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LINGUÍSTICA

TEXTUAL
E ENSINO

Leonardo Machado Batista


Coesão textual:
progressão sequencial
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar conectores em gêneros discursivos e as funções que exer-


cem no texto.
 Classificar os conectores e suas funções em diferentes tipos de texto.
 Justificar o uso da anáfora como recurso de estilo nos gêneros literários.

Introdução
Neste capítulo, você vai estudar os mecanismos responsáveis pela se-
quenciação de um texto escrito e também pela própria construção do
sentido. Como você vai conferir, a língua portuguesa (assim como todas
as outras línguas) oferece aos seus falantes um conjunto de conectores
discursivos, também chamados de operadores discursivos. Esses recur-
sos, além de estabelecerem relações entre as partes do texto, também
compõem o seu sentido.

Conectores discursivos
Produzir um texto é mais do que simplesmente produzir frases. A tessitura
verbal da qual se constitui um discurso apresenta elementos que promovem a
relação lógico-semântica entre as partes que compõem o todo. Ou seja, existem
relações lógico-semânticas que relacionam as partes de um texto e constroem
o seu sentido. Veja o que afirma Koch (1999, p. 62):

As relações lógico-semânticas que compõem um enunciado são estabelecidas


por meio de conectores ou juntores do tipo lógico. A expressão conectores do
tipo lógico deve-se ao fato de tais conectores apresentarem semelhanças com
operadores lógicos propriamente ditos, não se confundindo, porém, com estes,
já que a “lógica” das línguas naturais difere, em muitos casos, da lógica formal.
2 Coesão textual: progressão sequencial

Como você vai ver adiante, as frases que compõem um texto estabele-
cem entre si, por meio de conectores discursivos, relações de causalidade,
mediação, disjunção, temporalidade, etc. As relações são determinadas por
meio da utilização de termos de que a língua dispõe justamente para que se
possa expressá-las. Assim, parece haver um raciocínio lógico por trás das
relações estabelecidas; no entanto, tal “raciocínio” está mais próximo de um
conhecimento de língua, ou ainda de uma característica da língua, do que da
lógica tradicional. Veja estes exemplos:

(1) Está calor, então eu vou tirar o casaco.


(2) Está calor, então eu não vou tirar o casaco.

Existe uma relação entre as partes que compõem o enunciado inteiro.


Assim, o exemplo (1) pode ser dividido em segmentos menores do que o
enunciado. “Está calor” corresponde ao Segmento 1 (S1), e “eu vou tirar
o casaco corresponde ao Segmento 2 (S2). No exemplo (2), além dos dois
segmentos apresentados em (1), há ainda uma negação ao S2, representada
pela palavra “não”.
Existe uma relação entre S1 e S2 devida à palavra “então”, que é um
conector discursivo. Essa relação parece lógica: “se está calor, é claro que
as pessoas vão tirar o casaco”. Por isso, o exemplo (2) parece “sem sentido”
ou “ilógico”, já que nele se diz que, por causa do calor, uma roupa de inverno
continuará sendo usada. No entanto, você deve ter em mente que o sentido se
constrói, linguisticamente, justamente pela maneira como as palavras estão
organizadas no enunciado. Por essa razão, Koch (1999) explica que a “lógica”
das línguas não é a mesma lógica clássica. Veja outro exemplo:

(3) Está calor, então vamos passear.


(4) Está calor, então não vamos passear.

Imagine que dois namorados estão decidindo o que fazer em um domingo


ensolarado em que os termômetros marcam 35 ºC. Um deles pode defender o
passeio usando o calor como argumento, conforme o exemplo (3), e o outro
pode posicionar-se contra o passeio usando o mesmo argumento, conforme
o exemplo (4).
Você deve ter notado que os exemplos (3) e (4) apresentam os segmentos
“está calor” e “vamos passear”. A relação entre os dois segmentos é a mesma
(“então”), mas o exemplo (4) apresenta uma negação ao segundo segmento
Coesão textual: progressão sequencial 3

(“não vamos passear”), enquanto o exemplo (3) defende o passeio. A con-


sequência dessas duas relações são dois sentidos diferentes para a palavra
“calor”. Em (3), o calor é favorável para o passeio e, em (4), o calor é visto
como algo que impede o passeio. Isso se deve à palavra “semânticas” na
expressão “relações lógico-semânticas”, pois o sentido é construído por meio
da relação estabelecida entre os segmentos de um enunciado com base em
um conector discursivo.
Como você viu, os enunciados (3) e (4) podem ser proferidos por duas
pessoas que estão vivenciando o mesmo calor (35ºC), e o argumento usado
pode ser o mesmo (o próprio calor), mesmo que as teses defendidas sejam
diferentes: ou incentivar o passeio, ou refutá-lo. Por isso, não se pode aproximar
a “lógica” da língua da lógica formal. Esta última entende que, se o calor não
é propício para o passeio, então não se pode defendê-lo usando justamente
o calor como argumento, o que é possível, por outro lado, linguisticamente,
conforme fica aparente nos exemplos (3) e (4).
De acordo com a lógica formal, desenvolvida inicialmente pelos pensa-
dores da Antiguidade e cujo principal representante é Aristóteles, existem
condições de verdade que devem ser respeitadas em uma proposição. Veja
este exemplo clássico:

(5) Todo homem é mortal.


(6) João é homem.
(7) João é mortal.

Segundo a lógica aristotélica, se todo homem é mortal, dizer que João é


homem implica, obrigatoriamente, dizer que João também é mortal. Agora
retome o exemplo (3): se é verdade que o calor é bom para o passeio, então
(4) não pode ser verdade. Ou seja, seria impossível negar o passeio com base
no calor.
Oswald Ducrot (1983; 1987) desenvolveu uma teoria semântica que explica,
com base na língua, por que é possível “infringir” as regras da lógica clássica. A
resposta para essa questão é bastante simples: a língua não expressa a realidade,
mas uma representação dela; ela tem, por consequência, sua própria “lógica”.
Para Ducrot, aliás, não se trata de uma “lógica”, mas de uma semântica de
língua, em que sentidos são construídos com base nas relações estabelecidas
entre os segmentos de um enunciado.
Oswald Ducrot (1990) explicaria os dois sentidos possíveis para “calor” em
(3) e (4) dizendo que eles dependem não das condições de verdade do mundo,
4 Coesão textual: progressão sequencial

e sim da continuação que a palavra recebe no discurso, seja “então vamos


passear” ou “então não vamos passear”.
Quanto aos exemplos (5), (6) e (7), Ducrot (1990) diria que as pessoas não
usam a língua por acaso, mas com razões argumentativas. Assim, duas pessoas
não conversariam sobre João simplesmente para dizer que ele é mortal, e sim
para usar essa característica como argumento para algum debate. Tal como
aconteceu com a palavra “calor”, o segmento “mortal” pode ter diferentes
significados, a depender da continuação que receber no discurso. Veja:

(8) João, você é mortal, é bom que não mexa nos


fios sem desligar a rede elétrica — locutor A
(9) Pedro também é mortal e sobreviveu a um
choque de alta tensão — locutor B

Em (8), o termo “mortal” está sendo usado como um argumento para que
João desligue a rede elétrica. Em (9), a mesma palavra é parte do argumento
usado para que não se desligue a rede elétrica. Ou seja, a continuação de cada
enunciado construiu diferentes sentidos para “mortal”.
Agora que você já entendeu o que são conectores discursivos, precisa
verificar como eles são classificados. A seguir, você vai ver as classificações
que os conectores recebem de acordo com a função que exercem.

A teoria da argumentação na língua, desenvolvida pelo francês Oswald Ducrot


(1983) e por seus colaboradores, apresenta uma descrição sobre a construção do
sentido nas línguas naturais por meio das relações semântico-argumentativas que se
estabelecem entre as unidades linguísticas.
Se a leitura for entendida como a busca pelos sentidos construídos em um texto,
então também é preciso ensinar os alunos a refletirem sobre como a língua constrói
sentidos. Dessa forma, eles serão capazes de buscar esses sentidos no texto.
Para saber mais sobre como o sentido é formado e sobre como esses conceitos
podem ser levados para o ensino da leitura, leia o artigo de Azevedo (2016) “Enca-
deamentos argumentativos, relações sintagmáticas e associativas: reflexões sobre o
ensino da leitura”, disponível no link a seguir.

https://qrgo.page.link/nE35z
Coesão textual: progressão sequencial 5

A classificação dos conectores discursivos


Para que um texto seja coeso, suas partes devem estar conectadas. A cone-
xão da sequência textual, ou seja, das partes do texto, acontece por meio do
encadeamento entre os enunciados. De acordo com Antunes (2010, p. 117),
“[...] dessa arrumação articulada resulta um fio que confere ao conjunto se-
quência, continuidade, unidade [...]”. Isso significa que um enunciado (frases,
parágrafos, excertos, etc.) pode ligar-se a outro por meio de diferentes recursos
(referência, substituição, elipse, conjunção e coesão textual), os quais podem
ser agrupados de acordo com o tipo de relação estabelecida entre as partes
do texto: equivalência, contiguidade, associação e conexão (HALLYDAY;
HASAN, 1976). Aqui, você vai estudar os recursos linguísticos disponíveis
para que os falantes estabeleçam o nexo chamado conexão.
Os conectores discursivos estão relacionados a um recurso específico
de conexão sequencial, que recebe diferentes nomenclaturas de acordo com
cada autor. Halliday e Hasan (1976) têm chamado tal recurso de conjun-
ção; Beaugrande (1980) refere-se ao mesmo fenômeno pelo nome junção; e
Duarte (2003) usa a expressão coesão interfrásica. Embora haja diferentes
terminologias, o fenômeno em questão é sempre o mesmo: “[...] processos de
sequencialização que exprimem diferentes tipos de interdependência semântica
entre as frases [por isso interfrásica] que ocorrem na superfície textual [...]”
(DUARTE, 2003, p. 91).

Nos trabalhos de Halliday e Hasan (1976), o termo conjunção diz respeito ao fenômeno
de conexão entre as sequências de um texto. Por isso, os linguistas não descrevem
apenas os processos de ligação que envolvem as palavras, que a gramática tem
tradicionalmente chamado de “conjunções”, mas também os encadeamentos por
conexão em que são usadas preposições (ou locuções prepositivas) e advérbios (ou
locuções adverbiais) que estabelecem uma ligação entre dois enunciados. Veja os
exemplos a seguir.
1. Enquanto eu estava viajando, minha mãe doou meus livros preferidos.
2. Logo depois da minha partida, minha mãe doou meus livros preferidos.
3. Pela manhã, viajei. À noite, minha mãe doou meus livros preferidos.
Em (1), (2) e (3), os trechos destacados indicam relações de tempo. O período (1)
apresenta um tempo simultâneo entre os dois segmentos. Já (2) mostra que o processo
6 Coesão textual: progressão sequencial

descrito no segundo segmento ocorreu posteriormente à partida. Por fim, (3) estabelece
períodos definidos para os processos presentes em cada segmento.
Veja que, além da conjunção “enquanto”, também podem ser usadas expressões
adverbiais para expressar tempo e estabelecer ligações entre enunciados. Há ainda a
ligação entre enunciados sem a presença explícita de nenhum elemento linguístico
responsável pela conexão (conector), o que se tem chamado de “encadeamento por
justaposição”. Por exemplo:
4. Está calor, ø vamos passear.
Em (4), “ø” representa a ausência de um conector do tipo “então”, “por isso”, etc.
Mesmo sem nenhuma palavra que estabeleça a relação entre os segmentos, é possível
compreender que o calor é um convite (um argumento) para o passeio.

Os nexos por conexão (encadeamentos entre enunciados com a presença


explícita de conectores) não apenas ligam os enunciados de um texto, esta-
belecendo sua coerência e mostrando que compõem um todo, mas também
estabelecem relações lógico-semânticas (que ligam conteúdos) e discursivo-
-argumentativas (que ligam atos de fala). Por essa razão, Koch e Elias (2006)
dizem que existem dois grandes tipos de relação estabelecidas em razão de
um encadeamento entre duas partes de um texto. Para as autoras, cada um
dos dois grandes tipos de relações abriga determinados subtipos classificados
por meio de um critério semântico, ou seja, de um critério que considera o
sentido presente no encadeamento. Nas subseções a seguir, você vai conhecer
as classificações dos conectores com base em Koch (1999).

Relações lógico-semânticas
A relação de condicionalidade manifesta um encadeamento entre dois seg-
mentos A e B em que A é tomado como condição para a ocorrência de B.
Nesse caso, se A for verdadeiro, então B também o será. A manifestação
linguística de tal relação acontece por meio de um conector discursivo como
“se” ou semelhante. Por exemplo:

Se você estudar, então será aprovado.


(Nesse caso, “estudar” é condição para “ser aprovado”).

A relação de causalidade manifesta um encadeamento entre dois segmen-


tos A e B em que um dos segmentos é tomado como a causa (ou o motivo)
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para a ocorrência de outro (a consequência). A ordem de ocorrência da causa


e da consequência no discurso não é predeterminada. Por isso, a causa pode
aparecer antes da consequência e vice-versa. Existem diferentes estruturas
linguísticas capazes de manifestar essa relação, podendo haver um conector
do tipo “porque” ou semelhante. Por exemplo:

O aluno não foi aprovado porque não estudou.


(Não ter estudado é a causa de não ter sido aprovado.)
O aluno estudou tão pouco que não foi aprovado.
(Ter estudado tão pouco é a causa de não ter sido aprovado.)
Por ter estudado tão pouco, não foi aprovado.
(Ter estudado tão pouco é a causa de não ter sido aprovado.)

A relação de mediação manifesta um encadeamento entre dois segmentos


A e B em que um dos segmentos é tomado como meio para se atingir um fim
manifestado em outro segmento. A ordem de ocorrência do meio e do fim no
discurso não é predeterminada. Por isso, o meio pode aparecer antes do fim
e vice-versa. O conector usado para expressar essa relação é do tipo “para”
ou semelhante. Veja um exemplo:

O aluno estudou para ser aprovado.


(Por meio dos estudos, o aluno pretendia ser aprovado.)

A relação de disjunção manifesta um encadeamento entre dois segmentos


A e B para exprimir dois sentidos, ou exclusão, ou inclusão. Assim, na inclusão,
um dos segmentos é apresentado como verdadeiro, e o outro, também; na
exclusão, um dos segmentos é apresentado como verdadeiro, e o outro, não.
O conector usado para expressar essa relação é do tipo “ou”. Veja:

Você vai viajar para o litoral ou ficar em


casa? — disjunção excludente
(Se você for viajar para o litoral, não é
possível você ficar em casa.)
Para conhecer melhor a história, você deve ler o livro
ou assistir ao filme. — disjunção não excludente
(Se você ler o livro, você vai conhecer a história
melhor e, se assistir ao filme, também vai.)
8 Coesão textual: progressão sequencial

A relação de temporalidade manifesta um encadeamento entre dois seg-


mentos A e B para relacioná-los relativamente ao tempo. Esse tipo de relação
apresenta mais de um tipo: tempo simultâneo, tempo anterior/posterior, tempo
contínuo/progressivo. Os conectores usados para expressar essa relação são
advérbios, locuções adverbiais ou orações adverbiais temporais. Por exemplo:

Quando o professor entregou a prova,


todos ficaram preocupados.
(Ficaram preocupados no exato momento
em que o professor entregou a prova.)
Antes que alguém perguntasse, o professor disse:
“vocês têm uma hora para realizar o exame”.
(O professor avisou no momento anterior
a que alguém perguntasse.)
Depois que todos finalizaram a prova, o
professor recolheu as avaliações.
(O professor recolheu as avaliações no momento
posterior a que todos terminaram a prova.)
À medida que os estudantes finalizavam
a prova, procediam à revisão.
(Os alunos revisavam as provas em momento
progressivo, ou seja, enquanto terminavam.)

Na relação de conformidade, um dos segmentos apresenta a conformidade


com o que foi declarado em outro. Ou seja, o segmento A apresenta dada
declaração e o segmento B assevera, confirma, comprova o que foi dito em
A. O conector usado para expressar essa relação é do tipo “conforme” ou
semelhante. Veja:

Os estudantes responderam às questões


conforme o conteúdo havia sido estudado.
(As respostas foram dadas em conformidade
com o que tinha sido estudado.)

A relação de modo manifesta um encadeamento entre dois segmentos A


e B em que um dos segmentos é tomado como modo pelo qual foi realizada
a ação presente em outro segmento. O conector usado para expressar essa
relação é do tipo “assim” ou semelhante. Observe:
Coesão textual: progressão sequencial 9

Sem ter estudado e com atenção, o aluno fazia a prova.


(A oração “sem ter estudado e com atenção” indica
a maneira como o aluno fazia a prova.)

Relações discursivo-argumentativas
A relação de conjunção manifesta um encadeamento entre dois segmentos
A e B, ligando-os para que eles constituam argumentos para uma mesma
conclusão. Veja um exemplo:

Ele não só estudou e revisou o conteúdo, mas também


fez exercícios de fixação; certamente será aprovado.
(Ter estudado e ter feito exercícios de fixação
constituem argumentos para a mesma conclusão.)

A relação de disjunção argumentativa manifesta um encadeamento entre


dois segmentos A e B que possuem orientações discursivas distintas, represen-
tando dois atos de fala diferentes. Geralmente, o elemento B procura modificar
a opinião do interlocutor ou fazê-lo aceitar a tese apresentada em A. Observe:

Estudar para a prova foi útil. Ou você


passaria caso não estudasse?
(O trecho “ou você passaria caso não estudasse?” quer
fazer o interlocutor aceitar o que foi dito antes.)

A relação de explicação ou justificativa manifesta um encadeamento entre


dois segmentos A e B que representam dois atos de fala distintos. Geralmente,
o segmento B, que constitui um novo ato de fala, consiste numa explicação
ou justificativa do segmento A. Por exemplo:

Não faça a prova ainda, que você não estudou o suficiente.


(O trecho “que você não estudou o suficiente”
constitui uma justificativa para não fazer a prova.)
O aluno não tirou uma boa nota, pois não
deve ter estudado o suficiente.
(O trecho “pois não deve ter estudado o suficiente”
constitui uma explicação para a nota do aluno.)
10 Coesão textual: progressão sequencial

A relação de comprovação manifesta um encadeamento entre dois seg-


mentos A e B que representam dois atos de fala distintos. Geralmente, o
segmento B, que constitui um novo ato de fala, procura comprovar o que foi
dito em A. Veja:

O aluno queria mesmo ser aprovado,


tanto que estudou para a prova.
(O trecho “tanto que estudou para a prova” procura
comprovar que o aluno queria ser aprovado.)

A relação de conclusão manifesta um encadeamento entre dois segmentos


A e B ou entre três segmentos D, E e F. Por meio do segmento B ou F, introduz-
-se uma conclusão para o que foi dito anteriormente. Nesse tipo de relação,
os atos de fala presentes em A ou em D e E são tidos como premissas para a
conclusão contida em B ou F. Observe:

Todos os alunos estudaram para a prova,


então ninguém foi reprovado.
(O trecho “então ninguém foi reprovado” é uma conclusão
para a premissa “todos estudaram para a prova”.)

A relação de comparação manifesta um encadeamento entre dois segmen-


tos A e B, sendo um deles chamado de “comparante” e outro de “comparado”.
Entre os segmentos, podem-se estabelecer comparações de inferioridade,
superioridade ou igualdade. Em termos argumentativos, a relação compara-
tiva é feita com base em uma conclusão. Dessa maneira, pode-se argumentar
favoravelmente à conclusão ou contra ela recorrendo-se a uma comparação.
Por exemplo:

João estudou tanto quanto Pedro. Ambos serão aprovados.


(João e Pedro estudaram igualmente. Essa comparação
permite dizer que ambos serão aprovados.)
João estudou mais do que Pedro. Alguém não será aprovado.
(O estudo de João foi superior ao de Pedro. A
comparação indica que Pedro pode ser reprovado.)
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A relação de generalização manifesta um encadeamento entre dois seg-


mentos A e B. O segmento B generaliza um fato presente em A, ou amplifica
a ideia expressa em A. Veja:

Pedro estudou pouco, aliás, ele nunca costuma estudar.


(O trecho “aliás, ele nunca costuma estudar” generaliza
o hábito de Pedro com relação aos estudos.)
João estudou muito. De fato, tornou-se especialista no assunto.
(O trecho “De fato, tornou-se especialista no assunto”
amplifica o hábito de João com relação aos estudos.)

Na relação de especificação/exemplificação, o segmento B apresenta


uma particularização e/ou exemplificação de uma declaração mais genérica
presente no segmento A. Por exemplo:

Os alunos estudaram mesmo para a prova.


João, por exemplo, tirou 10.
(“João, por exemplo, tirou dez” é um exemplo
de que os alunos estudaram para a prova.)

Na relação de contraste, o segmento B contrasta com o segmento A, e a


consequência desse contraste é um efeito retórico. No exemplo a seguir, dizer
que Pedro tirou 0 mesmo que todos tenham estudado causa um efeito retórico
com relação ao desempenho de Pedro. Veja:

Os alunos realmente estudaram para a prova. Mas


o Pedro, esse se superou, porque tirou 0.
(O segundo período apresenta uma informação que
contrasta com aquela fornecida no primeiro.)

Por fim, na relação de correção/redefinição, o segmento B apresenta uma


correção, uma suspensão, uma redefinição de A. O segmento B pode, ainda,
atenuar ou reforçar. Observe:

Pedro terá boa nota. Isto é, se ele estudou de verdade.


(“Isto é, se ele estudou de verdade” corrige a
informação presente no primeiro período.)
12 Coesão textual: progressão sequencial

O uso de elementos coesivos e a entendibilidade


Como você deve ter notado, a língua dispõe de vários tipos de nexos semân-
ticos que podem ser estabelecidos entre enunciados de diferentes períodos
que compõem um mesmo parágrafo (ou, ainda, entre diferentes parágrafos
ou partes do texto). Essas relações podem ser construídas, pelos usuários da
língua, com recorrência a diversos tipos de conectores discursivos, responsáveis
por encadear as partes que compõem o texto.
Quando o falante deixa explícito o conector discursivo em dado encadea-
mento, seu objetivo é fazer com que o interlocutor entenda melhor o que está
sendo dito. Por essa razão, é importante ter consciência do tipo de emprego
adequado para dado conector, pois se o uso dele não estiver em sintonia
com as convenções previamente estipuladas pela língua, então o interlocutor
fatalmente terá problemas de compreensão.
Conhecer os conectores discursivos e suas classificações é importante,
pois, para a tarefa do professor de língua materna. Afinal, as aulas de portu-
guês (assim como as aulas de outros idiomas) têm o dever de formar pessoas
plenamente capazes de ler e escrever.
Outro aspecto importante acerca da coesão sequencial, além de saber o que
são conectivos e a classificação que recebem, é perceber que a continuidade de
um texto é feita também pela referenciação a outras partes do mesmo texto. No
subcapítulo a seguir, você vai ver como alguns conectores discursivos, além
de ligar segmentos de enunciados, fazem remissão a outras partes do texto.

Relações anafóricas, progressão temática e


recurso de estilo: a anáfora nos gêneros literários
Por razões didáticas, os manuais de linguística costumam separar fenôme-
nos que geralmente ocorrem simultaneamente. Com a linguística do texto,
não é diferente. Por isso, manuais de linguística textual costumam dedicar
uma parte aos mecanismos de coesão referencial e outra aos mecanismos
de coesão sequencial. A razão para essa divisão é mostrar mecanismos de
diferentes naturezas que promovem a coesão de um texto. Tais mecanismos,
que permitem o reconhecimento de um texto como um todo, operam de duas
maneiras, de acordo com sua natureza: (1) colocando em cena informações
novas e referindo-se a essas informações; e (2) relacionando-as por meio de
conectores com vistas à construção do sentido. Koch (1999, p. 69), a esse
respeito, lembra que:
Coesão textual: progressão sequencial 13

[...] a coesão sequencial e a coesão referencial não podem ser vistas como pro-
cedimentos totalmente estanques. Há, na língua, formas que apenas efetuam
encadeamento (os conectores propriamente ditos) e outras que operam, ao
mesmo tempo, remissão (ou referência) e encadeamento. [...] O próprio uso de
formas remissivas [por outro lado], retomando referentes do texto, aproxima-
-se, pois, dos mecanismos de sequenciação parafrástica.

Para entender melhor como esses dois tipos de coesão se inter-relacionam,


lembre-se do conceito de relações anafóricas. Assim, você vai compreender
como algumas estruturas linguísticas operam, simultaneamente, remissão e
encadeamento. A seguir, você vai ver como diferenciar a anáfora enquanto
recurso de estilo e enquanto mecanismo de coesão.
Para Neves (2011, p. 389), “Existem termos da língua que têm a função par-
ticular de fazer referenciação, sem, entretanto, nomear, ou denominar como os
substantivos. [...] Essas palavras são fóricas (lat. fero, gr. phéro: ‘levar’, ‘trazer’),
isto é, elas remetem a algum outro elemento [...]”. Palavras fóricas são importantes
como mecanismos de coesão textual porque servem para que as pessoas possam
“tecer” um texto, unindo suas partes. Se a palavra faz referência a outra parte
do texto, então há dois elementos: um capaz de fazer a referência (chamado
referenciador) e outro que é tido como o termo referido (o referente textual).
As relações fóricas entre as partes de um texto são de dois tipos, conforme
Neves (2011, p. 390):

Quando a referência é feita a algum elemento que está na porção anterior do


texto, ocorre anáfora; o que a palavra anafórica faz é recuperar semanticamente
um elemento que já está no texto, com todas as informações de que ele já se
revestia. Quando a referência aponta para a frente no texto, ocorre a catáfora; o
que a palavra catafórica faz é sinalizar um termo que ainda vai aparecer no texto.

Disso se depreende que palavras fóricas também podem participar da se-


quenciação textual, porque elas dão continuidade ao que está sendo dito ao fazer
referência ao que já foi mencionado (anáfora), ou ao sinalizar que algo será dito a
respeito do que está sendo mencionado (catáfora). Resta, então, compreender de
que maneira conexões discursivas podem ser, também elas, expressões fóricas.
Para Neves (2011, p. 241, grifos da autora), “[...] Advérbios que operam conjun-
ção de orações: são advérbios juntivos, de valor anafórico, que ocorrem numa
oração ou num sintagma, referindo-se a alguma porção da oração ou do sintagma
anterior [...]”. Entre os advérbios que apresentam valor juntivo anafórico, pode-se
citar o caso do advérbio de modo e dos advérbios adversativos. Neves (2011, p.
272, grifo da autora) descreve tais classes de palavra das seguintes maneiras:
14 Coesão textual: progressão sequencial

O advérbio juntivo (ou conjuntivo) adversativo, do mesmo modo que a


conjunção coordenativa mas, marca uma relação de desigualdade entre o
segmento em que ocorre (enunciado, oração ou sintagma) e um segmento
anterior. Em princípio, os advérbios de modo constituem, pois, uma catego-
ria não fórica, mas o advérbio ASSIM, que indica modo, tem uma natureza
pronominal, funcionando como referenciador textual.

Nos textos a seguir, as classes de palavra recém-apresentadas foram desta-


cadas com o objetivo de ilustrar a maneira como, além de conectar segmentos,
elas também remetem a outras partes do texto. Veja:

Quando os olhos do príncipe Próspero caíram sobre aquela figura es-


pectral (que, para melhor representar seu papel, caminhava entre os
dançarinos com passos lentos e solenes), viram-no ser tomado de con-
vulsões e arrepios de terror ou asco, no primeiro instante; logo depois,
porém, seu rosto congestionou-se de raiva (POE, 2013, p. 16, grifo nosso).

Nesse excerto do conto A máscara da morte rubra, a palavra “porém” não


pertence à classe das conjunções, mas à classe dos advérbios. A razão para
isso é que a palavra não está ocorrendo como primeiro elemento da oração
ou do sintagma e está separada por vírgulas (NEVES, 2011).
“Porém” é, então, um advérbio juntivo anafórico que marca uma desigual-
dade entre o segmento em que está presente (“logo depois, porém, seu rosto
congestionou-se de raiva”) e o segmento anterior (“viram-no ser tomado de
convulsões e arrepios de terror ou asco, no primeiro instante”). Note que a
palavra “porém” faz referência ao segmento anterior para indicar um contraste:
inicialmente, a expressão do príncipe era de terror ou asco, mas depois tornou-se
uma expressão de raiva. Em virtude disso, diz-se que “porém”, nesse contexto,
apresenta um valor juntivo (relaciona dois segmentos do discurso para indicar
contraste) e anafórico (retoma o segmento anterior).
Outro advérbio que, além de ter uma natureza fórica, também ocorre como
conector é “assim”. Veja:

Então, o primeiro-secretário chamava o segundo-secretário, este chamava


o terceiro, que mandava o primeiro-ajudante, que por sua vez mandava
o segundo, e assim por aí fora até chegar à mulher da limpeza, a qual,
não tendo ninguém em quem mandar, entreabria a porta das petições
e perguntava pela frincha, Que é que tu queres (SARAMAGO, 1998, p. 6,
grifo nosso).
Coesão textual: progressão sequencial 15

A palavra “assim”, no excerto, tem valor juntivo e anafórico. É juntivo


porque liga dois segmentos, sendo o primeiro deles “então, o primeiro secre-
tário chamava o segundo-secretário, este chamava o terceiro, que mandava o
primeiro ajudante, que por sua vez mandava o segundo” e o segundo “e assim
por aí fora até chegar à mulher da limpeza”.
Note que o advérbio “assim” tem o mesmo valor da expressão “desse
modo”. Ou seja, a palavra faz referência ao modo como as pessoas agiam no
primeiro segmento. Além disso, liga os dois termos mostrando o modo como
a ação ocorre no segundo segmento.
Como você viu, a anáfora é um tipo específico de referenciação. Há, con-
tudo, outros sentidos atribuídos ao termo. Alguns desses sentidos estão ligados
à característica que um elemento linguístico tem de remeter a outro, o que
inclui processos de alocação de referentes no discurso. Outros sentidos do
termo mais usados na teoria da literatura ou na estilística tomam a expressão
em outra acepção.
Processos de alocação de referentes em um texto são constituídos por dois
tipos: ativação ancorada e ativação não ancorada. A alocação de um termo é não
ancorada quando esse termo aparece pela primeira vez no discurso, geralmente
antecedido por um artigo indefinido. Já a alocação ancorada acontece quando
um novo segmento (sintagma, oração, palavra, etc.) é inserido no discurso
com associação a algum outro segmento já apresentado.
A anáfora indireta, também chamada de anáfora associativa, ou ainda
anáfora semântica, acontece quando há ativação ancorada de um antecedente.
Chama-se anáfora indireta ou semântica porque está ancorada não no referente
em si, mas nas ideias desse referente. Veja:

Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três... trinta e três... trinta e três...
— Respire.
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito
infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
(BANDEIRA, 1970, p. 107)
16 Coesão textual: progressão sequencial

No quarto verso do poema, a palavra “médico” retoma semanticamente o


que foi dito na primeira estrofe. Se alguém tem sintomas como febre, hemoptise,
dispneia, suores noturnos e tosse, então deve consultar um médico. O quinto
verso “diga trinta e três” também faz uma anáfora indireta a “médico”, pois esse
é o tipo de exame praticado pelo profissional. Diz-se que há anáfora indireta
porque as palavras ativam na memória do leitor frames associados aos referentes:
sintomas de doenças remetem a médico e médico remete a exame clínico.

A noção de frame, para Koch e Travaglia (1990), está relacionada ao conhecimento de


mundo dos falantes e ao uso que eles fazem desse conhecimento para estabelecer a
coerência de um texto.
Frames são, portanto, saberes guardados na memória dos indivíduos sob o amparo de
dado “rótulo” e que podem ser acessados de acordo com esse rótulo. Quando se fala sobre
culinária, por exemplo, alguns frames podem ser ativados: talheres, colher, garfo, faca,
pratos, caros, baratos, ingredientes, proteína, acompanhamento, gastronomia, receitas, etc.
Os frames são armazenados na memória sem ordenação entre eles, e cada pessoa
pode organizá-los de uma maneira própria. Existem testes de psicolinguística em que as
pessoas são convidadas a falar o maior número de palavras que conhecem e/ou lembram
sobre determinado assunto. Pessoas escolarizadas tendem a ordenar as palavras por
categorias: ordem alfabética, classificação científica. Em uma tarefa em que se tenha
de falar nomes de animais, por exemplo, podem surgir classificações como a seguinte.
 Mamíferos: baleia, cão, vaca, gato... répteis, cobra, crocodilo, iguana...
Testes assim exploram os frames que as pessoas têm armazenados em sua memória.

Resta, por fim, entender a anáfora como um recurso de estilo. De acordo


com o Rodrigues (2009, documento on-line), o termo “anáfora” apresenta
várias acepções; entre elas, a seguinte: “Na retórica, designa a figura que
consiste na repetição de um mesmo termo no início de várias frases, criando
assim um efeito de reforço e de coesão textual [...]”.
Note que a acepção apresentada tem relação com a coesão sequencial,
sobretudo a repetição de vocábulos, que é um dos mecanismos desse tipo de
coesão. Mas ela parece não ter uma relação direta com a referenciação, porque
não remete aos termos do discurso. Nesse caso, a palavra “anáfora” deixa de
ser compreendida como um mecanismo de coesão e passa a ser entendida
como figura de retórica. Veja o que afirma Fiorin (2014, p. 10):
Coesão textual: progressão sequencial 17

A retórica é chamada arte (do latim ars, que traduz o grego techné), porque
é um conjunto de habilidades (é uma técnica, entendiam os antigos) que visa
tornar o discurso eficaz, ou seja, capaz de persuadir. [...] No entanto, ela cada
vez mais foi sendo entendida como uma técnica de ornamentação do discurso.
A palavra ornamentação era entendida como enfeite. Por isso, ela foi perdendo
a sua função argumentativa e reduziu-se a um catálogo de figuras.

Quando se toma a anáfora como uma figura de linguagem (ou figura de


retórica), deixa-se de compreender o termo como um fenômeno de coesão
textual e passa-se a compreendê-lo como um recurso usado por alguém para
ornar (enfeitar) seu discurso. Por essa razão, o termo também pode ser com-
preendido como um recurso de estilo em gêneros literários. Veja este exemplo:

A estrela
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.

Era uma estrela tão alta!


Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.

Por que da sua distância


Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alto luzia?

E ouvi-a na sombra funda


Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia.
(BANDEIRA, 1973, p. 164)

Observe os três primeiros versos da primeira estrofe inicial, com a expressão


“vi uma estrela”. Recorrendo à mesma figura de linguagem, o poeta compõe a
segunda estrofe, que se inicia com a expressão “era uma estrela”. Tomando-se
um poema como uma obra de arte cuja matéria-prima é a linguagem, pode-se
dizer que a técnica empregada pelo artista na composição dessa obra foi a
18 Coesão textual: progressão sequencial

anáfora. Ou seja, o poeta usou uma técnica na qual um sintagma foi repetido
no início dos três primeiros versos das duas primeiras estrofes. Assim, o
poema apresenta um estilo próprio.

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BANDEIRA, M. A estrela. In: BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. 3. ed.
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Coesão textual: progressão sequencial 19

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