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Autor: Mariza Penha Munhoz – CRP 06/24811

Interessado: Marcello Luiz Cipullo

Idade:.....51 anos

RG:.....18984959-9.

Estado civil: casado

Escolaridade:.....Universitário completo

Profissão:.........Professor

Assunto: Avaliação Psicológica para fins de Guarda de Custódia em caso de


necessidade de seu neto o menor Mika .Schneider Cipullo.................

1.Descrição da demanda

No dia 07 de fevereiro de 2023, o paciente M.L.C.,51 ....anos, casado, residente na


cidade de .Suzuka.............., Japão, me procurou para um atendimento on line em
virtude de estar apresentando ansiedade, preocupação e tristeza nos últimos dias. No
referido atendimento, observou-se que o paciente apresentava estar visivelmente
extenuado o que por muito tempo isto não havia acontecendo. Na realização da
entrevista clínica e coleta de itens da anamnese, sendo considerado o
estabelecimento de rapport, alguns dados importantes foram verificados.

Informou que há três semanas atrás tem estado muito preocupado por conta dos
problemas relacionados a seu filho e neto, residentes na Alemanha e que, por mais
que não faça uso de medicamentos, tem apresentado sono reduzido e muito triste com
a situação. Outro fato que merece destaque é de que o provando sempre manteve seu
limiar de ansiedade, nunca a nível de comprometer seu rendimento ou saúde
emocional.

Dessa forma, no tocante a sua história pregressa, o paciente desde sua ida ao Japão
sempre realizou períodos de atendimento psicológico com esta avaliadora, que foi
indicada pela família e mesmo diante de várias adversidades que encontrou em outro
País, nunca foram observados elementos que corroboram com sua queixa atual.

2.Procedimentos

Por isso, com base nestas informações, optou-se por reiniciarmos os atendimentos
que decorrem até presente data.
3. Análise

O paciente M.L.C , casou-se no Brasil e foi morar no Japão, teve dois filhos aqui no
Brasil, retornando posteriormente com os mesmos para moradia e convívio familiar no
Japão.

Durante este período o paciente realizou de tempos em tempos, principalmente na


Pandemia, terapias, dele e de sua esposa onde as queixas inicialmente foram de
dificuldades com adaptação às novas condições do País, questões de saúde e
restrições, acessibilidade ao trabalho menos exaustivo e as ansiedades do casal na
nova composição da família com o nascimento do neto.

Em todas as situações não houveram comprometimento de desestabilidade emocional


que prejudicassem sua permanência no País, visto que M.l.C., se formou em
Pedagogia............., formou os filhos, sua esposa trabalha e seu filho foi morar na
Alemanha com uma companheira, ora divorciado no momento.

O retorno de atendimento se refere a retirada de seu neto da presença do pai. A mãe


(Alemã), na Alemanha abandonou a criança deixando ao pai na responsabilidade de
um País estranho, os cuidados de uma criança pequena e a busca de um emprego ao
mesmo tempo.

Relata o paciente que acompanhou toda esta tragédia e que agradece ao País a
acolhida, pois o filho e o neto foram acolhidos pelo Estado porém como eles recebem
muito pouco e necessita cuidar do filho, a família ainda ajuda financeiramente.

Relata, em alto grau de comoção e tristeza que na data de 24 de janeiro de 2023 seu
neto foi encaminhado a uma família protetiva (provisória), na saída da creche e que
quando seu filho foi buscar, não mais o encontrou, como alegação foi de retraimento
da criança e algum déficit cognitivo. De repente é retirado o seu neto e
impossibilitando o contato de toda semana e as brincadeiras que ele tinha com o neto,
mesmo que distante, pela câmera do computador.

M.L.C. é pedagogo, acompanha a vida de seu neto pelo menos uma vez na semana
em chamadas de vídeo e nunca observou nenhum comprometimento nas rotinas do
dia a dia, culpa-se inclusive por não ter visto isto (e que ainda não vê), culpa-se por ter
dado uma criação ao seu filho mais contida, reservada, nos moldes japoneses e que
talvez isto esteja prejudicando sua maneira de se expressar e da mesma forma ter
passado a seu neto que atualmente está sendo avaliado na mais tenra idade sem
levarem em conta as origens de cultura familiar.
4.Conclusão

É muito comum a queixa inicial de pacientes com exaustão e ansiedade ao passarem


por processos de desajustamentos.

Os mesmos quando identificados a causa, como é o caso de M.L.C., orientamos a


busca de solução viável, o que neste caso é plausível.

Desta maneira, no caso em questão, as queixas demonstram ser fator preponderante


para este prejuízo no campo emocional.

Observei em poucas vezes um descontrole afetivo emocional tão grande quanto venho
a observar neste momento.

M.L.C traz claramente a definição de uma quebra da desconstrução familiar, feita


como uma colcha de retalhos, com costumes, moradia, estudo, ausência de parentes
próximos, busca de melhoria, sonhos realizados e a se realizarem, todos eles trazidos
em terapia e superados por todos estes anos, vem novamente se romper como um
trapo velho, sem valor, pois seu neto está sendo retirado do seio familiar.

Mostra-se capacitado à Guarda de Custódia se necessário, inclusive vista como


benefício à família e resgates.

Na resolução, aprovada por 26 votos contra 14 neste 25 de junho de 2014, com seis
abstenções, o Conselho de Direitos humanos da ONU reconhece “que a família tem a
responsabilidade primária de nutrir e proteger as crianças da mesma forma em que as
crianças, para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade,
devem crescer em um ambiente familiar e em uma atmosfera de felicidade, amor e
entendimento”.

Indicação: acompanhamento psicológico realizado

Encaminhamento: Vara Judicial da Alemanha

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