Mudanças no modo de produção capitalista e a educação
Considerando que, no modo de produção capitalista, a educação assume um papel
crucial na reprodução do sistema, visto que é por meio dela que as pessoas são disciplinadas e se convertem em peças fundamentais para o desenvolvimento das formas estruturantes de produção da vida social no decorrer do processo histórico. O desenvolvimento de formas diferenciadas de se organizar o trabalho no mundo capitalista ocasiona, consequentemente, mudanças nas propostas de educação disponibilizadas à população, visto que, segundo Gramsci (1978 apud KUENZER, 2007), a partir das novas relações de produção/trabalho são concebidos e veiculados novos modos de vida, comportamentos, atitudes e valores.
A cada reconfiguração histórica do modo de produção capitalista, seus gestores
sentem a necessidade de reorientar/reformular seus protótipos de perfis profissionais. Vejamos, no modo de produção taylorista-fordista, demandava-se um trabalhador com conhecimento mínimo para executar tarefas com disciplina. Não se tinha a exigência de um perfil de profissional com formação científico-tecnológica consistente, pois os saberes da experiência, adquirido através na prática, eram a base de suas atividades.
Com o advento do regime de acumulação flexível Toyotismo, surgem novas
exigências de formação para perfis de trabalhadores afeitos à ciência e à tecnologia. Conforme Kuenzer (2007, p. 35), “a crescente cientifização da vida social e produtiva” gerados pelo desenvolvimento científico e tecnológico passou a exigir do trabalhador “apropriação do conhecimento científico, tecnológico, político e cultural”, pois a simplificação do trabalho se deu em função da complexificação da tecnologia, através do desenvolvimento científico.