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Diante apresentação do vídeo da manifestação silenciosa dos enfermeiros na

praça dos três poderes, onde estes manifestam homenagem aos 55


profissionais da enfermagem mortos pelo coronavírus, podemos observar outro
grupo de manifestantes que criticavam a atitude dos enfermeiros, entretanto
vemos que os enfermeiros estão em seus direitos constitucionais de
manifestação e de sua liberdade de expressão, contudo o outro grupo, que
discordou da forma atuante da manifestação silenciosa dos enfermeiros, os
criticavam por ali estarem e também houve da parte deste segundo grupo,
manifestações e neste caso não silenciosa, qual foram disparados ataques
verbais aos enfermeiros, utilizando de vocabulário extenso, mas com intuito de
ofender claramente o primeiro grupo de manifestantes (enfermeiros), foi
possível verificar ainda nas imagens uma agressão por parte do segundo grupo
a um dos enfermeiros, sendo assim temos dois casos de manifestação livre, e
dois casos de liberdade de expressão, entretanto os enfermeiros nada fizerem
errado em sua manifestação, porém o segundo grupo com seus ataques
verbais e até agressão extrapolou seu direito à liberdade de expressão quando
interferiu em um direito fundamental do outro grupo. Os direitos fundamentais
possuem como base os princípios dos direitos humanos e garantem a vida, a
segurança, a educação, a igualdade e a liberdade entre outros fatores. Em
contrapartida, é importante ressaltar que o estabelecimento dos direitos
fundamentais considera o contexto histórico de uma determinada sociedade. E,
por isso mesmo, pode e possui caráter particular relacionado à cultura e
história de uma civilização em relação a outra.
Não existe hierarquia entre as normas constitucionais no plano normativo, mas
pode existir possíveis colisões de direitos fundamentais autênticos. De acordo
com o jurista português José Joaquim Gomes Canotilho, a colisão autêntica de
direitos fundamentais ocorrem quando uma parte exercita seu direito
fundamental e acaba colidindo com o exercício do direito fundamental por parte
de um outro titular.
Por outro lado, não existe direitos fundamentais absolutos. Em caso de
resolução de uma colisão entre os direitos fundamentais, é necessário recorrer
ao emprego de medidas como o princípio da proporcionalidade ou ainda da
concordância prática.
No caso em tela, vemos um confronto de direitos que é ferido pelo segundo
grupo pela sua forma de conduzir de forma abrupta a sua manifestação junto
aos enfermeiros, manifestação esta que seria inclusive possível de dano moral
ou até mesmo de uma denúncia por agressão, o que ensejaria um caso
criminal através de uma representação desta ocorrência.
Como encerramento podemos afirmar que sem de liberdade de imprensa de
expressão não há democracia, então, no momento em que nos for tolhida a
livre manifestação, a liberdade de imprensa ou a liberdade expressão seremos
uma sociedade fadada ao fim da democracia.
Por Marco Dias

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