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CONTABILIDADE E FINANÇAS GESTÃO BANCÁRIA E SEGUROS

SISTEMAS DE CONTROLO DE GESTÃO


Prof. Doutora Carla Negrão
carla.negrao@isaf.co.ao
2º Semestre 2022/2023
Índice

01 Definições e bases do Controlo de Gestão

02 Introdução e enquadramento do controlo de gestão

03 A função controlo de gestão na estrutura da empresa

04 A missão e âmbito da função do controller

05 Princípios do controlo de gestão


CONTROLO DE GESTÃO

É o esforço permanente realizado pelos principais responsáveis da empresa para


atingir os objetivos fixados
Principais responsáveis: os gestores responsabilizados por uma missão operacional tais
como as atividades relacionadas com as vendas, produção, investigação e
desenvolvimento, aprovisionamento, uma divisão de produtos, um setor geográfico, quer
ao nível global da empresa, quer ao nível local.

- Cada 1 deve dispor dos meios necessários para obter os resultados com que se
comprometeu, sem ter de estar permanentemente subordinado a pedidos de
autorização para utilizar os meios

Objetivos fixados: níveis de resultados quantificados no tempo, decididos e


acordados com a hierarquia (numa gestão participativa) ou impostos pela
hierarquia (estilo de gestão mais diretivo)

Esta definição estabelece a importância dos responsáveis operacionais, na gestão e também no


controlo de gestão. Se os quadros operacionais não praticam o controlo de gestão, então não há
controlo de gestão na empresa
CONTROLO DE GESTÃO

Deve proporcionar a todos os responsáveis, os instrumentos para pilotar e tomar


as decisões adequadas que assegurem o futuro da empresa

Diferença da primeira: em vez de múltiplos objetivos fixados a cada responsável, se


consideram os objetivos gerais e o futuro da empresa como um todo

Os instrumentos de controlo de gestão devem se adaptar às características ou à estrutura das


empresas

O controlo de gestão é um conjunto de instrumentos que motivem os responsáveis


descentralizados a atingirem os objetivos estratégicos da empresa, privilegiando a ação e a
tomada de decisão em tempo útil e favorecendo a delegação de autoridade e responsabilização
CONTROLO DE GESTÃO

Estudo – Reações negativas dos operacionais sobre os sistemas de controlo de gestão das
suas empresas:

• Os operacionais consideram o controlo de gestão como um instrumento da direção geral


para fiscalizar o que acontece nos diversos setores

• Hostilidade contra as intervenções do controlador de gestão

• Os operacionais consideram os instrumentos de controlo de gestão como a área


reservada do controlador e não como uma ferramenta de gestão pessoal que lhes
permita analisar melhor os seus resultados, avaliar melhor as suas possibilidades de ação
e orientar melhora as suas decisões futuras
MISSÃO E ÂMBITO DA FUNÇÃO DE CONTROLADOR
DE GESTÃO
Missão: É animar o processo pelo qual os gestores influenciam a implementação das
estratégias na empresa

Para executar a missão terá que desempenhar várias atividades

Características técnico-económicas

Características relacionais
MISSÃO E ÂMBITO DA FUNÇÃO DE CONTROLADOR
DE GESTÃO

Atividades de gestão previsional e acompanhamento dos resultados, materializados pelos


instrumentos tradicionais de gestão
• Planos operacionais; orçamentos e análises dos desvios; Tableaux de bord, Balanced Scorecard; estudos económicos e
financeiros

Atividades relacionadas com a conceção do sistema de informação para a gestão, consubstanciada,


conforme a estrutura da empresa, na coordenação ou na forte relação com as seguintes funções
• Contabilidade Geral; C. Analítica; Gestão orçamental; Informática de gestão, SI para a gestão em geral, dos Executive
Information Systems, Business Inteligence e data mining; organização e métodos

Atividades resultantes de delegação de outras funções

• Participação e apoio à coordenação das tarefas de análise e escolhas estratégicas, bem como à elaboração do plano
estratégico; elaboração do plano financeiro e outras tarefas de gestão financeira

Atividades de caráter administrativo

• Controlo interno; outras tarefas da gestão administrativa (v.g. gestão de pessoal, gestão de imobilizado, fiscalidade, etc.)
Papel de consultor

Junto da administração ou direção geral tem que essencialmente preparar informação para o apoio à tomada de decisão
Junto das direções operacionais alem de preparar os elementos de apoio à tomada de decisão, implementa procedimentos administrativos e contribui com
conhecimentos técnicos específicos

Papel de animador e formador


Junto das direções operacionais tem de sensibilizar os gestores e os quadros em geral para os problemas de gestão, de conceber processos de controlo
aceitáveis pelos operacionais e de os ajudar a implementar os sistemas de auto-controlo
Tem de sensibilizar as direções funcionais, nomeadamente as financeiras, pessoal e informátoca para a necessidade de divulgação da informação e utilização
dos dados por todos quantos têm responsabilidade de gestão

Papel de coordenador e de concertação

O controlador de gestão é um responsável funcional em contacto permanente com as áreas operacionais, devendo fazer-se aceitar como especialista de apoio à
gestão, pelo que, a ele recorrerão todos (funcionais e operacionais) que entendam ter necessidade de assegurar alguma coordenação e diálogo com as outras
funções. Ex: servir de interface entre os informáticos e os operacionais para a conceção de um sistema de planeamento da produção

Papel de operacional nalgumas atividades específicas

O controlador de gestão desdobra-se por multifacetadas tarefas sendo, por isso, o âmbito da função muito dependente da situação inerente a cada empresa e
do perfil do controlador de gestão
PRINCÍPIOS DO CONTROLO DE GESTÃO
• Os objetivos da empresa são de natureza diversa, pelo que, os instrumentos de CG não se referem apenas à
1 dimensão financeira

• A descentralização das decisões e a delegação da autoridade e a responsabilização são condições de exercício do


2 CG

• O CG organiza a convergência de interesses entre cada divisão ou setor e a empresa no seu todo (alinhamento
3 coma estratégia)

• Os instrumentos de CG são concedidos com vista à ação e não apenas à documentação ou burocracia
4

• O horizonte do CG é, fundamentalmente, o futuro e não apenas o passado


5

• O CG atua muito mais sobre os homens do que sobre os números (tem natureza fundamentalmente
6 comportamental)

• O sistema de sanções e recompensas faz parte integrante do CG (CG conduz a um sistema de incentivos)
7

• Os atores de 1ª linha no CG são muito mais os responsáveis operacionais do que os controladores de gestão
8
Bibliografia

Jordan, H., Neves, J. C. & Rodrigues, J. A. (2015). O Controlo de Gestão - Ao Serviço da


Estratégia e dos Gestores, 11ª Edição. Lisboa: Áreas Editora.

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