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CONTABILIDADE E FINANÇAS GESTÃO BANCÁRIA E SEGUROS

PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA
INTERNA

Prof. Doutora Carla Negrão


SISTEMAS DE CONTROLO DE GESTÃO Carla.negrao@isaf.co.ao

2º Semestre 2022/2023
PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA
Art.º 12º
São os preços pelos quais uma empresa
transfere bens, direitos ou presta
Os contribuintes, cujos proveitos anuais
serviços a outra entidade, com a qual
verificados na data de encerramento de
esteja em situação de relações especial
contas do exercício sejam superiores a sete
mil milhões de kwanzas,

Decreto Presidencial nº 147 /13, de 1 de Outubro

Cap. IV – Secção 2 Devem proceder à elaboração do dossier


em que caracterizem as relações e preços
Lei dos Preços de Transferência praticados com as sociedades com as quais
possuam relações especiais
PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA
Obrigatório somente a entrega para os Grandes Contribuintes até seis meses após a data de
encerramento do exercício fiscal

A criação deste conceito visa evitar


que determinadas organizações
falseiem os preços a que bens e
serviços são prestados entre si,
sempre que entre as mesmas
existam relações especiais, bem
como que sejam evitadas
transferências internas de resultados,
entre empresas pertencentes à
mesma entidade, mas que possuam
regimes fiscais diferenciados
PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA
AGT criou a Unidade de Preços de Transferência (UPT)
O Dossier de Preços de
Transferência deve ser
apresentado por todas
as entidades inscritas Terá como competências, assegurar, controlar e garantir o cumprimento da
na Direção Geral dos obrigação de entrega do dossier de preços de transferência nos termos do
Grandes Contribuintes Estatuto dos Grandes Contribuintes ( Art 12º/5)
ou mediante listagem
publicada anualmente
pelo Ministério das
Finanças e que sejam
abrangidas por relações À unidade de preços compete também proceder às auditorias aos
especiais. dossiers de preços de transferência, com vista a fiscalizar a conformidade
das operações vinculadas declaradas com as regras de plena
concorrência, bem como prestar o apoio e esclarecimentos necessários
aos contribuintes abrangidos, ligados ao regime de preços de
transferência, com os demais serviços, direcções ou gabinetes da AGT e
outras entidades com as quais esta instituição coopera.
PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA
INTERNA
Este DP determina, desde o ano de 2013, a obrigação de entrega de dossiers de preços de
transferência, por parte dos Grandes Contribuintes à Administração Geral Tributária, a título de obrigações
declarativas acessórias ou complementares.

Métodos de determinação de preços


de transferência:
PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA
INTERNA
Consideram-se relações especiais as situações em que uma entidade tem o poder de exercer, directa ou
indirectamente, uma influência significativa nas decisões de gestão da outra, designadamente:

• Quando os administradores ou gerentes de uma sociedade, bem como os cônjuges, ascendentes e


descendentes destes, detenham directa ou indirectamente uma participação não inferior a 10% do
capital, ou dos direitos de voto na outra entidade
• Quando a maioria dos membros dos órgãos de administração, direcção ou gerência sejam as
mesmas pessoas ou, sendo pessoas diferentes, estejam ligadas entre si por casamento, união de facto
ou parentesco na linha recta
• Quando as entidades se encontram vinculadas por via de contrato de subordinação
• Quando se encontrem em relações de domínio ou de participações recíprocas, bem como vinculadas
por via de contrato de subordinação, de Grupo paritário, ou outro efeito equivalente nos termos da Lei
das Sociedades Comerciais
• Quando entre uma e outra existam relações comerciais que representem mais de 80% do seu volume
total de operações
• Quando uma financia a outra, em mais de 80% da sua carteira de crédito
PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA
INTERNA
Exemplo:

A entidade Angola,SA é uma sociedade comercial angolana, listada como grande contribuinte, que se dedica
à venda a retalho em Angola.

Esta entidade compra (importa) muitos dos bens que vende em Angola à entidade Algarve,SA uma sociedade
de direito português.

Esta entidade Algarve,SA, por sua vez, é detida por uma sociedade holding sediada em França, de que é
accionista, em mais de 10%, João.

A mulher de João, Ana, é accionista, em mais de 10%, da sociedade angolana Angola, SA.
PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA
INTERNA
No Custo Real

No custo Padrão

No custo padrão acrescido de uma margem

No custo marginal

No preço de mercado

Em preços negociados entre o centro fornecedor e os


centros que adquirem o serviço ou produto intermédio
PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA
INTERNA
Baseados no custo real

Esse preço é função dos custos efectivamente incorridos para produzir o produto/serviço

Não permitem a correcta avaliação da performance dos centros prestadores e dos centros
utilizadores do produto/serviço, pois as eficiências ou ineficiências transmitem-se

Não motivam os responsáveis dos centros prestadores a introduzir melhorias nos


processos, portanto, os centros utilizadores irão sempre suportar os custos das eventuais
ineficiências
O centro de responsabilidade A fabrica um produto intermédio e transfere toda a produção para o centro de
responsabilidade B. No quadro seguinte apresenta-se a ficha de custo padrão (u.m.):

A: MP 50 u.m., MOD 36 u.m. e GGF 14 u.m.


B: MOD 44 u.m. e GGF 16 u.m.

Em u.m.
A B
MP Semi Produto
adquirido ao centro A
MOD MOD
GGF GGF
Total
O centro de responsabilidade A fabrica um produto intermédio e transfere toda a produção para o centro de
responsabilidade B. No quadro seguinte apresenta-se a ficha de custo padrão (u.m.):

A B
MP 50 Semi Produto 100
adquirido ao centro A
MOD 36 MOD 44
GGF 14 GGF 16
Total 100 160

Vende a totalidade da produção


ao preço unitário de 200 u.m.

Em termos orçamentais, espera-se uma Margem bruta


unitária de ???
O centro de responsabilidade A fabrica um produto intermédio e transfere toda a produção para o centro de
responsabilidade B. No quadro seguinte apresenta-se a ficha de custo padrão (u.m.):

A B
MP 50 Semi Produto 100
adquirido ao centro A
MOD 36 MOD 44
GGF 14 GGF 16
Total 100 160

Vende a totalidade da produção


ao preço unitário de 200 u.m.

Em termos orçamentais , espera-se uma Margem


bruta unitária de 40 u.m., o.s., 20%
Em termos orçamentais, espera-se uma Margem bruta unitária de 40 u.m., o.s., 20%
Na realidade, o custo de produção do produto intermédio no centro A foi o seguinte (u.m.):

C. Produção do produto C. Produção do produto intermédio no centro B


intermédio no centro A
Semi Produto adquirido ao centro A 110
MP 54
MOD 44
MOD 40
GGF 16
GGF 16
170
110
Admitindo que a eficiência do centro
Dado que o PT é ao custo real as B se manteve ao nível previsto no
ineficiências – desvios em relação aos custos orçamento, a sua
previstos foram suportadas pelo centro B Margem bruta unitária???
(comprador).
Em termos orçamentais, espera-se uma Margem bruta unitária de 40 u.m., o.s., 20%
Na realidade, o custo de produção do produto intermédio no centro A foi o seguinte (u.m.):

C. Produção do produto C. Produção do produto intermédio no centro B


intermédio no centro A
Semi Produto adquirido ao centro A 110
MP 54
MOD 44
MOD 40
GGF 16
GGF 16
170
110
Admitindo que a eficiência do centro
Dado que o PT é ao custo real as B se manteve ao nível previsto no
ineficiências – desvios em relação aos custos orçamento, a sua
previstos foram suportadas pelo centro B Margem bruta unitária de 30 u.m.,
(comprador). o.s., 15%
PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA
INTERNA
Baseados no custo padrão

O PT é o custo padrão, verifica-se que as ineficiências do centro A não são suportadas pelo
centro B, repercutem-se na performance do centro A e estão materializadas nos desvios
no custo de produção:

Desvios
Desvio nas MP
Desvio na MOD
Desvio nos GGF
Desvio Total
PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA
INTERNA
Baseados no custo padrão

O PT é o custo padrão, verifica-se que as ineficiências do centro A não são suportadas


pelo centro B, repercutem.se na performance do centro A e estão materializadas nos
desvios no custo de produção:

Desvios
Inconvenientes que podem ser
Desvio nas MP 4 D
ultrapassados através da utilização de
Desvio na MOD 4 D outros critérios, nomeadamente o custo
Desvio nos GGF 2 D padrão acrescido de uma margem ou
através da partição da margem comercial
Desvio Total 10 D
PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA
INTERNA
Baseados no mercado e PT negociados

Quando existe um preço de mercado para os produtos transferidos ou serviços prestados


internamente, é este o critério mais adequado para definir o PT

O preço de mercado representa um custo de oportunidade quer para o fornecedor, quer


para o centro utilizador do produto ou do serviço

Trata-se de um preço definido de forma objectiva por entidades externas – procura e oferta
de mercado
O produto P1 é produzido pelo centro X que o poderá vender externamente ou internamente ao centro y.
Dispõem-se das seguintes informações referentes ao mercado deste produto:

Preço de mercado = 25.000 U.m.


Custos comerciais variáveis = 5% das vendas
Custos de distribuição = 600 u.m. / unidade
Crédito concedido a clientes = 90 dias
Custos financeiros estimados = 8% ao ano

Quais os preços de indiferença para o vendedor e para o comprador?

Se o PTI fosse fixado em 25.000 u.m. igual ao preço de mercado não seria vantajoso para o centro Y, pois
poderia adquirir o produto no mercado por esse preço mas usufruindo de um prazo de pagamento de 90 dias.
Para o centro X seria mais vantajoso do que vender o produto ao exterior, pois vende internamente ao
mesmo preço e não tem que incorrer em custos comerciais, de distribuição, nem no custo financeiro
associado ao crédito de 90 dias concedido aos clientes.

Quais os preços de indiferença para o vendedor e para o comprador?

Ótica do vendedor (centro x) Em u.m. Ótica do comprador (centro y) Em u.m.

Preço de mercado 25.000 Preço de mercado 25.000

Custos incorridos Ganho financeiro “perdido” -500

comercial -1.250 Preço de indiferença (equivalente) ???

distribuição -600

financeiro -500
Verifica-se que os preços de indiferença para o centro X (fornecedor)
Preço de indiferença (equivalente) 22.650 e para o centro Y(utilizador), respectivamente de 22.650 u.m. e de
24.500 u.m. possibilitam um intervalo de preços para negociação com
vantagens mútuas entre os 22,650 e 24.500 u.m.
Quais os preços de indiferença para o vendedor e para o comprador?

Ótica do vendedor (centro x) Em u.m. Ótica do comprador (centro y) Em u.m.

Preço de mercado 25.000 Preço de mercado 25.000

Custos incorridos Ganho financeiro “perdido” -500

comercial -1.250 Preço de indiferença (equivalente) 24.500

distribuição -600

financeiro -500

Preço de indiferença (equivalente) 22.650


Verifica-se que os preços de indiferença para o centro X
(fornecedor) e para o centro Y(utilizador), respectivamente
de 22.650 u.m. e de 24.500 u.m. possibilitam um intervalo
de preços para negociação com vantagens mútuas entre
os 22,650 e 24.500 u.m.
A Tomatol, SA é uma empresa que se dedica à produção de concentrado de tomate. Está estruturada em 2 divisões: a
Divisão de Compra e Transporte e a Divisão de Produção. A Divisão de Compra e Transporte realizada junto dos
produtores agrícolas, adquire o tomate a uma cooperativa de produtores e transporta-o a granel para a Divisão de
Produção.

Dispõe-se dos seguintes elementos:

Divisão de Compra e Transporte:


• Preço de compra à cooperativa de produtores = 500 u.m./ton
• Custo de transporte = 200 u.m. /ton

A Divisão de Compra e Transporte está a adquirir a totalidade de produção da cooperativa – 80 ton/dia e tem a capacidade
para transportar diariamente para a Divisão de Produção 100 ton de tomate.

Divisão de Produção:
Preço de compra a fornecedores locais = 800 u.m./ton
Custos de Transformação = 2 u.m./Kg de concentrado de tomate
PV = 4,5 u.m./kg de concentrado de tomate

A Divisão de Produção está a comprar diariamente 40 toneladas de tomate a fornecedores locais e está a transformar 120
ton/dia.

Qual é o PTI baseado no mercado? Qual é o PTI entre as Divisões baseado no custo V acrescido de uma margem
de 10%? Qual é o PTI negociável?
Qual é o PTI baseado no mercado?

É o preço de compra a fornecedores locais – 800 u.m./tonelada

Qual é o PTI entre as Divisões baseado no custo acrescido de uma margem de 10%?
Qual é o PTI baseado no mercado?

É o preço de compra a fornecedores locais – 800 u.m./tonelada

Qual é o PTI entre as Divisões baseado no custo acrescido de uma margem de 10%?

Preço de compra do produto à cooperativa


Custo de transporte
Total

700 u.m. *1,1 = 770 u.m./tonelada


Qual é o PTI baseado no mercado?

É o preço de compra a fornecedores locais – 800 u.m./tonelada

Qual é o PTI entre as Divisões baseado no custo acrescido de uma margem de 10%?

Preço de compra do produto à cooperativa 500 u.m. / ton


Custo de transporte 200 u.m. / tonelada
Total 700 u.m./tonelada

700 u.m. *1,1 = 770 u.m./tonelada

Qual é o PTI negociável?


Qual é o PTI baseado no mercado?

É o preço de compra a fornecedores locais – 800 u.m./tonelada

Qual é o PTI entre as Divisões baseado no custo acrescido de uma margem de 10%?

Preço de compra do produto à cooperativa 500 u.m. / ton


Custo de transporte 200 u.m. / tonelada
Total 700 u.m./tonelada

700 u.m. *1,1 = 770 u.m./tonelada

Qual é o PTI negociável?

Entre os 800 u.m./ton (preço de mercado) e 770 u.m./ton (custo de transporte acrescido de uma margem de 10%)
Considere-se que o PTI resultante da negociação entre as duas Divisões é de 780 u.m./tonelada. A Divisão
de Produção adquire 80 toneladas de tomate por dia à Divisão de Compra e Transporte que transforma em
40 toneladas de concentrado de tomate que vende aos clientes.

Qual a margem bruta da Divisão de Compra e Transporte, da Divisão de Produção e da Tomatol, SA


considerando os seguintes PTI:

1) Baseado no mercado

2) Baseado no custo total acrescido de uma margem de 10%

3) Com base no preço negociado de 780 u.m.


Preço de Custo+margem de Preço
mercado 10% (770u.m.) negociado
(780 u.m.)
Divisão de compra e transporte

Vendas

Custo de compra e transporte

Margem Bruta

Divisão de produção

Vendas

Compras ao PTI

C. transformação

MB
Verifica-se que os PTI não têm qualquer
MB da Tomatol, SA influencia directa nos resultados da empresa,
mas afectam os resultados de cada divisão e
Em u.m. respectivo desempenho
80 ton x 800 80 ton x 770
Preço de Custo+margem de Preço
mercado 10% (770u.m.) negociado
(780 u.m.)
Divisão de compra e transporte

Vendas 64.000 61.600 62.400

Custo de compra e transporte 56.000 56.000 56.000 80 ton x 700


Margem Bruta 8.000 5.600 6.400

Divisão de produção
40.000 kg x 4,5
Vendas 180.000 180.000 180.000

Compras ao PTI 64.000 61.600 62.400

C. transformação 80.000 80.000 80.000


40.000 kg x 2
MB 36.000 38.400 37.600
Verifica-se que os PTI não têm qualquer
MB da Tomatol, SA 44.000 44.000 44.000 influencia directa nos resultados da empresa,
mas afectam os resultados de cada divisão e
respectivo desempenho
Considerando que a Divisão de Produção recebeu uma proposta de um produtor independente de venda de
10 toneladas de tomate por dia ao preço de 600 u.m./tonelada, entregues nas instalações da Divisão de
Compra e transporte.

Esta Divisão tem capacidade de transporte disponível pelo que poderá proceder ao transporte destas 10
toneladas por dia ao custo marginal de 80 u.m./tonelada.

Deverá aceitar a proposta? Qual a alternativa mais vantajosa?


Alternativa 1: A Divisão de Produção compra as 10 toneladas de tomate ao fornecedor local a 800
u.m./tonelada

CT = 10 toneladas* 800 u.m. = 8.000 u.m.

Alternativa 2: A divisão de Produção adquire as 10 toneladas de tomate ao fornecedor independente a 600


u.m./tonelada.

CT= custo de aquisição + custo de transporte a custo marginal = 10 ton * 600u.m. + 10 ton * 80 u.m. = 6.800
u.m.

É a proposta do produtor independente (alternativa 2), pois traduz uma redução de custos comparativamente
à aquisição a fornecedores locais (alternativa 1) de 1.200 U.m.

Mas se o PTI definido for o custo acrescido de uma margem de 10%, qual o custo total para a Divisão
de Produção?
Alternativa 1: A Divisão de Produção compra as 10 toneladas de tomate ao fornecedor local a 800
u.m./tonelada

CT = 10 toneladas* 800 u.m. = 8.000 u.m.

Alternativa 2: A divisão de Produção adquire as 10 toneladas de tomate ao fornecedor independente a 600


u.m./tonelada.

CT= custo de aquisição + custo de transporte = 10 ton*600u.m. + 10 ton*80 u.m. =6.800 u.m.

É a proposta do produtor independente (alternativa 2), pois traduz uma redução de custos comparativamente
à aquisição a fornecedores locais (alternativa 1) de 1.200 U.m.

Mas se o PTI definido for o custo acrescido de uma margem de 10%, qual o custo total para a Divisão
de Produção? Nestas condições, o
Preço de compra ao 600 u.m. O CT da Divisão de Produção será de responsável pela Divisão de
produtor independente
8.200 .m. (820 u.m. *10 ton) > ao custo Produção optará por adquirir
Custo de transporte (200 220 u.m.
de aquisição no mercado de 8.000 u.m. o produto no mercado e
u.m.*1,1)
(800 u.m. *10 ton) rejeitará a proposta do
Custo Total 820 u.m.
produtor independente
Será que esta decisão, sendo mais favorável para a Divisão de Produção é a mais vantajosa para a
empresa?

O CT da proposta do produtor independente com um PTI baseado no custo acrescido de uma margem de
10% é superior ao custo de aquisição do produto no mercado,

A Tomatol, SA ganhava com a proposta do produtor independente, porque o custo efetivamente incorrido é
menor: 6.800 u.m. (600 u.m. + 80 u.m. de transporte)
A multinacional Cheira GAPS está situada em Angola e possui uma subsidiária no país USEXIT, para onde
exporta o produto MAY. O custo dos produtos enviados no mês de Março de 2022 elevou-se a 1.600.000
u.m. e foram vendidos no país USEXIT por 3.463.200 USEXITs, que corresponde a 2.880.000 u.m. (1 u.m. =
1,2025 USEXIT).

O grupo multinacional Cheira Gaps obteve um lucro de 1.280.000 u.m.

Deste montante, quanto deverá ser enviado para a empresa-mãe e e quanto deverá ficar na subsidária
USEXIT?

Considere como PTI:

• 1.800.000

• 2.500.000
A multinacional Cheira GAPS está situada em Angola e possui uma subsidiária no país USEXIT, para onde
exporta o produto MAY. O custo dos produtos enviados no mês de Março de 2022 elevou-se a 1.600.000
u.m. e foram vendidos no país USEXIT por 3.463.200 USEXITs, que corresponde a 2.880.000 u.m. (1 u.m. =
1,2025 USEXIT).

O grupo multinacional Cheira Gaps obteve um lucro de 1.280.000 u.m.

Deste montante, quanto deverá ser enviado para a empresa-mãe e quanto deverá ficar na subsidiária
USEXIT?

Tudo dependerá do PT dos produtos May que custaram 1.600.000 u.m.

Se o PT for, por exemplo, 1.800.000 u.m., a empresa-mãe terá um lucro de 200.000 u.m. ficando para a
subsidiária o valor de 1.080.000 u.m., ou seja, 1.298.700 USEXIT

Se o PT for de 2.500.000 u.m., a empresa-mãe terá um lucro de 900.000 u.m. ficando para subsidária
apenas o valor de 380.000 u.m., ou 456.950 USEXIT
A empresa NÃO RELACIONADA é um conglomerado financeiro e apresenta duas divisões (A e B) que são
geridas como centros de resultados.

Cada uma das divisões trabalha ao nível da capacidade máxima. Em relação, às relações entre si, a divisão
A, entrega 40% do seu produto à divisão B, vendendo os restantes para o exterior ao grupo, pelo montante
de 1.500.000 u.m.

Toda a produção de B foi vendida ao exterior por 2.187.500 u.m.

Os custos mensais da divisão A foram 1.115.625 u.m. e os da divisão B foram 468.750 u.m., exceptuando os
produtos recebidos de A.

Calcule os resultados da divisão A, divisão B e Não relacionada usando como PTI:

• O valor de mercado
• O custo total
O cálculo dos resultados de A e B e do grupo NÃO RELACIONADA.

Em u.m.
A B NÃO
RELACIONADA

Vendas ao exterior
Vendas internas
Total vendas
Custos de transferência
Custos próprios
Total custos
Resultados

Como se constata são muito relevantes as diferenças na performance das duas empresas em função
da política de PT que for seguida.
O cálculo dos resultados de A e B e do grupo NÃO RELACIONADA.

Em u.m.
A B NÃO
RELACIONADA

Vendas ao exterior 1.500.000 2.187.500 3.687.500


Vendas internas 1.000.000 0
Total vendas 2.500.000 2.187.500
Custos de transferência 0 1.000.000
Custos próprios 1.115.625 468.750 1.584.375
Total custos 1.115.625 1.468.750
Resultados 1.384.375 718.750 2.103.125

Como se constata são muito relevantes as diferenças na performance das duas empresas em função
da política de PT que for seguida.
O cálculo dos resultados de A e B e do grupo NÃO RELACIONADA.

Em u.m.
A B NÃO
RELACIONADA

Vendas ao exterior
Vendas internas
Total vendas
Custos de transferência
Custos próprios
Total custos
Resultados
O cálculo dos resultados de A e B e do grupo NÃO RELACIONADA.

Em u.m.
A B NÃO
RELACIONADA

Vendas ao exterior 1.500.000 2.187.500 3.687.500


Vendas internas 446.250 0
Total vendas 1.946.250 2.187.500
Custos de transferência 0 446.250
Custos próprios 1.115.625 468.750 1.584.375
Total custos 1.115.625 915.000
Resultados 830.625 1.272.500 2.103.125
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO
Angola
Método do preço comparável de mercado: pode ocorrer quando o sujeito passivo ou uma
entidade pertencente ao mesmo grupo realiza uma transacção da mesma natureza que tenha por
objecto um serviço ou produto idêntico ou similar, em quantidade ou valor análogos, e em termos
e condições substancialmente idênticos, com uma entidade independente no mesmo ou em
mercados similares. Este é o método que requer o grau mais elevado de comparabilidade com
incidência tanto no objecto e demais termos e condições da operação como na análise funcional
das entidades intervenientes

Método do preço de revenda minorado: tem como base o preço de revenda praticado pelo sujeito
passivo numa operação realizada com uma entidade independente, tendo por objecto um produto
adquirido a uma entidade com a qual esteja em situação de relações especiais, ao qual é subtraída
a margem de lucro bruto praticada por uma terceira entidade numa operação comparável e
com igual nível de representatividade comercial.

Método do custo majorado: tem como base o montante dos custos suportados por um
fornecedor de um produto ou serviço fornecido numa operação vinculada, ao qual é adicionada a
margem de lucro bruto praticada numa operação não vinculada comparável.
MÉTODO DE REVENDA MINORADO
o método especialmente
indicado para os
distribuidores que
revendem produtos que
se encontram aptos a
ser introduzidos no
mercado, isto é, sem
procederem a qualquer
operação de
transformação ou
valorização ou, a
existirem, estas sejam
facilmente identificáveis
e valorizáveis
Ao preço praticado na operação não vinculada (preço de revenda) deduz-se
uma margem de lucro bruto (a margem sobre o preço de revenda) de acordo
com aquela que é praticada por entidades independentes em operações
comparáveis.
Bibliografia
Decreto Presidencial nº 147 /13, de 1 de Outubro. Cap. IV – Secção 2
60%

FERREIRA, D.; CALDEIRA, C.; ASSEICEIRO, J.; VIEIRA, J.; VICENTE, C.


(2019). Contabilidade de Gestão - Estratégia de Custos e Resultados: Advanced
Management and Managerial Accounting. 2ª Edição. Lisboa: Rei dos Livros.
40%
Capítulo 15.

Dias, A. (2022). Preços de Transferência. Ordem dos contabilistas certificados.


30%

50%

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