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Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

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OBSERVAR E ESCUTAR NA CRECHE
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ÍNDICE
5 INTRODUÇÃO

6 IMPORTÂNCIA DA OBSERVAÇÃO NA CRECHE

7 OBSERVAÇÃO E ESCUTA DA CRIANÇA


alguns procedimentos para a sua implementação

a. registo das observações e verbalizações da criança


b. o foco das observações e da escuta da criança
c. formação nas competências práticas de observação e escuta da criança
c.1. alguns formatos de observação e registo: vantagens e limitações

15 DOCUMENTAÇÃO

16 A ÉTICA DA OBSERVAÇÃO

18 BIBLIOGRAFIA
#&%".-748.

N ovos conhecimentos nos


domínios da Psicologia, da
Pedagogia, da Sociologia e
das Neurociências atestam que des-
de o início os bebés pensam, obser-
O trabalho desenvolvido
em contexto de creche
deve procurar sustentar-
-se na perspetiva e interesses das
crianças e focalizar nas respostas
O bservar e escutar a crian-
ça torna-se, assim, essen-
cial para conhecer, para
adequar as propostas, quer ao nível
dos cuidados quer da educação e,
vam e raciocinam, constroem “mo- às necessidades, à curiosidade, aos ainda, para revelar as aprendizagens
delos mentais” sobre o mundo que cuidados e, ainda, em experiências das crianças. Educadores de infância
RV URGHLD TXH YmR VHQGR UHÀQDGRV do dia-a-dia que levem ao desenvol- e outros adultos da creche têm de
à medida que realizam novas expe- vimento de relações válidas e dura- levar a cabo observações cuidadas
riências. (Tricia, 2003). Ao mesmo douras na vida de cada criança. De e intencionais e escutar cada crian-
tempo demonstram a importância facto, interações que respondam às oD D ÀP GH SRGHUHP JDUDQWLU TXH
de ambientes ricos e estimulantes necessidades das crianças são um as rotinas de cuidados, as atividades
para as crianças até aos 3 anos. ingrediente importante para o esta- e as experiências de aprendizagem
belecimento e desenvolvimento de planeadas e proporcionadas deem
UHODo}HVGHFRQÀDQoDHQWUHRVDGXO- resposta às necessidades das crian-
tos e as crianças e as suas famílias. ças e das famílias.

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IMPORTÂNCIA
DA
OBSERVAÇÃO
NA CRECHE
Observar e escutar a criança é uma
poderosa competência prática do
dia-a-dia e um importante indicador
da TXDOLGDGH SURÀVVLRQDO em con-
texto de creche.

«Observação próxima da criança


em atividades de escolha livre é um
modo de a escutar e captar a sua
experiência de uma forma cuidada e
respeitosa» mais capazes de compreender as dada para suportar e promover o
(Elfer, 2005; Tudge e Hogan, 2005; Nutbrown, crianças, de desenvolver com elas desenvolvimento e a aprendizagem
1996 citados por Papatheodorou, Luff e Gill, UHODo}HV GH FRQÀDQoD e responde- da criança, se empenhem na sua
2011, p. 23). rem às suas necessidades e inte- implementação e, mais do que isso,
resses. Ao mesmo tempo, os pais procurem desenvolver uma com-
Realizar REVHUYDo}HV VLJQLÀFDWLYDV percecionam que os adultos com- preensão compartilhada das obser-
e escutar as crianças torna possível SUHHQGHPRVVHXVÀOKRVRTXHWDP- vações, relatos e evidências.
aos adultos conhecerem e aprende- bém contribui param o desenvolvi-
rem mais sobre cada criança e asse- PHQWRGHUHODo}HVHGHFRQÀDQoD A partilha de informações recolhi-
gurar que estão bem colocados para GDV HQWUH RV SURÀVVLRQDLV H RV SDLV
planear, para estimular e responder A observação e a escuta ativa da ajuda a tomar decisões sobre a con-
aos interesses e necessidades indivi- criança realizada durante as ativi- tinuidade do processo de cuidar e
duais da criança e da sua família. Para dades e interações do dia-a-dia e educar a criança, nomeadamente
além disso, observar e documentar registada sob a forma narrativa e ao nível das interações que desen-
permite aos educadores e outros outras evidências tornam possí- volvem com as crianças, ao nível das
SURÀVVLRQDLVconstruir relações com vel desenhar uma imagem do que rotinas e ao nível do ambiente edu-
as crianças e famílias. A observação a criança faz e como faz que pode cativo. Educadores, outros adultos
cuidada das crianças permite reve- ser partilhada com outras pessoas, e pais podem usar esta informação
lar a singularidade de cada criança, nomeadamente com os pais. (Oliv- para planear experiências de explo-
ajuda a conhecer o temperamento, eira-Formosinho, 2007) ração de todos os sentidos que se-
pontos fortes, as características, a jam responsivas aos interesses e às
forma como se relaciona com os É importante que os próprios pais necessidades da criança.
outros, etc. Deste modo, os edu- compreendam a importância e a
cadores e outros adultos estão necessidade da observação cui-

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( (((((';<7&$(1".3*-#9*&%.$(1'"'('($7'(#91;*9*&%'48.

A. registo das observações e verbalizações


Observar e escutar pressupõe ver as ações e realizações
da(s) criança(s), ouvir o que ela(s) diz(em) e registar com
VXÀFLHQWHGHWDOKHGHPRGRDSRGHUVHUFRPSUHHQVtYHO
H WHU VLJQLÀFDGR SDUD RXWUDV SHVVRDV TXH SRVVDP YLU D
ler. Olhar, ver e escutar crianças quando estão envolvi-
das em atividades sozinhas, com pares ou com o apoio
de adultos torna possível obter descrições ricas sobre
o que as crianças fazem e quais as suas potencialidades.
Mais do que isso observar e escutar as crianças permite
ver as suas ações e verbalizações a partir da sua própria
perspetiva (Cohen, Stern e Balaban, 1997, citados por
Szarkowicz, 2006).

Efetuar observações e registar o que se vê e o que se


ouve propicia a recolha de evidências. Ao escrever o
que observa e o que ouve o observador cria um regis-
WRVREUHRTXDOSRGHUHÁHWLUPDLVWDUGHFRPSDUDUFRP
outros registos realizados ao longo do tempo e, ainda,
partilhar e contrastar com outros adultos e com a fa-
mília da criança. É, por essa razão, importante procurar
realizar e acumular diversas observações envolvendo
ocorrências e experiências da criança em contextos va-
riados. Observar e escutar as crianças para descobrir o
que fazem e o que estão a aprender implica observar
as crianças quando estas estão envolvidas nas atividades
normais do dia-a-dia seja no contexto da creche seja no
contexto familiar.

A VHOHomRPDLVDSURSULDGDHHÀFLHQWHGD V WpFQLFD V GH


registo depende do foco e objetivo particular do registo
e da observação e da sua utilização. O tipo de registo
pode variar desde simples anotações, a narrativas mais
ou menos breves, incluir registos vídeo, imagens, fotos,
produções e realizações das crianças, etc. É importan-
te assegurar que qualquer que seja o sistema de registo
HVFROKLGRVHMDÁH[tYHOHQmRFRQVXPDGHPDVLDGRWHPSR
para a sua realização.

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(=("*<#$%.(-'$(.2$*",'4>*$(*(,*"2';#?'4>*$(-'(3"#'&4'

‘OLHAR, VER E ESCUTAR CRIANÇAS QUANDO ESTÃO ENVOLVIDAS EM ATIVIDADES


SOZINHAS, COM PARES OU COM O APOIO DE ADULTOS TORNA POSSÍVEL OBTER
DESCRIÇÕES RICAS SOBRE O QUE AS CRIANÇAS FAZEM E QUAIS AS SUAS POTENCIALIDADES’

B. o foco das observações e da escuta da criança


As observações devem focalizar-se no que a criança individual faz e como o Nesta compreensão o processo de
faz incluindo, também, o contexto social e cultural em que a (s) criança (s) observação requer algumas compe-
está (ao) envolvida (s) (Fleer e Richardson, 2004). Muitas das aprendizagens WrQFLDV HVSHFtÀFDV GRV HGXFDGRUHV
são construídas num contexto de relação e em interação com os outros. GH LQIkQFLD H RXWURV SURÀVVLRQDLV
Incluir nas observações e nos registos uma referência ao contexto físico e que trabalham na creche, nomea-
social da observação, bem como, as diversas vozes presentes no incidente damente, conhecimentos sobre o
torna possível apreender o impacto do contexto e da interação e incorporar desenvolvimento das crianças nos
essa compreensão na sua análise e interpretação. A observação das crianças primeiros anos de vida, conheci-
em interação com pares e adultos e em situação de jogo é a melhor maneira mentos sobre as rotinas de cuida-
de aprender sobre o que a criança já sabe e já faz (pontos fortes) e sobre o dos adequados, conhecimentos so-
que a criança tem potencial para saber ou fazer (zona de desenvolvimento bre os conteúdos das aprendizagens
próximo). A aprendizagem e o desenvolvimento da criança não ocorrem no que as crianças podem construir,
vazio mas sim no contexto de um processo interpessoal e cultural. conhecimentos sobre cada criança
O processo de observação não se limita ao ato de ver e de registar de modos SDUD VHU FDSD] GH SODQLÀFDU WHQGR
GLYHUVRV(QYROYHDDQiOLVHLQWHUSUHWDomRHXPD UHÁH[mR FXLGDGD VREUH DV em conta as características especí-
diversas evidências acumuladas; este é um primeiro passo para transformar o ÀFDV RV LQWHUHVVHV H QHFHVVLGDGHV
processo de observação em documentação pedagógica. de cada uma. Os indicadores chave
de desenvolvimento para crianças
SHTXHQDVLGHQWLÀFDGRVSHODDERUGD-
gem High/Scope para bebés e crian-
ças (Post e Hohmann, 2003) podem
ser um bom organizador para ajudar
a observar e compreender o que as
crianças estão a aprender e como
estão a aprender, bem como, a de-
cidir que experiências de aprendi-
zagem devem ser providenciadas à
criança e com que tipo de apoio por
parte dos adultos.
Os indicadores chave de desenvolvi-
mento estão organizados em 5 áre-
as de conteúdo, a saber: abordagem
da aprendizagem, desenvolvimento
social e emocional, desenvolvimen-
to físico e saúde, comunicação, lin-
guagem e literacia, desenvolvimento
cognitivo e artes criativas, num total
de 42 indicadores chave .
(http://www.highscope.org/content.

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( (((((';<7&$(1".3*-#9*&%.$(1'"'('($7'(#91;*9*&%'48.
C. formação nas competências práticas de observação e escuta da criança
Nesta compreensão observar, registar e
documentar o que a criança faz e como faz
HQYROYHFRPSHWrQFLDVSURÀVVLRQDLVÀQDVH
importantes por parte do observador.

O observador tem de ter formação na


observação em geral para conhecer as
GLÀFXOGDGHVLQHUHQWHVDRSUySULRSURFHV-
VR GH REVHUYDomR H SURFXUDU LGHQWLÀFDU
estratégias que minimizem essas mesmas
GLÀFXOGDGHV$RPHVPRWHPSRRREVHU-
vador deve ter formação e treino ao nível
das diversas técnicas de observação para,
em cada momento e em função do obje-
WLYR HVSHFLÀFR GH REVHUYDomR VHU FDSD]
de selecionar a (s) técnica (s) que melhor
responde (m) às questões e objetivos de
observação. Para tal deve conhecer as ca-
UDFWHUtVWLFDVHVSHFtÀFDVGHFDGDWpFQLFDGH
observação bem como as suas vantagens
e limitações

O observador em creche pode escolher,


HVSHFLÀFDPHQWH HQWUH RV UHJLVWRV GH LQ-
cidentes e o registo contínuo mais próxi-
mos da observação não estruturada e sob
a forma de registos narrativos de ocorrên-
cias ou episódios relevantes, a amostra-
gem de acontecimentos ou, ainda, as listas
GHYHULÀFDomRRXDVHVFDODVGHHVWLPDomR
mais próximas da observação sistemática Registos de incidentes
HGDGHÀQLomRGHXPFRQMXQWRGHFULWpULRV
prévios para registar os acontecimentos e No TXHVHUHIHUHDRUHJLVWRGHLQFLGHQWHVRXRFRUUrQFLDVVLJQLÀFDWLYDV
ocorrências observadas. destaca-se, como principal vantagem, a relativa facilidade de realização.
'HIDFWRHVWDWpFQLFDQmRH[LJHWUHLQRHVSHFtÀFRQmRUHTXHUPHLRVDGL-
Cada uma destas técnicas tem caracterís- cionais nem nenhum momento especial; o observador observa e regista
WLFDVHVSHFtÀFDVTXHDVWRUQDPPDLVDGH- RVLQFLGHQWHVRXDFRQWHFLPHQWRVFRQVLGHUDGRVVLJQLÀFDWLYRVVHPSUHTXH
quadas para objetivos determinados, as- ocorram. É fácil de registar e o observador pode realizar o registo de-
sim como, tem vantagens e limitações que pois de o acontecimento ocorrer.
o observador deve conhecer.
Apresenta-se um exemplo de um registo de incidentes.

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NOME DA CRIANÇA: João (2 anos, 9 meses)


OBSERVADOR: Mariana
DATA: 02.Março.2011
LOCAL: Visita ao Exterior

OBSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO

João e outras crianças do meu grupo tiram os sapatos João parece ter descoberto o movimento da água.
e meias para molhar os pés no riacho.

João está parado a observar a água a circular com a Pareceu acidental ter deixado cair o malmequer, do
corrente. PHVPRPRGRHSDUHFHXWHUÀFDGRVXUSUHHQGLGRSHOD
'HL[RXFDLUXPPDOPHTXHUVLOYHVWUHDPDUHORHÀFRXD iJXDOHYDUDÁRU
observava-lo enquanto a corrente o levava.

Atirou mais um, dois e três malmequeres (um de cada De seguida pareceu estar à procura de compreender
vez). Pegou num balde de plástico, encheu-o com um FRPRpTXHDiJXDOHYRXDÁRU
pouco de água e respingou água para cima deles.

Afastou-se e foi apanhar mais alguns malmequeres 3DUHFHWHUXPREMHWLYRTXDQGRYDLDSDQKDUPDLVÁRUHV


para o balde enchendo até meio. e as deita no riacho.
7UDWDVHGHXPGHVDÀRDXWRGLULJLGR

9ROWRX SDUD MXQWR GR ULDFKR H HVYD]LRX DV ÁRUHV QD Parece ter testado as suas hipóteses sobre água, e sob-
água observando o movimento da corrente. Sorrindo, UHÁRUHVHDFRUUHQWHGHiJXD
apontava e gritava: “olha, olha” seguindo o movimento
do malmequer.

Outro exemplo de um registo de incidente:


NOME DA CRIANÇA: Rita (2 anos, 4 meses)
OBSERVADOR: Rosa
TEMPO DA ROTINA: Tempo de escolha livre
DATA: 05.Abril.2011

No tempo de escolha livre a Rita está na área do quarto. A Rita começa a gritar: “Ah, Ah, Ah”, para o Luís que
lhe tinha tirado um lenço que ela tinha. A Rita foi atrás dele, agarrou e puxava o lenço enquanto dizia: “o pano, o
pano.”. O Luís não lhe devolvia o lenço e ela continuou a gritar e, já com lágrimas nos olhos, diz: “O pano é meu.
É meu. O pano é meu”. O Luís vendo a Rita a chorar acabou por lhe dar o lenço. A Rita pegou no lenço e numa
boneca e foi para a área dos jogos. Pôs o lenço na cabeça a fazer de véu e começou a andar pela sala a cantar:
“Avé, Avé, Avé-Maria…”

As GHVYDQWDJHQVGRVUHJLVWRVGHLQFLGHQWHVWrPDYHUFRPDGLÀFXOGDGHIUHTXHQWHGRREVHUYDGRUHPVDEHURTXHGHYH
UHJLVWDU6HOHFLRQDURVUHJLVWRVGHLQFLGHQWHVLPSOLFDXPDFODUDGHÀQLomRGRTXHVmRLQFLGHQWHVRXRFRUUrQFLDVVLJQLÀFD-
WLYDV2REVHUYDGRUWHPGHGHFLGLURTXHpUHOHYDQWHHVLJQLÀFDWLYRSDUDVHUUHJLVWDGR4XDQGRHVWDFRPSUHHQVmRQmR
pFODUDRSURFHVVRGHREVHUYDomRÀFDVXMHLWRDHQYLHVDPHQWRV2XWUDGHVYDQWDJHPWHPDYHUFRPDUHODWLYDGHSHQ-
GrQFLDGDPHPyULDGRREVHUYDGRU2XWUDDLQGDSUHQGHVHFRPDVGLÀFXOGDGHVHFRPWHPSRQHFHVViULRSDUDUHDOL]DU
e analisar este tipo de registos narrativos.

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( (((((';<7&$(1".3*-#9*&%.$(1'"'('($7'(#91;*9*&%'48.
Registo contínuo

O registo contínuo tem a vantagem de tornar possível a realização de um relato compreensível, capaz de incluir a
ULTXH]DHFRPSOH[LGDGHGRVDFRQWHFLPHQWRVQRFRQWH[WRQDWXUDO3RVVLELOLWDDUHFROKDGHHOHPHQWRVSDUDLGHQWLÀFDU
e formular outras questões a observar e, deste modo, pode ser o ponto de partida para desenvolver outros procedi-
PHQWRVGHREVHUYDomRPDLVHVWUXWXUDGDHPDLVHVSHFtÀFR2XWUDYDQWDJHPpTXHQmRUHTXHUFRPSHWrQFLDVHVSHFLDLV
GHREVHUYDomRQHPHTXLSDPHQWRHVSHFtÀFRHSRGHVHUXVDGRSRUXPREVHUYDGRUQmRWUHLQDGR$REVHUYDomRpPH-
nos afetada pelo possível viés quando é escrita no momento em que ocorre a observação. É um formato que permite
observar e registar todos os comportamentos incluindo os não esperados.

NOME DA CRIANÇA: Paulo (2 anos, 7 meses)


OBSERVADOR: 6RÀD
DATA: 04.Abril.2011
LOCAL: Recreio no Exterior

OBSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO

No tempo de recreio, assim que a educadora abre a Paulo parece muito interessado em correr lá fora. Pa-
porta, o Paulo corre de imediato para o recreio exte- recia que estava mesmo à espera que a porta se abrisse
rior. para poder correr.

Corre à volta do recreio, durante cerca de 2 minutos, Parece ter necessidade de correr – talvez seja para
ora olhando para os pés ora olhando para a frente. gastar energias.

Tiago corre atrás do Paulo e chama: “Paulo”. Paulo Responde com um sorriso à chamada do Tiago mas
olha para Tiago, sorri mas continua a correr à volta do continua a correr à volta do recreio.
recreio.

Dois minutos depois, Paulo com um sorriso na cara Ele estabelece uma interação com o seu colega depois
corre para junto do Tiago e diz: “ camiões” para o Ti- de correr, ainda que pareça ter necessidade de brincar
ago e sentou-se junto do Tiago que estava a brincar ativamente.
com os camiões. Paulo puxa um camião para junto de
si, usando as duas mãos, enquanto se ajoelha no chão.
Volta-se para o Tiago e diz: “camião” de novo. Parecem ser necessárias mais atividades abertas, ativi-
Tiago olha para o Paulo, sorri e continua a empurrar o dades mais ativas no interior e mais tempo de recreio
seu camião. no exterior para o Paulo.

A maior desvantagem desta técnica prende-se com a necessidade de focalização na observação e o tempo necessário
SDUDVHUUHDOL]DGD8PDRXWUDGHVYDQWDJHPFRQVLVWHQDGLÀFXOGDGHQDWXUDOGRREVHUYDGRUHPUHJLVWDUWXGRRTXH
acontece sem perder detalhes importantes. Também grandes obstáculos se levantam quando o observador pretende
utilizar este formato de observação para um grupo de crianças. A realização de gravações áudio e vídeo pode ajudar
a complementar o registo contínuo. O observador tem de ser não participante e não pode estar responsável pelas
crianças; escrever o registo pode ser uma longa e laboriosa tarefa.

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Amostragem de Acontecimentos e Amostragem Temporal

Os formatos de observação por itens de uma escala de estimação. a partilhar e a cooperar com os out-
amostragem – seja de aconteci- Providencia informação que per- ros. Ajudada pelo adulto, a criança
mento ou temporal – pretendem PLWH LGHQWLÀFDU SDGU}HV IUHTXrQ- aprende a adiar a satisfação imediata
recolher informações com base cia e causas do comportamento ou de um desejo, a esperar, a alterar a
em amostras de ocorrências ou de acontecimentos. Permite observar forma de o satisfazer, percebe, pou-
fenómenos previamente seleciona- e registar mais do que uma criança co a pouco, que importa consider-
dos que poderão depois ser anali- ao mesmo tempo e é fácil de inter- ar as necessidades dos outros e as
VDGRV H LQWHUSUHWDGRV PDLV HÀFD]- pretar. O observador pode registar regras do funcionamento em grupo.
mente. Este formato de observação rapidamente e continuar a interagir Existindo uma grande variabilidade
permite que a situação seja regista- com a (s) criança (s). no que respeita às competências das
da enquanto ocorre – acontecimen- crianças, o adulto necessita de per-
tos – ou seja registados sempre que No decurso do seu terceiro ano ceber quando é conveniente intervir
ocorra em momentos de tempo de vida, a criança interessa-se cada ou quando pode dar espaço para que
SUHYLDPHQWHLGHQWLÀFDGR vez mais pelos seus pares, gosta de as crianças resolvam por elas próp-
imitar o jogo das outras crianças, ULDVRVFRQÁLWRV2GHVHQYROYLPHQWR
Tem a vantagem de ser económi- surgindo comportamentos, mais ou da capacidade para lidar com a tris-
co ao nível do tempo necessário menos esporádicos, de cooperação teza ou com o medo depende, em
SDUDVHUUHDOL]DGRHDGHÀQLomRGRV fugidia. O adulto/educador deve es- larga medida, da existência de uma
acontecimentos orienta e facilita o tar preparado para lidar com con- relação segura com adultos com-
processo de observação e de re- ÁLWRV H GLVSXWDV TXH VXUJHP QDWX- preensivos, que dão atenção num
gisto. Podem ser completadas com ralmente à medida que as crianças clima de tolerância e que aceitam a
outros formatos – registos narra- entram em contacto umas com as expressão de emoções.
tivos detalhados ou mesmo com outras, aprendendo pouco a pouco

NOME DA CRIANÇA: Graça (1 ano, 7 meses)


OBSERVADOR: Juliana
COMPORTAMENTO OBSERVADO: morder

DATA/TEMPO CONTEXTO O QUE OCORREU ANTES DO ACONTECIMENTO? ACONTECIMENTO O QUE OCORREU DEPOIS DO ACONTECIMENTO? DURAÇÃO

18.02.09 Lanche Rui puxou a cadeira para Graça mordeu Rui Juliana olha para o braço de Rui 1 minuto
9h10m Reforço próximo da cadeira da Graça no braço e fala com Graça

19.02.09 Tempo de Sara sentou-se junto Graça morde Sara -XOLDQDYHULÀFDREUDoRGH6DUD 1,5 minuto
10h05m escolha livre às pernas da Graça no braço )DODÀUPHPHQWHFRP*UDoD

22.02.09 Tempo de Maria pegou no Graça morde Juliana cuida de Maria. Outro 1 minuto
11h06m escolha livre brinquedo da Graça o braço de Maria adulto fala com Graça.

A GHVYDQWDJHPGHVWHIRUPDWRGHREVHUYDomRWHPDYHUFRPRIDFWRGHVHUPXLWRHVSHFtÀFRQmRSURSRUFLRQDQGRXP
UHJLVWRFRPSOHWRGRTXHDFRQWHFHQRFRQWH[WRHPTXHRFRUUHDREVHUYDomRRTXHSRGHFRQGLFLRQDUDUHÁH[mRVREUH
a observação e consequente análise. Este formato de observação requer um alto grau de seletividade e inferência
para categorizar o comportamento observado. Finalmente, a amostragem tende a quebrar a continuidade natural do
comportamento em unidades separadas.

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/LVWDVGHYHULÀFDomR
H[HPSORVGHOLVWDVGHYHULÀFDomR
As OLVWDV GH YHULÀFDomR RX FRQWUROR DMXGDP D IRFDOL]DU ITEM: Comunicação através do corpo, gestos e palavras
a atenção do observador, particularmente quando são NOME DA CRIANÇA:
muitos os itens a ser observados. OBSERVADOR:
A criança presta atenção quando se fala para ela
A PDLRUYDQWDJHPGHVWDWpFQLFDpDIDFLOLGDGHHHÀFLrQFLD
GHUHDOL]DomR8PDOLVWDGHYHULÀFDomRDMXGDDIRFDOL]DU A criança responde através de gestos com intenção de comunicar
a observação em muitos comportamentos ao mesmo
tempo. Além disso, as listas são facilmente utilizadas por A criança emite sons imitando o que está a ouvir
observadores não especializados. Podem ser realizadas
simultaneamente por mais do que um observador e po- A criança utiliza frases curtas para comunicar
dem ser usadas numa variedade de meios. Não obriga
que sejam registados detalhes. Providencia uma imagem
clara sobre a presença ou ausência do fenómeno em ITEM: Desenvolvimento Motor
estudo. NOME DA CRIANÇA:
OBSERVADOR:
Desvantagem pRIDFWRGHDVOLVWDVGHYHULÀFDomROHYD- INDICADORES DATA COMENTÁRIOS
rem o observador a focalizar comportamentos especí- Caminha com segurança, pode iniciar e parar
ÀFRVHSDUWLFXODUHVRREVHUYDGRUQmRROKDSDUDWXGRR
que ocorre podendo perder informações pertinentes. Empurra e puxa objectps grandes
Também se perde o detalhe e o contexto do comporta-
mento observado. Como o registo se limita à presença Salta com os pés juntos
ou ausência de características ou comportamentos, não
existe qualquer informação sobre a qualidade, duração Sobe escadas com ajuda
ou descrição desses mesmos comportamentos ou ca-
racterísticas. Atira uma bola

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Escalas de estimação

Semelhantes jVOLVWDVGHYHULÀFDomRDVHVFDODVGHHVWLPDomRWDPEpPIRFDOL]DPFRPSRUWDPHQWRVHVSHFtÀFRVPDVSHU-
mitem ao observador julgar a extensão ou grau em que esses comportamentos são exibidos.

Uma das vantagens das escalas de estimação consiste na relativa facilidade de construção e de realização. Permitem
observar informação sobre um grande número de traços ou comportamentos num período de tempo limitado. Outra
YDQWDJHPpRIDFWRGHSRGHUVHUIDFLOPHQWHUHDOL]DGDSRUREVHUYDGRUHVVHPXPWUHLQRPXLWRHVSHFtÀFR2XWUDDLQ-
GDpDSRVVLELOLGDGHGHPHGLUDVSHWRVGRFRPSRUWDPHQWRGLÀFLOPHQWHTXDQWLÀFiYHLVFRPRSRUH[HPSORDWLPLGH]
expressão de emoções, etc. As escalas de estimação podem ser usadas para registar informação no momento da ob-
servação ou imediatamente depois.

As desvantagens prendem-se com o facto de ser uma forma de observação muito focalizada em comportamentos e
WUDoRVHVSHFtÀFRVSRGHQGRRREVHUYDGRUSHUGHULQIRUPDo}HVLPSRUWDQWHVVREUHRFRQWH[WR3RURXWURODGRQmR
permite obter informações sobre as razões dos comportamentos e também não fornece quaisquer sugestões ou indi-
cações para o futuro. Ao mesmo tempo a validade dos itens pode ser questionável; tem de ser feito algum julgamento
sobre a qualidade do comportamento.

ITEM: Desenvolvimento Motor


NOME DA CRIANÇA: $OLVWDGHYHULÀFDomRDQWHULRUSRGHWUDQVIRUPDUVHQXPDHVFDODGHHVWLPDomR
OBSERVADOR:
INDICADORES AINDA NÃO EM DESENVOLVIMENTO COMPETENTE COMENTÁRIOS
Caminha com segurança, pode iniciar e parar

Empurra e puxa objectos grandes

Salta com os pés juntos

Sobe escadas com ajuda

Atira uma bola

Em síntese é competência do observador ser capaz de selecionar a técnica de observação e registo que melhor res-
ponda ao seu objetivo particular de observação. Frequentemente o observador tem recorrer a mais do que uma téc-
nica de observação, por forma, a responder aos objetivos da observação. Deste modo o observador consegue obter
informação pertinente e útil sobre a criança e sobre o contexto de aprendizagem da criança.

Os DGXOWRV TXH WUDEDOKDP HP FUHFKH GHYHP FRORFDU D REVHUYDomR R UHJLVWR D GRFXPHQWDomR H D SODQLÀFDomR QR
centro da sua prática e este processo deve ser entendido como fundamental para apoiar e criar oportunidades para as
crianças. Os adultos que observam e escutam as crianças sabem e reconhecem a importância dos direitos e da voz da
FULDQoDTXDQGRSODQLÀFDPHUHÁHWHPVREUHRVWLSRVGHDSRLRTXHGHYHPSURYLGHQFLDUjVFULDQoDV

14
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Documentar é mais do que realizar observações e recol-
her registos das mesmas. A documentação é uma forma
de narrar as experiências e actividades que a criança re-
aliza no quotidiano da creche que torna possível escutar
a criança, observar e registar o seu processo de apren-
GL]DJHP DWUDYpV GH DQRWDo}HV GHVFULo}HV IRWRJUDÀDV
realizações, de registos áudio e vídeo.

«A GRFXPHQWDomR VHUYH SDUD FRQÀUPDU DOJR TXH QyV


consideramos relevante: dar prova disso e comunicá-lo»
(Gandini e Goldhaber, 2002, p.150).

É um modo especial de observação e de escuta aten-


ta, que regista as diversas experiências sensoriais de ap-
rendizagem das crianças através de uma variedade de
meios, com o objetivo de tornar possível construir uma
compreensão sobre o modo como as crianças inter-
agem com o meio ambiente, como se relacionam com
crianças e adultos e como constroem o conhecimento,
TXHSRVVDVHUFRPSDUWLOKDGDFRPRXWURVSURÀVVLRQDLVH
com os pais. A documentação pode incluir anotações e
REVHUYDo}HVIRWRJUDÀDVUHJLVWRVYtGHRVHRXWURVPHLRV As observações – anotações, desenhos, pinturas, artefac-
visuais organizados para comunicar o notável processo tos – são revistas e organizadas pelo observador e par-
de como as crianças aprendem. tilhadas com colegas, pais e com as próprias crianças. O
próprio ato de revisitar a documentação e de fazer escol-
As competências chave usadas pelos educadores para has para a sua organização providencia aos adultos uma
conhecer as aprendizagens e o desenvolvimento da cri- RSRUWXQLGDGHSDUDUHÁHWLUVREUHDVH[SHULrQFLDVGDVFULDQ-
ança são a observação, a escuta e documentação intenci- ças e sobre os seus próprio modo de se relacionar com as
onal das suas realizações e verbalizações. No âmbito do crianças. As observações que são partilhadas com outros
processo de documentação os educadores têm de ana- tornam possível a criação de uma profunda e mais com-
OLVDULQWHUSUHWDUHFRQVWUXLUXPDFRPSUHHQVmRUHÁH[LYD plexa compreensão das ações e ideias das crianças, tanto
sobre os diversos registos realizados. O processo de do- quanto permitem planear que materiais, que mudanças ao
cumentação consiste na observação e coleção das diver- nível do espaço, e que interações podem favorecer os pro-
sas evidências de suporte, na análise e interpretação e cessos de descoberta e de aprendizagem das crianças.
UHÁH[mRVREUHDVHYLGrQFLDVUHFROKLGDVHQRFRQWUDVWHGH
SHUVSHWLYDVFRPRXWURVHGXFDGRUHVRXWURVSURÀVVLRQDLV Quando DVREVHUYDo}HVDVIRWRJUDÀDVHDQRWDo}HVDVSUR-
HFRPDVIDPtOLDV(VWHSURFHVVRVXVWHQWDDSODQLÀFDomR duções e realizações das crianças são organizadas e apre-
desenhada a partir da compreensão dos conhecimentos sentadas sob a forma de documentação e partilhada com
e interesses da criança (Gandini e Goldhaber, 2002). os outros, as aprendizagens da criança tornam-se visíveis
para educadores, as próprias crianças, outros adultos e os
“ A intenção da documentação é explicar, não apenas pais.
mostrar” (Gandini e Goldhaber, 2002, p. 153).

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!"#$%&!"'!"()*+,-!./(
Os adultos que estão com as crianças devem levar a cabo
o processo de observação e escuta da criança tendo em
conta os direitos das crianças e das famílias bem como os
SULQFtSLRVpWLFRVGDSURÀVVmR

As TXHVW}HVpWLFDVLQÁXHQFLDPDREVHUYDomRHDGRFXPHQ-
tação do trabalho com as crianças pequenas e as famílias. É
importante assegurar que o sistema de registo das obser-
vações e escuta da criança selecionado respeite a ética e
DVVHJXUHDFRQÀGHQFLDOLGDGHGDVFULDQoDVHGDIDPtOLD

16
ficha técnica

Título
Observar e escutar na creche:
para aprender sobre a criança.

Autor
Prof. Doutora Cristina Parente

Associação Popular de Apoio à Criança


Centro Social Ermesinde
Centro Social S. Pedro de Bairro
Obra Diocesana de Promoção Social
Santa Casa da Misericórdia de Chaves

Fábio RT Castro

Impressão
Casa de Trabalho

Depósito Legal
339234/12

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