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1.

Admita que três pessoas singulares que dispõem de 100 000,00 Euros
pretendem associar-se a uma sociedade por quotas para desenvolverem em
conjunto a atividade de construção de vivendas para venda. As pessoas
singulares em causa, dois engenheiros e um arquiteto, admitem arriscar no
negócio os 100.000,00 Euros, mas apenas esse montante. Por seu lado, a
sociedade por quotas, cujo capital social é de 200 000,00 Euros está disponível
para arriscar no novo empreendimento também apenas 100.000,00 Euros.
Deveriam constituir:
a. Uma sociedade anónima
b. Uma sociedade em nome coletivo
c. Uma sociedade por quotas
d. Uma sociedade em comandita simples

Justifique a sua escolha

[Justificação:

A sociedade em nome coletivo e a sociedade em comandita estavam


excluídas por implicarem a responsabilidade ilimitada de alguns sócios; a
sociedade anónima era excluída por exigir um mínimo de cinco sócios;
embora os sócios das sociedades por quotas sejam solidariamente
responsáveis pela integração de todo o capital social, o que poderia implicar
um risco superior aos 100 000,00 da quota de cada um, era, apesar deste
aspeto, o tipo social mais adequado]

2. Numa sociedade por quotas, perante os credores da sociedade, os sócios:


a. Respondem ilimitadamente com todo o seu património individual
enquanto o capital social não estiver integralmente realizado;
b. Respondem individualmente por dívidas no montante do capital que
cada um subscreveu;
c. Só respondem individualmente depois da dissolução da sociedade
d. Podem ser chamados a realizar o capital social subscrito e ainda não
realizado

Justifique a sua escolha.

[Justificação: art. 30.º, n.º do CSC]

3. Em matéria de responsabilidade, a diferença entre a sociedade por quotas e a


sociedade anónima é:
a. Na sociedade por quotas os sócios respondem solidariamente pela
realização de todo o capital, enquanto na sociedade anónima os
acionistas respondem individualmente pela realização de todo o capital
social
b. Na sociedade por quotas, os sócios respondem apenas pela integração
do capital subscrito, enquanto na sociedade anónima cada acionista
responde apenas pela realização da sua participação mas poderá ser
chamado a novas entradas se, no desenvolvimento dos negócios, o
capital próprio descer abaixo de metade do capital social
c. Na sociedade anónima os acionistas nunca respondem por dívidas da
sociedade, enquanto na sociedade por quotas os sócios garantem aos
credores o pagamento de dívidas da sociedade embora apenas no
montante do capital social
d. Nenhuma das alternativas é correta

Justifique a sua resposta

[ Em relação aos credores sociais não existem diferença entre os dois tipos
de sociedade: em ambos aplica-se a regra de que só o património social
responde pelas dívidas da sociedade; a diferença está apenas na
responsabilidade perante a sociedade pela realização do capital social: nas
sociedades anónimas cada acionista responde pelas ações que subscreveu,
enquanto nas SQ cada sócio responde individualmente pela sua quota, mas
todos são solidariamente responsáveis por todas as entradas convencionadas,
como se determina no n.º1 do art. 197.º]

4. Em Portugal, a personalidade jurídica é atribuída:


a. A todas as sociedades cujo contrato é feito por escritura pública
b. Apenas às sociedades por quotas, sociedades anónimas e sociedades
em comandita por ações após a sua matrícula no registo comercial
c. A todas as sociedades mas apenas depois da publicação da sua
constituição
d. A todas as sociedades no momento da matrícula no registo comercial

Justifique a sua resposta

[CSC, art. 5.º]

5. A atribuição da personalidade jurídica às sociedades comerciais significa:


a. Que elas passam a poder celebrar negócios em nome próprio através
dos sócios a quem for conferido poder para representá-las
b. Que elas passam a ter órgãos sociais e poder de formar e manifestar a
sua vontade
c. Que elas passam a ter um património próprio com o qual respondem
perante os credores sociais, cessando a responsabilidade individual dos
sócios
d. Que elas assumem todas as obrigações que tiverem sido assumidas em
seu nome antes do registo comercial
Justifique a sua escolha.

[A resposta correta era a opção b). Todas as outras opções tinham um


elemento falso: a opção a) atribuindo aos sócios o poder de representar a
sociedade; a opção c) não era válida nas sociedades em nome coletivo nem
nas sociedades em comandita; a opção d) também não era válida como
resulta do n.º2 do art. 19.º]

6. As sociedades por quotas:


a. Podem constituir-se sem capital social
b. Devem constituir-se com um mínimo de 5000,00Euros de capital social
c. Devem constituir-se com um capital social de 1 ou 2 Euros
d. Devem ter todo o capital realizado no momento da assinatura do
contrato

Justifique a sua escolha.

[A opção correta era a c). Embora o capital seja livremente fixado no


contrato, é um elemento obrigatório (v. art. 9.º, n.º1, al. f)); poderá ser de 1€
nas sociedades unipessoais ou de um mínimo de 2€ nas pluripessoais.]

7. Nas sociedades anónimas:


a. No momento da assinatura do contrato deve estar realizado pelo
menos 50 000,00 Euros de capital
b. No momento da assinatura do contrato deve estar subscrito e realizado
pelo menos 50 000,00 Euros de capital
c. O capital social deverá ser de pelo menos 100 000,00Euros
d. No momento da assinatura do contrato deverá estar depositado numa
instituição bancária pelo menos 30% do capital social a realizar em
dinheiro
Justifique a sua escolha
[art. 277.º, n.º2]
8. As despesas feitas no processo de constituição de uma sociedade por quotas:
a. Devem ser pagas pelos sócios
b. Devem ser pagas pela sociedade
c. O seu montante aproximado deverá ser indicado no contrato
d. O seu montante deverá ser indicado no contrato sob pena de os sócios
não poderem exigir à sociedade o seu pagamento

Justifique a sua escolha

[CSC, art. 16.º, n.º 1 e 2]

9. Em relação ao capital social pode dizer-se que:


a. É uma garantia direta dos credores porque é um bem da sociedade que
pode ser por eles penhorado
b. É uma garantia indireta dos credores, na medida em que obriga a
manter no ativo da sociedade bens de valor suficiente para a sua
cobertura
c. É uma garantia indireta dos credores na medida em que os sócios têm
de reconstituí-lho quando metade se encontrar perdido
d. É apenas um dos limites à distribuição de bens aos sócios.

Justifique a sua escolha.

[art.32.º, n.º1. O capital social impede a restituição aos sócios das entradas
realizadas, por força do chamado princípio da intangibilidade do capital
social. Diz-se que é uma garantia indireta dos credores por força desta regra]

10. As prestações suplementares:


a. Podem ser exigidas pela sociedade a todos os sócios
b. Podem ser exigidas pela sociedade a todos os sócios se estiverem
previstas no contrato de sociedade
c. Tem de ter o seu montante previsto no contrato de sociedade, bem
como os sócios a ela obrigados
d. Não podem ser restituídas aos sócios mas podem ser utilizadas para
aumento ou integração do capital social

Justifique a sua escolha

[art. 210.º, n.º3, a) e b). A opção mais correta era a c). Todas as outras
continham algum elemento falso]

11. As prestações acessórias:


a. São permitidas apenas nas sociedades por quotas
b. São exigíveis apenas aos sócios indicados na cláusula do contrato de
sociedade, precisam de ter o seu montante fixado e têm de ter dinheiro
por objeto
c. Podem estar previstas nas sociedades por quotas e anónimas
d. Se não forem realizadas serão fundamento para a exclusão do sócio

Justifique a sua escolha

[A opção correta era a c) (n.º1 dos arts 208.º e 287.º); todas as outras eram
falsas]

12. As contas da sociedade por quotas:


a. São aprovadas definitivamente pela maioria dos gerentes, se todos os
sócios forem gerentes
b. São aprovadas pela maioria de três quartos dos votos dos sócios em
assembleia geral
c. Só podem ser aprovadas depois de certificadas pelo Revisor Oficial de
Contas
d. Aprovadas pelos sócios na assembleia geral anual pela maioria de votos
do capital presente

Justifique a sua escolha

[ A opção d) era única opção que não tinha qualquer desconforme com a lei.
Para ser aplicado o processo simplificado, todos os sócios têm de ser
gerentes mas todos têm de aprovar as contas, o que excluía a opção a); as
outras violavam diretamente alguma disposição legal: a maioria era a normal
do art. 250.º n.º3 e a necessidade do certificado só existe em casos
excecionais].

13. Admita uma sociedade por quotas com um capital social de 50 000,00€,
reservas legais de 10 00,00€ e um resultado de exercício de 20 000,00€. Pede-
se que faça uma proposta fundamentada sobre o montante a levar a reserva
legal e o montante que poderá ser distribuído aos sócios a título de lucro do
exercício.

[Resolução: O montante exigido para a formação da reserva legal é de 20% do


capital social; como não está atingido, é obrigatório retirar 5% do lucro de
exercício, ou seja 1000,00, que acresce aos 10 000,00 existentes, elevando o
valor atual da reserva legal para 11000,00. Agora temos o lucro de exercício
distribuível, 19000,00. Sobre este montante, metade deve ser distribuído aos
sócios como dividendo, por força do n.º1 do art. 217.º, a não ser que existisse
cláusula contratual fixando montante diferente ou houvesse deliberação
tomada por uma maioria de três quartos dos votos correspondentes ao capital
social. Nestas circunstâncias , o montante a distribuir aos sócios seria no
mínimo 9500,00, podendo ir até os 19000,00 disponíveis. A última palavra
caberia aos sócios reunidos em assembleia geral].
14. Admita uma sociedade anónima com um capital social de 500 000,00€,
reservas legais de 50 000,00€, resultados transitados de 100 000,00€, com uma
cláusula contratual fixando o limite da reserva legal em metade do capital
social e que obteve um resultado de exercício de 100 000,00€. Pede-se que
apresente uma proposta fundamentada de aplicação dos resultados.
[Resolução: A aplicação de resultados consiste em levar a reserva legal a
quantia imposta por lei e pelo contrato e atribuir aos sócios um dividendo. Ora
neste caso, a reserva legal só estará formada quando atingir 250000,00, por
força da cláusula estatutária. Assim, dos 100 000,00 de lucro de exercício,
retirar-se 5% para reserva legal, ou seja, 5000,00, elevando a reserva para 105
000,00. Disponível para distribuir aos sócios ficou a quantia de 95 000,00. Ora
metade desta quantia deve ser distribuída aos sócios, por força do n.º1 do art.
294.º, a não ser que exista cláusula estatutária de sentido diferente ou ocorra
uma lebireação que reúna os votos de tês quartos do capital social]

15. Admita uma sociedade por quotas com um capital social de 5 000,00€ que no
seu primeiro ano de atividade obteve um resultado de 40 000,00€. A reserva
legal a constituir deverá ser:
a. No montante de 2 500,00€
b. No montante de 2000,00€
c. No montante de 1 000,00€
d. Em montante livremente deliberado pelos sócios

Justifique a sua resposta

[A opção correta era a b) por força do art. 295.º,n.º1, aplicável por remissão
do art. 218.º: a quantia a aplicar era 5% do lucro de exercício até que a
reserva legal atingisse o montante de 2 500,00, por força do n.º2 do art.
218.º].

16. Admita uma sociedade por quotas que no balanço do ano anterior apresentava
os seguintes valores: capital social-50 000,00€, Reserva legal-5 000,00€,
Prestações Suplementares- 50 000,00€, Resultados transitados negativos de 50
000,00€.
No atual exercício, teve um lucro de 80 000,00€
Pede-se que apresente uma proposta fundamentada para aplicação destes
resultados de exercício.

[Resolução: Por força do art. 33.º, n.º1 do CSC, teríamos de anular o resultado
transitado negativo, transferindo para essa conta 50 000,00. Que fazer os restantes 30
00,00?

Em primeiro lugar, reforçar a reserva legal com 5% desse valor, ou seja 1500,00; os
restantes 28 500,00 poderiam ser distribuídos aos sócios como dividendos, como se
estabelece no n.º1 do art. 217.º]

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