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Universidade Federal do Amazonas Instituto de Natureza e Cultura

Campus Benjamin-Constant Bacharel em Antropologia

João Victor Santos Broetto

Trabalho apresentado ao curso


de Antropologia da
Universidade Federal do
Amazonas para obtenção de
nota parcial na disciplina de
Antropologia política orientada
pela professora Gilse.

Manaus-AM
2020
Resenha: Antropologia Política

A “ antropologia é inevitavelmente política “ com um aumento das


problemáticas étnicas no fim do século XX o antropólogo se tornou o epicentro
de uma série de estudos que envolviam a teorização da cultura em relação e
benefício da política, enquanto os antropólogos se tornavam cada vez mais
ligados a produção de uma antropologia muito mais ligada a política, enquanto
a cultura torna-se um instrumento de afirmação identitária e se firma no ramo
da política como linguagem de negociação entre movimentos sociais e estado
nacional, se transformando de um objeto teórico de análise, em um instrumento
prático.

Aqui surge a antropologia do político que tem como objeto produzir


consenso e linguagens de negociação, além de compreender e ser um agente
com poder de mudança dentro dos sistemas e processos políticos
contemporâneos que se tornam cada vez mais identitários e exigem a
adequação da antropologia para uma esfera política

Em Os sistemas políticos africanos Evans Pritchard e Meyer Fortes


estudam sociedades africanas onde identificam diversos e variados sistemas
políticos alguns dotados de claras formas de estado outros sem estado, que os
leva de um estudo claro sobre as estruturas de poder estatal, para um estudo
sobre a interação dos indivíduos no campo da ação de poder, em Sistemas
políticos da alta Birmânia, Edmund Leach diz que as práticas se tornam ação
política, pondo as categorias mentais no lugar das instituições trazendo uma
análise política que não está interessada em como as pessoas se agrupam e
nem em como esses grupos se relacionam empiricamente. Assim distinguindo
cultura e política, cultura como sendo uma grande heterogeneidade de
sistemas sociais e linguísticos, e política como sendo um agregador social
através do qual as terminologias que expressam os agentes, percebem suas
relações estruturais, e no plano ritual por meio das ações produzem status e
garantia de autoridade.
Durante a década de 1990 um grupo de antropólogos analisou diversas
comunidades e o que a política representava como elemento transformador
para tais grupos , a esses estudos foi dado o nome de antropologia da política,
tal estudo diferia da antropologia política tradicional pois estudava aquilo que
era considerado política no ponto de vista dos nativos e como as decisões
políticas eram tomadas de forma individual , analisando o movimento político
não de acordo com as instituições do estado mas sim com o movimento social
por trás do chamado “tempo da política.”

Balandine traz a análise da situação colonial dos diferentes grupos


étnicos pensando no momento político, para além da relação colonizado
colonizador, o grupo colonizado também submete o colonizador a sua
influência cultural, mesmo que de forma mínima, através dessa e outras
influências externas que os antropólogos Cardoso de Oliveira e Pacheco de
Oliveira formulam as teorias de grupos étnicos e fricção interétnica.
Concluindo a antropologia política sempre se propôs a examinar os
diferentes mecanismos de agenciamento e configurações de pertencimento, os
atores sociais se constituem agentes políticos e a partir daí trazem suas
demandas por direitos se constituindo como sujeitos de direito, os atores
sociais se mostram como ferramentas essenciais no campo de inter-relações,
sociedade – estado as diferenças culturais assim como étnicas e o sentimento
de pertencimento de grupo se tornam ferramentas chave para a negociação
política.

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