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[Modelo de Requerimentos
& Peças processuais]
2º Volume - 2018
©IPAJ
1
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Ficha Técnica
Título: Manual de Prática Juridica ● Modelo de Requerimentos e peças processuais
Propriedade: Instituto de Patrocínio e Assistência juridica -IPAJ
Coordenação: Direcção de assistência jurídica e judiciária - IPAJ
Edição e Revisão: NVS-Advogados, Lda.
Design & Layout:
impressão:
Tiragem: 1000 exemplares.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada,
transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrónicos ou gravações, sem a permissão por escrito
do autor e do proprietário. Os pontos de vista expressos nesta publicação não são
necessariamente os do IPAJ.
Maputo – 2018.
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INDÍCE
PREFÁCIO ..................................................................................................................... 5
NOTA INTRÓDUTORIA................................................................................................. 6
ABREVIATURAS ............................................................................................................. 7
1. DAS ACÇÕES DECLARATIVAS ORDINÁRIAS ..................................................... 9
1.1. Modelo de Acção declarativa de condenação ................................... 9
1.2. Modelo de Acção declarativa de condenação (2) ........................... 13
1.3. Modelo de Acção declarativa de simples apreciação positiva ...... 17
1.4. Modelo de Contestação à Acção declarativa.................................... 22
1.5. Modelo de Contestação à Acção declarativa (2) ............................. 26
2. DAS ACÇÕES EXECUTIVAS ................................................................................. 34
2.1. Modelo de Acção executiva para pagamento de quantia certa . 34
2.2. Modelo de Acção executiva para pagamento de quantia certa (2)
.................................................................................................................................. 37
2.3. Modelo de Acção executiva para pagamento de quantia certa (3)
.................................................................................................................................. 39
2.4. Modelo de Embargo à Acçao executiva .............................................. 41
2.5. Modelo de Embargo à Acçao executiva (2) ........................................ 45
2.6. Modelo de Embargo à Acçao executiva (3) ........................................ 47
2.6. Modelo de Embargo de Terceiros à Acçao executiva ....................... 50
2.7. Modelo de Embargo de Terceiros à Acçao executiva ....................... 53
3. DAS PROVIDÊNCIAS CAUTELARES ................................................................. 56
3.1. Modelo de providência cautelar de restituição provisória de posse
.................................................................................................................................. 56
3.2. Modelo de providência cautelar de embargo de obra nova.......... 62
3.3. Modelo de contestação providência cautelar .................................... 66
3.4. Modelo de Contestação à providência................................................. 69
5. DAS ACÇÕES POSSESSÓRIAS ............................................................................. 73
5.1. Modelo de Acção especial de manutenção de posse ..................... 73
5.2. Modelo de Acção de reivindicação de propriedade ........................ 77
5.3. Modelo de Acção especial de despejo ................................................. 80
6. DAS ACÇÕES DE FAMÍLIA E MENORES ............................................................ 85
6.1. Modelo de acção de adopção ............................................................... 85
6.2. Modelo de acção de Tutela...................................................................... 88
6.3. Modelo para acção de Invetário obrigatório ....................................... 90
6.4. Modelo de acção de Investigação da Paternidade .......................... 93
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6.5. Modelo de requerimento e acordos para divórcio por mútuo
consentimento ...................................................................................................... 96
6.6. Modelo de acordos extrajudicial para separação e divisão de coisa
comum ................................................................................................................. 104
7. DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO............................................................ 107
7.1. Modelo de Suspensão Da Eficácia do Acto Administrativo ............ 107
7.2. Modelo de Recurso contencioso para declaração de nulidade do
acto administrativo ............................................................................................ 112
Proc. n. .................................................................................................................. 112
7.3. Modelo de Intimação contenciosa para comportamento de órgão
administrativo ...................................................................................................... 119
Proc. n. .................................................................................................................. 119
8. DOS RECURSOS ................................................................................................... 122
8.1. Modelo de Recurso Extraordinário ......................................................... 122
8.2. Modelo de Recurso de apelação .......................................................... 127
9. RECLAMAÇÃO POR RETENÇÃO DO RECURSO ........................................... 136
10. CARTAS/INTERPELAÇÕES EXTRAS JUDICIAIS ............................................... 139
11. ACORDOS DE TRANSACÇÃO ........................................................................ 143
11. REQUERIMENTO DA EXTINÇÃO DA INSTÂNCIA .......................................... 149
12. ACORDOS REVOGATÓRIOS .......................................................................... 150
13. MODELOS DE RESPOSTAS À NOTA DE CULPA ............................................ 155
14. RECURSO GRACIOSO DA DECISÃO DO PROCESSO DISCIPLINAR ........ 165
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PREFÁCIO
5
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NOTA INTRÓDUTORIA
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ABREVIATURAS
A –Autor
C. Civil – Código Civil
Cod. Com – Código Comercial
CPC – Código de Processo Civil
CRM – Constituição da Republica de Moçambique
IPAJ – Instituto de patrocinio e Assistência jurídica
LF – Lei da Família
MP - Ministério Publico
R – Réu
Segt(s) – Seguinte (s)
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Modelo de Requerimentos
&
Peças processuais
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1. DAS ACÇÕES DECLARATIVAS ORDINÁRIAS
Dos Factos
1.º
A e a R celebraram um contrato de prestação de serviços de saúde, a
favor dos clientes da R conforme atesta o doc. Anexo sob n.º 1.
1 Ao intentar-se a acção pela primeira vez, não se coloca o número de processo, nem a
secção, pois, estes irão resultar do processo de distribuição interna na secretaria do
Tribunal, podendo-se, no entanto, tendo em conta o Tipo de processo referir que o
processo irá decorrer na secção cível ou criminal do Tribunal.
2De acordo com a al. a) do n. 1 do artigo 467 do CPC, na petição, com que se propõe
a acção, deve o autor identificar as partes, indicando os seus nomes, domicílios (pessoa
singular) ou sedes (pessoa colectiva) e se possível a profissão e local de trabalho. Nada
obsta que se possa indicar outros dados que permitam o oficial de diligência a
localização das partes como seja o número de telefone, o estado civil das partes de
forma a determinar a capacidade judiciária e a legitimidade das partes, bem como a
idade naquelas situações em que a parte ou as partes sejam solteiras.
3Nada impede que o autor possa usar outros termos, por exemplo: “vem intentar contra;
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2.º
Nos termos do referido contrato ficou acordado que A. devia prestar
assistência médica, apresentar facturas dos serviços prestados, indicando
os valores a serem pagos pela R, o que sempre foi feito por parte do A.
3.°
Conforme acordado A foi recebendo em nome da R., pacientes para
consultas e tratamentos médicos, cumprindo desta forma com as suas
obrigações contratuais.
Sucede que,
4.°
A, enviava frequentemente facturas em cobrança, a R mas esta nunca
se dignou a efectuar os pagamentos das mesmas.
De referir que,
5.°
Por constatar-se avultados danos causados pelo incumprimento reiterado
do contrato por parte da R, o A esgotou a sua paciência e decidiu
suspender a prestação dos serviços, que aliás, é uma das medidas
previstas no contrato (Cláusula 5ª).
6.º
Os serviços foram prestados até o mês de Fevereiro de 2016, totalizando
uma divida no valor 1.141.179.00Mts (Um milhão, cento quarenta e um mil,
cento setenta e nove meticais) conforme atesta as facturas anexas sob
nº 2.
7.°
Várias, foram as tentativas verbais com vista a ultrapassar o diferendo de
forma extra-judicial mas infelizmente não surtiram o efeito desejado, muito
menos o tempo, fez a R considerar.
8.°
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Ainda no âmbito da resolução extra judicial enviou uma carta de
interpelação a R., para o pagamento da dívida, (Vide doc. anexo sob n.º
3).
9.º
Como forma de reconhecimento da divida a R enviou um e-mail
propondo o pagamento da mesma em sete prestações, o que foi
recusada pela A, por não ser confortável. (Vide documento anexo sob n.º
4).
10.º
Importa referir que, dias depois de A enviar a sua contraproposta foi
enviando vários e-mails a exigir algum pronunciamento por parte da R.,
mas infelizmente esta optou pelo absoluto silêncio, confirmando desta
forma a sua falta de vontade em resolver o diferendo de forma pacífica.
(Vide docs. anexo sob n.º 5).
Do Direito
11.º
Conforme previsto no artigo 406.º do C. Civil as partes contratantes
devem cumprir pontualmente os contratos. A.;cumpriu com a sua
obrigação de prestação de serviços de assistência médica aos pacientes
da R., porém, esta não cumpriu com a sua obrigação de pagar o preço
a A.;
12.º
Dispõe o artigo 798.º e nº 1 do artigo 804 do C. Civil que, “o devedor que
falta culposamente ao cumprimento da obrigação, torna-se responsável
pelo prejuízo que causa ao credor” por interpretação desta disposição
legal, a R. é responsável por todos os danos que causou à A. com o
incumprimento da sua obrigação de pagar o preço devido.
13.º
11
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Mais ainda, o devedor considera-se constituído em mora quando, por
causa que lhe seja imputável, a prestação, ainda possível, não foi
efectuada no tempo devido”, conforme estatui o artigo 804.º do C. Civil.
14.º
Nas obrigações pecuniárias, a indemnização compreende os juros, a
contar do dia da constituição em mora (art. 806.º, n.º 1 do C. Civil), os
juros são os legais (art. 806.º, n.º 2 do C. Civil), cuja taxa é de 5% (art. 559.º
do C. Civil).
Do Pedido
Nestes termos, e nos mais de direito ao caso aplicável, e com
mui douto suprimento de V. Excia,requerque recebida a
presente acção, por provada deve ser, condenada a Ré a
pagar a Autora, a quantia de1.141.179.00Mts (Um milhão
cento quarenta um mil, cento setenta novemeticais),
acrescido de juros de mora vincendos, calculados à taxa
legal de 5% até integral pagamento, bem como as custas e
demais encargos processuais.
Para tanto, requer-se a V. Excia. se digne ordenar a citação
da Ré para, querendo, contestar, no prazo e sob cominação
legal, seguindo os demais e ulteriores termos até final.
4Estabelece o n. 2 do artigo 467 do CPC, que com a petição inicial, o autor deve juntar
documentos (documentos que provem os factos invocados na petição inicial),
apresentar o rol de testemunhas, que não pode exceder a vinte n. 1 do artigos 632 do
CPC, podendo as partes, no prazo de cinco dias depois de notificados do despacho
saneador, se a ele houver lugar, alterarem querendo o rol de testemunhas e requerer
quaisquer outras provas ou alterar os meios probatórias requeridos nos articulados ou no
prazo de quinze dias antes da data em que se realiza a audiência de julgamento – n. 1
do artigo 512 conjugado com o n. 1 do artigo 631 do CPC, sob pena de não poder fazê-
lo à posterior.
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Local, data, mês e ano
Mandatário
_____________________
Nome e assinatura do mandatário
CP nº
1.2. Modelo de Acção declarativa de condenação (2)
Dos Factos
1.º
O A é um engenheiro agrónomo dedicando-se igualmente a actividade
de consultoria na área agrária.
2.º
Foi assim que o A; conheceu os RR que se dedicam a comercialização de
produtos agrários numa farma no Distrito de Boane.
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3.º
Em virtude dessa relação de amizade no dia 22 de Setembro de 2014, os
ora RR solicitaram ao ora A um empréstimo monetário no valor de
250.000,00mts (duzentos e cinquenta mil meticais).
4.º
O referido montante destinava-se a produção e venda de dois hectares
de tomate e deveria ser reembolsado em função da respectiva
produção e venda.
5.º
Portanto, a parceria entre o A e os RR cingia-se na disponibilização do
valor (250.000,00mts) por parte do A ficando os RR responsáveis pela
gestão do processo produtivo.
6.º
O processo de produção que iniciou em 2015 permitiu visitas de campo
por parte do A, sendo que a última das quais, lhe permitiu constatar o
bom estado de desenvolvimento da cultura (tomate).
7.º
Acontece que, os ora RR não envolveram o A no processo de venda da
produção (tomate) e muito menos o informaram das receitas obtidas
nesse processo.
8.º
Aliás, só depois de muita insistência por parte do A é que o informaram
que o processo não tinha corrido conforme planeado e que os RR tinham
tido prejuízos e se comprometeram a apresentar as respectivas contas.
9.º
Ocorre que até ao presente momento os RR não apresentam as tais
contas e muito menos se dignam a restituir o valor ora recebido, não
obstante diversas interpelações nesse sentido (vide docs em anexo).
10.º
14
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Mais ainda, é que tentativas de resolver este assunto amigavelmente não
lograram nenhum resultado por culpa dos RR.
11.º
O comportamento dos RR não só é abusivo como demonstra que os
mesmos se pretendem enriquecer á custa do sacrifício do A.
12.º
Sabem os RR que o A é engenheiro agrónomo e consultor na área e
acompanhou o processo de produção até quase á colheita tendo
apenas sido excluído do processo de venda só para os RR ficarem com
os rendimentos.
Do Direito
13.º
Dispõe o nº1 do artigo 473.º do C. Civil que “aquele que, sem causa
justificativa, enriquecer á custa de outrem é obrigado a restituir aquilo
com que injustamente se locupletou.”
14.º
Nos termos do artigo 227 do C. Civil, as partes devem sempre agir
segundo as regras de boa-fé sob pena de responder pelos danos que
culposamente causar a outra parte.
15.º
Devem, pois, os RR solidariamente ao A não só 250.000,00 MZN (duzentos
e cinquenta mil meticais) como também 40% deste valor correspondente
a 100.000,00mts (Cem mil meticais) totalizando assim 350. 000,00mts
(trezentos e cinquenta mil meticais), conforme pontos 1 e 8 do contrato.
16.º
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Uma vez que A acompanhou todo o processo de produção até quase á
colheita e foi excluído do processo de venda, nos termos do nº1 do artigo
406.º do C.Civil “o contrato deve ser pontualmente cumprido.”
Do Pedido
O mandatário
5Tem sido prática a não identificação correcta das testemunhas, colocando-se apenas
o nome completo e o termo “notificáveis através do “Autor ou do Réu”, procedendo-se
contra a norma prevista no n. 1 do artigo 619 do CPC que estabelece que “As
testemunhas são designadas no rol pelo seus nomes, profissões e moradas e outras
circunstancias necessárias para as identificar”.
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____________________
Nome/assinatura do mandatário
C.P nº
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Dos factos
1.º
O ora A; celebrou em 1976, com o primeiro co-réu (APIE), um contrato de
arrendamento de um imóvel,nº 211, localizado na Av. Albert Lithuli com o
nº18-1 r/c, esquerdo, nesta Cidade de Maputo, descrito na Conservatória
de Registo Predial sob o nº8472, folhas 173, Livro B/23, vide cópia de
documento que vai em anexo como doc 1 e que se dá por
integralmente reproduzido para todos efeitos legais.
2.º
O referido imóvel é uma fracção autónoma “B-1” R/C, que integra uma
oficina, arrumo, duas casas de banho e um vestiário, conforme atesta a
certidão anexa como doc. 2 e que se dá por integralmente reproduzida
para todos efeitos legais.
3.º
O ora A; requereu ao primeiro Co-réu (APIE) a compra do referido imóvel
por via de adjudicação uma vez ser (até ao presente momento) inquilino
e cumpridor de suas obrigações contratuais, conforme atestam os
documentos 3 a 8 e que se dão por integralmente reproduzidos para
todos efeitos legais.
4.º
O A; requereu a compra do imóvel mas, redundou em fracasso,
alegadamente, por o primeiro co-réu (APIE) ter adjudicado parte da
fracção ocupada pelo A;(Arrumo) a favor do segundo co-réu, Joaquim
Paraíso, por sinal seu vizinho do 2º andar.
5.º
Portanto, não obstante o A; ocupar e possuir efectivamente a posse do
imóvel desde 1976 (nunca perdeu tal posse) e encontrar-se a pagar as
rendas normalmente, não podendo compra-lo, supostamente, porque o
mesmo foi atribuído ao segundo co-réu, Joaquim Paraíso.
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6.º
Sublinhe-se que, a fracção autónoma “B-1” esquerda, propriedade do
Estado (APIE) e que é composta por uma (1) oficina, (1) arrumo, (2) duas
casas de banho e vestiário é o imóvel ocupado pelo A; desde 1976 e
onde sempre exerceu suas actividades comerciais, vide alvarás que vão
anexo como doc. 9 que se dá por integralmente reproduzido para todos
efeitos legais.
7.º
Não entende pois, o A, como foi possível o primeiro co-réu (APIE) ter
adjudicado o seu imóvel ao segundo co-réu, Joaquim Paraíso, seu vizinho
do 2º andar, se este imóvel nunca foi abandonado e tem rendas em dia
até á actualidade, vide cópias de documentos já anexo como docs 3 a
8.
8.º
Não entende ainda como é possível o primeiro co-réu (APIE) adjudicar o
imóvel a um terceiro, mas entretanto, continuar a receber rendas do
mesmo imóvel por parte do A; até ao presente momento, conforme
atestam os documentos 3 a 8.
9.º
O que intriga o A; é como foi possível o imóvel ser adjudicado ao seu
vizinho do 2º andar, o segundo co-réu, sabendo este, que o A; sempre
desenvolveu aí as suas actividades comerciais, conforme os documentos
10 a 12 e que se dão por integralmente reproduzidas para todos efeitos
legais.
10.º
Esta situação está a provocar limitações e impedimentos no livre exercício
de direitos sobre o imóvel que ocupa, o que tem lhe trazido enormes
prejuízos em benefício do segundo co-réu.
11.º
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Não pode o A, por exemplo, concorrer a empréstimos bancários para
financiar a sua actividade comercial, por não possuir a propriedade do
imóvel que ocupa, (desde 1976).
Do Direito
12.º
O A; nunca perdeu a posse efectiva do mesmo e a sua posse é titulada,
de boa-fé, pacífica e pública, nos precisos termos estabelecidos pelos
artigos 1259, 1260, 1261 e 1262 todos do C. Civil.
13.º
A nulidade é invocável a todo o tempo por qualquer pessoa interessada
e pode ser declarada oficiosamente pelo Tribunal, conforme estabelece
o artigo 286 C. Civil.
14.º
A propósito deste aspecto Ana Prata, Dicionário Jurídico, Vol 1, 5ª edição,
Almedina, página 973, escreve que a nulidade caracteriza-se por ser “um
negócio jurídico que, por enfermar de um vício grave, não produz ab
initio os efeitos jurídicos que lhe corresponderiam… A nulidade é, em
regra, insanável.”
15.º
Assim, tendo o primeiro co-réu (APIE) adjudicado o imóvel ao segundo
co-réu Joaquim Paraíso e negando a APIE ao ora A os seus mais
elementares direitos de inquilino (o direito de preferência na compra do
mesmo) tal adjudicação deve ser declarada nula e de nenhum efeito.
Do Pedido
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a) Ser declarado nulo e de nenhum efeito a adjudicação do imóvel
sito na Av. Albert Lithuli, nº18-1,R/C, esquerdo, feita pelo primeiro
co-réu (APIE) ao segundo co-réu, Joaquim Paraíso.
b) Ordenar-se, em consequência, o processo de adjudicação do
referido imóvel a favor do A, legítimo ocupante e arrendatário do
imóvel desde 1976.
c) Condenar-se os co-réus, solidariamente, no pagamento das custas
judiciais e procuradoria condigna.
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1.4. Modelo de Contestação à Acção declarativa
POR EXCEPÇÃO:
1.º
A presente acção tem como objectivo declarar-se nulo o contrato de
compra e venda de imóvel celebrado entre a Ré , e o irmão mais velho
dos AA, relativamente ao imóvel que constitui a Flat n.º 10, sito no 8.ͦandar
do prédio n.º 1200, Av. 25 de Setembro, cidade de Maputo.
2.º
Sucede que o referido negócio jurídico foi celebrado em 13 de Julho de
1999, conforme escritura pública em anexo sob Doc. 1, e feito de seguida
o respectivo registo, em 29 de Julho do mesmo ano, como se retira da
cópia integral da certidão junta pelos AA, em anexo na sua PI; (Vide
Inscrição n.º 2301, a folhas 30 do Livro G 50 da Conservatória o Registo
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predial de Maputo), bem como certidão predial actualizada sob Doc. 2,
em anexo.
3.º
Passam, neste momento dezoito (18) anos após a aquisição do imóvel
por parte da Ré, e esta surpreende-se com esta demanda, que entende
que não faz qualquer sentido.
4.º
Conforme se extrai do artigo 1.287.ͦ do C. Civil, a posse do direito de
propriedade ou de outros direitos reais de gozo, mantida por certo lapso
de tempo, faculta ao possuidor, salvo disposição em contrário, a
aquisição do direito a cujo exercício corresponde a sua actuação: é o
que se chama Usucapião.
5.º
A usucapião de imóveis ocorre, e tem lugar, conforme preceitua o artigo
1.294.ͦ do C. Civil, havendo título de aquisição e registo deste, a) quando
a posse, sendo de boa-fé, tiver durado por dez anos, contados deste o
registo, e,
b) Quando a posse, ainda que de má-fé, houver durado quinze anos,
contados da mesma data;
Ora,
6.º
O imóvel em alusão encontra-se na posse da Ré, há dezoito anos, e foi
adquirido de boa-fé, e consta do registo a seu favor como facilmente se
pode provar com os documentos acima referidos.
7.º
À usucapião são aplicáveis, com as necessárias adaptações, as
disposições relativas à suspensão e interrupção da prescrição (art. 1.292.ͦ
C. Civil), uma vez esta invocada, os seus efeitos retrotraem-se à data do
início da posse (art. 1.288.ͦ do C. Civil).
8.º
Uma vez invocada a usucapião, como é o presente caso, para além de
outras formas, a usucapião é uma das formas de aquisição de bens
23
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imóveis, o que nos remete à prescrição, que é excepção peremptória,
que importa a absolvição total ou parcial do pedido e consiste na
invocação de factos que impedem, modificam ou extinguem o efeito
jurídico dos factos articulados pelo autor, como dispõe o n.º 3 do artigo
493.ͦdo CPC, conjugado com a alínea b) do artigo 496.ͦdo mesmo
Diploma legal.
9.º
Donde resulta que nem deve, sequer, a acção seguir, porquanto
estamos em face de um facto extintivo do efeito jurídico pretendido.
A aquisição do imóvel ocorreu no ano de 1999, e só hoje, em 2017, é que
se leva adiante a acção, o que periga a segurança jurídica.
13.º
A Ré adquiriu o imóvel de boa-fé, e em nenhum momento a mesma
tenha entrado em conluio com o vendedor, ora falecido, pois, conforme
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acima referido, o negócio inicia ainda em vida do pai dos AA, tendo
aquele conferido poderes ao filho mais velho como o demonstra a
procuração em anexo, e indicada sob Doc. 3.
14.º
Não constitui verdade o vertido nos articulados IV, V e VI da PI,
nomeadamente que o irmão mais velho dos AA e a Ré tenham usado
meios fraudulentos, como a falsificação de assinatura do pai dos AA,
porquanto há evidências claras do seguimento do expediente, uma vez
que a procuração foi emitida em três de Março de 1997, e o negócio
realizado dois anos depois, nomeadamente em 13 de Julho de 1999.
15.º
Verifica-se, nos autos, uma habilitação de herdeiros, feita apenas no ano
de 2016, volvidos dezassete anos após a transmissão do bem. Que
expectativas têm, os AA, após o curso deste tempo, quando a coisa já
não pertence ao de cujos. Tanto a habilitação de herdeiros, como a
presente acção são extemporâneos, não existindo quaisquer razões, nem
legais, muito menos factuais.
16.º
Para além de que o valor da causa referido é susceptível de correcção,
tendo em conta as épocas, pois, em 1999, o imóvel foi vendido ao preço
de 80.000.000,00Mzn, como o atesta a escritura pública, e hoje, o seu
custo é naturalmente diferente.
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Que seja considerada improcedente a acção, porque infundada e a
Réa ser absolvida do pedido, com a consequente imputação do A.
ao pagamento das custas, procuradoria e honorários de advogado;
Só assim far-se-á a sã,
JUSTIÇA
Valor da Causa: o da Petição Inicial
Testemunhas: (nome completo, profissão, morada e outras circunstancias
necessárias para as identificar)
Junta: Procuração forense, documentos de prova e duplicados legais
O mandatário
___________________
(Nome e assinatura do mandatário)
CP n.º…..
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QUESTÃO PRÉVIA
POR EXCEPÇÃO.
27
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1.º
Na presente acção declarativa de condenação comum ordinária, a
correr termos na 1ª secção do tribunal judicial do distrito Municipal de
Nacala-Porto veio o A atribuir a mesma o valor de 1.103.223,20mts.
2.º
Os tribunais judiciais de distrito estão divididos em de 1ª e de 2ªclasses e
têm competências limitadas. Salvo o erro, o tribunal judicial do distrito de
Nacala-Porto é um tribunal judicial de distrito de 1ª classe cuja
competência vai até cem vezes (100) o salário mínimo nacional, vide al.
b) do n. 1 do artigo 84 da Lei n. 24/2007, de 20 de Agosto conjugado com
a Resolução nº1/09, de 18 de Maio, do Tribunal Supremo.
3.º
Clara e inequivocamente o referido valor está além da competência
desse Douto Tribunal, pois, sendo o salário mínimo nacional de 3.996,00
Mzn significa que esse Tribunal só pode julgar acções até 399.600,00 Mzn.
4.º
Assim, ao abrigo do disposto no artigo 108.º;nº1 do artigo109.º; nº2 do
artigo 493.º, e al.f) do nº1494.º todos do CPC, este douto tribunal é
incompetente em razão do valor para julgar a presente acção, devendo
em consequência, absolver aRé da instância ou se não for esse o
entendimento de V.Excia remeter os autos ao tribunal competente.
B) DA ILEGITIMIDADE DO RÉ.
5.º
Da análise da presente p.i. resulta que o A intentou a acção para que Ré
seja “condenada na entrega imediata da viatura…”
6.º
28
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Ora, salvo o devido respeito, julgamos que há um equívoco na intenção
do A pois a Ré não tem de fazer entrega de viatura alguma por não existir
qualquer contrato entre ambos nesse sentido.
7.º
A entrega da viatura cabe ao despachante contratado pelo A; se a J
GLOBAL tivesse pago as despesas de armazenagem.
8.º
Portanto, a Ré apenas intermediou entre o A e a JGLOBAL (esta que é
representante da BE FOWARD) vendedora da viatura no Japão.
9.º
Portanto, conforme se pode ver a relação é entre o A e a J GLOBAL
(representante da BE FOWARD) sendo aRé parte ilegítima.
10.º
A ilegitimidade é uma excepção dilatória que leva a absolvição do Ré
da instância tal como prescrevem aal. d) do nº1 do artigo 288.º; al.b) do
nº1 do artigo 474 e nº2 do artigo493 e al.b) do nº1 do 494 todos do CPC,
o que desde já se requer.
11.º
Da análise dos presentes autos o A; chamou-a de declarativa de
condenação, comum ordinária e em seguida narra uma série de
“alucinações” que designou de factos.
12.º
29
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No entanto, no final e em jeito de conclusão pede que R seja
“condenada na entrega imediata da viatura nas mesmas condições em
que fora colocada no navio no Japão.”
13.º
Portanto, o A; pretende a entrega judicial de um bem (neste caso
concreto a sua viatura) mas fá-lo de uma forma errada, pois,
14.º
Pede entrega judicial de um bem (viatura) numa acção declarativa de
condenação, o que não é permitido por lei.
15.º
As acções de entrega judicial são acções especiais que vêm reguladas a
partir do título IV (dos processos especiais) e capitulo VIII (da posse ou
entrega judicial), do CPC.
16.º
Assim, por serem acções especiais têm uma tramitação processual que
não se compadece com a seguida pelo A.
17.º
Até porque as acções especiais não se cumulam com as acções comuns
tal como fez o A, ou seja, a acção declarativa de condenação não se
cumula com a acção especial de entrega judicial.
18.º
É pois manifesta a ineptidão da presente p.i. e uma petição inepta é uma
petição nula devendo, por isso, ser liminarmente indeferida tal como
prescrevem a al.c), nº2 do artigo 193.º; al.a) do nº1 do artigo 474 e al.a)
do nº1 do 494 todos do CPC, o que desde já se requer.
30
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1. À CAUTELA IMPUGNANDO.
19.º
A presente p.i. não deve proceder por invocar uma série de factos irreais,
à excepção dos pontos 1, 2, 3, 4, 5 e 6 que são verdadeiros os restantes
pontos são meras invenções do seu mentor com objectivo de lograr fins
inconfessos, pois,
20.º
Sabe o A; que não existe qualquer contrato de compra e venda de
viatura celebrado com a aqui Ré. Neste processo a Ré interveio, apenas,
como agente intermediário entre o A e o vendedor (BE FOWARD
representada pelo agente JGLOBAL)
21.º
Neste processo cabia a Ré, na qualidade de agente intermediário, o
envio de toda a documentação do A ao agente J GLOBAL LOGISTIC,
apenas isso.
22.º
Por isso não constitui verdade que aRé tem de entregar a viatura em
causa ao A, isto é, quem deve fazer a entrega da viatura é o vendedor
(BE FOWARD-representado pela J GLOBAL, através do despachante
aduaneiro do A.
23.º
No entanto, para que tal aconteça a J GLOBAL-representante da Be
Foward deve efectuar o pagamento das taxas de armazenagem do
contentor onde vem a viatura.
24.º
O A; sabe que o que derivou a falta de entrega da viatura foi a falta de
pagamento das taxas de armazenagem por parte do J GLOBAL,
conforme atesta o documento 1 que vai em anexo.
31
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25.º
Como intermediário, a Ré tudo fez para que o processo pudesse ter um
desfecho satisfatório para o A. Porém, encontrou alguma insensibilidade
por parte da JGLOBAL em relação ao contentor em que se encontrava a
viatura em causa, vide documentos 2 e 3 em anexo.
26.º
O A; não ignora que nos termos do artigo 342.º do C. Civil “àquele que
invocar um direito cabe fazer a prova dos factos constitutivos do direito
alegado,” pois,
27.º
O contrato que o ligavaa Ré era de mera intermediação (e não de
compra e venda) entre a GLOBAL - o vendedor) e o comprador o A, não
podendo por isso imputar-lhe qualquer responsabilidade na falta de
entrega da viatura em causa.
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______________________
(Nome e assinatura do mandatário)
C.P nº
33
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2. DAS ACÇÕES EXECUTIVAS
DOS FACTOS
1.º
Por acordo entre a Exequente e a Executada, homologada por sentença
no Proc. n.º 30/16/A, a executada reconheceu e comprometeu-se a
pagar a quantia de 1.141.179,00Mts (um milhão, cento e quarenta e um
34
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mil, cento setenta e nove meticais), proveniente de prestação de serviços
de saúde pela Exequente.
2.º
No referido acordo, a executada deveria pagar a divida em prestações
mensais até ao dia 05 de cada mês, sendo que até a presente data teria
feito o pagamento integral da divida cujo termo era o mês de Setembro
2017.
3.°
Acontece que, a executada não cumpriu com o acordo firmado, tendo
apenas efectuado uma única prestação, no valor de 200.000,00Mts
(Duzentos Mil Meticais) que foi paga no momento da assinatura do
acordo.
4.º
Porque a exequente privilegia a resolução extra judicial de conflitos,várias
foram as tentativas de cobrança do valor em causa, onde chegou-se a
propor ao executado para reestruturar a divida de acordo com as suas
capacidades, o que infelizmente resultou num fracasso.
5.º
Assim sendo deve a Executada à Exequente, o valor de 941.179,00Mts
(Novecentos quarenta e um mil Cento Setenta e Nove Meticais) e ainda
juros moratórios vencidos calculados desde o mês de Fevereiro do ano
2013, altura em que se constitui a divida, a taxa legal de 7% calculados
pela taxa legal de 5% nos termos do art.º. 559 do C. Civil até ao integral
pagamento.
DO DIREITO
6.º
O documento que serve de base a presente execução é uma sentença
homologatória que nos termos da alínea d) do artigo 46 e 48 do CPC
constitui título executivo.
7.º
35
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Nos termos do nº 1 do artigo 833º do C.P.C, a executada tem a
faculdade de indicar os bens sobre os quais a penhora há-de recair,
devendo os bens indicados serem suficientes para o pagamento do
crédito do exequente e das custas.
10º
Sendo que, nos termos do art. 924 do CPC é dada a Exequente a
possibilidade de nomear bens à penhora logo no requerimento
executivo.
DO PEDIDO
11º
Face ao exposto, vem a Exequente requerer que se digne:
Ordenar a Executada a proceder ao pagamento da quantia de
941.179,00Mts (Novecentos quarenta e um mil Cento Setenta e
Nove Meticais).
Ordenar a penhorados saldos das contas bancárias que
eventualmente a Executada seja titular ou co-titular em qualquer
balcão dos Bancos infra indicados, ate a concorrência da divida
exequenda de 941.179,00Mts (Novecentos quarenta e um mil
Cento Setenta e Nove Meticais), nomeadamente:
Barclays Bank Moçambique, SA; Banco Comercial e de
Investimentos – BCI;Banco de Desenvolvimento e Comércio
S.A.R.L;Millenium BIM, SA,;Banco Mercantil e de
Investimentos;Standard Bank;African Development Bank – ADDB –
Banco Africano de Desenvolvimento; First National Bank – FNB;ABC -
African Banking Corporation (Mozambique), SA;MCB –
Moçambique the Mauritius Commercial Bank.
36
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O mandatário
___________________
Nome e assinatura do mandatário
CP nº
1º
37
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Por sentença proferida nos autos que correram termos na 3.ª Secção do
Tribunal Judicial da Província de Niassa, com o processo nº. 13/2016,
foram os Executados condenados a pagar ao Exequente a importância
de 169,000,00 Mzn (Cento sessenta e nove meticais), conforme consta da
certidão de sentença - doc. 1 que se reproduz integralmente para todos
os efeitos legais.
2º
3º
4º
O Mandatário
38
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----------------------------
Nome e assinatura do mandatário
CP nº
2º
39
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De acordo com o referido documento o Executado se comprometia a
pagar o referido montante em duas prestações até ao dia 1 de Abril de
2015 – conforme o documento já anexo.
3º
O Mandatário
____________________________________
Nome e assinatura do mandatário
40
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CP nº
2.º
Os ora, aqui, executados, tem conhecimento do curso de uma acção
ordinária n. 45/12-A da qual aguardam audiência de discussão e
julgamento e posterior sentença, desconhecendo, assim, a existência de
41
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qualquer título (sentença), que o exequente faz menção na presente
acção de execução;
3.º
A ter havido citação e/ou notificação de sentença, esta há-de ter sido
feita em pessoas diversas das dos réus, ora executados e dos seus
mandatários judiciais, porquanto, compulsando o processo verifica-se
que a assinatura que consta da certidão de sentença junta aos autos do
processo do qual se requer apenso não é do mandatário judicial.
4.º
Estabelece o n.º 1 do artigo 233.º do CPC que a citação é feita na
pessoa do réu e só se faz noutra pessoa quando a lei expressamente o
permite ou quando o réu tiver constituído mandatário, com poderes
especiais para o receber mediante procuração passada há menos de 4
anos.
Ora,
5.º
Na procuração junta ao processo os réus, ora executados, não
constituíram mandatário com poderes especiais, mas simples poderes
forenses para além de que não foi sequer assinada a certidão por
nenhum deles.
6.º
Conforme ensina, Carlos Mondlane, op. cit, em comentários ao artigo
233.º do CPC, a modalidade mais importante da citação é a pessoal, ou
seja, a efectuada pelo oficial de justiça na própria pessoa do réu ou do
seu representante.
7.º
Ora, a citação feita na pessoa diversa da do réu, considera-se feita com
preterição de formalidades essenciais, equivalendo a falta de citação,
que é por conseguinte nulo todo processado posterior, nos termos da al.
b) do n.º 2 do artigo 195.º do CPC.
Para além de que,
42
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8.º
A falta de citação no caso de pluralidade de réus traz consigo graves
consequências conforme dispõe o artigo 197.º do CPC;
9.º
É de praxe que uma vez exarada a sentença, esta é lida em tribunal na
presença de ambas as partes, e se assim não for, devem, as partes serem
devidamente notificadas da mesma.
Acontece que,
10.º
Nem os executados nem os seus mandatários judiciais foram notificados
da sentença do processo em que se encontram envolvidos.
11.ͦ
Nos termos da alínea b) do artigo 813º do CPC, constitui fundamento
para oposição. A falsidade do processo ou do translado ou infidelidade
deste, quando uma ou outra influa nos termos da execução.
12.º
A alínea b) do artigo 813º do CPC ao mencionar a falsidade do processo
como fundamento de oposição diz respeito ao processo declaratório,
onde haja proferido a decisão exequenda. Este dispositivo não abrange
a falsidade de qualquer termo isolado do processo de declaração, nem
menos a falsidade da sentença. (vide comentários do Carlos Mondlane)
Ademais,
13.ͦ
A falta de intervenção no processo, atenta contra o direito fundamental
constitucionalmente consagrado, nomeadamente, o direito a defesa,
(vide artigo 62.ͦ CRM), pois, impossibilitou os réus de primeiro conhecerem
43
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o conteúdo da sentença, e segundo recorrerem da mesma, em caso de
se não conformarem.
14.º
Nestes termos, nos melhores de direito e sempre com o mui douto
suprimento de V. Excia., requer-se que seja julgada improcedente a
execução, devido:
A falta de intervenção no processo e falta de citação do conteúdo
da sentença na acção declarativa ordinária n. 45/12-A
A falsidade no processo conforme estabelece a al. b) do artigo 813
do CPC;
Valor da acção: o da pi
Junta: Procuração forense e duplicados legais
___________________________________
Nome/Assinatura do mandatário
C.P nº
44
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2.5. Modelo de Embargo à Acçao executiva (2)
1.º
A presente execução deve ser julgada improcedente por não estar
assente num título executivo, pois, nos termos do n.º 1, artigo 45.º do CPC,
Toda a execução tem por base um título, pelo qual se determinam o fim
e os limites da acção executiva, e o artigo 46.º do mesmo Diploma legal,
faz a enumeração taxativa das espécies de títulos executivos;
2.º
Compulsado o processo não se vislumbra qualquer documento que
configure título executivo, dos enumerados naquele artigo, o que aliás, é
de lei, tendo em conta o princípio da tipicidade.
3.º
Do processo, para além do requerimento (petição), o exequente, ora
embargado junta procuração, e uma carta dirigida ao executado ora
embargante, com o assunto, “Envio de Facturas”, onde no fim da mesma
assina, documento junto à Fls. 6 da P.I.
45
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4.º
A acção executiva tem, necessariamente, de basear-se num
documento, que, nesta espécie de acção, corresponde à causa de
pedir, tratando-se de um documento a que a lei reconhece força
declarativa de direitos suficientes para obviar à necessidade de uma
acção declarativa prévia.
5.º
Donde resulta que a presente acção não tem o pressuposto de carácter
formal da acção executiva, isto é, não existe qualquer documento
idóneo para servir de título executivo, pois uma carta não constitui título
executivo.
6.º
Havendo alguma dívida por parte da embargante ao embargado, cabe
a este, intentar uma acção declarativa de condenação, com vista a
obter um título que confira poderes para a execução nos termos dos
artigos 467.º e seguintes do CPC.
O mandatário
______________________
(Nome e assinatura do mandatário)
46
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CP n.º
2.6. Modelo de Embargo à Acçao executiva (3)
47
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O referido pagamento da quantia de 400.000,00 Mts (quatrocentos mil
meticais) é, aliás, reconhecido pela própria Embargada no artigo 6.º do
Requerimento Inicial da Execução, pelo que deve ser considerada
liquidada a dívida na parte correspondente.
6.º
Por outro lado, não pode ser aceite a quantia de 10% a que a
Embargada alega dever acrescer-se à quantia exequenda, na medida
em que não se apresenta no requerimento inicial da execução qualquer
fundamentação plausível para a mesma.
7.º
Dispõe o Artigo 815.º, n.º 1 do CPC que, se a execução se basear em
sentença, além dos fundamentos de oposição especificados no artigo
813.º, na parte em que sejam aplicáveis, podem alegar-se quaisquer
outros que seria lícito deduzir como meio de defesa no processo de
declaração.
8.º
O pagamento é o meio de cumprimento por excelência de obrigação
pecuniárias como a que é objecto da Execução embargada, pelo que,
feita a prova de pagamento parcial do montante devido, deve a
proporção paga ser excluída da quantia que possa ser exigida
judicialmente.
9.º
Pelo que a pretensão do Exequente deve ser considerada parcialmente
improcedente na parte referente à quantia de 400.000.00Mts
(quatrocentos mil meticais), porquanto trata-se de um valor que foi
efectivamente pago ao Exequente, ora embargada, conforme provado.
10.º
Por outro lado, deve ser julgado improcedente o pedido de 10% da
quantia exequenda a que a Embargada faz referência no Artigo 8.º do
48
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Requerimento Inicial da Execução por se tratar de um pedido não
abrangido pelo título executivo que serve de base à acção.
49
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2.6. Modelo de Embargo de Terceiros à Acçao executiva
Pedro da Barca, residente no Bairro Triunfo, Rua do Jardim, n.° 24, Cidade
de Maputo, de ora em diante designado Embargante, vem nos termos
dos artigos 1.039.º e seguintes do CPC, deduzir Embargos de Terceiros, no
processo em que é executada, Plastic And Trading Company, Limitada, o
que faz com os seguintes fundamentos:
DOS FACTOS
1.º
O embargante é terceiro de boa-fé e tomou conhecimento da venda
pública de um imóvel através do edital publicado no dia 2 de Março do
ano em curso, no Jornal “Notícias”, o qual se refere ao imóvel descrito na
Conservatória do Registo Predial da Cidade de Maputo, sob n.º 67.5409 a
folhas 18, verso do livro G, barra 123, n.º 13.391.
Acontece que,
2.º
O edital acima foi também fixado na residência do embargante facto
que o deixou espantado uma vez que não tem nada a ver com o assunto
em causa e nem sequer conhece o exequente.
3.º
O embargante é proprietário do imóvel descrito sob número 59.527, a
folhas 175, verso do livro B, 202, Parcela 806/A1, Talhão 19; registado na
50
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Conservatória do Registo Predial com o n.º 87.061, folhas 94, verso do livro
G, barra 131. Vide Doc. 1 em anexo.
4.º
Razão pela qual, não percebe o embargante a razão de se ter fixado o
edital em causa no imóvel que constitui sua propriedade e residência.
5.º
Importa referir que o embargante adquiriu o imóvel de que é proprietário
no ano 2014, tendo sido observadas todas as formalidades legais para
compra e venda do imóvel e terminadas as referidas formalidades o
imóvel passou a titularidade do embargante conforme atesta a Certidão
Predial em anexo (Doc. 2).
6.º
Hoje, o embargante que desconhece por completo o exequente, é
surpreendido por uma notificação via edital que o oficial do Tribunal pura
e simplesmente afixou no seu imóvel.
7.º
Diante do tamanho equivoco, o embargantefez a confrontação directa
dos dados, tendo constatado que não há a mínima coincidência dos
dados constantes das Certidões Prediais.
Ou seja,
8.º
A Edital do Jornal refere-se ao Imóvel descrito na Conservatória do
Registo Predial da Cidade de Maputo, sob o n.º 67.5409 a folhas 18, verso
do livro G, barra 123, n.º 13.391.
9.º
O imóvel pertencente ao embargante tem os seguintes dados: descrição
do imóvel – prédio n.º 59.527, a folhas 175, verso do livro B, 202, Parcela
806/A1, talhão 19; Registado na Conservatória Predial com o n.º 87061,
folhas 94, verso do livro G, barra 131. Vide doc. 1 Em anexo.
51
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10.º
Como se pode depreender, os dados são totalmente divergentes e salvo
melhor entendimento, sobre o mesmo imóvel não podem recair dois
registos distintos em simultâneo.
11.º
Pese embora o oficial do tribunal tenha sido advertido que não era
aquele, o imóvel em causa, este prosseguiu com as suas diligências e de
facto, afixou a edital no imóvel do ora Embargante.
12.°
De certeza, que o tribunal não se sentirá juridicamente confortável em
penhorar (arrematar) um imóvel que não coincide com o imóvel descrito
nos autos, sob pena de lesar direitos legítimos de terceiros de boa-fé e
despoletar outros litígios desnecessários.
Valor da Causa: 3.027.375,00 Mzn (Três milhões, vinte sete mil, trezentos
setenta e cinco meticais)
Junta: Procuração forense e documentos legais
O mandatário
______________
Nome e assinatura do mandatário
CP nº
52
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1.º
Os embargantes são filhos e herdeiros legítimos do António Fiel, como
atesta o doc anexo sob nº 1 e 2.
2.º
O pai dos embargantes faleceu no dia 11 de Agosto de 2001, como
atesta a certidão de óbito junto sob n.º 3.
3.º
O falecido, pai dos embargantes era casado em regime de comunhão
de bens com a executada Celeste Pedro, tendo na vigência do
casamento adquirido vários bens.
3.º
Na altura da morte do pai dos embargantes, estes ainda eram menores e
não foi feita a habilitação dos herdeiros.
4.º
53
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Os embargantes encontram-se aestudar fora de Moçambique, tendo
tomado conhecimento através do anúnciopublicado no jornal “notícias”
do dia 13 de Outubro de 2016 da execução ordinária com o nº acima
referido.
5.º
O anúncio ora referido ordenava a venda por meio de proposta em
cartas fechadas em primeira praça do imóvel destinado a habitação,
descrito na Conservatória do Registo Predial de Maputo sob o número
3.111, a folhas 110, do Livro B/13, uma fracção autónoma designada pela
Letra H, situado no terceiro andar, lado direito, do prédio em regime de
propriedade horizontal, e inscrito na matriz predial urbana de Maputo,
sob o artigo 207º.
6.º
Ora, o anúncio em causa deixou os embargantes estupefactos uma vez
que parte do imóvel acima referido é sua pertença, tendo em conta que
os mesmos devem ingressar para o património do falecido pai e nunca
foram consultados da penhora do imóvel em causa nem sabem sequer
quando terá sido feita, para além de que o imóvel em causa esta
titulada pelo falecido pai.
7.º
Salvo melhor entendimento, para a executada, ora mãe dos
embargantes dar de garantia o imóvel em causa, estando este em nome
do falecido pai destes, era necessário que antes se fizesse a habilitação
de herdeiros para a consequente partilha de bens e só depois disso o
banco poderia penhorar os bens da executada, uma vez que esta é
apenas proprietária de parte do imóvel resultado da meação resultante
do regime de casamento convencionado entre a executada e o
falecido pai dos embargantes.
8.º
O processo da concessão do crédito pelo banco, ora exequente mostra-
se munido de vícios ao receber e penhorar como garantia um bem
alheio, o imóvel propriedade do pai dos embargantes.
54
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O mandatário
________________________
(Nome e assinatura do mandatário)
CP nº
55
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3. DASPROVIDÊNCIAS CAUTELARES
António Bacar, Fátima Bacar, Carla Bacar e Alda Bacar, maiores, naturais
de Govuro, Inhambane, residentes na Cidade de Maputo, Bairro da
Sommerschield, Av. Mao Tse-tung nº 51, 1º andar,, todos, filhos de Aly
Bacar e de Safira Ismael, neste acto representados pelo seu mandatário
conforme procuração em anexo, em representação de seu irmão,
Felizardo Bacar, falecido em 28 de Janeiro de 2017, conforme elucida a
certidão de óbito sob assento n.º 628/2016 da Primeira Conservatória do
Registo Civil de Maputo, em anexo (Doc. 1), vêm nos termos do artigo
2.047.º do C.Civil, em conjugação com o artigo 399.º do CPC, intentara
presente PROVIDÊNCIA CAUTELAR DE RESTITUIÇÃO PROVISÓRIA DE POSSE,
contra,
DOS FACTOS:
1.º
Felizardo Bacar, de cujos, ora irmão dos requerentes, é, proprietário da
fracção autónoma designada pela letra “C” do prédio em regime de
56
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propriedade horizontal número Oito Mil e Noventa e Seis, a folhas 174 do
Livro B barra 22, que constitui uma unidade destinada a habitação,
situada no Segundo Andar com fachada principal virada na Rua Doutor
Redondo, actualmente Rua Dr. José Negrão n.º 52, Bairro Central “B”,
nesta cidade de Maputo, composto pelos seguintes compartimentos: -
uma sala comum, três quartos, dois guarda-fatos, uma cozinha, uma casa
de banho, um corredor, duas varandas, uma varanda de serviço com
tanque de lavar a roupa e pia de despejo, com garagem no rés-do-
chão, inscrito na Conservatória de Registo predial de Maputo, a seu favor,
sob o número Dezasseis Mil e Cento e Noventa e Dois, a folhas setenta do
Livro G barra sessenta e quatro, livre de quaisquer ónus ou encargos,
conforme o atesta a certidão predial em anexo (Doc. 2).
2.º
O de cujos, em vida, teria acolhido o requerido em sua casa, uma vez
que aquele vivia sozinho, e nem sequer se sabe da existência, ou não de
filhos, porquanto sempre viveu sozinho.
3.º
Nos últimos tempos, o falecido vinha doente, até que no dia 28 de
Janeiro do ano 2017 veio a falecer.
4.º
Feitas as cerimónias fúnebres e terminado o período considerado de
luto, eis que a família, se desloca a casa do irmão, ora falecido, com
vista a procedimentos inerentes a dar-se destino dos seus bens, a
mesma se confronta com o requerido, que a impede de qualquer
acção, alegadamente porque, o falecido tem dívida com ele, e que
a entrega da casa está condicionada ao pagamento da referida
dívida.
5.º
57
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Entretanto, em nenhum momento, o requerido apresentou qualquer
documento de confissão de dívida, afirmando que os documentos
encontram-se com seu advogado que está fora do país, devendo
aguardar-se o seu regresso, sem qualquer indicação da data.
6.º
Assim, a família não tem qualquer acesso à casa, de modo a
proceder aos actos próprios de gestão dos bens do falecido.
7.º
Neste momento, há um grande receio que o requerido possa forjar
documentos do imóvel e passar a titular do mesmo, de modo a
proceder a sua venda, pois, há fortes indícios de tal suceder, uma vez
estarem a chegar pessoas com vista a ver e apreciar a casa.
8.º
De referir que o anexo da casa, nomeadamente, a garagem
pertencente ao falecido encontra-se arrendada a um pequeno
estabelecimento comercial, com a denominação Tabacaria Mãe -
Mãe, conforme o atesta o contrato de arrendamento em anexo
(Doc. 3), o qual, o requerido vem se beneficiando dos valores mensais
da renda, e que se recusa a entregar a família do de cujos.
9.º
Inexistem dúvidas de que a conduta do requerido configura grave
lesão dos direitos dos requerentes, na medida em que não foi
precedida de qualquer autorização destes, agindo contra a sua
vontade.
10.º
Os actos praticados pelo requerido impedem os requerentes de
exercerem plenamente o seu direito de herdeiros, de tal sorte que a
sua posse encontra-se abalada.
58
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B – DE DIREITO
11.º
Dispõe o n.º 1 do artigo 26.º do CPC que, 1. O autor é parte legítima
quando tem interesse directo em demandar; o réu é parte legítima
quando tem interesse directo em contradizer, e conjugando com o artigo
1.281.º do C. Civil que dispõe que: 1. A acção de manutenção da posse
pode ser intentada pelo perturbado ou pelos seus herdeiros, mas apenas
contra o perturbador, salva a acção de indemnização contra os
herdeiros deste;
12.º
Da leitura dos artigos acima, resulta claro que, os requerentes, em
representação de seu irmão, ora falecido, são partes legítimas para a
reivindicação do seu direito, uma vez que fazem-no em nome do
proprietário do imóvel, isto por um lado,
13.º
Por outro lado,
Nos termos do artigo 2.049.º do C. Civil, “1. O sucessível chamado à
herança, se ainda a não tiver aceitado, não está inibido de providenciar
acerca da administração dos bens, se do retardamento das providências
puderem resultar prejuízos. 2. Sendo vários os herdeiros, é lícito a qualquer
deles praticar os actos urgentes de administração…”
14.º
A sucessão foi aberta com a morte do seu autor, ora irmão dos
requerentes, conforme resulta da conjugação dos artigos 2.031.º e 2.032.º
do C. Civil.
15.º
De acordo com o artigo 1.279.º do C. Civil, a conduta do requerido
constitui esbulho violento, e a requerente está a ser perturbada,
esbulhada, com uso da força e violência.
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16.º
Da análise do artigo 399.º do CPC e em conformidade com os
ensinamentos de Artur de Oliveira Ramos e António Simão Correia, na
obra Formulário Geral de Processo Civil, Comercial, Fiscal e Administrativo,
vol. I, 4ª edição, 1968, pág. 80, afigura-se que, são requisitos para a
reclamação de uma medida cautelar: i. a prevenção; ii. a urgência e iii.
periculum in mora;
17.º
Resulta clara e cristalina, a demonstração, e prova da lesão que
poderá advir, caso medidas adequadas não sejam tomadas com
vista a fazer cessar o requerido de fazer suas práticas, o que justifique
a instauração da presente providência!
18.º
Deve a presente providência ser decretada, por encontrarem-se
preenchidos os requisitos legais para o efeito, nos termos do disposto no
artigo 399.º do CPC, do qual dispõe que“Quando alguém mostre
fundado receio de que outrem, antes de a acção ser proposta ou na
pendência dela, cause lesão grave e dificilmente reparável ao seu
direito, pode requerer, se ao caso não convier … as providências
adequadas à situação, nomeadamente, … a intimação para que o réu
se abstenha de certa conduta, ou a entrega dos bens móveis ou imóveis
que constituem objecto da acção, a um terceiro, seu fiel depositário.”
C – DO PEDIDO
60
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61
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3.2. Modelo de providência cautelar de embargo de obra nova
1.º
No passado mês de Julho do corrente ano a ora requerente requereu
junto das estruturas locais um espaço com a dimensão de 30x60m tendo-
lhe sido autorizado e concedido a parcela nº416/417, vide cópias de
documentos que vão em anexo a folhas 1 a 7 e que se dão por
integralmente reproduzidos para todos efeitos legais.
2.º
A referida parcela de terreno localiza-se no bairro Cimento A, na Vila de
Ponta Douro onde a ora requerente pretende erguer uma obra para fins
62
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habitacionais, vide cópia de documento que vai em anexo a folhas 1 a 7
e que se dão por integralmente reproduzidos para todos efeitos legais.
3.º
Acontece que em Outubro do corrente ano quando a requerente passou
pelo seu espaço ficou surpreendida pois um outro cidadão iniciou aí
obras de construção (vedação), sem conhecimento e nem
consentimento da requerente e nem das estruturas locais, tendo
imediatamente apresentado queixa junto a Polícia local, vide cópia de
documento que vai em anexo a folhas 8 e que se dá por integralmente
reproduzido para todos efeitos legais.
4.º
Conforme informações colhidas no referido espaço as obras pertencem
ao requerido ANTÓNIO DOS SANTOS e são geridas ou controladas por um
tal SIMAO ANTONIO, que o representa naquela vedação.
5.º
A referida obra (vedação) a ser executada é susceptível de causar lesão
grave e dificilmente reparável aos interesses da ora requerente.
6.º
Aliás, na impossibilidade de falar com o Requerido, a requerente
interpelou verbalmente o responsável da mesma, o senhor SIMAO
ANTONIO, para parar com a referida vedação sem que para tanto tenha
logrado qualquer êxito, vide cópia de documento que vai em anexo a
folhas 9 e que se dá por integralmente reproduzido para todos efeitos
legais.
7.º
63
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A cada dia que passa começa a ser cada vez mais evidente o risco de
vir perder o seu espaço a favor do requerido, pois não obstante
interpelação verbal não dá sinais de abandonar a sua conduta.
8.º
Como se pode ver e até prova em contrário a ora requerente tem o
Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) sobre a parcela ora em
causa sendo por isso o seu DUAT titulado, pacífico, de boa fé e público
conforme estabelece o artigo 1251.º, n.º1 do artigo 1259.º, 1260.º e n.º1
do artigo1261.º todos do C. Civil.
9.º
Aliás estabelece o nº1 do artigo 412.º do CPC que “Aquele que se julgue
ofendido no seu direito de propriedade, singular ou comum, em qualquer
outro direito real de gozo ou na sua posse, em consequência de obra,
trabalho ou serviço novo que lhe cause ou ameace causar prejuízo, pode
requerer, dentro dos trinta dias a contar do conhecimento do facto que a
obra, trabalho ou serviço seja mandado suspender imediatamente.”
10.º
Como se pode ver só esse Douto Tribunal é competente e com força
bastante para instar o requerido ANTÓNIO DOS SANTOS a parar com a
referida vedação no espaço da requerente pois da sua execução
podem advir prejuízos irreparáveis para a requerente.
11.º
Pelo que, estão pois, reunidos os requisitos para o decretamento da
presente providência cautelar, nos termos do artigo 412.º e seguintes do
CPC.
12.º
Requerente e requerido são pessoas legítimas e gozam de personalidade
e de capacidade judiciárias.
64
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Nestes termos e nos mais de direito ao caso aplicáveis e sempre com o
mui douto suprimento de V.Excia deve a presente providência cautelar
de embargo de obra nova ser julgada procedente, por provada, e em
consequência intimado o Requerido ANTÓNIO DOS SANTOS a parar com
as obras em curso na parcela 416/417, localizado no bairro Cimento A,
em Ponta De Ouro.
O mandatário
__________________________
Nome e assinatura do mandatário
C.P nº
65
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3.3. Modelo de contestação providência cautelar
Proc. nº 89/17- A
2ª Secção
Por excepção
1º
Vem a Requerente, através da sua PI intentar a presente providência
exigindo a entrega de uma viatura que fora adquirida pelo requerido via
Contrato de Leasing Financeiro Mobiliário.
2º
No entanto, por via do contrato celebrado entre o requerido e a
requerente, esta colocaria à disposição daquele a quantia de
1.203.000,00MTs (um milhão duzentos e três mil meticais) para a aquisição
da referida viatura, ficando no entanto reservado a requerente, o direito
de propriedade sobre a mesma.
3º
Ora, com o contrato celebrado entre o requerido e a requerente, ficou o
primeiro obrigado a prestar uma quantia mensal de 27.437,46Mzn (Vinte
sete mil, quatrocentos trinta sete meticais e quarenta e seis centavos), a
titulo de amortização da divida, sem prejuízo da quantia de
66
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302.880,00Mzn (trezentos e dois mil oitocentos e oitenta meticais), paga
logo após a assinatura do referido contrato.
4º
Sucede que, o Requerido ficou desempregado e este passou a ter
dificuldades para o cumprimento integral da sua obrigação, ficando com
dívidas perante a locadora, ora requerente.
5º
Na sequência dessa impossibilidade, o requerido viria a ter um acordo
com a requerente, nos termos do qual o valor da prestação
anteriormente fixada seria reduzido, devendo aquele efectuar o
pagamento de 10.000,00MT (dez mil meticais) mensais, o que
efectivamente foi acontecendo.
6º
Entretanto, se com a presente providência pretende a requerente que
lhe seja entregue a viatura alocada, em virtude do alegado
incumprimento no pagamento da sua dívida, não pode ser verdade que
a acção definitiva tenha em vista a reivindicação da propriedade ou a
posse daquela, senão para o pagamento da quantia devida e
eventualmente, os juros se os houver, pois estamos aqui perante uma
situação de incumprimento de uma obrigação.
7.º
A procedência da providência cautelar está condicionada a existência
de um receio fundado que outrem, antes da acção ser proposta ou na
pendência dela, causará uma lesão grave e dificilmente reparável ao
seu direito, vide art. 399.º CPC.
8.º
Mais ainda, nos termos do nº1 do art. 400º CPC, estabelece-se que o
requerente deverá oferecer prova sumária do direito ameaçado e
justificará o receio da lesão.
67
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9.º
Por um lado, não se percebe porque razão está a requerente a alegar
que o requerido pretende desfazer-se dos seus bens, incluindo viaturas
para o pagamento de dívidas que têm na praça se não apresenta
qualquer prova com vista a justificar o seu receio, indo contra o disposto
no artigo 342.º C. Civil.
10º
Por outro lado, o requerido possui imóveis que foram constituídos
hipoteca a favor da requerente, sendo um apenas capaz de pagar a
dívida que existe e base do imbróglio, não fazendo sentido que se tenha
receio de uma difícil reparação.
11º
Ora, se a requerente não foi capaz de apresentar a prova do receio de
lesão do seu direito e dificilmente reparável, não existe qualquer margem
para a procedência desta providência, uma vez que cabe ou cabia a
esta prová-lo.
O Mandatário Judicial
---------------------
(Nome e assinatura do mandatário)
C.P nº
68
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1.º
A presente providência não deve ser julgada procedente, de juris e de
facto, por não reunir requisitos legais e não haver provas que a
fundamentem.
2.º
Da análise do artigo 399.º do CPC e em conformidade com os
ensinamentos de Artur de Oliveira Ramos e António Simão Correia, na
obra Formulário Geral de Processo Civil, Comercial, Fiscal e Administrativo,
vol. I, 4ª edição, 1968, pág. 80, afigura-se que, são requisitos para a
reclamação de uma medida cautelar: i. a prevenção; ii. a urgência e iii.
Periculum in mora
Ora,
3.º
69
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O requerimento não faz, demonstração, prova da lesão a prevenir e
muito menos gravidade desta que pretende acautelar, que justifique
a instauração da presente providência!
4.º
A requerente nem sequer faz a prova do nexo de causalidade que
resultaria na demora da acção da tutela ordinária (acção principal)
do direito que pretende acautelar, limitando-se em argumentos
genéricos de perigo de dano jurídico.
5.º
Conclui a requerente pedindo que: “... Seja ordenada a retirada imediata
do requerido e consequente entrega da propriedade à legítima
proprietária, a ora requerente...”!
Ora,
6.º
O pedido formulado pela requerente mostra-se desconforme com o
citado preceito legal.
Por isso,
7.º
Não deve a providência em causa ser decretada, por não se
encontrarem preenchidos os requisitos legais para o efeito, nos termos do
disposto no artigo 399.º do CPC, o que desde já se pede!
8.º
Da leitura dos factos articulados pela requerente (articulados 1 e ss) e o
pedido formulado na douta pi mostra-se claro que pretende reclamar a
propriedade que alegadamente é sua!
Todavia,
9.º
Fá-lo em processo impróprio, porquanto os factos não se ajustam a
presente providência.
70
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Pois que,
10.º
Se pretende a reivindicação da propriedade ou ocupação das infra-
estruturas alegadamente por si compradas – como se comprovará que
não constituiu verdade que a requerente as comprara – deveria o fazer
numa acção própria e não em sede da providência!
11.º
O requerido é proprietário de uma empresa que desenvolve as suas
actividades e possui um escritório na referida propriedade.
12.º
A referida empresa tem ao seu cargo trabalhadores (vide doc. em
anexo), sendo que, caso este douto tribunal decrete a providência
nos termos requeridos, estaria a pôr em risco aqueles postos de
trabalho!
13.º
Nesse caso, poderia se falar de danos graves e de difícil reparação,
pois que apenas beneficiaria a requerente em detrimento dos
trabalhadores.
14.º
Como se discutirá na acção principal, a certidão do registo
apresentada pela requerente, não prova que a mesma é proprietária
das infra-estruturas, faz apenas menção a um talhão com o nº X.
15.º
Os documentos em anexo, juntos sob os números 2, 3 e 4, provam
claramente que a propriedade dos imóveis implantados sobre
aquele talhão é propriedade do requerido e sua esposa.
Até porque,
71
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16.º
O registo dos mesmos a favos do requerido e sua esposa foi
precedido por uma avaliação dos órgãos do Estado competentes
para esse efeito (vide doc. 5).
Assim,
17.º
È inexistente qualquer direito da requerente sobre os imóveis em
causa, pretendendo com os documentos que juntou iludir este douto
tribunal.
72
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5. DAS ACÇÕES POSSESSÓRIAS
Dos Factos:
1.º
Rosa Maria, mãe dos AA e o Carlos Pedro, filho do R, viveram em união
de facto cerca de 10 anos e juntos adquiram e exploraram um
Restaurante Bar e Esplanada, sito no Bairro do Jardim, Rua de Alecrim, n.
1234.
2.º
8As acções possessórias seguem, regra geral, os termos do processo sumário. Vide nº1
do artigo 1033º do CPC.
73
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O filho do R faleceu no ano de 2001, tendo a mãe dos AA dado
continuidade ao negócio que vinha desenvolvendo com o seu
companheiro.
3.˚
Com a morte do filho do R, a mãe dos AA nunca mais teve paz, isso
porque o seu sogro, ora R, começou a retirar todo o património adquirido
pelo casal, alegadamente herdeiro do decujes.
4.˚
Sucede que, a dado momento a mãe dos AA começou a adoecer e à
medida que a doença se agravava, conferiu poderes a filha mais velha
Adília Alzira, para dar continuidade ao negócio e cuidar dos seus irmãos
mais novos, até que a morte lhe bateu a porta, em 24 de Agosto de 2004,
como atesta os Docs. 1 e 2, em anexo.
5.˚
Depois da morte da mãe, os AA decidiram, representados por Adília
Alzira, celebrar um contrato para construção de duas lojas na garagem
onde funcionava o Restaurante Bar e posterior arrendamento ao
empreiteiro, o que efectivamente aconteceu, como atesta o doc. 3 Em
anexo.
6.˚
Importa referir que, enquanto decorria a construção das obras, em
nenhum momento o R intentou qualquer acção com vista a embargar as
obras que estavam sendo erguidas mesmo tendo conhecimento,
concluindo-se, dessa forma, que o mesmo consentiu a construção em
causa.
7.˚
74
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Vendo R, que aquela garagem, que ficou na posse da mãe dos AA até a
morte, constituí agora a única fonte de subsistência dos AA, uma vez que
foram construídas lojas e encontram-se arrendadas, passou a perturbar os
inquilinos que ali se encontram intitulando-se proprietário dos imóveis que
nem sequer existiam quando o seu filho perdeu a vida.
8.º
Não existem dúvidas que a conduta do R configura grave lesão dos
direitos dos AA, na medida em que não foi precedida de qualquer
autorização destes, agindo contra a sua vontade.
9.º
Os actos praticados pelo R impedem os AA de exercerem
plenamente o seu direito de posse como herdeiros do único
património da mãe, de tal sorte que a sua posse encontra-se
abalada.
De Direito
10.º
Dispõe o n. 1 do artigo 1.281.º do C. Civil que, “A acção de manutenção
da posse pode ser intentada pelo perturbado ou pelos seus herdeiros,
mas apenas contra o perturbador, salva a acção de indemnização
contra os herdeiros deste”.
11.º
Nos termos do artigo 2.049.º do C. Civil, “1. O sucessível chamado à
herança, se ainda a não tiver aceitado, não está inibido de providenciar
acerca da administração dos bens, se do retardamento das providências
puderem resultar prejuízos. 2. Sendo vários os herdeiros, é lícito a qualquer
deles praticar os actos urgentes de administração…”
12.º
75
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De acordo com o artigo 1.279.º do C. Civil, a conduta do requerido
constitui esbulho violento, e os AA estão a ser perturbados e esbulhados
da sua posse.
13.º
Os AA já não têm o gozo pleno do seu direito, na qualidade de herdeiros,
apesar de terem a posse pública de acordo com o artigo 1.262.º, e posse
de boa-fé, resultante do artigo 1.260.º, e pacífica, de acordo com o
artigo 1.261.º, todos do C. Civil.
Nestes termos, e no mais de direito ao caso aplicável, e com
mui douto suprimento de V. Excia, requer-se que o R. seja
condenado a não perturbar a posse dos AA.
Para tal requer-se a citação do R, para, querendo, contestar,
no prazo e sob cominação legal, seguindo o processo os
demais e ulteriores termos até final.
Mais deve o R, ser condenado ao pagamento das custas e
demais encargos judiciais.
Valor da acção: 3,000.000.00Mts (Três milhões de meticais)
Junta: Procuração forense, documentos de prova e duplicados legais
Testemunhas: (nome completo, profissão, morada e outras circunstância
necessárias para as identificar)
76
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5.2. Modelo de Acção de reivindicação de propriedade
Dos factos
1.º
A A. é legítima proprietária de um imóvel de habitação, sito na cidade
da Beira, bairro Central, Rua Alfredo Lawley nº 1044, R/C., conforme
documentos em anexo (doc.1).
2.º
O imóvel em causa foi adquirido por compra à Administração do Parque
Imobiliário do Estado (APIE), no processo de alienação nº 217/2003,
beneficiando de um direito de alienação nos termos do artigo 2º da Lei nº
5/92, de 09 de Janeiro, tendo efectuado todos os pagamentos,
aguardando apenas a emissão do respectivo título de adjudicação
/propriedade (vide docs. 1, 2 e 3) que se reproduzem integralmente para
todos os efeitos legais.
3.º
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Por força do referido contrato de compra e venda a propriedade do
imóvel foi transferida da APIE para A., nos termos da alínea b) do artigo
879.º do C. Civil.
4.º
Sucede que, no mês de Junho de 2000, a R., manifestou interesse em
adquirir o referido imóvel, pelo preço de 800.000,00 Mts (oitocentos mil
meticais), tendo nessa altura pago, a A., à título de sinal, 90.000,00 Mts
(noventa mil meticais), comprometendo-se a pagar os restantes
710.000,00 Mts (setecentos e dez meticais) até ao mês de Dezembro do
mesmo ano.
5.º
Com a entrega do valor acima referido, a R. passou a ocupar o imóvel,
tendo ficado acordado que a celebração do contrato de compra e
venda se efectuaria logo que a R. pagasse a totalidade do valor, o que
até data não se efectivou pois, a R. nunca mais se dignou efectuar o
pagamento do restante valor.
6.º
Devido a este incumprimento, A. diversas vezes interpelou a R., para
proceder a entrega do imóvel, predispondo-se a devolver os 90.000,00
Mts, pagos como sinal, o que não mereceu acolhimento pela R.,
chegando mesmo a recusar-se de entregar o imóvel.
7.º
A A. teve conhecimento que a R., neste momento está arrendar o
referido imóvel a uma empresa, encontrando-a a residir num outro.
De Direito
8.º
Ora, a recusa da R. em devolver o imóvel à legítima proprietária, perturba
o pleno exercício do direito de uso fruição e disposição por parte da A.,
78
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pois o direito de propriedade é “erga omnis”, nos termos do disposto no
artigo 1305º do C.Civil.
9.º
Pelo contrário a R. exerce sobre o imóvel, uma posse não titulada,
porquanto não se funda em qualquer modo legítimo de aquisição, nos
termos do nº 1 do artigo 1259º do C.Civil, e é exercida contra a vontade
do legítimo proprietário da coisa, pelo que deve ser condenada a restitui-
lo.
Nestes termos e nos melhores de direito ao caso aplicável e sempre
com mui douto suprimento de V.Excias deverá proceder a presente
acção e ipso facto, ser a R. condenada a restituir a favor da A,
legítima proprietária do imóvel sito no bairro Central, Rua Alfredo
Lawley nº 1044, R/c.
Para tanto, requer a V. Excia que se digne mandar citar a Ré para
contestar querendo, no prazo e sob pena de cominação legal,
seguindo-se os ulteriores termos até final.
Valor da acção : 800.000,00 Mts (oitocentos mil meticais).
Junta: Procuração forense, 4 (quatro) documentos de prova e duplicados
legais
Testemunhas: (nome completo, profissão, morada e outras circunstâncias
necessárias para as identificar)
Local, data, mês e ano
O mandatário
____________________
Nome e assinatura do mandatário
C.P nº
79
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5.3. Modelo de Acção especial de despejo
Dos factos
1.º
Os AA são proprietários legítimos do imóvel sito no Bairro de Fomento, Rua
10 n.º 654 e inscrito na Conservatória do Registo Predial de Maputo sob
número 83.272, como atesta a certidão de registo em anexo (doc.1).
2.º
80
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O referido imóvel foi adquirido em 2010 pelos AA a pedido do R, uma vez
que residia no imóvel a título de arrendamento e os proprietários
pretendiam vende-lo e o R, não dispunha de valores.
3.º
Para a compra do imóvel em causa os AA pagaram o preço de 70.000
USD (Setenta mil dólares), vide cláusula terceira do contrato de compra e
venda em anexo (doc. 2).
4.º
Depois da compra do imóvel pelos AA, foi celebrado entre estes e o R,
um contrato promessa de compra e venda. Vide o contrato em anexo
(doc.3).
5.º
Do contrato acima referido o R ficou obrigado a devolver aos AA o valor
pago pelo imóvel acrescido de 30.000 USD (trinta mil dólares) dentro do
prazo de dois meses, conforme se depreende da cláusula primeira do
contrato já anexo.
6.º
Sucede que, o R não se dignou a cumprir com o contrato celebrado com
os AA.
7.º
Vendo os AA, o incumprimento do contrato por parte do R, na tentativa
de uma solução extra judicial, acordaram que este passaria a pagar as
rendas do imóvel que ocupava, no valor de 30.000,00Mts (trinta mil
meticais) ou devolver o imóvel aos proprietários ora AA.
8.º
Acontece que, o R continuou com o incumprimento, até que em 2016 fez
algumas transferências em parcelas, totalizando um valor de
800.000,00Mts (Oitocentos mil meticais) para a conta bancária do A
Armandino Argentino, valor que serviu para abater as rendas referentes a
81
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27 meses, faltando ainda por pagar 57 meses, totalizando um valor de
1.710.000,00Mts (Um milhão setecentos e vinte e um meticais) tendo em
conta que ocupa o imóvel a 7 anos.
9.º
A Atitude do R de não pagar as rendas e residir no imóvel a custo zero é
de má-fé, e cria danos avultados aos AA.
De Direito
10.º
O princípio da liberdade contratual que encontra consagração legal
expressa no artigo 405.º do C.C os AA e o R livremente celebraram o
contrato promessa de compra e venda, tendo redigido nele as cláusulas
que lhes aprouveram, com direitos e obrigações para ambas.
11.º
Foi com base no princípio referido no parágrafo anterior que se fixou
expressamente o prazo para reembolso do valor bem como as condições
de pagamento.
12.º
O R deixou de cumprir a obrigação contratual com os AA, isto é, de
devolver o valor pago pelo imóvel por aqueles, razão pela qual gozam
do direito de fazer sua a coisa, requerendo no caso a devolução do
imóvel de que são proprietários.
13.º
Dispõe o n.º 1 do artigo 406.º do C.C que os contratos devem ser
pontualmente cumpridos e só podem modificar-se por mútuo
consentimento e a R tinha obrigação de pagar pela prestação de
serviços.
14.º
Os AA gozam do direito de rescindir o contrato de arrendamento porque
o R violou o previsto na alínea a) do artigo 46.º do Decreto n.º 43.525/61,
82
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de 7 de Março, (Lei do Inquilinato), nomeadamente, de pagar a renda
no prazo competente através do depósito que a lei considera liberatório.
15.º
Ao AA são legítimos proprietários do imóvel e podem exigir judicialmente
de qualquer possuidor ou detentor da coisa o reconhecimento do seu
direito de propriedade e a consequente restituição do que lhe pertence.
Vide artigo 1.311º do C.C.
16.º
Assim sendo, a acção de despejo é o meio para fazer cessar
imediatamente o arrendamento pelo fundamento acima referido
conferindo aos AA o direito de pedir a resolução do contrato, conforme
estabelece o artigo 971.º do CPC.
17.º
As partes são legítimas e gozam de capacidade jurídica.
83
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Testemunhas: (nome completo, profissão, morada e outras circunstâncias
necessárias para as identificar)
Local, data, mês e ano
O mandatário
_____________________
(Nome e assinatura do mandatário)
C.P nº
84
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6. DAS ACÇÕES DE FAMÍLIA E MENORES
Maputo
Proc. N.___
1.º
A requerente não possui filhos, tendo, entretanto, vontade de ser mãe de
uma criança do sexo feminino de até seis meses de vida.
2.º
A requerente encontra-se no seu pleno gozo de faculdades mentais,
possuindo capacidade financeira, moral e social, para criar e cuidar de
uma criança, fornecendo-lhe vantagens concretas, que a lei prescreve.
3.º
85
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Nos termos do artigo 391.ºda Lei da Família, a adopção só pode ser
decretada quando apresentar vantagens concretas para o adoptado,
não puser em causa as relações e os interesses de outros filhos do
adoptante…”
4.º
No caso sub-judice, a adoptante, como referido no articulado I., não
possui filhos, entretanto possui idoneidade moral, sanidade mental e
física, condições materiais e demais requisitos exigidos por lei,
nomeadamente, o disposto no nº2 do artigo 393.ºda Lei da Família.
5.º
Possui emprego fixo e seguro, gozando plenamente das suas faculdades
mentais, endereço físico seguro, tanto a nível profissional como a nível
social, dispõe de moral irrepreensível, o que se pode aferir, tanto ao nível
profissional, como social, junto da sua morada, conforme atestam o
documentos em anexo.
6.º
A adoptante pretende proporcionar, à criança que vier a ser-lhe
entregue, uma família, um lar onde há amor, carinho, e todos os direitos
que cabem a todas as crianças.
86
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Testemunhas: (nome completo, profissão, morada e outras circunstâncias
necessárias para as identificar)
87
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6.2. Modelo de acção de Tutela
1.º
Os menores são filhos de sua falecida irmã, Eunice Clara, conforme
Assento de óbito n.º 2686/2007, e de Luís Felisberto, igualmente falecido,
conforme Certidão de óbito registado sob o Assento n.º 408/2009, (Vide
docs. 3 e 4).
2.º
Os menores encontram-se neste momento a viver com a requerente, a
qual tem no dia-a-dia cuidado dos mesmos e protegendo-os.
3.º
A requerente possui condições sociais, morais, económicas e culturais
para acolher os menores, que aliás, sendo que a mesma já vem
acolhendo os menores ainda em vida da falecida mãe, age no mais alto
interesse daqueles, seus sobrinhos, nomeadamente no que respeita, à
88
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alimentação, educação, saúde, lazer e tudo que é necessário para
garantir o são crescimento dos mesmos.
4.º
Mais ainda, a requerente e os seus filhos tem um bom relacionamento
com os menores, e estes, como se disse acima, órfãos de ambos os pais,
e não haver mais ninguém no seio da família, com interesse no seu
sustento, tendo legitimidade, nos termos do artigo 340.º, n.º 1, alínea b),
da Lei da Família.
89
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O mandatário
________________________
Nome e assinatura do mandatário
CP nº.
Maputo
1.º
90
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2.º
Da relação com Pedro Pedro Júnior nasceram nove filhos, alguns dos
quais os ora aqui Requerentes representados pela mãe, vide docs 2 a 5
em anexo.
3.º
4.º
5.º
6.º
7.º
91
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8.º
9.º
A ordem por que são chamados tais herdeiros é a que consta do artigo
2133.º e 2135.º do mesmo diploma, onde os descendentes aparecem em
primeiro lugar e preferem aos parentes de grau mais afastado.
Para tanto,
Aguarda deferimento
92
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6.4. Modelo de acção de Investigação da Paternidade
Dos Factos
1º
Desde o ano de 1988 que a mãe da A, Patrícia Feliz, vivia com Jerónimo
Alberto já falecido.
2º
Na constância da relação amorosa entre ambos, nasceu a A; no dia 01
de Dezembro de 1992, conforme doc. 1 que vai em anexo.
3º
Sucede que, para manter a subsistência da família, o decujus foi
trabalhar na África do Sul sem ter efectuado o registo da A.
4º
93
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No ano de 1999 a A. foi residir com o pai naquele País até Setembro de
2003, altura em que o suposto pai veio a falecer vítima de doença, como
de resto prova do doc.2 em anexo.
5º
Acontece que, depois da morte do suposto pai a A, voltou para
Moçambique, e havendo necessidade de iniciar os seus estudos, a mãe
teve que registá-la sem menção da paternidade como atesta a cópia de
cédula em anexo que vai como doc. 3.
De Direito
6º
A A. foi sempre tratada como filha do decujus e é reconhecida como tal
pela sociedade, para além de que durante o período em que o suposto
pai vivia, existiram relações próximas entre a A; e o suposto pai bem
como os familiares deste, o que pode servir de prova conforme o
estatuído nas als. a) e c) do nº 2, do artigo 277 da Lei n.º10/2004 de 25 de
Agosto.
7º
O registo imediato após o nascimento, é um direito que todo o filho tem,
ao abrigo do disposto no nº 1 do artigo 205º da Lei nº 10/2004, de 25 de
Agosto, conjugado com al. a) do n.º 1 do artigo 1 da Lei nº 12/2004 de 8
de Dezembro.
8º
Constitui igualmente direito do filho, o uso de um nome próprio e do
apelido dos pais, nos termos do nº 2, do artigo 205 da Lei da Família.
9º
94
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Nestes termos e nos mais de direito ao caso aplicável e com mui douto
suprimento de V.Excia, ao abrigo do disposto no artigo 276º da Lei da
Família, requer a que seja reconhecida a paternidade do já falecido pai
Jerónimo Alberto e consequentemente passar a ostentar o apelido
Alberto do seu progenitor.
95
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6.5. Modelo de requerimento e acordos para divórcio por mútuo
consentimento11
11O divórcio não litigioso deve ser requerido por ambos os cônjuges, desde que estejam
casados há mais de três anos e separados de facto há mais de 1 ano. No requerimento,
os cônjuges não necessitam de mencionar as causas do divórcio, devendo o pedido ser
instruído com os seguintes documentos: certidão de copia integral do registo de
casamento; relação especifica dos bens comuns se os houver com a indicação dos
respectivos valores, acordos em separado, se os houver, nomeadamente: acordo sobre
o exercício do poder parental relativamente aos filhos menores; acordo sobre a
prestação de alimentos ao cônjuges que deles careca; acordo sobre o destino da casa
da moradia da família, conforme dispõe as als. a), b), c) e d) do n. 1 do artigo 196 da Lei
.º 10/2004, de 25 de Agosto, que aprova a Lei da Família conjugado com as als. b), c), d)
e e) do n. 1 do artigo 350 da Lei n. 12/2004, de 8 de Dezembro, que aprova o Código de
Registo Civil.
96
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2º
Na constância do matrimónio os requerentes tiveram 2 (dois) filhos, ora
menores, nomeadamente, Luís André Júnior e Belita André, conforme
documentos nº2 e 3.
3º
Os requerentes encontram-se separados de facto e fisícamente desde
Março de 2005.
4º
Depois de meditarem profundamente, os requerentes chegaram a
conclusão de que não querem manter a vida em comum, pelo que
decidiram requerer a sua dissolução.
5º
Os requerentes decidiram por consenso em designar competente para o
respectivo processo de divórcio a 1ª Conservatória dos Registos e
Notariado da Cidade de Tete.
Nestes termos e nos mais de Direito ao caso aplicável,
requerem a V.Excia que seja designado o dia e hora para a
conferência a que se refere o nº1 do artigo 197.º da Lei de
Família, seguindo-se ulteriores termos até ser decretado o
divórcio dos requerentes.
Pelo que,
Pedem Deferimento
Local, data, mês e ano
___________________________ _________________________________
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ACORDO QUANTO À PARTILHA DE BENS
Os requerentes
___________________________ _________________________________
98
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ACORDO QUANTO À PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS
Os Outorgantes
____________________________ _________________________________
99
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ACORDO SOBRE O DESTINO DA CASA DE MORADA DA FAMÌLIA
Os Outorgantes
____________________________ _________________________________
100
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ACORDO DE REGULAÇÃO DO EXERCÍCIO DO PODER PARENTAL
1.
2.
3.
O pai poderá ir buscar os filhos à Escola, sempre que queira, sem prejuízo
das actividades escolares destas, desde que dê conhecimento prévio à
mãe.
4.
101
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pessoal e familiar da mãe, devendo no entanto avisar e obter
consentimento desta com uma antecedência de doze horas.
5.
Os filhos passarão metade das suas férias escolares com cada um dos
progenitores.
6.
Festas do final do ano, nomeadamente 25 de Dezembro e 1 de Janeiro,
os menores poderão passar com os pais alternadamente.
7.
8.
9.
10.
102
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11.
12.
Os requeridos
_______________________________ _________________________________
103
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6.6. Modelo de acordos extrajudicial para separação e divisão de coisa
comum
Entre:
CLÁUSULA PRIMEIRA
Pelos outorgantes foi dito o seguinte:
Um) Que possuem conjuntamente uma flat destinada a habitação sito na
A. Eduardo Mondlane, Prédio Azul, 1º andar, direito, porta 550, avaliada
em 600.000,00Mts (seiscentos mil meticais);
Dois) Uma moradia sita no Bairro de Muele, nº 4, Talhão n.º 928, com a
área de 600m2, avaliada em 2.000.000,00Mts (dois milhões de meticais);
Três) Uma viatura de Marca Toyota, modelo Hilux-Surf, cor de branca,
com a chapa de inscrição MLY-67-13, avaliada em 200.000,00Mts
(duzentos mil meticais);
104
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CLAUSULA SEGUNDA
Pelo primeiro outorgante foi dito que:
Um) Cede a sua parte da Flat, a favor da segunda outorgante;
Dois) Para além da flat referida no número anterior, o primeiro
outorgante, pagará à segunda outorgante um montante no valor de
700.000,00Mts (setecentos mil meticais), referente a sua quota-parte na
moradia e outro montante no valor de 100.000,00Mts (cem mil meticais)
respeitantes a metade do valor da viatura a favor da segunda
outorgante, ficando aquele com a moradia e a viatura.
CLÁUSULA TERCEIRA
Pela segunda outorgante foi dito que:
Um) Cederá ao primeiro outorgante a sua parte da moradia, bem como
a viatura, ficando com o valor e a flat.
CLÁUSULA QUARTA
Por ambos foi que dito que:
Um) Concordam com as cláusulas do presente acordo, convertendo a
pretensão anterior constante do processo nº ____/2010, que corre os seus
legais termos no Tribunal Judicial da Província de Inhambane.
Dois) Que as custas do processo referido no número anterior bem como
as despesas relativas as cedências feitas entre ambas as partes neste
acordo, nomeadamente, escritura pública, registos, SISA e outros
encargos para efeitos de transmissão, incorrerão por conta de ambos em
paridade de circunstâncias;
Três) Para além do que consta do presente acordo, não existe qualquer
outra dívida, encargo, despesas e indemnizações, seja a que título for;
Quatro) os outorgantes se comprometem em cumprir escrupulosamente
com o presente acordo.
105
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O presente acordo foi feito na cidade de Inhambane, no dia … de Abril
de 2013, em dois exemplares, que após a homologação, destinar-se-á um
exemplar a cada uma das partes.
_______________________ ________________________
106
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7. DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO
107
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Do objecto
1.ͦ
O objecto da presente Providência Cautelar é o Acto Administrativo
praticado pelo Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo
através do Despacho de atribuição do DUAT em anexo (Docs.1 e 2), a
favor dos SenhoresTimóteoFaz-tudo e Brigido Faz-tudo relativamente a
parcela 30 B/C, situada no Bairro Costa do Sol de Mapulene, Distrito
Municipal KaMavota, sem respeitar os procedimentos legais essenciais
para o efeito.
Dos factos:
2.ͦ
Os nativos de Mapulene, no Distrito Urbano Kamavota, Bairro da Costa de
Sol ocupam esta área ora designada Parcela 660B/C há sensivelmente 40
anos, pois se encontram desde a década Setenta (70) neste local e
durante muito tempo ocuparam esta terra para efeitos de, machambas
ou seja, para a prática da agricultura familiar ou de subsistência e alguns,
inclusive, chegaram a trespassar ou transmitir as suas machambas e
benfeitorias a terceiros.
3.ͦ
Estes nativos, concretamente os do quarteirão 10 assistiram ao processo
de urbanização da zona no qual o Conselho Municipal da Cidade de
Maputo (CMCM) efectuou a divisão de parcelas demarcando os
espaços e arruamentos, tendo presenciado ainda o processo de
mudança do então Quarteirão 8para Quarteirão 10.
4.ͦ
Ademais, estes nativos participaram da atribuição dos DUATS aos
moradores do Bairro da Costa de Sol, no Quarteirão vizinho, atribuição
que foi feita de modo colectivo.
108
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5.ͦ
Sucede, porém, que sobre o espaço em causa, o Presidente do CMCM
atribuiu DUAT a favor dos Senhores TimóteoFaz-tudo e Brigido Faz-tudo,
conforme demonstram os despachos em anexo como docs. 3 e 4.
6.ͦ
Estranha e curiosamente, os nativos em questão não percebem e
desconhecem o processo pelo qual o CMCM atribuiu o DUAT à margem
da legislação sobre a terra aos Senhores TimóteoFaz-tudo e Brigido Faz-
tudo sobre a área em apreço cujos legítimos titulares do DUAT por
ocupação são os respectivos nativos ora requerentes.
7.ͦ
Os esforços para o esclarecimento do processo de atribuição do DUAT
em apreço não têm merecido resposta por parte do Presidente do
CMCM. (Vide em anexo cópia de pedido de intervenção de V.Excia o
Presidente do CMCM para a resolução do caso – doc. 5, 6 e 7).
Do Direito Aplicável:
8.ͦ
Resulta do artigo 111.ͦ da Constituição da República e do artigo 12.ͦ e do
n.º 2 do artigo 13.ͦ da Lei de Terras, que a falta do título não prejudica o
DUAT por parte das comunidades.
9.ͦ
Ora, a execução do acto que aqui se requer a sua suspensão pode
causar prejuízos irreparáveis ou de difícil reparação aos requerentes. Aliás,
da suspensão da eficácia do acto em causa não resulta lesão para o
interesse público, pelo contrário, este interesse será acautelado com a
sua suspensão, prevenindo-se, assim, a concretização de um acto de
injustiça, o que releva para a credibilidade da Administração Pública na
109
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sua actuação de servir o interesse público e respeitar os direitos e
liberdades fundamentais dos cidadãos.
10.ͦ
Da presente providência não resultam indícios de ilegalidade de recurso,
na medida em que se funda na violação do DUAT consagrado na
Constituição da República e que deve ser respeitado pelo Órgão da
Administração Pública em causa. Aliás, os requerentes têm direito de
recorrer ao tribunal por força do artigo 70.ͦ da Constituição da República
e podem fazê-lo a qualquer tempo, uma vez que o acto em causa
padece de vício de nulidade por violar a Lei de Terras, sobretudo a
Constituição da República, lei mãe.
11.ͦ
A execução do acto objecto deste requerimento é motivo bastante para
se conceder a sua suspensão e, com efeito, evitar-se causar prejuízos
avultados e irreparáveis aos requerentes na medida em que podem
perder definitivamente e de forma injusta o DUAT de que são legítimos
titulares.
12.ͦ
A competência do tribunal administrativo da Cidade de Maputo para
apreciar o presente caso encontra fundamento no facto do objecto
deste processo emergir do acto do Presidente da CMCM que viola o
exercício do DUAT dos requerentes, matéria de natureza administrativa.
Ademais, o presente caso não se enquadra em nenhuma das exclusões
estabelecidas no artigo 5.ͦ da Lei n.º 24/2013, de 01 de Novembro.
110
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13.ͦ
Nos termos do disposto na alínea a) do n.º 2 do artigo 4.ͦ da Lei n.º
24/2013, de 1 de Novembro, o presente tribunal é a primeira instância
para julgar o recurso ora em causa, até porque os factos que
fundamentam esta providência tiveram lugar na Cidade de Maputo.
Do Pedido:
Nestes termos e nos melhores de direito, e com o sempre mui douto
suprimento de V. Exa., deve o presente requerimento ser admitido e
à final julgar-se procedente decretando-se a suspensão de eficácia
do acto objecto do presente requerimento, com as cominações
legais.
Mais, requer-se a V.Excia que uma vez autuada e distribuída o
presenterequerimento seja citados os contra-interessados Timóteo
Faz-tudo e Brigido Faz-tudo para se pronunciarem.
O Mandatário Judicial
_________________________________________
Nome/Assinatura do mandatário
CP nº
111
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7.2. Modelo de Recurso contencioso para declaração de nulidade do
acto administrativo
Proc. n.
Dos factos:
1.º
No dia 28 de Junho de 2016, a recorrente foi notificada do Despacho
proferido por Exmo Senhor Secretario Permanente do Ministerio da Saude,
na qual a suspendiapreventivamente dos serviços e vencimentossem
qualquer fundamento, conforme doc. 1 que vai em anexo.
112
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2.º
Colhida de surpresa, e não se conformando com o referido despacho, no
dia 01 de Julho de 2016, a recorrente, dirigiu uma exposição para a
mesma entidade que tomou a decisão, requerendo a sua revogação,
por manifesta injustiça e ilegalidade, conforme doc 2 em anexo.
Sucede que,
3.º
A recorrente não obteve por parte do Exmo Senhor Secretário
Permanente qualquer resposta, razão pela qual no dia 19 de Julho de
2016, interpos recurso hierárquico para a Ministra da Saúde, cuja resposta
foi a manutenção da decisão de suspensão preventiva dos serviços e
vencimentos, conforme docs. 3 e 4.
4.º
Na verdade, ao recorrer do despacho surpreendeu-se, já, com a
abertura do Processo disciplinar contra si, tanto que no dia 15 de Agosto
de 2016, volvidos dois meses depois da sua suspensão, a recorrente foi
notificada da nota de acusação, conforme elucida o doc. 5.
Mesmo assim,
5.º
Tempestivamente, no dia 22 de Agosto de 2016, a recorrente respondeu
a nota de acusação, conforme doc. 6.
6.º
Até a presente data a recorrente não obteve nenhuma decisão do
processo disciplinar ora aberto, muito menos quanto a sua suspensão,
estando desta forma, a serem violados os seus direitos, tanto como
cidadã, e principalmente como funcionária pública, o que afecta
sobremaneira a sua vida pessoal e social.
113
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ENQUADRAMENTO JURÍDICO – LEGAL DOS FACTOS
7.º
O objecto do presente recurso contencioso é arguir a nulidade doacto
administrativo proferido por Sua Excelencia Ministro da Saúde, por
manifesta violação da lei.
8.º
O referido Despacho comunica a suspensão preventiva da funcionária
dos serviços e dos salários, sem referir, sequer, as razões da sua suspensão,
o que viola flagrantemente os princípios basilares da Administração
Pública, nomeadamente, o dever de fundamentação dos Actos
Administrativos, estatuído no art.º 14.º, conjugado com a alínea a) do n.º 1
do artigo 121.º ambos da Lei n.º 14/2011, de 10 de Agosto, que regula a
Vontade da Administração Pública e fixa as normas do funcionamento
da Administração Pública, sufragado pelo art.º 12.º do Decreto n.º
30/2001, de 15 de Outubro, que aprova as Normas do Funcionamento da
Administração Pública, bem como o princípio da legalidade (Vide artigos
4.º dos mesmos Diplomas Legais).
VIOLAÇÃO DA LEI
9.º
Ao suspender preventivamente, a funcionária, ora recorrente, a recorrida
violou o estatuído no art.º 113.º do Estatuto Geral dos Funcionários e
Agentes do Estado, aprovado pela Lei n.º 10/2017, de 1 de Agosto 12, pois,
a suspensão preventiva do funcionário é unicamente aplicável ao
arguido que estando a responder ao processo disciplinar por
cometimento de infracção disciplinar a que for aplicável pena de
114
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demissão ou expulsão, havendo fortes indícios da sua culpabilidade, e
num prazo máximo de sessenta (60) dias;13
10.º
Para além de que o referido acto carece de fundamentação nos
termos do n.º 1 do artigo 121.º por remissão da alínea b) do n.º 2 do
artigo 129.º da Lei n.º 14/2011, de 10 de Agosto;
E mais,
11.ͦ
O Decreto n.º 30/2001, de 15 de Outubro, consagra no seu artigo 6.º,
como sendo um dos princípios da Administração Pública, o da justiça.
O que equivale dizer que, no exercício das suas funções, a
Administração Pública deve actuar de forma justa, o que não foi
observado neste caso.
12.º
Por assim dizer, o acima exposto demonstra claramente que em
nenhuma circunstância se deveria coarctar um direito adquirido,
porquanto, há protecção legal, e a Administração Pública, funda-se no
primado da lei.
ERRO MANIFESTO
13.º
Um erro crasso por parte da recorrida foi decidir em suspender
preventivamente a funcionária, sem antes instaurar o respectivo processo
13Numa outra situação, tendo em conta a altura dos factos, ou seja, quando vigorava o
Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado (REGFAE),
aprovado pelo Decreto n.º 62/2009, de 08 de Setembro, a suspensão e penhora dos
vencimentos do funcionário verifica-se quando o mesmo esteja condenado por crime a
que corresponda pena de prisão que não implique aposentação compulsiva ou
expulsão dos serviços da Administração Pública, nos termos do art.º 72.º daquele
Diploma legal.
Acontece que,
A funcionária, ora recorrente não se encontrava, pelo menos na altura em que foi
notificada da suspensão dos serviços e vencimentos, a responder a qualquer processo
disciplinar, portanto, não havia sido constituída arguida, se não, a posterior, quando a
mesma procedeu a reclamação, conforme referido no articulado 4.º do presente
recurso.
115
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disciplinar, violando os princípios elementares da Administração Pública e,
consequentemente, suspender o pagamento do salário, sem motivos
bastantes para o efeito.
Pior ainda,
14.º
Foi a actuação de Sua Excia. A Ministra da Saúde, ao manter a decisão
relativamente a suspensão dos serviços, bem como a percepção dos
salários, o que viola os direitos fundamentais do cidadão (Cfr. Art. Arts.
84.º e 85.º da CRM), e especialmente da funcionária (Vide art. 47.ºdo
EGFAE), pois podia e muito bem ter oficiosamente exigido provas dos
factos.
15.º
Se isto tivesse acontecido não teria tomado a decisão que tomou
fundada em suposições, em dúvidas e em conjecturações evasivas,
quando na verdade, na dúvida deveria beneficiar-se a recorrente, mas
no caso subjudice, veio a prejudicá-la, o que é totalmente inadmissível
em Direito.
16.º
No âmbito do seu poder discricionário, cabia à recorrida revogar
imediatamente o Despacho proferido pelo Exmo. Senhor Secretário
Permanente, com vista a reposição da legalidade e justiça, e
consequentemente evitar-se danos irreparáveis que advieram da sua
manutenção.
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO
17.º
Nos termos do n.º 5 do artigo 115.º do EGFAE o poder disciplinar da
Administração Pública extingue-se no prazo de 150 dias, contados a partir
116
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do início do procedimento disciplinar caso o processo não tenha sido
encerrado.
18.º
Até ao presente momento passam mais de vinte (20) meses, ou seja, 600
dias desde que a recorrente foi suspensa das suas funções e vencimentos,
resultando daí que o poder disciplinar já se encontra extinto, e a
Administracao Pública já perdeu o poder disciplinar.
DO PEDIDO
117
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pagamentos de todos os seus ordenados correspondentes, a partir
do mês de Julho de 2016 altura em que a mesma foi suspensa, até
a decisão final.
Mais ainda requer a V.Excia que uma vez autuada e recebida, seja
citada a recorrida para, querendo,contestar no prazo e sob
cominação legal, seguindo o processo os seus termos até final.
Junta:
Procuracao forense
Triplicados legais
Documentos de Prova :
Comunicação do Despacho do Exmo Senhor Secretário Permanente
do Misitério da Saúde;
Reclamação ao Exmo Senhor Secretário Permanente;
Reclamção Hierárquica a Sua Excelência Ministra da Saúde;
Comunicação do Despacho de Sua Excia. Senhora Ministra da Saúde;
Nota de Acusação
Resposta a Nota de Acusação
118
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119
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1.°
Para permitir o uso de meios administrativos ou contenciosos, os
Requerentes, redigiram ao Exmo. Sr. Presidente do CMCM, um
requerimento para obter a passagem do teor integral do processo de
emissão do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) e respectiva
certidão (título) atribuída aos senhores Venâncio Silva e Pedro Silva
relativamente a uma área designada parcela 20B/C, Bairro Albasine,
Distrito Municipal KaMavota (Docs. 1 e 2).
2.°
No dia 21 de Setembro, os Requerentes foram notificados da resposta
expressa do Requerido que indefere liminarmente o seu requerimento,
com a simples alegação de que os Requerentes não têm legitimidade
nem base legal para o efeito. Pelo que, não restam dúvidas de que o
indeferimento em causa está desprovido de qualquer fundamentação, o
que viola frontalmente o disposto no n.º 2 do Artigo 253.º da Constituição
(Doc. 3).
4.°
Com efeito, os lesados tem todo o direito, de acordo com o n.º 3 do
Artigo 253.º da Constituição da República, de recorrer contenciosamente
dos actos que prejudiquem os seus direitos e para o fazer, os mesmos
devem ter acesso aos documentos (processo) do qual resultem lesão aos
seus direitos.
5.°
Assim, o presente pedido preenche os requisitos estabelecidos pelo Artigo
106.º da Lei n.º 7/2014, de 28 de Fevereiro.
6.°
Os Requerentes pretendem utilizar os referidos documentos, para, por um
lado, avaliar a sua legalidade e conformidade, de modo a salvaguardar
os direitos sobre a terra das famílias nativas afectadas e, por outro lado,
120
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avaliar a legalidade do acto praticado pelo Presidente do CMCM
durante o processo no seu todo.
Pelo que,
______________________________
Nome/ Assinatura
CP n.º
Juntam:
Procuração forense
Requerimento dirigido ao Presidente do CMCM
Despacho de indeferimento do Presidente do CMCM
Duas cópias de comunicado de despacho de atribuição de DUAT
121
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8. DOS RECURSOS
1.º
Com base em Sentença proferida àfls. 35 a 36 dos autos doProcesso n.º
262/2015, datado de 23 de Maio de 2017, os recorrentes foram
condenados a restituírem de imediato e definitivamente os talhões nº.
301, 302, 303, 304, 305, 306, 307, 308, 309 e 310, da Parcela 660 A/B, com
122
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área de aproximadamente 6000m2, localizada no Bairro Costa do Sol,
zona de Mapulene, Distrito Municipal Kamavota a favor de Timóteo Faz-
tudo e Brigido Faz-tudo (Vide Doc. 1).
2.º
O tribunal aquo fundamentou a sua decisão pelo facto de
supostamente, os réus terem sido citados, e não contestarem, o que não
é verdade e consequentemente foram condenados do pedido com
base nos artigos 783.º e n.º 2 do 784.º, do CPC, conforme atesta cópia de
sentença já anexa como doc.1.
3.º
Não é verdade que os réus não tenham contestado, pois, após terem
sido citados, requereram a junção da procuração, em simultâneo com a
contestação, conforme elucida o doc. 2.
4.º
Quando estes se aperceberam que a sua contestação não se achava
junta ao processo, apresentaram uma reclamação, demonstrando,
claramente que juntaram a contestação, mas a mesma foi junta a outro
processo - vide doc. 3.
5.º
Estabelece o n.º 1 do artigo 484.º do CPC que, se o réu não contestar,
tendo sido ou devendo considerar-se citado regularmente na sua própria
pessoa ou tendo juntado procuração a mandatário judicial no prazo da
contestação, consideram-se confessados os factos articulados pelo autor,
sendo que, nos termos do n.º 2 do mesmo artigo, o juiz dá a faculdade as
partes para alegarem por escrito, e em seguida proferida a sentença,
julgando a causa conforme for de direito, o que não aconteceu.
123
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6.º
O que significa que a falta de contestação não implica
automaticamente a condenação dos requeridos, pois, esta situação é
apenas aplicável ao processo sumário, e não nesta, em que estamos
perante uma acção declarativa de condenação em processo ordinário.
7.º
Arguiram, inclusive, a eventual falsidade dos documentos apresentados
pelo recorrido, conforme estatui o artigo 360.º do CPC, pelo facto de se
não ter obedecido as formalidades legalmente estabelecidas, (n.º 3 do
artigo 13.º, da Lei de Terras), conforme doc. 4
8.º
Paralelamente a sua contestação, os nativos submeteram uma
exposição a Meritíssima Juíza do tribunal aquo, bem como ao Conselho
Municipal, com vista a salvaguardarem os seus direitos - vide docs. 5 e 6.
9.º
Sucede que, mesmo com todas as evidências de tamanhas
anormalidades, mormente a ausência dos réus em sede do tribunal, em
virtude da falta de notificação, ou notificação deficiente, entre diversas
incongruências, o tribunal decidiu favoravelmente ao recorrido, ao
arrepio de todos os princípios elementares do processualismo jurídico.
10.º
O mais grave de tudo é que os ora requerentes, não tomaram
conhecimento da referida sentença, tendo-se surpreendido da citação
do requerimento inicial da acção executiva movida pelo Timóteo Faz-
tudo e Brigido Faz-tudo, numa altura em que aguardavam pela
marcação da audiência de discussão ejulgamento.
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11.º
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 195.º do CPC é havida para
todos os efeitos, como falta de citação o caso de uma certidão de
citação ter sido forjada o que poderá ainda suscitar um incidente de
falsidade.
12.º
Dispõeo n.º 1 do artigo 233.º do CPC, que a citação é feita na pessoa do
réu e só se faz noutra pessoa quando a lei expressamente o permite ou
quando o réu tiver constituído mandatário, com poderes especiais para
o receber mediante procuração passada há menos de 4 anos.
13.º
No caso vertente, na procuração junta aos autos, os ora requerentes,
não constituíram mandatário com poderes especiais, mas com simples
poderes forenses, para além de que não foi sequer assinada a certidão
de notificação por nenhum deles.
14.º
A falta de notificação da sentença, atenta contra o direito fundamental
constitucionalmente consagrado, nomeadamente, o direito a defesa,
(vide artigo 62.ͦ CRM), pois, impossibilitou os requerentes de primeiro
conhecerem do conteúdo da sentença, e segundo, recorrerem da
mesma, em caso de se não conformarem.
15.º
A sentença é manifestamente injusta e ilegal, pois, os requerentes foram
condenados em sentença transitada em julgado, sem antes se
observarem todos os circunstancialismos processuais.
125
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16.º
O recurso extraordinário é apresentado a V. Excia. porquanto já não há
outra via para fazer face à sentença acima referenciada, por se terem
esgotado todos os meios processuais ordinários para o efeito;
17.º
E porque a lei, admite, que havendo situações de flagrante e
manifesta ilegalidade ou de injustiça, pode socorrer-se do recurso
extraordinário, que é promovido, única e exclusivamente pela
Procuradoria-Geral da República, junto do Tribunal Supremo, razão
do presente recurso.
Mandatário
___________________
Nome/ assinatura do mandatário
CP nº
126
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8.2. Modelo de Recurso de apelação
A – QUESTÕES PRÉVIAS
1.º
Salvo melhor entendimento, não pode o agravante conformar-se com a
douta sentença ora recorrida que o condenou pelo cometimento dos
tipos legais de crime de falsificação e de desvio de fundos do Estado,
previsto e punido pelo do artigo 1º da Lei nº 1/79, de 11 de Janeiro, com
atenção as alterações introduzidas pelas Lei nºs 1/89, de 23 de Março e
Lei nº 5 /99, de 2 de Fevereiro, na qualidade de cúmplice.
2.º
Entende o agravante que deve ser declarada nula e de nenhum efeito a
sentença recorrida, por comprovada a violação da lei, falta de
despacho de pronúncia no processo e ausência total de prova (falta e
insuficiência do corpo de delito), para a sustentação da mesma.
B – A NULIDADE DO PROCESSO
127
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3.º
Dispõe o § único do artigo 98.º do CPP que:”São nulidades em
processo penal:
…
1.º A insuficiência ou falta de corpo de delito e a omissão de
diligência que devem reputar-se essências para o descobrimento da
verdade;
4.º
A douta sentença condenatória foi proferida num processo de querela.
Esta forma de processo (querela) é constituída essencialmente por
seguintes fases:
1. Instrução preparatória;
2. Acusação;
3. Eventualmente a instrução contraditória;
4. Despacho de pronúncia;
5. Julgamento...
Sucede, que,
5.º
Nos presentes autos não houve o despacho de pronúncia, nos termos do
estabelecido no artigo 365.º e ss do CPP.
6.º
Na verdade, depois de deduzida a acusação pelo digno magistrado do
Mº Pº, foi notificado o apelante para os efeitos do artigo 352.º do CPP e,
seguidamente sem mais formalidade, foi logo designada a data para o
julgamento.
128
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7.º
Dispõe o artigo 24 do Decreto-Lei nº 35007, de 13 de Outubro de 1945
que: “… É provisória a acusação a que se segue a instrução
contraditória.”
Ao contrário senso, será definitiva toda a acusação que não seja
precedida de instrução contraditório.
8.º
No caso sub Júdice, porque não houve qualquer requerimento neste
sentido e nem um pronunciamento do tribunal, não se abriu a instrução
contraditória nos presentes autos.
9.º
Desta forma, a acusação deduzida pelo digno Magistrado do Mº Pº, por
não se ter aberta a instrução preparatória, tornou-se definitiva.Por
conseguinte, impunha-se ao tribunal a quo o dever de lançar mão ao
despacho, nos termos do que dispõe o artigo 365.º do CPP.
10.º
Como se pode depreender, para além de uma omissão legal, porque
não houve nos autos despacho de pronúncia, por maioria de razão o
réu, ora agravante não poderia dele ser notificado.
11.º
Por conseguinte, deve o processo ser declarado nulo, ao abrigo do
disposto no artigo 98.º nº 5º do CPP, pois que, não tendo havido o
despacho de pronúncia, a fortiori o agravante nunca foi notificado do
referido despacho.
12.º
129
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Ademais, deve o mesmo processo ser declarado nulo por comprovada a
violação da formalidade legal, pois não foi proferido o despacho de
pronúncia.
13.º
Da acusação e da sentença recorrida consta que R, ora agravante, na
companhia dos co-arguidos nos autos, urdiu, no dia 2 de Agosto de 2009,
entre 8:57h e 9:10h, nas instalações da Direcção X, com o seu apoio
técnico (por se tratar de um técnico de informática) e através do co-réu
Macabeca, permitiu que no sector de trabalho deste fosse feita a
aplicação de wideStep Keylogger numa máquina que opera na
instituição em causa (vide artigo 2º da acusação).
14.º
Na óptica do digno Magistrado do Mº Pº e do tribunal a quo, interessava
ao R, ora agravante instalar a citada aplicação, porque com base nele
poderia capturar os NUIT’s e pass words dos senhores XXXXXXX para além
de imagens no monitor e armazena-las em logs para posterior consultas,
com a finalidade de processar e transferir para sua conta o valor de
300.000,00Mts (trezentos mil meticais).
15.º
Como se referiu retro, tal posicionamento e tendo em conta a prova
produzida durante a instrução preparatória e na audiência de discussão e
julgamento, não passa de simples alegações que carecem, in totum, de
provas, cuja finalidade é a demonstração da realidade que se alega!
Ou seja,
130
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16.º
Não constam dos autos provas, quer documentais, testemunhais, por
declarações, confissão, ou ainda por outra forma permitida por lei, como
erradamente pretende fazer crer o digno Magistrado do Mº Pº .
17.º
Na verdade, a acusação e a sentença recorrida se basearam em simples
presunções.Não obstante, em nosso entender, ao se acusar o R, ora
agravante e condena-lo, impunha-se ao digno magistrado do Mº Pº e ao
tribunal a quo, o dever de demonstrar COMO, ONDE e QUANDO teria o R,
ora agravante urdido o que se alega.
18.º
Na senda do nosso entendimento, com base em documentos e
depoimentos que foram indicados na acusação, o digno magistrado do
Mº Pº foi presumindo o que entendeu que efectivamente sucedera e
relatou como se de factos provados se tratasse.
19.º
A prova tem por finalidade demonstrar a realidade dos factos (vide
artigo 341.º do C. Civil), ficando aquele que alega com o ónus de provar
o facto constitutivo do direito que pretende, neste sentido o artigo 342 nº
1 do C. Civil.
20.º
Ora, pretendendo o digno Magistrado do Mº Pº que o R, ora agravante
fosse condenado pelos factos que lhe acusou, impunha-se-lhe o ónus de
fazer a prova, no sentido de demonstrar que o R na companhia de
qualquer dos co-réus, teria planeado, executado, instruído ou de qualquer
forma participado na instalação do wideStep Keylogger numa das
máquinas da Direcção X.
131
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21.º
Contudo, dos autos não existe qualquer prova neste sentido, porem, com
base nos relatados factos, o tribunal a quo condenou o R, numa pena de
4 anos de prisão.
Portanto,
22.º
Ao ter acusado nos termos que consta da acusação e ao se ter
condenado o R, ora agravante nos mesmo termos e com base em
presunções, se pôs em causa o princípio in dúbio pro reo, que é um
princípio geral do Direito Penal.
23.º
Na óptica do doutrinário Manuel Lopes Maia Gonçalves, na obra Código
do Processo Penal Anotado e Comentado, 5ª Edição Almedina, 1972,
p.262, o princípio ora referido constitui um princípio geral de prova, que
vigora quando a lei não formula uma excepção.
24.º
No caso sub Júdice não há qualquer excepção para a produção da
prova de modo a demonstrar a alegada participação criminal do R no
crime de que vem acusado.
25.º
Quando é assim, o mesmo doutrinário op. cit,ensina que nos ditames do
princípio acima referido, havendo incertezas na prova, deverá
beneficiar-se o R, neste caso o agravante.
26.º
Por conseguinte, devia o agravante ser absolvido por não existirem provas
e haver fortes dúvidas de que o mesmo tenha urdido o plano.
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27.º
Da leitura do relatório técnico constante de fls. 249 e ss dos autos, pode-se
constatar que os técnicos, nas suas conclusões apresentam duas
possibilidades:
Que o tempo da transferência foi muto curto, o que permite
concluir que foi feita por uma pessoa, o co-réu Cristo de Jesus; ou
Que havia várias máquinas onde estavam instaladas wideStep
Keylogger ou mini key log.
28.º
Na senda das dúvidas, o primeiro ponto pode ser elidido, se tivermos em
conta que, na data em que a transferência foi realizada o log do co-réu
Cristo se encontrava bloqueado, como consta dos autos na resposta
dada a pedido do digno Magistrado do Mº Pº.
29.º
Como se pode depreender, de facto, não há qualquer certeza de que a
operação tenha efectivamente sido realizada pelo co-réu Cristo de Jesus.
30.º
Deste modo, beneficia uma vez mais o R do princípio in dúbio pró réu, o
que deverá determinar a sua absolvição, o que desde já se espera.
31.º
O relatório técnico constante de fls. 249, nem se quer deve ser
considerado como elemento de prova, se tivermos em conta que o
mesmo foi elaborado por uma entidade que também tem interesse no
processo.
32.º
No caso se impunha que a auditoria aos equipamentos informáticos fosse
feita por técnicos independentes.
133
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33.º
Desde modo, o documento em causa não deve ser considerado como
elemento probatório, por não ter sido autorizado por entidade
competente a auditoria e ter sido realizado por uma entidade que é
suspeita, por ter um interesse directo no processo.
34.º
Em razão disso, afastando o citado documento, deve se considerar o
corpo delito insuficiente e, em consequência, declarar-se nula a sentença
e todo o processo, por se basearem no citado documento.
D – DA PENA APLICADA
35.º
O agravante foi condenado na qualidade de cúmplice, por, na óptica
do tribunal, ter facilitado o crime.Nesta qualidade, nunca deveria ser
condenado na mesma pena que o autor, nos termos do artigo 129.º do
CP, aprovado pela Lei nº 35//2014, de 31 de Dezembro.
36.º
Tendo em conta a doutrina usada pelo tribunal a quo, para a
determinação da medida da pena, no caso de crime consumado, ao
caso aplicar-se-ia um pena de prisão maior de 2 a 8 anos, nos termos das
disposições conjugadas das al. c) e d) do artigo 270.º e al. c) do artigo
274.º do CP, com atenção as alterações introduzidas pela Lei nº 8/2002,
de 05 de Fevereiro.
37.º
Ora, tendo em conta a regra da al. b) do artigo 130.º do CP, o máximo
da pena deveria ser reduzido a metade, para a fixação da moldura
pena, o que significa o máximo seria de 4 anos.
134
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38.º
Atendendo as circunstâncias atenuantes, justo seria aplicar contra o
agravante uma pena correccional.
E, por ser permitido nos termos da lei, poderia ser suspensa na sua
execução. O que se esperava, em alternativa, caso não se julgasse nos
termos anteriormente dissertado.
EM CONCLUSÃO:
Deve a sentença recorrida ser declarada nula e de nenhum efeito,
por comprovada insuficiência do corpo delito e a falta de notificação
do despacho de pronúncia, violando assim o disposto nos parágrafos
1 e 5 do artigo 99do CPP;
Deve ser requalificada a pena aplicada contra o agravante, porque
ao caso o mais ajustado seria uma pena correccional nos termo
doartigo 130.º do CP,
Absolver-se o réu, por existência de dúvidas sobre o seu envolvimento
no crime de que foi condenado.
O Mandatário
_______________
Assinatura do mandatário
CP nº
135
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9. RECLAMAÇÃO POR RETENÇÃO DO RECURSO
1.º
No dia 30 de Janeiro do 2009, cerca das vinte e uma horas, a mando da
arguida Aida Matias de Deus Monteiro, o reclamante foi vítima de
envenenamento, praticado pelo arguido nos autos Samuel Vasco Jeque,
que o fez na companhia do co-arguido Carlos Francisco.
2.º
Por conseguinte foi instaurado um processo-crime contra os arguidos, no
qual, sem que fossem realizadas todas as diligências necessárias e
importantes para a descoberta da verdade material, o digno magistrado
do Ministério Público absteve-se de acusar aos arguidos Aida Matias de
deus Monteiro e Carlos Francisco, tendo apenas acusado o arguido
Samuel Vasco Jeque, por cometimento em autoria material de um crime
de roubo.
136
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3.º
Notificado o ofendido do despacho de abstenção, este deduziu
acusação particular contra todos os arguidos.
4.º
Por despacho de fls. 77 dos autos, foi indeferida a acusação deduzida
pelo ofendido, ora reclamante, com o fundamento de que se tratando
de um crime público, não tinha esta legitimidade para acusar.
5.º
Porque não se conformou com o despacho em alusão, o reclamante
interpôs o competente recurso, que foi admitido, conforme consta de fls.
84 dos mesmos autos.
6.º
Sete dias depois de ser notificado do despacho que admite o recurso,
apresentou o reclamante as suas alegações.
7.º
Contudo, volvidos mais de um ano, se tivermos em conta que as
alegações foram tempestivamente apresentadas em 17 de Agosto do
ano de 2009, o recurso ainda não foi expedido ao Tribunal Superior de
Recurso de Maputo, para efeitos de julgamento.
8.º
Entende o reclamante que a não expedição do recurso ao Tribunal
Superior de Recurso de Maputo para efeitos de julgamento se subsume
com a retenção do mesmo, sendo, no entanto, esta forma (reclamação)
a única que legalmente dispõe para que se possa ordenar a remessa do
recurso, para efeitos de julgamento, nos termos das disposições
conjugadas dos artigos 652.º do CPP e 688.º do CPC, este aplicável ao
processo penal por força do § Único do artigo 1 do CPP.
137
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EM CONCLUSÃO:
A não remessa do recurso admitido e que reúne todas as condições para
ser submetido ao Tribunal ad quem por mais de um ano subsume-sena
retenção do mesmo.
O mandatário
_______________
Nome/Assinatura do mandatário
CP nº
138
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10. CARTAS/INTERPELAÇÕES EXTRAS JUDICIAIS
Exma Senhora
Rosa Pene
Exma Senhora,
Sobre o assunto em epígrafe, tendo sido indicada defensora pública da
senhora Rofina João, sua trabalhadora, pela presente e na tentativa de
uma solução extra judicial, insta-se V. Excia, nos termos seguintes:
1. A trabalhadora acima referida, manteve um vínculo laboral com
V.Excia por um período 5 anos e dois meses como empregada
doméstica.
2. A trabalhadora em causa prestava a sua actividade com zelo e
dedicação mediante remuneração de 3.700,00 Mzn (três mil
setecentos meticais).
Acontece que,
3. No dia 13 de Fevereiro do ano corrente a trabalhadora começou a
sentir se mal no seu posto de trabalho enquanto prestava a sua
actividade laboral, tendo sido por essa razão verbalmente
informada por V.Excia que estava despedida, sem qualquer
fundamento legal.
4. Porque a trabalhadora prestou serviços por um período de 5 anos
cabe-lhe uma indemnização correspondente a 10 dias de salário
por cada ano de serviço efectivo.
5. Desta forma V.Excia deve pagar a trabalhadora os seguintes
valores:
Salário mensal = 3700,00Mzn: 30 dias = 123.33Mzn
Salário diário 123.33 Mzn
Tempo de serviço 5 anos X 10 dias de indemnização por cada ano de
serviço efectivo.
139
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Indemnização = 50 dias X 123.33 = 6.166.66 Mzn
Acrescido de 3700,00Mzn correspondente ao salário do mês de Fevereiro
do ano corrente que não foi pago.
Total: 9.866.00Mzn (Nove mil, oitocentos sessenta e seis meticais)
Face ao exposto e na tentativa de uma solução extra-judicial, insta-se V.
Excia se digne, no prazo de 10 (Dez dias), pagar a quantia de 9.866.00Mzn
(Nove mil, oitocentos sessenta e seis meticais), sob pena de se proceder
judicialmente, correndo por sua conta todos os encargos que resultarem
do processo.
Sem outro assunto e na expectativa de que este merecerá de V. Excia
melhor atenção, endereçamos os melhores cumprimentos e
subscrevemo-nos com estima e consideração.
Atentamente
O mandatário
______________
Nome e assinatura da mandatária
CP nº
140
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À
EMPRESA MOVILINHA, SA
Exmos Senhores,
141
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6. Tendo em conta o espírito da resolução amigável, igualmente
previsto no contrato, vimos, instar a V. Excia a proceder ao
pagamento das rendas relativas ao ano 2017, tendo em conta que
a renda é anual.
Atentamente
142
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ACORDO DE TRANSAÇÃO
ENTRE:
CONSIDERANDO QUE:
143
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CLÁUSULA PRIMEIRA
(Montante da Dívida)
A Primeira Contratante obriga-se a pagar o montante de 185.000,00Mzn
(Cento Oitenta e Cinco Mil Meticais); referente ao contrato promessa da
venda de viatura, a qual assume a obrigação de pagar, sem
necessidade de quaisquer formalidades, notificações, interpelações ou
exigências nas formas como se estabelece nas cláusulas seguintes.
CLÁUSULA SEGUNDA
(Prazo de Pagamento da Dívida)
1. O prazo de pagamento da dívida termina no dia 05 de Janeiro de
2018.
2. A referida dívida será amortizada nas datas e modalidades
acordadas sem necessidade de quaisquer formalidades, notificações,
interpelações ou exigência
CLAUSULA TERCEIRA
(Modalidades de Pagamento)
1. A dívida acima referida será paga em 7 prestações mensais de
capital em dívida, nas seguintes modalidades:
a) A primeira prestação no valor de 26.428.57 Mzn (Vinte Seis Mil,
Quatrocentos e Vinte e Oito Meticais e Cinquenta e Sete Centavos), será
paga no mês de assinatura do presente acordo (Junho de 2017).
b) As seis prestações subsequentes serão iguais e sucessivas no valor
de 26.428.57Mzn (Vinte Seis Mil, Quatrocentos e vinte e Oito Meticais e
Cinquenta e Sete Centavos), a serem pagas de 25 à 5 de cada mês, a
que disser respeito, onde terá o seu termo no dia 05 de Janeiro de 2018.
2. A Primeira Contratante poderá efectuar pagamentos antecipados
das prestações em dívida, devendo, nesse caso, proceder-se o devido
reajustamento das prestações.
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2. O pagamento da presente dívida não está sujeito a quaisquer
acontecimentos presentes ou futuros, nem a quaisquer
condicionalismos, salvaguardando-se os casos de força maior
legalmente admitidos.
3. Os pagamentos referidos nas Cláusulas Segunda e Terceira
deverão ser feitos por tradition, depósito ou transferência bancária,
na conta titulada pelo Segundo Contratante, sob o número
……,NIB: – Banco …..
CLÁUSULA QUARTA
1. A Primeira Contratante compromete-se a realizar as prestações nos
períodos acordados.
2. As Partes comprometem-se, a manter sigilo profissional sobre todas
as informações em seu poder, bem como a não criar quaisquer
constrangimentos prejudiciais a uma e outra parte.
CLAUSULA QUINTA
(Incumprimento)
Em caso de incumprimento do disposto nas Cláusulas Segunda e Terceira
precedentes, dar-se-á o automático vencimento da dívida tornando-se a
mesma, a todo o tempo, exigível e exequível na totalidade, de acordo
com o estabelecido no artigo 781.º do C. Civil, podendo o Segundo
Contratante, accionar todos os mecanismos legais, cíveis e criminais, com
vista a recuperação do valor que estiver em dívida.
CLAUSULA SEXTA
(Casos Omissos)
Em tudo o que for omisso, regerão as disposições legais aplicáveis ao
caso concreto, em vigor na República de Moçambique
Local, data, mês, ano
Primeiro Outorgante Segundo Outorgante
________________________ _____________________________
145
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ACORDO DE TRANSAÇÃO
ENTRE:
CONSIDERANDO QUE:
a) A primeira Contratante foi constituída devedora por sentença
proferida nos autos n◦ 71/2017/A, na qual deve pagar ao segundo
contratante, um valor total de 75. 015,00 Mzn (Setenta e cinco mil e
quinze meticais).
É celebrado o presente ACORDO DE TRANSAÇÃO, para pagamento do
valor em causa que se regerá pelos considerandos acima, pelas cláusulas
seguintes e demais legislação aplicável:
146
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CLÁUSULA PRIMEIRA
(Montante da Dívida)
CLÁUSULA SEGUNDA
(Prazo de Pagamento da Dívida)
1. O prazo de pagamento da dívida termina no dia 05 de Dezembro
de 2019.
2. A referida dívida será amortizada nas datas e modalidades
acordadas sem necessidade de quaisquer formalidades, notificações,
interpelações ou exigência
CLAUSULA TERCEIRA
(Modalidades de Pagamento)
1. A dívida acima referida será paga em 29 prestações mensais de
capital em dívida, nas seguintes modalidades:
a) A primeira prestação no valor de 5.015,00 Mzn (Cinco mil e quinze
meticais) será paga até ao dia 05 de Outubro de 2017.
b) As vinte e oito prestações subsequentes serão iguais e sucessivas
no valor de 2.500,00 Mzn (Dois mil e quinhentos meticais), a serem pagas
de 25 à 5 de cada mês, a que disser respeito, onde terá o seu termo no
dia 05 de Fevereiro de 2019.
2. A Primeira Contratante poderá efectuar pagamentos antecipados
das prestações em dívida, devendo, nesse caso, proceder-se o devido
reajustamento das prestações.
147
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3. O pagamento da presente dívida não está sujeito a quaisquer
acontecimentos presentes ou futuros, nem a quaisquer condicionalismos,
salvaguardando-se os casos de força maior legalmente admitidos.
4. Os pagamentos referidos nas Cláusulas Segunda e Terceira deverão ser
feitos por tradition, depósito ou transferência bancária, na conta titulada
pelo Segundo Contratante, a ser por este indicado.
CLÁUSULA QUARTA
A Primeira Contratante compromete-se a realizar as prestações nos
períodos acordados.
CLAUSULA QUINTA
(Incumprimento)
Em caso de incumprimento do disposto nas Cláusulas Segunda e Terceira
precedentes, dar-se-á o automático vencimento da dívida tornando-se a
mesma, a todo o tempo, exigível e exequível na totalidade, de acordo
com o estabelecido no artigo 781.º do Código Civil, podendo o Segundo
Contratante, accionar todos os mecanismos legais, cíveis, com vista a
recuperação do valor que estiver em dívida.
CLAUSULA SEXTA
(Casos Omissos)
Em tudo o que for omisso, regerão as disposições legais aplicáveis ao
caso concreto, em vigor na República de Moçambique
148
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11.REQUERIMENTO DA EXTINÇÃO DA INSTÂNCIA
O mandatário
_______________________
Nome e assinatura do mandatário
CP n.º
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12. ACORDOS REVOGATÓRIOS
Entre
Cláusula Primeira
A Primeira Contraente e o Segundo Contraentedeclaram revogar, por
mútuo acordo, o contrato de trabalho por tempo indeterminado, entre
ambos celebrado em 10 de Junho de 2010, com efeitos a partir do dia 01
de Abril de 2017, data esta em que se considera para todos os efeitos
legais terem cessado todos e quaisquer direitos, deveres e garantias das
partes, emergentes do referido contrato.
Cláusula Segunda
150
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1. O Segundo Contraente compromete-se a não fazer uso em nenhuma
situação do Software de gestão, das ferramentas associadas ao
mesmo, do seu código-fonte e nem partes do mesmo, por ser
propriedade exclusiva da Primeira Contraente.
Cláusula Terceira
O Segundo Contraente declara que é de livre vontade que procede a
revogação do contrato de trabalho ficando claro que não é devida
qualquer outra compensação pecuniária por parte da Primeira
Contraente, não constituindo o presente acordo qualquer renúncia dos
direitos do Trabalhador.
O presente acordo é celebrado em duplicado e vai ser assinado por
ambas as partes, que ratificam na totalidade o seu conteúdo, por ser a
expressão fiel da sua vontade, ficando um exemplar em poder do
Segundo Contraente e outro em poder da PrimeiraContraente.
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___________________________
Assinatura do responsável da empresa
152
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ACORDO DE REVOGAÇÃO DE CONTRATO DE TRABALHO
Entre
Cláusula Primeira
A Primeira e o Segundo Outorgantesdeclaram revogar, por mútuo
acordo, o contrato de trabalho por tempo indeterminado, entre ambos
celebrado em 01 de Junho de 2016, com efeitos a partir do dia 01 de
Maio de 2017, data em que se considera para todos os efeitos legais
terem cessado todos e quaisquer direitos, deveres e garantias da partes,
emergentes do referido contrato.
Cláusula Segunda
1. Como compensação pela presente cessação de contrato por mútuo
acordo, a Segunda Outorgante recebe da PrimeiraOutorgante, em
parcela única, a quantia de 12.371.14 Mzn (Doze mil trezentos e setenta e
um meticais e catorze centavos) correspondente aos montantes abaixo
discriminados:
153
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Uma indemnização, por rescisão do contrato de trabalho, no valor
de 6.185,57 Mzn (seis mil cento oitenta e cinco meticais e cinquenta
e sete centavos);
Um mês de salário, correspondente á férias não gozadas, no
montante de 6.185,57 Mzn (seis mil cento oitenta e cinco meticais e
cinquenta e sete centavos)
1. Os valores acima descritos serão pagos no momento da assinatura
do presente acordo.
2. As partes declaram que com a assinatura do presente acordo
foram integralmente resolvidos todos os direitos e liquidadas todas
as obrigações entre elas.
3. Após o pagamento do valor acima referido, a Segunda
Outorgante declara que foram pagas todas as importâncias que
lhe eram devidas, emergentes do contrato de trabalho que, pelo
presente acordo cessa, e nada lhe e devido pela Primeira
Contraente, seja a que título for.
_________________________
GL, Lda.
_________________________
Antónia Maria
154
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13. MODELOS DE RESPOSTAS À NOTA DE CULPA
Exmo Senhor
Instrutor do Processo Disciplinar
1.º
O presente processo disciplinar deve ser considerado inválido pela falta
de observância dos requisitos da nota de culpa, nomeadamente: falta
da descrição detalhada dos factos, circunstância de tempo e modo de
cometimento da infracção que é imputada ao trabalhador.
2.º
Da falta de clareza dos factos que consubstanciam a infracção
disciplinar e que impossibilitam a defesa do arguido
É de Lei que a Nota de Culpa deve conter a descrição detalhada dos
factos que consubstanciam infracção disciplinar, com pormenores de
tempo e modo do cometimento da infracção imputada ao trabalhador
(al. a), n.º 2, art.º 67.º in fine, da Lei do Trabalho, elementos estes que na
nota de culpa do presente processo ficaram omissos.
3.˚
Se tais requisitos não forem observados, a Nota de Culpa torna-se
ininteligível, podendo por essa via, entender-se que não se está a conferir
a possibilidade do arguido organizar devidamente a sua defesa em
função dos factos não claros, podendo, em tais situações, ter a
cominação do n.º 4 do art.º 68.º da LT – Nulidade insuprível do processo.
4.º
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O ponto 5 da nota de culpa faz a descrição das responsabilidades que
eram assumidas pelo arguido e no ponto 6 da mesma nota conclui-se
dizendo que o arguido não cumpriu escrupulosamente com aqueles
deveres e responsabilidades referidas por lei. A questão que se coloca é
saber se todos os deveres acima mencionados foram violados pelo
trabalhador arguido uma vez que a arguente na sua nota de culpa não
específica.
Da caducidade da infracção
5.˚
Os factos de que o trabalhador arguido vêm acusado aconteceram no
mês de Janeiro do ano 2017e o arguido veio a ser notificado da nota de
culpa no dia 24 do mês de Maio de 2017, isto e 3 meses depois da
verificação dos factos.
6.˚
A arguente ao notificar o arguido da nota de culpa na data acima viola
o preceituado na al.a) do nº2 do artigo 67 da Lei do Trabalho.
7.º
O trabalhador arguido vem acusado de ter abusado da sua posição de
direcção e chefia e sem anuência prévia da direcção máxima da
empresa, admitiu e prometeu emprego a três cidadãos, alguns deles
mediante pagamento de valores monetários que variam de 3 mil a 5 mil
meticais e outros por afinidades, transformando a empresa em um
campo sem regras.
No entanto,
8.º
Percebe-se claramente que a aludida nota de culpa foi feita porque
existia essa vontade razão pela qual não faz a prova dos factos aqui
alegados, nomeadamente quanto, onde e em que circunstâncias teria o
arguido recebido esses valores.
9.º
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Em relação a tais outros que foram contratados por afinidades a nota de
culpa não menciona quem são e como afere a tal afinidade, elementos
estes que seriam importantes trazer a nota de culpa para o arguido
deduzir melhor a sua defesa.
10.˚
Mais ainda, no ponto 9 da nota de culpa a arguente afirma que tais
situações chegaram ao conhecimento da direcção da empresa quando
sem conta viu-se surpreendida de uma avalanche de notificações da
direcção do trabalho Mediação de conflitos laborais onde os
trabalhadores exigem saláriosdos meses que alegam ter trabalhado
devendo ser acrescido da restituição dos valores pagos em troca do
emprego.
11.˚
Ora, mais uma vez a arguente não faz referência da data em que a
direcção máxima da empresa tomou conhecimento dos factos aludidos
na nota de culpa que no seu ponto de vista consubstanciam infracções
disciplinar.
12.º
Pelos factos acima mencionados deve o processo disciplinar ser
declarado inválido, à luz da al. c) n.º 1 do artigo 68.º do diploma legal já
citado.
Por Impugnação
13.º
Não constitui verdade o que está vertido no ponto 7 da douta Nota de
Culpa, nomeadamente, que o trabalhador arguido teria abusado da sua
posição de direcção e chefia, admitindo sem anuência prévia da
direcção máxima da empresa e prometendo emprego a três cidadãos,
alguns deles mediante pagamento de valores monetários que variam de
3 a 5 mil meticais e outros por afinidade, transformando a empresa em
um campo sem regras.
O que aconteceu é o seguinte,
157
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14.˚
No âmbito das suas responsabilidades de supervisionar e decidir sobre as
actividades no sector dos recursos humanos, nomeadamente: os
processos de recrutamento, admissão e retenção de talentos, entre
outros, comunicou a direcção máxima da entidade empregadora, na
pessoa de José Freitas da necessidade de se contratar mais
trabalhadores, tendo sido autorizado e orientado a informar direcção da
igreja ZTlocal onde esta afecto, uma vez que esta passaria a pagar as
facturas.
15.˚
A orientação acima foi recebida e cumprida pelo arguido, tendo este
solicitado a anuência do Bispo em exercício o senhor Américo Alexandre,
o qual consentiu, autorizando a contratação.
16.˚
Depois de recrutados os trabalhadores os contratos foram redigidos a
escrito pelo senhor Nelson Felizardo representante dos Recursos Humanos,
porem, nunca chegaram a ser assinados, estando neste momento na
posse do novo Bispo o senhor João António e nem pagos os respectivos
salários.
17.˚
Vendo o arguido que a falta de pagamento dos salários desgastava os
trabalhadores ora contratados, falou com a direcção da empresa, na
pessoa do José Freitas, administrador da mesma, que aconselhou-o a
suspender os contratos dos trabalhadores, dada a dificuldade no
pagamento dos salários, o que foi feito pelo arguido.
18.˚
Em resumo estes factos foram sempre do conhecimento da empresa,
tanto que em vários encontros frisava-se a necessidade de contratação
do pessoal.
19.º
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O arguido é acusado da prática de infracções, que igualmente subsume
o tipo legal de crime de corrupção.
20.º
Atendendo a gravidade das imputações e ao facto de estas matérias
serem igualmente de índole criminal, obedecendo as normas e princípios
vigentes neste ramo de direito e enxertadas no direito laboral, importa
apreciar-se cada um dos elementos constitutivos dos crimes em alusão, a
luz do direito penal, de modo que depois se ajuíze se podem ser
imputadas ao arguido.
21.º
Desta forma em virtude do princípio nullum crimenn sine lege, deve o
arguido ser absolvido porque o seu comportamento não se configura
com o crime e muito menos a infracção de que é acusado.
22.º
Não há nos autos, como na nota de culpa provas demonstrativas e nem
factos detalhados de existência de qualquer infracção cometida pelo
arguido, devendo por isso ser absolvido das aludidas acusações.
Da necessidade de realização de diligências de prova:
29.º
Nos termos do n. 2 do artigo 67 da Lei do Trabalho, requer a título de
diligência de provas:
1. A junção ao processo disciplinar do seu registo biográfico de modo a
apurar o comportamento anterior do arguido;
2. Acarreação com os senhores José Freitas administrador da empresa,
Nelson Feliz chefe dos recursos humanos, Américo Alexandre, bispo da
igreja e JoãoAntóniotambém bispo de modo a apurar se os mesmo
tinham ou não conhecimento da existência ou não de novos
contratos;
159
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Face ao exposto, e nos mais de direito ao caso aplicável e realizadas as
diligências de prova requeridas, devendo o processo ser julgado inválido,
pela violação dos procedimentos legais e em consequência sejam o
processo arquivado.
Mais, requer a V.Excia que em face do bom comportamento anterior do
trabalhador arguido, este seja absolvido ou se assim não se entender, que
não lhe seja aplicada nenhuma medida disciplinar grave.
___________________
Nome e assinatura do arguido
160
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Exmo Senhor
Instrutor do Processo Disciplinar
2º
Na referida nota de culpa, consta uma circunstância agravante, que é o
facto de o mesmo não ser arguido primário. Porem, esquece-se de que
para se tomar conhecimento do acidente, foi porque o próprio arguido
reportou e sendo o mesmo que se encontrava na direcção efectiva do
veículo, isto corresponde a confissão espontânea, a qual é uma
circunstância atenuante, conforme dispõe a al. a) do nº1 do artigo 102º
EGFAE.
3º
161
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Não tendo em nenhum momento constado na ideia do arguido o
cometimento do acidente que causou o dano na viatura, não é
igualmente razoável ignorar-se este aspecto, pois se não há intenção
dolosa no cometimento de uma infracção, não deve o arguido da
mesma ser sancionado a título de dolo e, a falta de dolo, enquanto
elemento volutivo do agente da infracção, é tida também como uma
circunstância atenuante, vide al.d) do mesmo número e artigo.
4º
Ainda assim, se estamos perante uma infracção da qual se tem um dano
material, este tem uma natureza reparável e como tal, e acrescido ao
facto da fadiga física e psicológica causada pela carga laboral sofrida, é
nos termos da al. h) do nº1 do artigo 102º do EGFAE, uma circunstância
atenuante.
5º
Ora, se aqui se tem circunstâncias atenuantes em número de 3 e uma
agravante, não se percebe porque razão aquelas são ignoradas e
fazendo somente vincar a que agrava a situação do arguido, violando-se
deste modo o disposto no nº.2 do artigo 118º do EGFAE.
À cautela, impugnando
6º
Não constitui verdade que o arguido não terá imediatamente reportado
o sucedido, na medida em que se o sinistro se deu na 6ª feira, dia 4 de
Outubro de 2013, num momento em que ninguém se encontrava no seu
local de trabalho, este, por meio de um documento, fê-lo logo que se fez
ao trabalho na 2ª feira, dia 7 de Outubro do mesmo ano.
7º
Mais ainda, o arrolamento de testemunhas não é feito sem que tal seja
solicitado ou questionado relativamente a sua existência a data e hora
dos factos, das testemunhas que se pretendem. Aliás, se assim for, o
162
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legislador não deixou de lado a possibilidade de V.Excias se fundarem no
disposto no nº.5 do artigo 111º do EGFAE, para oapuramento da verdade.
8º
Refere-se a douta acusação que o arguido terá violado o seu dever
prescrito na al. h) don.°1 do artigo 43.º EGFAE, o qual diz respeito ao zelo
pela conservação e manutenção dos bens do Estado que lhe são
confiados.
9º
No entanto, se a infracção que se imputa ao arguido é a que consta da
al. h), n.º 1 do artigo 43.º do EGFAE, não faz sentido, é inconcebível que a
pena seja a prevista no n. º1 do artigo 99.º do EGFAE, isto porque;
10º
Nos termos da al.a) do n.º 2 do artigo 99.º do EGFAE, aplica-se esta pena
ao funcionário que reiteradamente não cumpra exacta, pronta e
lealmente as ordens e instruções dos seus superiores hierárquicos relativas
aos serviços,
11º
Ora, se a nota de acusação imputa ao arguido a infracção ou violação
do dever prescrito na al. h) don.º1 do artigo 43.º do EGFAE, que é a falta
de zelo pela conservação e manutenção dos bens do Estado que lhe são
confiados, conforme o articulado 17º da mesma acusação, a pena
aplicável a essa infracção é a que se encontra prevista no n.º1 do artigo
97.º do EGFAE, que é a pena de multa.
12º
E mais, para evitar equívocos sobre a aplicação da pena de multa, o
EGFAE estabelece na norma acimaque a mesma recai sobre o
funcionário que actue com negligência ou falta de zelo no cumprimento
dos seus deveres. E se a conduta do arguido se traduziu na falta de zelo
ou na negligência do arguido, somente a pena de multa lhe é aplicável
e não outra.
163
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13º
Portanto, se pelo cometimento da infracção prevista na al. h) don.º1 do
artigo 43.º do EGFAE, cabe ao arguido a aplicação da pena de multa
conforme dispõe a al.a) do n.º2 do artigo 97.ºdo EGFAE, então é ilegal a
suspensão do arguido, na medida em que a suspensão, tem lugar
quando a pena aplicável à infracção é de demissão ou expulsão, vide
artigo 113.ºdo EGFAE.
14º
Outrossim, no contexto dos deveres do funcionário do Estado, não deve
haver chamamento para efeitos de instauração de processos
disciplinares em caso da sua violação, outros instrumentos normativos,
pois somente são deveres do funcionário do Estado para efeito de
aplicação de sanções, os constantes do EGFAE e seu regulamento, dai
que não faça sentido o chamamento de uma legislação para além
destes dois diplomas, como sucede quando se faz a conjugação com
dispositivos legais constantes do Decreto n.º2/83, de 29 de Julho, que
define normas aplicáveis a sanções de transgressão de normas
164
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À
Comissão Executiva do Banco
Exmos Senhores,
2.º
Tempestivamente, submeteu a sua resposta a nota de culpa. Uma vez o
último dia ter coincidido no sábado, dia 13 de Janeiro, deu entrada da
sua resposta a nota de culpa na segunda-feira, dia 15 de Janeiro do ano
em curso, vide doc. 2.
3.º
Em sede de resposta e como forma de exercer o seu direito do
contraditório, e de modo a obter uma decisão justa, solicitou diligências
de prova, onde foi informado que uma delas (verificação de câmaras)
não seria realizada, visto que as gravações permaneciam apenas por um
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período de 30 dias, facto que foi compreendido pelo trabalhador, ora
signatário, vide doc. 3.
4.º
Transcorridos os dias legalmente estabelecidos para a comunicação da
decisão, veio, o signatário a ser notificado da decisão tomada pela sua
entidade empregadora no dia 1 de Março de 2018.
5.º
Ora, a atitude da entidade empregadora ao proferir a sua decisão na
data acima referida viola o estatuído nas alíneas b) e c) do artigo 67.º da
Lei n.º 23/2007, de 1 de Agosto (Lei do Trabalho).
6.º
Dispõe, a alínea b) do artigo acima citado que, após a resposta a nota
de culpa por parte do trabalhador arguido o processo é remetido ao
órgão sindical para no prazo de 5 dias emitir o seu parecer, e a alínea c)
do mesmo artigo estabelece que a entidade empregadora DEVE, no
prazo de 30 dias, a contar da data limite para apresentação do parecer
do órgão sindical, comunicar por escrito ao trabalhador e ao órgão
sindical da decisão proferida.
7.º
Portanto, a decisão proferida pela entidade empregadora foi tomada
fora do prazo legalmente estabelecido, pois, ora vejamos: o trabalhador
deu entrada a sua resposta a nota de culpa no dia 15 de Janeiro do ano
em curso, tendo desta forma iniciado o período de contagem do prazo
do órgão sindical para apresentar o seu parecer, o que deveria ser feito
até dia 20 de Janeiro, e uma vez que coincidiu com o sábado, o último
dia passou para o primeiro dia útil, isto é, dia 22 de Janeiro de 2018.
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8.º
A partir da data limite legalmente concedida ao órgão sindical (22 de
Janeiro) começou a contagem dos 30 dias para a entidade
empregadora proferir a sua decisão fundamentada, pelo que tinha até
dia 21 de Fevereiro de 2018 para a tomada de decisão.
9.º
Acontece que, a entidade empregadora veio comunicar ao trabalhador
da decisão tomada no dia 01 de Março do ano em curso, isto é, volvidos
8 (oito) dias após a data limite para o efeito, vide. doc.4.
10.º
Donde resulta que a entidade empregadora perdeu o seu poder
disciplinar ao deixar correr o prazo dentro do qual deve comunicar do
despacho.
11.º
É de lei que a entidade empregadora deve na mesma decisão relatar as
diligências de prova produzidas e indicar de forma fundamentada, os
factos contidos na nota de culpa que foram dados como provados, o
que não se vislumbra na decisão em causa.
12.º
Para além de que foi tomada uma decisão excessiva e prejudicial ao
trabalhador, nomeadamente o facto de ser despromovido por um
período de seis meses, o que naturalmente afecta e viola os seus direitos
como colaborador, quando tal não foi provado em sede do processo
disciplinar.
13.º
A decisão em causa foi proferida pelo Director dos Recursos Humanos, o
que inquieta o trabalhador, pois, estabelece o n.º 2 do artigo 62.º da Lei
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do trabalho que “o poder disciplinar pode ser exercido directamente
pelo empregador ou pelo superior hierárquico do trabalhador nos termos
por aquele estabelecidos” o que equivale dizer que o poder disciplinar
tanto pode ser exercido pelo empregador, como pelos superiores
hierárquicos do trabalhador, nos termos em que aquele estabelecer, ou
seja, através de competência expressamente delegada para o efeito, o
que no caso concreto deveria dar-se a conhecer ao trabalhador ora
signatário.
____________________________
Nome/Assinatura
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À
SUA EXCELÊNCIA MINISTRO DO INTERIOR
Maputo
1º
Que no dia 30 de Maio de 2013, cerca das 09h:30 min, no seu local de
trabalho, tomou conhecimento, depois de ter sido perguntado por um
colega de nomeInácio, guarda e afecto a secção porque razão o
reclamante não estava na formatura que naquele instante, sabendo que
a mesma era dirigida a todos os membros escalados para seguir viagem
em serviço a Vunduzi, no Distrito de Gorongosa.
2º
Respondeu o reclamante que não sabia do que se tratava, em virtude de
nunca lhe ter sido informado que este se encontrava incorporado
naquela missão, embora já estivesse há sensivelmente 1 (um) mês a
acompanhar que tal missão existiria, mas sem mais elementos e, nem tão
pouco, saber que o mesmo nela estava enquadrado.
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3º
Acto contínuo, depois de ter tido aquela informação e, sabendo que
nesse Comando existem outros elementos que ostentam o apelido
Cuinica, tratou este de se aproximar ao local onde decorria a formatura
e, aqui confrontando-se com as listas referentes ao pessoal que
efectivamente seguirá a viagem, constatou que na verdade, o seu nome
constava.
4.º
Perante esse facto, o reclamante para além de ficar indignado com a
situação que naquele momento estava a viver, questionou porque razão,
tratando-se de uma missão já há muito tempo concebida e sabendo-se
que havia a necessidade de comunicar aos visados, tal comunicação
não lhe foi extensiva.
5º
Para sua surpresa, no dia 19 de Julho de 2013 o reclamante recebeu uma
nota de acusação indicando que o mesmo teria violado deveres
especiais constantes do Regulamento Disciplinar da Polícia e do Estatuto
Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, adiante a designar por
EGFAE.
6º
O reclamante tempestivamente respondeu a nota de acusação.
7º
Em face do processo disciplinar ora instaurado foi aplicado ao
reclamante a medida disciplinar de exoneração.
8º
Ora, sobre a pena que foi aplicada ao reclamante, é no todo estranha
ao ordenamento jurídico moçambicano, isto é, não encontra a sua
previsão legal enquanto sanção disciplinar, pois, o que se tem na lei,
nada mais é senão uma enumeração taxativa das sanções aplicáveis
aos Funcionáriose Agentes do Estado, tal comodispõeo n.º 1 do artigo 93.º
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do EGFAE, a advertência, a repreensão pública, a multa, a
despromoção, a demissão, a expulsão.
9º
Mais ainda, o nº2 do artigo supra, estabelece que não é lícito aplicar
quaisquer outras sanções disciplinares que não sejam as previstas no nº1,
dai que não sendo lícito, é por outras palavras, ilegal a pena de
exoneração aplicada ao reclamante.
10º
A pena de exoneração aplicada ao reclamante, na fundamentação da
entidade recorrida, a mesma baseou-se no disposto nos nºs 1, 2 e 4 do
artigo 5 do Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do
Estado - REGFAE.
11º
Da apreciação destas disposições, constata-se que a exoneração é a
negação da nomeação definitiva de um funcionário, por manifestação
em contrário de uma das partes ao longo do período da nomeação
provisória, nos termos do nº1 do artigo 5º REGFAE.
12º
Ora, a manifestação em contrária referida no nº1 do artigo 5.º REGFAE,
deve nos termos do nº2 deste artigo, constar de documento escrito e
devidamente fundamentado, o que no caso do despacho recorrido não
se vislumbra. E,
13º
Finalmente, em relação ao nº 4 do artigo 5 do REGFAE usado para a
fundamentação do despacho recorrido, estabelece as situações em que
um funcionário é exonerado, isto é, não é definitivamente nomeado em
virtude de o mesmo ter obtido, na avaliação de desempenho, a
classificação inferior a regular, ex vi nº3 do mesmo artigo, e sem que haja
processo disciplinar, o que no caso do reclamante não se aplica, pois, em
171
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nenhum momento o mesmo foi objecto de qualquer avaliação de
desempenho.
O Recorrente
_________________________
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©IPAJ
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