagina a vida sem situações onde nós não
tenhamos nos deparado com o “medo”, sendo que ele nos protege e agindo como uma
espécie de aviso contra alguns perigos reais. Se em situações onde objetivos devem ser
alcançados, o medo acaba atuando como regulador da inteligência, visando evitar o
fracasso das metas estipuladas. (CORAZZA, 2000).

2.3 Fobia

Segundo Corazza (2000), a fobia é uma espécie de medo acentuado, excessivo,


desmedido, na presença ou previsão de encontro com o objeto ou situação que causa
ansiedade, num grau elevadíssimo. As pessoas ansiosas e que sofrem de fobia são
pessoas competentes, detalhistas, inteligentes, organizadas, responsáveis, humanas,
porém tem dificuldades de lidar com críticas e sofrem de ansiedade antecipatória.
Segundo pesquisas da autora, realizadas em 1996, esse mesmo perfil é correspondente
para a fobia de dirigir (CORAZZA, 2000).
A fobia deve ser tratada quando a pessoa percebe que a sua vida está limitada e
as dificuldades estão interferindo em diversas áreas de sua vida cotidiana. O tratamento
para Fobia é através de psicoterapia onde se organiza uma escala de exposição ao
objeto, ou a situação que lhe cause ansiedade, por exemplo, no caso medo de dirigir, aos
poucos a pessoa fóbica deverá pegar o volante, podendo num dia tirar o carro da
garagem, e aos poucos vai dando voltas no quarteirão, até que aos poucos passe a
ampliar o percurso (CORAZZA, 2000).
Como relata Corazza (2000) tal diagnóstico traz muito sofrimento e se dá
quando a pessoa começa a se esquivar o tempo todo em relação ao objeto que lhe seja
fóbico, ou ainda quando ocorre ansiedade antecipatória, chegando a afetar a sua rotina
diária e social. As reações fisiológicas, apresentadas pela fobia, são produto de alteração
da noradrenalina (o sistema de “alerta” normal do organismo). Neste caso traz muito
sofrimento a pessoa, pois ela passa a ter medo de sentir este medo, o que ocorre em
situações inesperadas, e sem aviso prévio, sendo que a pessoa não tem controle do que
sente. Com isso a pessoa começa a evitar sair de casa, em locais que antes não tinha
problema, como por exemplo, festas, restaurantes, tudo por medo que a crise se
manifeste e venha sentir mal-estares. Neste caso a Noradrenalina, produzida pelo
organismo em situações de perigo, apresenta-se de maneira desregulada, equivocada,
fazendo com que o fóbico venha a sentir crises com falta de ar, taquicardia, sudorese,
etc. (CORAZZA, 2000).

2.4 Medo de Dirigir

Corazza (2006) relata que a causa do medo de dirigir está nas causas particulares
de cada um, manifestando-se em diversos níveis, da forma mais leve até a mais intensa,
dependendo de influências sociais, ou mesmo do contexto histórico-cultural e do
ambiente em que vive.
Quando o medo de dirigir é manifestado de forma irracional, ou mesmo sem
motivo aparente, e se relaciona com uma visão distorcida do objeto, pode se caracterizar
como uma fobia específica, que é chamada de Amaxofobia (DALGALARRONDO,
2008; ROQUE, 2010). Para Roque (2010 p.1) “a amaxofobia evidencia-se quando o
trânsito passa a ser percebido como uma ameaça irracional e conduzir geram níveis de
ansiedade e estresse anormais, interferindo no dia a dia”.
Para obter um diagnóstico preciso e um tratamento adequado do medo de dirigir,
é necessário que se atente para a diversidade de psicopatologias que podem ser a base
deste problema, bem como para as crenças pessoais que podem estar envolvidas
(BARBOSA, SANTOS, WAINER, 2008). 
Barbosa, Santos e Wainer (2008, p.141), afirmam que “poder dirigir um carro
culturalmente representa maturidade, independência, liberdade”. Desta maneira, existe
uma cobrança da sociedade quanto ao ato de dirigir, pois este se torna atualmente um
item quase “obrigatório” para todos aqueles que querem entrar para o mundo moderno e
adulto. Barbosa, Santos e Wainer (2008), citam que o ato de dirigir um carro, que para a
maioria das pessoas, pode ser algo natural, para outros é fonte de grande sofrimento e
que traz prejuízos psíquicos e sociais. Isso pode ser uma atividade comum à maioria das
pessoas, mas para quem tem medo e não dirige, pode fazer com que se sintam
desqualificados, problemáticos e excluídos. Bellina (2005, p. 16) fala sobre os
julgamentos que a sociedade impõe ao motorista:

[...] a sociedade, o mundo, são, via de regra, muito cruéis com


fóbico de volante, julgando-o diminuindo-o e ridicularizando,
acusando-o de fraqueza, frescura ou incompetência, já que para
muitos o aprendizado de uma habilidade motora (como é o
dirigir) é algo muito simples e natural, ficando inconcebível para
eles entenderem que indivíduos não dirijam por ter medo.

Existe ainda um sentimento de vergonha perante a sociedade que acaba vendo


quem não dirige como fraco ou incompetente. Muitas pessoas não compreendem o
sofrimento de quem vive essa situação e consideram o comportamento de ter medo de
dirigir como “frescura” ou acomodação, sem ter compreensão que o que ocorre seja
uma verdadeira paralisia diante do carro (PASTORE, 2010; BELLINA,2012).
Segundo Corazza (2006), medo do perfeccionista ao dirigir também se estende
a avaliação dos outros, sendo que lhe é insuportável a ideia de ser considerado como
uma pessoa incapaz. No trânsito, o motorista está exposto à avaliação crítica do outro, já
que este é um ambiente social onde as pessoas interagem e onde tomam certas decisões
e atitudes que serão vistas por outros.

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