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A interdisciplinaridade, como definida pela autora Heloísa Lück1, surge como essa

ferramenta de reconexão porque ela é capaz de engendrar sentido e união a partir de


conhecimentos que anteriormente estavam dissociados, produzindo uma identidade que não
ignora a multiplicidade que a originou, mas que é capaz de reconduzir as partes anteriormente
fragmentadas ao todo comum. Independentemente do que for relacionado pela
interdisciplinaridade, a proposta de trabalho poderá ter como estratégia a produção de
aprendizado de maneira dialética, entre a pesquisa e a construção, como definido por Lenoir2.

A proposta de trabalho tem como norte inicial uma aderência das propostas elaboradas
na Base Nacional Curricular Comum (BNCC) ao currículo do colégio, levando em
consideração sua centralidade na execução do projeto político-pedagógico da instituição e suas
diversas práticas educativas. Assim como defendem Nascimento, Moras e Bonfim3, imune a
imparcialidades e neutralidades, o ajuste do currículo se coloca como pedra de toque, pois ele
deverá expressar as dinâmicas sócio-históricas que fizeram parte de sua constituição,
evidenciando assim, uma identidade institucional com a qual a comunidade escolar possa se
engajar de maneira mais ativa, participativa e democrática.

Na aderência da BNCC ao currículo da instituição visando a construção da


interdisciplinaridade, espera-se articular as disciplinas formativas já institucionalizadas na
produção de projetos que vertam sobre os temas contemporâneos transversais (TCT), nos quais,
por exemplo, biologia, física, matemática e filosofia podem articular-se para refletir sobre o
papel da ciência e da tecnologia na vida dos jovens atualmente; história, geografia, sociologia
e filosofia na articulação de projetos para pensar a vida familiar e social, bem como a educação
em direitos humanos; matemática, geografia e história na produção de oficinas sobre trabalho
e educação financeira, assim por diante.

Assim, se visa com isso obter a transição do currículo tradicional para um currículo por
competências, interdisciplinar, valorizador do desempenho discente, vinculado de maneira
concreta com sua realidade e redefinindo o sentido do que é ensinado. Dessa forma, espera-se

1
LÜCK, Heloísa. Pedagogia interdisciplinar: fundamentos teórico-metodológicos. Petrópolis: Vozes, 2004.
2
LENOIR, I. Didática e interdisciplinaridade: uma complementaridade necessária e incontornável.
Interdisciplinaridade, São Paulo, v. 1, n. 6, abr. 2015. São Paulo: PUCSP, 2015.
3
NASCIMENTO, I. V. dos S.; MORAES, L. C. S.; BOMFIM, M. N. B. (org.). Currículo Escolar: dimensões
pedagógicas e políticas. São Luís: Edufma, 2010. Disponível em:
https://repositorio.ufma.br/jspui/bitstream/123456789/451/2/Livro%20Curr%C3%ADculo%20escolar.pdf.
Acesso em: 11 fev. 2021.
ampliar a interdisciplinaridade da escola para que ela passe a trabalhar com as competências
defendidas pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC).

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