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Introdução: O vírus da imunodeficiência humana (HIV) reduz progressivamente a eficácia do sistema imunológico
e aumenta a suscetibilidade para infecções oportunistas. Além disso, aumenta a permeabilidade intestinal e
translocação microbiana que contribuem para a ativação imune sistêmica, caracterizando a evolução para a síndrome
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Escola de Ciência Sociais e da Saúde,
da imunodeficiência adquirida (AIDS). A modulação imunológica da barreira gastrointestinal no HIV com o uso de
Faculdade de Nutrição, Pontifícia probióticos apresenta efeitos benéficos no equilíbrio microbiano do hospedeiro. Objetivo: O presente estudo teve
Universidade Católica de Goiás, Brasil.
como objetivo levantar dados da literatura de estudos clínicos, referente ao uso de probióticos em pacientes infectados
pelo HIV em uso ou não de terapia antirretroviral. Material e Métodos: Foi realizada revisão da literatura científica,
por meio da PUBMED utilizando os seguintes descritores em Ciências da Saúde (DeCS), de forma isolada ou em
combinação: “human immunodeficiency vírus”, “HIV”, “probiotics”. Foram selecionados estudos de ensaios clínicos
randomizados controlados que envolveram a abordagem do uso de probióticos em pacientes infectados com HIV.
Foram selecionados 11 artigos que apresentavam conteúdos que contribuíam para o cumprimento dos objetivos deste
trabalho, no idioma inglês, publicados no período de 2014 a 2018. Resultados: Além das diversas características dos
pacientes selecionados nos estudos, diferentes probióticos foram testados. As interações com os receptores imunes e
com a microbiota intestinal ainda não foram totalmente definidos, podendo apresentar diferentes efeitos na regulação
intestinal e imunidade sistêmica. Conclusões: Entender a interação entre o microbioma intestinal e seus produtos
no ajuste da imunidade no indivíduo HIV+ permitirá definir novas intervenções que possam diminuir a inflamação e
ABSTRACT
Introduction: The human immunodeficiency virus (HIV), which progressively reduces the effectiveness of the immune
system, increases the susceptibility to opportunistic infections. In addition, it increases intestinal permeability and
microbial translocation, which contribute to systemic immune activation, characterizing the evolution to Acquired
* Arissa Borges Immunodeficiency Syndrome (AIDS). Immunological modulation of the gastrointestinal barrier in HIV with the use
Avenida Universitária, 1440, Setor of probiotics has beneficial effects on host microbial balance. Objective: The present study aimed to gather data
Universitário, Goiânia, Goiás from the clinical studies literature regarding the use of probiotics in HIV-infected patients using or not antiretroviral
CEP: 74675-810
8 arissafb@gmail.com therapy. Material and Methods: A review of the scientific literature was performed through PUBMED using the
following descriptors in Health Sciences (DeCS), either alone or in combination: “human immunodeficiency virus”,
“HIV”, “probiotics”. We selected studies from randomized controlled trials that involved addressing the use of probiotics
in HIV-infected patients. Eleven articles with content that contributed to the fulfillment of the objectives of this study
were selected. The articles were included in the English language, published in 2014 and 2018. Results: In addition to
the different characteristics of the patients selected in the studies, different probiotics were tested. Interactions with
immune receptors and intestinal microbiota have not yet been fully defined and may have different effects on intestinal
regulation and systemic immunity. Conclusions: Understanding the interaction between the intestinal microbiome and
its products in adjusting immunity in the HIV+ individual will allow us to define new interventions that may decrease
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literacy and HIV pressure
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que reduz progressivamente a eficácia do sistema diminuição da função de barreira da mucosa e aumento
imunológico e eleva a susceptibilidade para infecções da permeabilidade intestinal decorrente da alteração do
oportunistas. Foi identificada primeiramente em 1981 microbioma intestinal.11
nos Estados Unidos da América. Atualmente, estima-se
que 36,7 milhões de pessoas vivem com HIV-1 em todo Disbiose intestinal no HIV/AIDS
mundo e 1 milhão de indivíduos morrem em decorrência
da AIDS todos os anos.5 O microbioma intestinal exerce um importante
Desde o início da epidemia de AIDS no Brasil papel na manutenção da homeostase intestinal, na
em 1980, até junho de 2017, 882.810 casos foram regulação das respostas imune inata e adaptativa
notificados ao Ministério da Saúde e 194.217 casos de e proteção contra microrganismos patogênicos,
infecção pelo HIV de 2007 até junho de 2017. As regiões competindo por espaço, nutrientes e interagindo
Sudeste e Sul são mais populosas e abrigam mais de sinergicamente com o sistema imune.12 A disbiose,
70,4% dos casos notificados. As regiões Norte e Nordeste caracterizada pelo desequilíbrio na composição da
representam 23% dos casos e a região Centro-Oeste, microbiota, está relacionada com inflamação crônica.13
6,7%.6 No estado de Goiás, foram registrados 5.390 casos Com a diminuição da função de barreira da
de HIV entre 2007 e 2017, dos quais 4.028 casos em mucosa e o aumento da permeabilidade intestinal, os
homens e 1.360 em mulheres. O cenário epidemiológico microrganismos que residem naturalmente no intestino
reflete a tendência histórica da epidemia da AIDS, sendo são capazes de atravessar o tecido linfoide intestinal
caracterizada pela “heterossexualização, feminilização, (GALT) para a circulação sanguínea.14 Na circulação,
juvenilização, interiorização e pauperização”.6 os produtos microbianos contribuem para amplificar a
A infecção pelo HIV apresenta uma fase inicial ativação imune, resultando na inflamação crônica.4
chamada de síndrome da infecção retroviral aguda ou Assim, a progressão da doença durante a
infecção primária, geralmente assintomática e com infecção pelo HIV tem sido relacionada ao aumento
intensa replicação viral. Em alguns casos, a síndrome dos níveis circulantes de lipopolissacarídeos (LPS),
aguda do HIV pode ser acompanhada de uma síndrome um indicador de translocação microbiana em doenças
viral inespecífica, que inclui vários sinais e sintomas crônicas, aumento de CD14 solúvel (sCD14) um
autolimitados como febre, astenia, exantema máculo- marcador de resposta da ativação crônica de monócitos
papular, linfadenopatia, fotofobia e odinofagia.7 Durante ao LPS e baixos níveis de anticorpos do núcleo da
a fase assintomática da infecção, o sistema imune endotoxina (EndoCAb), responsáveis por eliminar o LPS
permanece competente para lidar com a maioria das do sistema.15
infecções, e consequentemente pouca ou nenhuma As alterações nas funções do sistema
manifestação clínica da infecção pelo HIV é observada. gastrointestinal também incluem a diminuição de células
Assim, essa fase da doença é chamada de fase de Th17, que apresentam alta expressão de CCR5 (receptor
latência clínica do HIV.8 utilizado pelo vírus HIV para infectar a célula). Por
Na ausência de tratamento, a replicação viral consequência, a rápida depleção dessas células no GALT
pode acelerar, a contagem de linfócitos T CD4+ pode na fase aguda da infecção e a formação do complexo
cair abaixo de 200 células/mm3 e manifestações clínicas sCD14-LPS induzem uma resposta pró-inflamatória com
devido às infecções oportunistas também podem produção de interleucina 6 (IL-6), contribuindo para
aparecer. Nesse momento, a doença evolui para a fase inflamação e disfunção da barreira epitelial.16,17
sintomática, a AIDS, e em pacientes imunossuprimidos Sintomas decorrentes das alterações
a taxa de destruição do sistema imune e o grau de apresentadas, tais como declínio funcional e cognitivo,
imunodeficiência podem provocar a morte na ausência obesidade, ansiedade e tristeza, têm sido relacionados
da terapia antirretroviral.9 com a translocação microbiana.18-20 Já sintomas como
Ao final do período de latência clínica, além do fadiga, dor muscular, dor nas articulações, falta de sono,
ciclo contínuo de infecção e do declínio constante no nú- febre, calafrios, sudorese, neuropatia periférica, diarreia
mero de linfócitos T CD4+ nos tecidos linfoides, surgem e emagrecimento são associados com a inflamação
danos nas mucosas, principalmente da superfície da mu- crônica, pela elevação de citocinas pró-inflamatórias.21
cosa gastrointestinal. A disfunção intestinal é frequente A ativação imune é multifatorial, complexa
em indivíduos infectados pelo HIV, acarretando má ab- e está relacionada com aumento da mortalidade,
sorção de carboidratos, esteatorréia e aumento da per- progressão da doença e infecções oportunistas. A
meabilidade intestinal, podendo ou não ser causada por ativação imunológica também pode causar o início
patógenos entéricos. Consequentemente, a microbiota precoce de complicações relaciondas com a AIDS e o
intestinal pode se translocar do lúmen intestinal para envelhecimento precoce.22
outros órgãos, caracterizando a translocação microbia- Os microrganismos associados ao lúmen
na. Essa translocação estimula a ativação do sistema gastrointestinal e à mucosa são principalmente bactérias
imune e pode indicar a progressão da doença.10 Além importantes na manutenção adequada do sistema
disso, é um processo complexo que está associado à imunológico e, consequentemente, da saúde geral.
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Assim, a disbiose induzida pelo HIV é caracterizada das funções neurocognitivas, restabelecimento da
pela diminuição da abundância de bactérias que são permeabilidade da barreira hematoencefálica e melhora
comensais, fermentativas ou protetoras, associada ao cognitiva.26,27
aumento de bactérias potencialmente inflamatórias ou Arnbjerg et al28 avaliaram a composição
patogênicas.23 da microbiota de 45 indivíduos, após a ingestão de
Lactobacillus rhamnosus GG, e observaram diminuição
na inflamação intestinal e nos Enterobacteriaceae e
Probióticos no HIV/AIDS
Erysipelotrichaceae. Esses dados corroboram com os
resultados apresentados por d’Ettorre et al29,30, que
As alterações da microbiota intestinal provocadas
demonstraram a recuperação da integridade da barreira
pelo HIV são a diminuição geral da diversidade
intestinal, diminuição da densidade de linfócitos intra-
microbiana, com diminuição do gênero Bacteroides e
epiteliais e apoptose de enterócitos. Após intervenção
aumento do gênero Prevotella.23 Esses dois gêneros são
probiótica, a partir da análise de biópsias intestinais,
importantes na manutenção da diversidade microbiana,
constataram, ainda, melhora da morfologia mitocondrial
os Bacteroides estão associados à microbiota intestinal
(tabela 1).
de indivíduos que consomem uma dieta rica em gorduras
A terapia com probióticos também tem
de origem animal e a diminuição dessas bactérias em
sido utilizada visando restabelecer o equilíbrio da
indivíduos infectados pelo HIV está relacionada com
microbiota, reparar danos na barreira epitelial do trato
doença metabólica.24
gastrointestinal, diminuir morbimortalidade, amenizar os
Outros gêneros que estão reduzidos na infecção
efeitos adversos do tratamento antirretroviral e impedir a
pelo HIV são Lactobacillus e Bifidobacterium, que são
colonização de bactérias patogênicas.2 A suplementação
benéficos para a imunidade da mucosa e fornecem
com probióticos foi associado à recuperação de células
vitaminas B e K que estão envolvidas em vários processos
Th17, tanto no sangue periférico quanto no GALT, efeito
metabólicos. Os gêneros Coprococcus, Eubacterium,
observado por Falasca et al33 após administração de
Blautia e Ruminococcus também ficam reduzidos.
Lactobacillus casei Shirota por 4 semanas em 30 homens
Essas bactérias comensais fermentam polissacarídeos
infectados pelo HIV em TARV (tabela 1). Assim, bactérias
dietéticos para formar ácidos graxos de cadeia curta
comensais podem desempenhar um papel na regulação
(AGCC), como acetato e butirato, que são importantes
do equilíbrio entre perfis de células T pró-inflamatórias
fontes de energia para células epiteliais intestinais.25
versus anti-inflamatórios, como Th17 e Treg.
A relação entre a patogênese do HIV e a
A administração oral de suplementos probióticos
disbiose intestinal pode ser explicada pelo aumento da
parece reestabelecer a função da mucosa intestinal,
ativação de células T periféricas e fatores inflamatórios
aumentando a produção de muco e estabilizando
do plasma. Vários marcadores plasmáticos, que
as junções entre as células epiteliais, o que pode
são o alvo da imunomodulação com probióticos, se
diminuir os episódios de diarreia e constipação.34 Yang
apresentam alterados na infecção pelo HIV. Entre eles,
et al35 utilizaram a suplementação em experimentos
estão o sCD14, associado com translocação microbiana;
in vitro com Bacillus coagulans e demonstraram
a I-FABP (do inglês intestinal-type fatty acid binding
atividade imunomoduladora, por meio do aumento
protein) associada ao dano endotelial da mucosa;
da porcentagem de células T CD4+ e alteração em
e o LPS, associado à ativação de células T. Dentre os
suas funções (quimiotaxia, fagocitose e produção de
marcadores gerais de inflamação e ativação imune,
citocinas) (tabela 1).
estão sCD163 e D-dímero, além de citocinas pró-
A ativação persistente do sistema imunológico
inflamatórias que estão aumentadas na infecção pelo
pode levar à incapacidade do hospedeiro de regular
HIV-1, tais como interleucina (IL)-6, IL-8, TNF-α e IL-
adequadamente a microbiota. Portanto, um ponto chave
1β. Villar-García et al3, após suplementar indivíduos
dos estudos avaliados é o impacto da TARV na microbiota
HIV+ por 12 semanas com Saccharomyces boulardii,
intestinal. Estudos que compararam indivíduos HIV+
diminuíram a translocação microbiana avaliada pelo LPS
não tratados e HIV+ submetidos à TARV demonstraram
e alguns fatores inflamatórios como IL-6 (tabela 1).
que a diversidade da microbiota não é reestabelecida
Produtos bacterianos, como o LPS, são capazes
após introdução da TARV, provavelmente devido à
de entrar na circulação e alterar a permeabilidade da
inflamação persistente, à latência do HIV no intestino
barreira hematoencefálica, levando à inflamação local,
e aos efeitos diretos dos antirretrovirais na microbiota
o que demonstra uma relação entre intestino e sistema
intestinal. Alguns autores indicam que a TARV induz a
nervoso central. Ao produzir substâncias neuroativas e
disbiose, independentes da infecção pelo HIV, por meio
liberar metabólicos bacterianos, a microbiota intestinal
do aumento da frequência dos sintomas gastrointestinais
pode regular mecanismos de cognição, humor, ansiedade
(vômitos e diarreia).36
e dor. Alterações neurocognitivas afetam mais de 50%
dos indivíduos HIV+. Assim, estudos com suplementação
de alta concentração probiótica demonstraram melhora
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Borges e Abreu. Probióticos em HIV positivos.
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Vivomixx®: Lactobacillus plantarum, Lactobacillus paracasei, Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus, Lactobacillus acidophilus,
Bifidobacterium longum e Bifidobacterium infantis Visbiome®: Streptococcus salivarius ssp. Termophilus, Bifidobacteria breve,
Bifidobacteria infantis e Bifidobacteria longum, Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus plantarum, Lactobacillus casei, Lactobacillus
delbrueckii subsp. bulgaricus e Streptococcus faeciu.
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Borges e Abreu. Probióticos em HIV positivos.
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CONCLUSÃO
8. Geskus RB, Prins M, Hubert JB, Miedema F, Berkhout B, Rou-
A terapia com probióticos tem sido utilizada zioux C et al. The HIV RNA setpoint theory revisited. Retrovirol-
mucosa intestinal, diminuir a morbimortalidade dos genesis, prevention, and treatment. Lancet. 2006; 368:489-
Desse modo, os probióticos contribuem beneficamente Douek DC. Microbial translocation is a cause of systemic immune
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selecionados nos estudos, diferentes probióticos foram AV et al. Intestinal microbiota, microbial translocation, and sys-
testados e suas interações com os receptores imunes e temic inflammation in chronic HIV infection. J Infect Dis. 2015;
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