Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO:
O presente Artigo tem por objetivo apresentar considerações acerca do
Projeto AL-FA-BE-TI-ZAN-DO: As cartilhas do Meu Mato Grosso do Sul. Esse
Projeto surge de uma proposta das Mestrandas do Programa de Pós-
Graduação Mestrado Profissional em Educação da Universidade Estadual
de Mato Grosso do Sul – UEMS em estar conhecendo as cartilhas que
foram utilizadas ao longo dos anos no processo de alfabetização no Estado
de Mato Grosso do Sul, assim como a necessidade de criar um acervo com
este material e catalogar os mesmos para que sirva de referência para os
professores que trabalham com alfabetização assim como para futuras
pesquisas sobre o tema. Pretende-se apresentar aqui reflexões sobre o
Projeto, as referências bibliográficas embasadoras, como será o
desenvolvimento do mesmo e a importância de discutir-se sobre este
material didático, referência no processo alfabetizatório.
ABSTRACT:
The purpose of this article is to present considerations about the AL-FA-BE-
TI-ZAN-DO Project: The booklets of Meu Mato Grosso do Sul. This Project
arises from a proposal by the Master's students of the Post-Graduation
Program Professional Master's Degree in Education at the State University
of Mato Grosso do Sul - UEMS to be aware of the booklets that have been
used over the years in the literacy process in the State of Mato Grosso do
Sul South, as well as the need to create a collection with this material and
catalog them to serve as a reference for teachers who work with literacy as
well as for future research on the subject. It is intended to present
INTRODUÇÃO
Ler é uma das cartilhas mais antigas para ensinar português. Sua primeira
versão foi impressa em Lisboa, em 1539. (MENDONÇA, 2011, p.29)
Marxismo, é a que melhor se encaixa com os objetivos dessa pesquisa, pois, o enfoque
teórico e metodológico que esse conhecimento aborda, busca compreender a
realidade do mundo, a partir das grandes transformações da história e das sociedades
humanas. Entende o mundo por sua produção material. Essa teoria é bem pertinente
para o trabalho de pesquisa a ser realizado.
Fundamentar teoricamente em autores que tratam sobre o tema a ser
pesquisado, é essencial para podermos conhecer melhor seus posicionamentos. A
contribuição dos teóricos oportuniza fontes confiáveis e torna pertinente o que está
sendo estudado.
Nessa pesquisa, é considerável conhecermos como a utilização das cartilhas
enquanto ferramenta didática auxiliou no desenvolvimento do ato de alfabetizar ao
longo dos tempos.
Historicamente, Comenius (2006) menciona em Didática Magna, que a
educação deve estar unida a ideias religiosas e realistas. As escrituras bíblicas seriam a
forma mais eficiente para corrigir os desvios do homem. A Didática apresentada neste
manual, não é a Didática que entendemos hoje. Para Comenius, a Didática é uma
concepção de educação para transformar o mundo. A bíblia, nesse período é o livro
orientador, pois, Comenius pensava em uma associação entre a família e a escola, a
fim de que se estabeleça uma união envolvendo as atribuições diferenciadas no que se
apresenta para o mundo infantil.
A cartilha como recurso didático, começou a ser utilizada no Brasil desde a
segunda metade do século XIX. Nessa trajetória da alfabetização, não podemos deixar
de destacar algumas cartilhas, como Cartilha Maternal; Cartilha Sodré; Caminho Suave;
entre outras, importantes instrumentos que revelam contextos, características,
métodos e teorias da época.
Auroux (1992) em A revolução tecnológica da gramatização, menciona que a
cartilha é um manual didático e um instrumento linguístico, que descreve e
instrumentaliza a língua.
cada uma das cartilhas, pois, esse material se perpetua ao longo dos tempos assim
como seus métodos utilizados para alfabetizar.
A quinta etapa acontece após o período de levantamento de dados, com o
tratamento das informações. A partir daí, começa-se a ser realizada a catalogação
histórica do acervo. Essa catalogação será realizada por período histórico, a fim de
preservar a memória, a identidade e a cultura das cartilhas.
Concomitante a realização da análise dos resultados, pretende-se registrar as
considerações de todo o projeto por meio da elaboração de Artigos a fim de consolidar
todas as ações executadas durante o Projeto. Este também, é um momento
importante para que ocorram as discussões necessárias para uma ressignificação de
todo este processo de realização da pesquisa, para que assim sejam pensadas novas
propostas a partir da utilização das cartilhas e livros didáticos que possam contribuir
no cenário educacional da alfabetização em nosso Estado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
alfabética e também salteada, para depois trabalhar com as sílabas e, em seguida, com
as palavras, frases, [...]” (MAGALHÃES, 2005).
Enquanto docentes, deve-se pensar em situações de aprendizagem que
colocam a criança em processo de alfabetização, em contextos de alfabetização e
letramento. É relevante observar, que antes de chegar na educação infantil, a criança
está convivendo com materiais de leitura e escrita o tempo todo. Vivemos numa
sociedade totalmente grafocentrica.
Além dos diferentes métodos para se alfabetizar, o Professor deve considerar
que as crianças falam de forma diferente, dialetos diferentes. Considerar também que,
a fala é diferente da escrita e que cada letra tem uma relação diferente com a escrita.
Ao se trabalhar alfabetização, deve-se considerar as caracterísitcas de cada um dos
estudantes.
Por mais complexo que sejam os processos de alfabetização e letramento,
observa-se que ainda hoje, muitas professoras ainda fazem uso da cartilha em suas
aulas. Ainda temos muitas professoras buscando referências de cartilha, inclusive
cartilhas antigas, nas quais fomos alfabetizados.
Verifica-se que essa utilização tem uma intencionalidade. É importante
debatermos sobre esse tema, estabelecendo uma diferenciação entre cartilha e livro
didático e nesse propósito a pesquisa que será realizada poderá contribuir.
Todos nós temos memórias do que era feito na primeira série, como a
professora utilizava a cartilha. Seguindo as instruções da Professora, utilizando o lápis
para preenchimento, ia-se dando andamento as atividades até terminar a cartilha.
Esse término para a criança, era como se fosse um prêmio. E tudo isso merece ser
revisitado, rememorado, estudado e registrado; nessa pesquisa, cada uma de nós
poderá apresentar o seu olhar individual sobre aquele momento vivenciado.
Importante também neste trajeto verificar as considerações entre escola
pública e escola privada, nas mais diferentes épocas: como era a cartilha utilizada?
Esse material na Escola pública, era financiado com recurso público ou não? Observar
REFERÊNCIAS
COMENIUS, Iohannis Amos. Didática Magna. São Paulo: Martins Fontes. 2006.
CHAGAS, Mário de Souza. Museu, literatura, memória e coleção. In: LEMOS, Maria
Teresa Toribio Brittes; MORAES, Nilson Alves de. (Org.). Memória e construções de
identidades. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2000.
MARX, Karl. ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
MACIEL, F. I. P. As cartilhas e a história da alfabetização no Brasil: alguns
apontamentos. In: História da Educação. Pelotas: ASPHE/FaE/UFPel (11): 147-168.
Abril, 2002.
SANTOS, Erika Dias. SANTOS, Mileide Borges Adalberto. MACEDO, Vanessa dos Santos.
O método das cartilhas. VI Colóquio Internacional - Educação e Contemporaneidade.
2012. São Cristovão (SE). Disponível em
https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/10173/24/23.pdf. Acesso em 28 de abril de 2023.