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Acabamentos químicos funcionais Funcionalização por acabamento

Desenvolver materiais ou aplicações técnicas por acabamento


Os requisitos mais importantes para o desgaste de proteção são têm de considerar:
a eficácia da barreira e o conforto termofisiológico para o usuário. • Disponibilidade de produtos de acabamento e a sua função
O tipo certo de acabamento deve ser selecionado dependendo do • Tecnologia de aplicação (maquinaria a usar)
• Requisitos técnicos do produto final (incluindo
tipo de fibra do substrato têxtil e do uso final desejado.
estéticos)
Fibras funcionalizadas: • Propriedades de solidez (nomeadamente lavagem e
• Elevado desempenho térmico/mecânico, propriedades fricção)
• Questões ambientais
específicas, fatores estéticos, …
• Custos de matérias primas e preço final de venda do
• Produção de estruturas complexas de fios, tecidos
produto acabado
malhas, compósitos, …
Opções de funcionalização têxtil por acabamento:
Processos de acabamento:
• Membranas: produtos têxteis laminados.
• Convencionais/ inovadores;
• Aditivos: partículas de alumínio, substâncias ativas,
• Aplicação de agentes (aditivos) micro/nano nanotubos de carbono.
Nota: além do fator inovação e funcional é necessário considerar • Dispersões de base aquosa
o fator financeiro e materiais disponíveis.
Conjugação/ interações entre acabamentos
Tipos de acabamentos funcionais Tanto se podem potenciar como interferir.

Os acabamentos podem ser classificados em acabamentos O resultado obtido será sempre diferente do somatório dos
mecânicos e químicos e biotecnológicos. efeitos quando aplicados isoladamente.

Os acabamentos mecânicos e químicos são clássicos e Processos de aplicação depende:


complementares. • material
• tipo de reagentes de acabamento
Resultados obtidos no acabamento mecânico são muito
• máquinas
influenciados pela história química. Para obter o máximo benefício
do acabamento químico, a seleção cuidadosa de tratamentos Esgotamentos: produtos com afinidade (alguns amaciadores,
mecânicos de acabamento relevantes é essencial. anti-UV e produtos soilrelease.. )
Impregnação: produtos sem afinidade para as fibras (resinas).
Acabamentos químicos Nano coating/ Deposição/ Impregnação:

Os principais métodos de aplicação incluem esgotamento, • Deposição por vapor


impregnação e pulverização. • Técnicas assistidas por plasma
• Redução química,
A nanotecnologia está abrindo novos caminhos no acabamento
• Pulverização catódica,
químico.
• Auto-montagem,
Ao contrário do acabamento convencional, o tamanho • Revestimento camada sobre camada,
nanométrico do revestimento não afetará negativamente o toque e • Revestimento sol-gel
a sensação do tecido acabado. As técnicas de sol-gel de baixa • Síntese in situ
temperatura, assim como a nova geração de resinas poliméricas, • Esgotamento
estão oferecendo novas possibilidades no acabamento químico • Pad-dry-cure
têxtil. • Deposição eletroquímica: através da alteração de
superfície é possível melhorar a adesão de compostos
Nanotecnologia (afeta a hidrofilidade), comportamento mecânico (dureza).

• Menor tamanho Nota: o processo para nanoestruturas é igual, só muda o exterior;


• Grande área superficial o plasma pode alterar a cristalização das fibras, aumentando a sua
• Coating com nano estruturados (baixo impacto na hidrofilidade/capacidade de absorção.
respirabilidade dos materiais) A adesão das “nano” ao material por acabamento é mais difícil
quando o material já vem funcionalizado.
As propriedades mecânicas pioram com os acabamentos. Ao
modificar a superfície acaba-se por destruir ligações químicas e
diminuir a elasticidade.

Nanorugosidade:
• Distribuição aleatória de nanopartículas na superfície
Nota: a superfície rugosa do substrato pode ter umas secções mais
(concentração e tamanhos das NPs)
altas do que outras.
• Técnicas de modificação da superfície física, como
- nanopartículas inorgânicas (sais) usualmente aplicados para fins UV/O3
antimicrobianos. • Rugosidade de superfície de vários tamanhos
- os métodos depende de muitos fatores, como pH, temperatura, Benefícios: influencia a adesão e molhabilidade da superfície
concentração, método de síntese. (hidrofilidade/hidrofobicidade); importante para desenvolver
materiais superhidrofóbicos
Funcionalização de superfícies Nota: Os únicos contaminantes aceites são o formaldeído e
auxiliares para corantes. Os grupos químicos na superfície
Antes da funcionalização deve-se ter em conta a natureza das
influenciam a radioatividade.
fibras e seus grupos químicos, avaliando a compatibilidade entre a
fibra e o acabamento.
Também a sua estrutura química, macromolecular (estrutura Grafting e crosslinking (enxerto e reticulação)
polimérica grau de polimerização e arranjo das cadeias macro), NANO FABRICAÇÃO DE FILMES POLIMÉRICOS POR ENXERTO:
supramolecular (arranjo espacial das cadeias poliméricas) e
• “grafting to”, moléculas
morfológica.
poliméricas com grupos terminais
Formas de funcionalizar:
funcionais reagem com grupos
• Interação hidrofóbica/hidrofílica complementares localizados na
• Rugosidade superfície do polímero.
• Degradação • “grafting from” polimerização iniciada na superfície do
• Uso de cargas substrato.
• Superfície sem cargas é
• Enxerto polimérico superficial
• Ligação proteica competitiva
Introdução de Reagentes
Modificação da hidrofilidade
Wet chemical processes: Tratamento químico para gerar grupos grupos reativos polifuncionais
e hidroficibidade
funcionais à superfície. É num banho aquoso. Usualmente só um
banho para vários tipos de acabamento por relações económicas.
Considerações: os componentes do banho devem ser compatíveis Nota: para qualquer tipo de excerto para que ocorra a reação são
(ex: precipitações iónicas com produtos catiónicos devem ser necessários polímeros com terminações funcionais e/ou
evitadas), estabilidade das emulsões de diferentes produtos (podem substâncias de baixo peso molecular (ex: iniciadores); no enxerto
ser diminuídas por interações entre produtos), compatibilidade dos com moléculas de tamanho pequeno elas vão se ligar a estrutura
produtos. têxtil (ou reagem entre si) e formam uma resina (que deve ser
removida) que tapa o acabamento/composto adicionado.
Reticulação: Para acabamentos easy-care, melhorar a
• Não requer equipamento especial.
estabilidade dimensional, “durable press” (plissados permanentes),
• Melhor capacidade de penetração nos poros dos
para retenção de vincas e rugas, anti-pilling e fixação de outros
substratos.
acabamentos e corantes.
Desvantagens do acabamento de materiais celulósicos com Grafting sobre algodão:
resinas e possíveis soluções:
Usado para resolver:
• Baixa resistência do algodão à radiação UV
• Baixa resistência ao enrugamento a seco e a molhado
• Melhorar estabilidade dimensional
• Redução do borboto, …
Grafting de N-metilolacrilamida (NMA), iniciação química,
térmica e fotoquímica. Reage com a
celulose a alta temperatura e com
catalisador ácido ou pelo grupo vinilo.
Pode reagir por foto iniciação (UV) em atmosfera de N2 (reação
inibida pelo O2).
Grafting com metacrilato de glicidilo (GMA)

Grafting de misturas de acrilatos, … fluorometacrilatos -


aumento repelência à água.
Reações com diferentes monómeros com grupos vinilo (usando
diferentes sistemas redox).

Crosslinking em algodão:
Ativação da superfície usando compostos bifuncionais: • Resinas de baixo teor de formaldeído ou sem:
Intermediários da ligação das moléculas com interesse para o Consequências: Perda de resistência; Piora a resistência
substrato. Funcionam como âncoras das moléculas à superfície à abrasão e há alterações de cor.
(agentes reticulantes). • Com produtos catiónicos

Formam uma camada primária reativa à superfície ou que reage


quando depositada sobre o substrato.
Lã (grafting, crosslinking): Crosslinking em seda:
Problema: Melhora a lavagem e a resistência ao vinco.
Sol.
• feltragem (escamas) Monómeros vinilo (MMA) Usam-se muitos agentes reticulantes deferentes:
• em aplicações específicas a eletricidade estática deve • Resinas com formaldeído
ser controlada. Tratamento anti estático com N — • Ácidos policarboxílicos
metilo — N, N, N — cloreto de • Epóxidos
trioctilamônio. • Corantes bifuncionais

O uso de.. Ajuda. .


Di-epóxidos(butano e hexano) estabilidade dimensional e anti- Poliamida
feltragem
Epóxidos multifuncionais com resistência ao vinco Para aumentar os grupos hidrofílicos na fibra:
.
grupos amina .
Grafting de:
Reação com transglutaminase aumento da resistência da fibra
• Acrilamida
• Ácido acrílico
Grafting sobre seda:
• GMA (dimetacrilato de glicilo)
• O MMA auxilia a recuperação de rugas na seda.
Modificação da poliamida por click chemistry: usado para
• O uso de estirena (melhora o volume e manuseio), MMA e
melhorar a hidrofilidade.
metacrilato de glicida são usados para tratamento anti
estático.
Acabamento da seda por LbL (camada sobre camada): Polipropileno

- Desengomagem com Na2CO3 do tecido natural da seda, carregando Fibra hidrofóbica e não tingível.
mais a superfície com HCl, pH = 2. Grafting de monómeros vinílicos traz propriedades
- Uso de ALG(-) um polieletrólito catiónico lavando três vezes com antimicrobianas.
água destilada, pH = 8. GMA AAc
- Uso de RSF (+) um polietileno aniónico lavando três vezes com
água destilada, pH = 2. Remédio imobilizado, impede a Remédio acumulado, liberta
- Repete acabando com uma carga negativa. adesão da bactéria. agentes antimicrobianos.

- Indução por etanol.


Poliéster Agente de acoplamento:

• Fibra hidrofóbica e difícil de tingir. O grupo silanol forma-se por hidrólise de X e pode formar
• Grafting com ácido acrílico (iniciação química e com ligações siloxano. Aparece na molécula com Si.
plasma) Dependendo da molécula pode ter um acabamento muito
resistente.
Acrílica Como reagem:
• Melhorar absorção água e resolver a questão da • A hidrólise influencia o grau de polimerização,
eletricidade estática. • A concentração da solução de siloxano influencia a
espessura /nº camadas de revestimento,
• A orientação dos grupos funcionais é geralmente
Viscose
horizontal, mas não necessariamente planar na superfície,
• Aconselhado para pensos. • As reações covalentes têm um certo grau de
reversibilidade.
Seleção de um agente deste tipo:
• Concentração de -OH na superfície
• Tipo de -OH
• Estabilidade hidrolítica da ligação formada
Siloxanos • Características e dimensão do substrato
A maioria são polímeros lineares de siloxano, com grupos
terminais.
Funcionalização com biopolímeros
Muito usado nos acabamentos, como nos antimicrobianos. Originários de matéria prima renovável, eram hidratos de
• Aumentam a adesão de superfícies carbono.
• Alteram propriedades mecânicas e adicionam novas Atenção especial aos coloides, hidrogéis (celulose, quitosano,
propriedades (repelência, por ex.) colagénio, alginato, CDs, …). Micro e ultra-micro segmentos.
• Promovem reticulação (em materiais orgânicos e
Nanocompósitos poliméricos.
inorgânicos)
• Imobilizam catalisadores em suportes Só se pode fazer por esgotamento quando há afinidade.
• Ligam biomateriais
Modificação via reações enzimáticas Proteção UV
Cada vez se usa mais processos via enzimas em vez de processos O fator é obtido comparando-se a exposição ao sol da pele
químicos. humana desprotegida com a exposição ao sol da pele humana
protegida pelo têxtil.
• Pectinase alcalina,
• Alfa-amilase, Fatores que influenciam a proteção UV dos materiais:
• Lacase, • Composição do tecido
• Lisozima
• Aditivos incorporados nas fibras
Nota: “organophosphorous hydrolase” imobilizada em algodão • Características estruturais do tecido
previamente tratado com glicina via reação com carbodiimidazole • Cor e intensidade do corante
• Presença de branqueadores óticos, pigmentos ou
(proteção gás sarin).
produtos de acabamento, sobretudo produtos
Por: absorventes de radiação ultravioleta.
• Modificações por reação enzimática em substratos Importância dos fatores dos tecidos:
estruturais das fibras
• Introdução de novos grupos funcionais Fator de cobertura > Tipo de fibra > Grossura da fibra
• Degradação seletiva do polímero • Porosidade: material com um maior número de fios na teia
• Ligação covalente de partículas e trama dão os maiores índices de UPF.
• Enxerto de material proteico • Cor/corante: as radiações UV são absorvidas pelos
• Ligação covalente de nanopartículas materiais tingidos, sendo que as cores mais escuras
• Grafting enzimático absorvem mais radiação.
• Modificação superficial por reação enzimática • Tensão: máxima proteção consegue-se com a menor
• Imobilização de enzimas sobre substratos têxteis. elasticidade.
• Humidade: quando comparados com tecidos húmidos de
Imobilização de enzimas:
idênticas características, a transmitância de radiações
Imobilização de catálase: UV em tecidos secos é menor (maior fator de proteção).
• Em algodão usando os OH como grupos funcionais • Design da peça: determinante da máxima cobertura logo
• Poliamida: usando grupos amina e glutaraldeido máxima proteção
• Conservação: a diminuição da porosidade, a alteração da
Imobilização de enzimas em PET:
textura e o desbote devidos ao uso são fatores que
• Implica pré-funcionalização das fibras influenciam negativamente.
Critérios de seleção de absorventes UV: Derivados de benzotriazol:
• Absorção numa vasta gama de valores de comprimentos Absorvem luz ultravioleta passando ao estado excitado voltando
de onda depois ao estado fundamental.
• Elevado poder absorvente
Aplicação:
• Estrutura e peso molecular compatível com o substrato
• por esgotamento simultaneamente com o tingimento
• Absorção lenta
• Reduzida toxicidade (PES); o absorvente UV comporta-se como um corante
• Elevada solubilidade em água a altas temperaturas disperso
• No caso de fibras de algodão, é diferente, uma vez que
• Compatibilidade de aplicação com os processos têxteis
• Resistência a vários ciclos de lavagem e limpeza a seco estes produtos não têm afinidade, é por impregnação, mas
• Não irritante para a pele com a aplicação de uma resina.
• Estabilidade à radiação ultravioleta Feniltriazina:
Compostos inorgânicos: Reagem covalentemente com as fibras de celulose e poliamida
Atuam por mecanismo de absorção da radiação ou por bloqueio, através dos grupos hidroxilo e amino.
dependendo do tamanho das partículas. Aplicados antes, simultaneamente ou após o tingimento, por
Não tóxicos e quimicamente estáveis. esgotamento ou por impregnação.

Interferem com os corantes (não são transparentes, podem ter Ácido oxálico:
cores fortemente amareladas). Absorvente UV reativo, de baixa toxicidade. Reage com as fibras,
Aplicados por acabamento. comportando-se como um corante incolor.

Compostos orgânicos: Aplicar por esgotamento simultaneamente com o tingimento com


corantes reativos, ácidos e diretos. Com corantes reativos, pode
São absorventes de alto desempenho, que apresentam uma
ser também aplicado por impregnação seguido de fixação.
proteção superior tanto em foto como em termo permanência, o
que significa menos influência tanto de temperatura quanto da luz
UV, conseguida com uma menor concentração do produto. MOLHABILIDADE
Limitações dos compostos orgânicos anti – UV: Está relacionada com as propriedades de gestão de água nos
• Instáveis a longo prazo têxteis:
• Podem gerar radicais que degradam os materiais • Vapor de água
• Limitados a determinados comprimentos de onda • Humidade
• Suor
Pode envolver outros líquidos, orgânicos ou óleos. Repelência
Importa considerar: • Repelência de manchas
• As propriedades físico-químicas da superfície. • Repelência de óleos
• Texturização e porosidade da superfície. • Repelência de água

Parâmetros críticos: Inconvenientes frequentes:

• Ângulo de contato • Mau toque;


• Capilaridade • Materiais não respiráveis (ar e vapor)
• Velocidade de transporte de vapor • Problemas de eletricidade estática
• Macro/micro porosidade • Dificuldades de limpeza; redeposição durante a lavagem
• Geometria dos poros • Aumento da flamabilidade
• Permeabilidade ao ar Eventuais vantagens:
Maneiras de regular humidade nos têxteis: • Melhores propriedades de Durable Press
• Estruturas com forma, tamanho de poro e textura variada. • Secagem e passagem a ferro mais rápida
• Modificar química e fisicamente as fibras. • Aumento da resistência a agentes químicos(ácidos, bases)
• Funcionalizar a superfície aplicando sistemas físico- • Estas superfícies também repelem sujidade
químicos e poliméricos e ligando-os física ou Mecanismos de repelência:
quimicamente ao têxtil.
A Tensão Superficial influência diretamente os fenómenos de
Nota: estas maneiras podem sinergicamente combinar-se de forma superfície, tais como a molhabilidade e a adesão.
a afetar a energia livre de superfície e a rugosidade.
Superfícies de baixa energia exibem baixa interação com os
Mecanismo de difusão do vapor de água: líquidos à superfície.
• Difusão simples pelos espaços entre os fios (depende da Acabamentos repelentes:
construção do material)
• Sais metálicos
• Capilaridade na fibra (depende da maturidade da fibra)
• Parafina
• Difusão nas fibras (natureza hidrofílica ou hidrofóbica
• Compostos baseados em piridínio
das fibras)
• Resinas
• A interação de um polímero sólido com o vapor de água
• Complexos organometálicos
depende da sua estrutura físico-química.
• Silicone
• Fluoroquimicos
Aplicação: • Aplicam-se geralmente com os acabamentos de “durable
press” (melhora a durabilidade)
• Revestimento (coating)
• Usados na repelência a nódoas (de café e bebidas)
• Impregnação (Spray; Esgotamento; Deposição à
• Podem aplicar-se conjuntamente sprays de cloro
superfície da material: emulsões de parafina; Reação
• Alguns silicones modificados podem ser aplicados por
química com a fibra ou homopolimerização: resinas;
esgotamento
Formação de filmes repelentes na superfície: silicone e
• São mais caros que as resinas, mas mais eficientes.
fluorocarbonos
• Não repele óleos ou sujidade.
Ceras/parafinas:
Repelentes químicos fluorados:
• Maneira mais antiga e económica.
• Repelência à água e óleos.
• Usam-se emulsões orgânicas de ceras.
• São polímeros vinílicos ou acrílicos, com grupos CF2 e CF3.
• Más propriedades de permeabilidade ao ar e ao vapor.
• O efeito depende da extensão da cadeia lateral e do nº
• Pouca durabilidade.
de grupos CF2 e CF3.
• A estabilidade destas dispersões durabilidade do
• A maioria aplica-se por impregnação, seguida de secagem
acabamento tem sido aumentado com o uso de polímeros
e cura.
como PVA e polietileno.
• O tratamento a quente provoca a orientação das cadeias
• Estes acabamentos com ceras são geralmente aplicados
juntamente com os de “durable press”. laterais necessária para o efeito de repelência.
• Lavagem e limpeza a seco destroem esta orientação e
Hidrocarbonetos hidrofóbicos reativos: diminuem o efeito repelente, mas poderão ser
• Melhora a solidez dos acabamentos repelentes de água. reorientados por passagem a ferro ou prensagem.
• Boa solidez à lavagem, mas maus em termos de • Há alguns CF que se reorientam por simples secagem ao
resistência à abrasão. ar.
• Provocam alterações de cor. • Aumenta a solidez à lavagem, à limpeza a seco e à fricção.
• Libertação formaldeído. • Podem ser usados nos tratamentos impermeabilizantes e
anti sujidade.
Repelentes de silicone:
• Muito caro.
• Aplicadas em baixa concentração permitem boa repelência • Escurecem durante a lavagem.
à água; muito bom toque. • Com raras exceções não podem ser aplicados por
• Aplicadas a pH ácido. esgotamento.
• Se se usar emulsionantes catiónicos, podem ser aplicadas • Há alguns que não precisão de fixação, mas são menos
por esgotamento a fibras com carga negativa. duráveis.
Notas: O efeito de repelência por acabamento depende da Remoção de partículas:
estrutura do material (espaçamento entre as fibras; finura dos
• depende da força de adesão entre a partícula e a
fios; melhor em microfilamentos) e da distribuição uniforme do superfície da fibra.
repelente. Resíduos de amaciadores e surfactantes provocam
• depende das suas características (solubilidade, etc.), na
defeitos - boa preparação prévia dos materiais. Estes acabamentos extensão de penetração no material, tipo de fibra e sua
são geralmente compatíveis com tratamentos easy-care, durable
superfície e do tipo de produtos (enzimas, surfactantes,
press e com a maioria dos amaciadores. ¡ Os produtos de silicone
…nos detergentes) usados nas lavagens.
interferem com a repelência a óleos com fluorocarbonados. Mas • Manchas de óleo, azeite, gordura são muito difíceis de
podem ser incorporados como segmentos da estrutura dos
remover de fibras sintéticas e praticamente impossíveis
fluoropolímeros. É comum associar a acabamentos retardantes de de remover de 100% poliéster nas lavagens.
chama, antimicrobianos – multifuncionais. Os acabamentos FC
sozinhos não previnem nódoas de café, chã e outros alimentos. Os acabamentos que facilitam a remoção de sujidade são
polímeros, películas capazes de absorver água.
Estes acabamentos podem ser classificados em três tipos
Acabamentos anti-sujidade ou anti-nódoa ou anti-mancha distintos:
• Nódoas são substâncias indesejáveis no lugar errado. • Acrílicos (aplicam-se em CO/PES no final do acabamento)
• Podem ser substâncias solúveis em água. • Químicos fluorados de dupla ação (aplicam-se em
• Oleosas. CO/PES no final do acabamento)
• Partículas sólidas. • Esgotáveis (aplicam-se ao PES (100%) no tingimento)
• Substâncias compostas.
Nota: o acabamento de anti-sujidade/nódoas só se realiza em
A sujidade fica nos materiais por: matérias com poliéster
• Adesão mecânica Ácido polimetacrílico:
• Adesão com interação de cargas
• É completamente solúvel em água e funciona como
• Redeposição durante a lavagem
repelente de nódoas.
Nota: Fibras mais finas têm maior tendência para reter sujidade e • É preciso que seja convenientemente reticulado (com
mais irregulares menor. Os tecidos feitos de fios de filamentos não agente de reticulação tipo di-epóxido) à fibra.
se sujam tão rapidamente quanto os feitos de fios. Quanto menor • A extensão de reticulação é muito importante.
o tamanho das partículas de sujidade, maior é a sua retenção pelo
tecido.
Copolímeros: Mecanismo:
• Ácido metracrílico/acrilato de etilo 70%/30% • Acabamento muito caro, mas uma pequena quantidade de
• Permitem efeito conjugado de “durable press” e produto é eficaz (0,5%).
repelência à sujidade quando conjugados com DMDHEU • Porque se usam pequenas quantidades não há alterações
de toque.
Mecanismo de ação do Ácido polimetacrílico e Copolímeros:
• Têm de se usar resinas para conferir durabilidade à
• Há inibição da deposição no polímero fixado. lavagem.
• Há uma relação ótima da extensão de reticulação e efeito • Usam-se para misturas CO/PES e nunca para 100% CO.
repelente.
Acabamentos hidrofílicos anti-nódoa para 100% poliéster:
• Durabilidade é também função da extensão de reticulação
• A melhor repulsão ocorre a pH entre 8-11. A razão é que o • São aplicados durante o tingimento por processos de
ácido poliacrílico é fortemente ionizado a pH alcalino esgotamento (com corantes dispersos)
(aniónico). • Usam-se copolímeros dispersos em água de baixo peso
Considerações práticas importantes: molecular que se ligam ao PES, ficando este com
“extensões” hidrofílicas à superfície
• São precisos cerca de 6% de ácido acrílico para ter bons • Usam-se em 100% poliéster
resultados • A solubilidade do polietilenioglicol é inversamente
• A maioria do produto perde-se na primeira lavagem, mas proporcional à da T, aplicados a frio
uma pequena quantidade residual continua a atuar durante • Absorvem transpiração (alguma absorção de água) logo
muitas lavagens - O produto fica consideravelmente permitem artigos confortáveis para verão
macio após lavagem • Proteção anti-estática modesta
• É o acabamento mais eficaz para manchas de óleo • Maus para CO/PES
• É difícil de reproduzir - é preciso usar condições precisas
• É economicamente atrativo, mas apenas se for para Materiais superhidrofóbicos
remoção de manchas de óleo • Inspiradas na Natureza
Fluoropolímeros de dupla ação: • Interessantes porque têm caraterísticas de :
→ water repellency,
Com um só bloco de copolímeros conseguem a dupla função de
→ self-cleaning,
repelência a óleos e sujidades.
→ Diminuem a fricção
Combinam a repelência a seco, com o efeito “soil-release” em → antifouling
molhado. É um polímero híbrido, com segmentos de polioxietileno e
segmentos de cadeias longas com grupos fluorados nas
extremidades.

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